título: investidor
data de publicação: 19/06/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #investidor
personagens: nara, sérgio e seu joão
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — Quem tá aqui comigo hoje é a EBAC. Chegamos em junho, metade do ano já, ó, foi embora… Mas ainda dá tempo de fazer muita coisa, inclusive dá tempo de fazer desse mês o junho da virada. — Vamos? — O mês onde você vai tirar aí os planos da gaveta e onde você vai começar a investir em si estudando na EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC oferece mais de 150 cursos online, em uma plataforma própria de ensino, com um corpo docente formado por excelentes profissionais atuantes no mercado do Brasil e do exterior. Você pode começar ou se especializar em cursos como negócios, design, músicas e artes, audiovisual, games, moda, software, marketing, programação e data. — E, gente, tem curso de roteiro, tá? Dica minha aí pra vocês. —
E você estuda no seu tempo onde e quando quando você quiser. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio. Clica no meu link, vai navegando, escolhe o seu curso. Dá tempo, gente… Dá tempo de você começar a estudar. — E fica comigo até o final que tem cupom de desconto. E hoje eu vou contar pra vocês a história da Nara. Então, vamos lá, vamos de história.
[trilha]Nara morava numa cidade de interior, porém, é uma cidade grande, que muita gente mora na cidade e muita gente mora na zona rural. No caso da Nara, ela dividia uma casa com duas amigas, morava na cidade e o pai e a mãe morando ali no campo, na área rural. Numa festa, Nara conheceu um rapaz… Era uma festa do interior — dessas festas que eu sou contra, que tem rodeio, essas coisas — e o cara ele tava muito bem arrumado. Ele se destacava na multidão e ele realmente aparentava ter um pouco mais de grana do que aquela galera que tava por ali. Nara achou esse cara muito gato, ele também ficou olhando pra ela e as amigas ali fazendo graça, né? “Ah, ele gostou de você, nã nã nã”, risadinhas. Até que o cara chegou na Nara, eles conversaram, trocaram uns beijos ali, trocaram contato e eles começaram a conversar e a sair de vez em quando. Este cara não morava ali naquela cidade da Nara, morava numa cidade vizinha, mas tipo Santo André e Mauá aqui, sabe? Muito perto assim, 20 minutos, meia hora no máximo, você está aí na outra cidade.
Nara trabalhava numa distribuidora de calçados ali, morava com essas amigas na cidade porque morando na zona rural é mais difícil para você ir trabalhar, dependendo da área, não tem ônibus toda hora, enfim, é uma luta. Então ela dividia ali a casa, trabalhava nessa fábrica, nessa distribuidora e ganhava ali em torno de 2.500 reais. Dava para pagar o aluguel, dava para pagar as coisinhas dela, dava para fazer as coisinhas dela, ela não precisava ajudar em casa. Pai e a mãe dela com casa própria na zona rural, tendo ali a sua rocinha. As ficadas com esse cara foram ficando mais sérias e esse cara pediu a Nara em namoro. Ele tava sempre mudando de carro, ele tava sempre com roupas boas… Ele morava num apartamento alugado muito bom, sempre que eles saíam, ele pagava tudo pra Nara. Começou a levar a Nara numas viagens… — Porto Seguro, sabe? Campos do Jordão… — E o cara pagando tudo, você via ali que o cara tinha realmente ali um pouco de grana.
