título: escolhida
data de publicação: 25/08/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #escolhida
personagens: roberta
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiiii…. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC tem mais de 150 cursos em uma plataforma própria de ensino, um corpo docente de 300 professores que são profissionais renomados no mercado nacional e internacional. A EBAC tem duas pós-graduações reconhecidas pelo MEC e mais de 145 mil alunos, gente… Com cursos profissionalizantes que vão do zero ao pró, a EBAC possui diversas opções de diferentes verticais de aprendizado: programação e data, audiovisual, marketing, design, arquitetura, games, moda, tem curso de roteiro — que eu já falei para vocês — e todos os cursos online para você estudar no seu tempo, onde e quando você quiser.
Eu vou falar aqui do meu queridinho, que é o curso de roteirista. No curso de roteiro, você aprende a criar e escrever histórias para filmes, séries, games, podcasts, criar personagens, dar vida à sua criatividade, transformar suas ideias em roteiros. — Gente, é um curso muito bom de roteiros, sério mesmo… E é um curso que vai atender diferentes gêneros e formatos, para TV, série, filme, podcast, o que você quiser. Faça, sério. — Acesse agora: ebaconline.com.br para você investir no seu futuro e se tornar um aluno da EBAC. Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e fica comigo, que tem o nosso cupom de desconto. Hoje, eu vou contar para vocês a história da Roberta. Então, vamos lá, vamos de história.
[trilha]Roberta tem uma irmã que é um ano mais velha que ela, cresceu aí numa família que sempre privilegiou a irmã. Desde que Roberta se entende por gente, a irmã sempre teve tudo… Eles são uma família classe média alta, então não havia necessidade de repassar a roupa, mas a mãe fazia questão de não comprar coisas para ela, das coisas sempre serem as coisas da irmã. — Coisas que a irmã não queria mais… Porque a gente sabe que nas famílias de classe C, o irmão mais velho vai repassando a roupa para os irmãos mais novos até aquela roupa não servir mais em ninguém. — Roberta cresceu nesse ambiente familiar, o pai também sempre preferiu a irmã… — Pelo menos, essa é a visão que a Roberta trouxe aqui pra gente. — Ela sempre achou que quando ela crescesse, quando ela ficasse adulta, ela ia poder sair daquela família e continuar a vida dela sem os três.
A Roberta ainda me disse assim: “Andréia, para você não achar que eu estou exagerando, por exemplo, quando a minha irmã fez 18 anos, ela ganhou um carro, eu tinha 17… Meu pai disse que quando eu fizesse 18, eu ia poder dirigir o carro da minha irmã. Só que acontece que eu fiz 18 e eles não pagaram a minha carteira de habilitação, então eu não podia dirigir”. Roberta foi lá, fez um trabalho temporário para juntar o dinheiro para tirar a carteira de habilitação, tirou e, quando ela foi pegar o carro, a irmã não queria deixar, falou que o carro era dela. Aí ela foi perguntar para o pai, o pai falou: “Sim, o carro é da sua irmã. Se ela deixar, você pega”. Então, assim, não é que era um carro para as duas, era o carro da irmã que Roberta tinha que implorar para poder usar e raramente ela conseguiu usar. — Então, assim, era nesse nível de favorecimento entre Roberta e a irmã. —
Roberta então, viu que não ia ter muito apoio da família, passou numa universidade federal, mas ela foi fazer geografia, que era um curso que ela poderia fazer no período da noite e trabalhar durante o dia, porque ela sabia que ela não ia ter o apoio dos pais, enquanto a irmã fazia odonto, com total apoio dos pais. Roberta se formou, começou a dar aula e, num dia que ela saiu aí com as amigas, ela conheceu um cara… — Um cara realmente excelente. — Ele era advogado tributarista, estava muito bem de vida, tratava Roberta com todo amor e carinho, passeavam bastante, ficavam muito na casa desse cara, o tempo foi passando e este cara pediu a Roberta em namoro… Roberta ficou nas nuvens… Só que namorar sério implicava em Roberta apresentar este cara para a família e. — Na cabeça de Roberta, né? — E ela temia realmente de apresentar e o cara ver que a família dela era péssima e meio que desencanar da Roberta.
Roberta explicou como que a família era complicada, contou várias situações… O cara ficou meio revoltado, mas falou: “Não, vamos lá… A gente só faz uma sala, um oi e tal, só para conhecer realmente a sua família, porque a minha intenção é namorar com você, para casar, ter filho… Então, assim, em algum momento eu preciso conhecer a sua família”. Roberta ficou mais tranquila, né? Porque era ali, apresentar a família, “oi, oi, oi”, fica um pouquinho, toma um café e vaza… Era isso, porque a Roberta também já esperava que a família fosse tratar o cara estranho. Chegou o dia, Roberta muito nervosa, esperou o cara na casa dela, avisou os pais: “Olha, estou namorando sério, vou apresentar meu namorado”, o pai e a mãe já deram aquela criticada, a irmã uma esnobada…
E a irmã namorava um médico, então assim: “Ah, ele é advogado, mas que tipo de advogado? De porta de cadeia?”, esse tipo de pergunta. Esperou o cara na casa dela, chegou o namorado de Roberta na casa ali da família e, ao contrário do que Roberta imaginou, ele foi muito, mas muito bem tratado. A ponto de falar: “Roberta, mas será que seus pais são tão insuportáveis assim? Eles me trataram tão bem”. A ponto do cara ficar com dúvidas das histórias que Roberta contou para ele. Eles conversaram, eles riram e um encontro que devia durar meia hora, o cara ficou lá umas três horas e foi muito agradável. O cara gostou, a família gostou… — Pelo menos essa era uma preocupação a menos na cabeça da Roberta, né? — A partir daí, a família incentivou até que o cara frequentasse a casa e até que foi muito bom para Roberta, eles começaram até a tratar a Roberta um pouco melhor por conta do cara.
E o cara já querendo fazer planos de casar e de datas, dali dois anos, e de dar entrada no imóvel, enfim, eles tinham vários planos. Um ano de namoro… Um namoro abençoadíssimo pela família, com Páscoa juntos, feriados juntos, viagens… Dois anos de namoro. rumo já a um casamento, Roberta já pensando em que tipo de vestido gostava, dando uma olhada em revistas de decoração, porque a ideia deles era comprar um imóvel na planta… — Ia demorar mais para o casamento sair? Ia, mas uma hora o imóvel ia sair, então a Roberta já estava nessa fase, quando você começa a olhar ali umas revistas de decoração e fazer planos com o cara que você ama. — Até que um dia, absolutamente do nada, o rapaz chama a Roberta para sair, leva ela para jantar. — Ele está muito sério. —
Depois disso, eles vão para a porta do prédio onde ele morava, ele morava de aluguel em um apartamento e tal e ele diz para a Roberta que ele ele quer terminar. — Do nada. — Roberta foi tão pega de surpresa que ela riu — ela riu —, ela achou que o cara estava brincando… Não é que o namoro era ruim ou que eles brigavam, não, um namoro ótimo, de companheirismo… — Gente, um namoro ótimo. — E aí a Roberta falou: “Você está brincando comigo?”, “Não, estou falando sério… Estou com umas coisas na cabeça, acho que esse é um passo que eu não quero dar. E, daqui para frente, obviamente, as coisas vão ficar mais estreitas e eu não quero isso”. E aí a Roberta perguntou: “Você quer um tempo para pensar?” e ele falou: “Não, eu quero terminar”. Roberta saiu de lá sem rumo, chegou em casa aos prantos e chorou… Foi consolada ali pela família e ficou mal. — Alguns meses… —