Este agora, namorado da Nara, trabalhava no mercado financeiro, fazia as coisinhas dele ali de finanças, que eu não sei bem o que é. — Aplicava o dinheiro, aplicava o dinheiro das pessoas, enfim, ia tirando aí uma porcentagem para ele, acredito eu, né? Que seja assim. — O namoro deu uma firmada boa ali, Nara levou o cara até a área rural para conhecer os pais. Segundo o cara, os pais dele moravam em outro estado. — Então, numa próxima oportunidade, eles conheceriam os pais do cara. — O tempo foi passando e Nara foi introduzindo este cara ali com as amigas, na família dela… — Nara tendo também uma irmã casada. — Apresentou o cunhado, que a gente pode chamar aqui de “Sérgio”, muitas conversas surgiram, muitos grupos, muitas festas, até que este cara convidou a Nara para morar com ele. Seria numa cidade vizinha? Seria. Ela ia agora gastar um pouco a mais com condução? Ia, mas de onde ela estava ali no apartamento dele, era fácil. — Era também um ônibus só, só que agora, né? Intermunicipal pra ir até o serviço dela. Então, digamos que ela pagasse três reais de ônibus, agora ela ia pagar quatro. Quatro ida, quatro volta, sei lá, ia aumentar dois reais. —
A Nara: “Eu quero morar com o meu amor, o apartamento é uma graça, enfim… Vai ser tudo lindo”. Nara se mudou depois de uns, olha, veja bem, gente… Sete meses de namoro. — Não é pouco, eu acho, assim, sei lá, você já conhece um pouco a pessoa, né? — Foi morar junto com ele e estava dando tudo certo. Neste período, desses sete meses, Nara tinha lá na conta dela umas economias. Quanto? Cerca de 5 mil reais. — 4.800 reais. — O cara falou que podia investir o dinheiro da Nara. Ela deu os 5 mil para ele investir e ele sempre mandava uns extratos de quanto estava rendendo o dinheiro dela, dava às vezes um dinheiro para ela, dizendo que era rendimento do dinheiro dela, enfim… Então, para Nara estava ótimo, né? Nara, de maneira muito inocente e sem oferecer nada para ninguém, comentou com Sérgio, seu cunhado, que agora o seu namorido estava investindo o dinheiro dela e que ela estava feliz, estava rendendo e tal. E falou isso numa conversa que eles tiveram porque a Nara, enfim, estava querendo comprar alguma coisa. Uma conversa informal. —
Este cunhado foi até o namorido da Nara e falou: “Olha, eu também gostaria de investir o meu dinheiro com você. Eu tenho cerca de 23 mil reais guardados”. Foi lá e investiu com o cara. Praticamente todo mês o namorido dava um dinheiro pra esse cunhado. O pai de Nara — que a gente pode chamar aí de “Seu João” — falou: “Opa, eu tenho 15 mil de economias”. Qual que era o papo do cara? Que ele fazia render mais que o banco. Porque o banco era ganancioso e queria ficar com todo o lucro, mas ele ficava com uma parte muito pequena do lucro e repassava aí o lucro para a pessoa que investiu. Então todo mundo cresceu o olho… O pai de Nara foi lá, pegou os seus 15 mil reais, investiu também e pegava um dinheirinho ali todo mês, às vezes, o próprio pai da Nara falava: “Olha, esse mês eu não vou precisar pegar, não. Eu pego os juros aí outro mês. Pode deixar acumulando mais”.
A Nara tinha mudado da casa das amigas, mas uma das amigas que trabalhava com ela falou: “Pô, eu tenho sete mil, minha mãe tem mais quatro, vamos investir esses onze?” e a coisa foi crescendo, algumas pessoas que a Nara conhecia investiram com esse cara. Estava tudo perfeito… Até que uma das pessoas — que Nara não lembra quem — precisou do dinheiro de volta e aí começou uma saga… O cara enrolava, o cara falava que agora não tinha como mexer não sei o que lá. Sempre quando ele investia o dinheiro das pessoas, ele falava que nos primeiros três ou quatro meses, ou seis meses, dependendo do investimento que a pessoa queria, ela não poderia mexer nesse dinheiro, mas depois disso, ela poderia sacar. “Vai sacar sim, claro”. Essa pessoa não conseguia sacar, foi lá no apartamento que a Nara morava com o cara, rolou uma briga… Ela voltou para a cidade e espalhou na cidade. E aí o que acontece? Todo mundo começou a pedir aí o seu dinheiro.
Nara já estava com este cara uns dois anos e este cara tinha dado para a Nara ir trabalhar um carro. Um carro novo? Não, um carro velho. Um carro de uns 20 mil reais, no máximo, mas era um carro que estava bonzinho, estava no nome dela. — Ele deu para ela o carro, botou no nome dela. — E ela agora ia trabalhar, ia e voltava de carro. — Ou seja, a vida da Nara melhorou bastante. — Quando estourou esse lance de que ele não tava devolvendo o dinheiro, briga aqui, briga ali… O cara inventou umas desculpas e, de repente, um dia, Nara voltou do trabalho e o cara falou que precisava devolver o apartamento. — Sem dar, assim, muita explicação, sabe? — Nara falou: “Como assim devolver o apartamento? Pra onde a gente vai?” e ele falou: “Olha, eu vou visitar a minha mãe, volto em 10 dias e você, enquanto isso, fica na casa dos seus pais”. Nara teve que pegar suas coisas, botar no carro — ela não tinha móveis, essas coisas, porque ela estava na casa do cara — e ir para a casa da mãe.