Tentou voltar, tentou falar com ele e ele não queria saber. — O cara não queria saber. — Roberta ficou bem mal os primeiros seis meses, depois começou a melhorar um pouco, mas apaixonada pelo cara e sem entender, querendo realmente um fechamento para aquilo. — Entender o que estava acontecendo. — Com oito meses que ela tinha terminado, Roberta percebeu uma movimentação estranha na casa dela. Os pais ali, muito meigos, meio que adulando a Roberta, chamaram a Roberta para uma pequena viagem. Roberta falou: “Bom, é uma oportunidade de esfriar a cabeça, então eu vou” e eles foram para um hotel fazenda, sabe? Primeiro dia ela ficou mais sentada, vendo as paisagens, comeu… — Hotel fazenda sempre tem uma comida farta. — E no dia seguinte, os pais chamaram a Roberta para uma conversa, para sentar em um lugar, um gazebo ali… Roberta estava plena, sabe quando você está bem? Está em paz? Os pais tinham chamado a Roberta para contar que o ex-namorado dela agora estava namorando a irmã da Roberta. — Sim, o cara trocou uma irmã pela outra. —
Os pais queriam que a Roberta entendesse que “isso não é a gente que escolhe, é o destino que escolhe, é o coração que escolhe”, e que a escolhida tinha sido a irmã da Roberta… Que ela tinha que aceitar, que ela era adulta, que essas coisas acontecem. Roberta teve uma crise de choro, gritou… A ponto dela não voltar com os pais, ela pegou um ônibus na rodoviária. — Ela não queria voltar com os pais. — Quando ela voltou, a irmã dela já não estava em casa…. Agora vocês estão preparados? O pai tinha dado entrada num apartamento e botado a filha para morar lá. — Ele achou que a Roberta ia avançar na filha e ia… Realmente ia. — Como já tinha um apartamento e o pai já tinha mobiliado, em um ano, o ex da Roberta — que a Roberta ainda era apaixonada — se casou com a irmã dela. Num casamento onde estava toda a família, os amigos da Roberta não eram os mesmos que a irmã. — Então, assim, os amigos da Roberta não foram, mas muitos falavam para a Roberta: “Roberta, tem que fazer a fila andar… Esquece isso”, sem dar a devida importância…
Tipo, minha irmã está casando com meu ex, que me largou, provavelmente, pela minha irmã, né? Porque até hoje ninguém conta como aconteceu essa troca. A palavra “troca” foi usada até pela Roberta aí, né? Em que momento aconteceu do cara ficar apaixonado pela irmã da Roberta? E dela corresponder? E dela largar, porque ela tinha um namorado, e começar a namorar o cara e casar? Eles casaram… Eles casaram. Roberta, infelizmente, sem condição de sair de para morar sozinha ou para dividir com alguém, é obrigada a conviver com eles. Agora, a irmã dela está grávida, o cara age como se ele nunca tivesse namorado a Roberta. — E, no final, a Roberta falou: “Minha irmã é escolhida de tudo. É escolhida pelos meus pais, foi escolhida pelo meu ex—namorado. Ela tem tudo e eu não tenho nada”. O que eu falei para a Roberta é que, assim, pelo menos financeiramente, essa parte do pai dar um apartamento só para a irmã, eu acho que ele não pode. É antecipação de herança isso? Vai ter um equivalente para a Roberta? Porque eu acho que ela podia já questionar isso e pedir, pelo menos, se ela tivesse também um apartamento, porque o pai tem condição, ela poderia pelo menos não conviver com a família, porque a irmã vive enfiada lá.
O cara é adorado pelos pais da Roberta, como já era antes, ele já era adorado quando estava com a Roberta. Ela é obrigada a conviver com eles todos. Mesmo que ela não saia do quarto, eles estão por ali, eles não estão nem aí para ela, para os sentimentos dela. E a Roberta fala que o que mais dói nela é que o cara sabe quando fala aquele “ooiii”, tipo como se nunca fosse nada da Roberta, como se ele nunca tivesse tido absolutamente nada. A Roberta já tentou falar com ele, já tentou falar com a própria irmã, e os dois falam: ‘Supera isso. Isso é coisa da vida… Acontece. A gente se ama e a gente está junto, a gente vai ter filho e vai ficar junto para sempre. Supera”. E os pais têm esse discurso de que a escolhida foi a irmã, que esse tipo de coisa acontece… Que acontece a gente sabe que acontece, mas que é sórdido, é sórdido, gente… E ainda mais que a Roberta ainda tem sentimentos por esse cara.