Gente, este cara devolveu o apartamento, porque muita gente foi lá bater e ele sumiu. Sumiu com o dinheiro dessas pessoas. Nara voltou para a casa dos pais na área rural, todo mundo começou a cobrar ela e a culpar a Nara. — A Nara tem culpa? Era o namorado dela, ela comentou uma vez com o cunhado que ela estava feliz com o investimento que ela fez no namorado. Isso foi tomando uma outra proporção, o cara tinha a lábia dele… — E as pessoas, por que as pessoas caem nesse tipo de golpe? Porque elas também têm responsabilidade, elas são gananciosas. Se o banco paga 1%, como que o Kleber de terno fit, consegue te pagar 10%? Se o banco só te dá 1%? O Kleber de terno fit, ou o seu Astrogildo do Porsche, é golpe, gente… —
É a mesma coisa o golpe do bilhete da loteria. Uma pessoa te para na rua e fala: “Eu não sei ler, estou com um bilhete premiado, você me ajuda a chegar na lotérica ou a sacar na lotérica e eu te dou 10%? Se você é uma pessoa honesta, você fala: “Você não precisa me dar nada, vem comigo que eu te boto lá dentro da caixa econômica e lá você não solta esse bilhete, você fala com o gerente, escreve seu nome aqui, é isso”. Agora, quando você cresce o olho num prêmio que nem existe de loteria, de uma pessoa que está pedindo ajuda para você na rua e ela fala: “Bom, para eu me sentir mais segura, você me dá o que tem na sua conta, que você vai ganhar 10 milhões” e você dá, a culpa é de quem? Sua, que é ganancioso, que caiu num golpe desse. Porque se você é realmente uma pessoa boa, você não vai querer pegar o prêmio de uma pessoa que você nunca viu na vida que tá te pedindo ajuda. Entende? Então, eu não sei até que ponto a Nara tem culpa.
Todas as pessoas passaram a culpar a Nara, boletim de ocorrência foi feito e aí ela descobriu, sim, que ele tinha outras passagens por estelionato. — Mas, assim, não tava preso, não tinha mandado de prisão, nada assim… Ele tinha passagens por estelionato. — Tentaram arrolar a Nara, mas o delegado falou: “Olha, não tem prova nenhuma, ela era namorada dele. Tem alguma coisa na sua conta?” e a Nara não tinha nada, não recebia os dinheiros, nada… E agora temos Sérgio que quer que Nara venda o carro dela para dar o dinheiro para ele. Acontece que Nara agora mora na área rural e ela não tem como ir trabalhar se ela não ficar com esse carro. E aí o pai dela, Seu João, falou: “Filha, eu perdi meu dinheiro, meus 15 mil, mas não se preocupa”. — Com os 5 mil que também Nara perdeu, dá o valor do carro. Então é como se o pai tivesse dado o carro para ela e ela tivesse colocado 5 mil, mas esse dinheiro o cara usou pra comprar o carro, entendeu? —
O Sérgio acha que ele tem direito pelo menos da metade desse dinheiro do carro porque foi ela que colocou esse cara na vida de todo mundo e ele investiu um dinheiro maior. Então, ele quer que a Nara venda o carro e a Nara diz que não vai vender. Tem uma briga na família e realmente muita gente culpa a Nara por esses golpes, assim… Por apresentar esse cara. — Mas a Nara não vendia nada, ela não falava: “Olha, investe com ele”, ela não falava nada… Ela nem entendia dessas coisas. Mas ela tava ali meio que com ele, então meio que, como as pessoas acham, né? Ela endossava o caráter dele ali. — Nara não vai vender o carro porque ela não tem como trabalhar sem esse carro e tem essa questão do pai dela… O pai dela falou pro Sérgio: “Eu perdi 15 mil, se esse carro vale 20, tem 15 mil então e 5 da Nara”. Mas e o Sérgio? E a irmã da Nara, que a gente pode chamar, sei lá, aqui de “Mariana”, também não tá falando com ela, tá uma briga na família por causa disso. Tem amiga, tem gente do serviço que investiu, todo mundo agora olha feio pra ela, enfim, um clima muito ruim.
A polícia vai fazer o que dá pra fazer, mas é aquilo, é estelionato… É mais um. Ah, vão processar ele na vara cível. Vai achar algum bem? Vai achar alguma coisa para pegar? E provavelmente esse dinheiro, o delegado disse isso, hein? Que esse dinheiro que ele dava, como se fosse um rendimento, era dinheiro que ele já estava pegando de outras pessoas. Uma pirâmide mesmo, né? Nara tem culpa? Não sei, gente, eu acho que não… A culpa é meio que da ganância das pessoas também, né? Porque você vai deixar de investir no Poneidesco, no PoneiU, pra investir num cara de terno fit que tá namorando uma amiga sua? Sabe? Não sei… Até que ponto a Nara tem alguma responsabilidade nisso? O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, aqui é Carolina, advogada de São Paulo. Nara, eu entendo que você não teve culpa… Você e os demais são vítimas do crime de estelionato. No máximo, foram aí um pouquinho ingênuos ou negligentes. Sempre que você for dar o seu dinheiro pra alguém ou morar com alguém, pesquisa o nome dessa pessoa, isso vai evitar muito problema. Agora, com relação ao carro, infelizmente talvez se tentarem te cobrar na justiça, o carro seja penhorado para pagar esse dano. Por dois motivos: Primeiro, que civilmente se ficar caracterizado que você e o investidor viviam em união estável e, portanto, no regime de comunhão parcial de bens, os bens e as dívidas do casal são divididos por ambos. Então, o carro foi adquirido na constância da união e as dívidas também, por isso o carro pode sim ser penhorado para pagar a dívida. E, além da questão civil de família, também tem a questão penal… Se ficar caracterizado que o carro foi adquirido através do dinheiro conseguido com o crime de estelionato praticado pelo investidor, o carro pode ser apreendido pela justiça. Então, Nara, eu recomendo fortemente que você procure um advogado ou a defensoria pública, porque provavelmente você vai precisar.
Assinante 2: Oi, pessoal, aqui é a Laura, de Goiânia. Eu sou economista e já trabalhei no mercado financeiro. Vamos esclarecer uma coisa de uma vez por todas? Em nenhum momento da história existiu isso de você dar o seu dinheiro na mão de um terceiro para ele investir no seu nome. Bancos são tão antigos quanto a Idade Média e desde a primeira bolha registrada, lá em 1700, eles sempre foram os intermediários dessas transações. Aqui no Brasil, a gente tem um órgão chamado CVM que regulamenta tudo isso. Nem mesmo numa grande corretora um assessor pode investir o seu dinheiro sem a sua autorização, que você dá apertando uma notificação no seu celular. Então, galerinha, com tanto aplicativo onde você pode acompanhar seus investimentos na palma da mão, sem taxas, vamos parar de cair nesse papo? Investir não é um bicho de sete cabeças e esse tipo de golpe é totalmente evitável. Um abraço.
[trilha]Déia Freitas: A primeira metade do ano já está chegando ao fim, mas faça de junho o seu mês da virada. Aproveita para aprender novas habilidades profissionais, investir no seu futuro, começar uma nova carreira ou mesmo tirar aquele plano da gaveta. E a EBAC tem a oportunidade perfeita para você estudar. Se junte aos mais de 145 mil alunos, faça um dos cursos online oferecidos pela EBAC. Mude a sua vida. Com o nosso cupom: “naoinviabilizevirada” — [o, mudou o nosso cupom, hein? Tudo junto, minúsculo, sem acento, tá? —, você ganha 200 reais de desconto para começar a estudar agora. A EBAC ainda possui diversas opções de pagamento facilitado que podem aí te ajudar a tirar os seus planos do papel, ebaconline.com.br.
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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]