Roberta tem muitos anos que faz terapia, antes até de namorar esse cara ela já fazia, por questões familiares mesmo. E agora a irmã está com um carro, apartamento, o ex da Roberta, grávida do ex da Roberta, formada numa faculdade boa — porque o pai e a mãe botaram tudo que eles tinham na faculdade da irmã — e ela dá aula, não consegue pagar um aluguel sozinha, não consegue sair de casa ainda e se sente pior cada vez que ela vê a família reunida, feliz… Eles fazem muitos jantares, noite da pizza, churrasco… O cara vive enfiado lá com a irmã. — E agora ainda que vai ter um bebê, né? — O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, aqui é o Kelvin, sou de Fortaleza, Ceará. Roberta, como uma pessoa que já rompeu com laços familiares, isso talvez seja uma opção a você pensar. Primeiro, que é muito estranho a maneira como esse relacionamento se deu, como essa troca se deu e, segundo, a gente vê que você não é uma prioridade. E fazendo aqui uma dedução, né? Se eles tiveram essa sordidez de sabotar uma relação que era saudável, que te fazia feliz, eles vão ter uma sordidez, a mesma sordidez de sabotar outros aspectos da sua vida em função da sua irmã. Talvez seja uma possibilidade você pensar nesse rompimento. Mas é óbvio que pra isso você precisa primeiro pensar em um plano de fuga, então, juntar grana, alugar um espaço que seja pra você e sair daí o quanto antes. Muita força pra ti e um beijo.
Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, meu nome é Camila e eu sou aqui do Rio de Janeiro. Eu acho que você deveria olhar por uma nova perspectiva pra toda essa sua história… Os seus pais são péssimos, a sua irmã é péssima, esse bofe aí que estava com você também é péssimo e eles se merecem… É até bom você não ter sido escolhida, porque significa que você é uma pessoa boa, porque os ruins se escolheram, sabe? Eles são péssimos e eles estão juntos enquanto você está fora desse grupo. É encarar isso, eu sei que é difícil, eu sei que deve doer muito, mas você precisa se movimentar de modo que você saia dessa situação. Eles estão tripudiando em cima de você, te rodeando, te entristecendo, e você tá permitindo ser entristecida. Então, sacode a poeira, levanta, vai atrás de uma kitnet, uma amiga pra dividir umas contas e morar juntas, mas não fica nesse lugar. O seu padrão de vida vai mudar, vai ser diferente, mas não vai ser pra sempre. Você é inteligente, você é forte, você é guerreira, vai viver a sua vida e esquece esse povo.
[trilha]Déia Freitas: Com a EBAC, você tem acesso a uma plataforma de ensino super confortável, fácil, interativa, onde você pode estudar a hora que quiser, quando quiser e onde quiser. Você pode escolher entre 150 opções de cursos online e assim investir aí no seu futuro. — Você tem que se juntar agora aos mais de 145 mil alunos EBAC. — Você vai receber um certificado reconhecido no mercado de trabalho, vai ter um portfólio com projetos e você vai se destacar. — Gente, sério… — Use o meu cupom: “naoinviabilizeagosto” — tudo junto, minúsculo, sem acento — e você vai ganhar 200 reais de desconto em qualquer um dos cursos ofertados. — Corre que o cupom tem tempo limitado, tá? — Pra começar a estudar agora, acessa: ebaconline.com.br, escolha o seu curso e vai lá e consulta as condições de pagamento, tá? — Valeu, EBAC. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]