título: sustentada
data de publicação: 28/08/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #sustentada
personagens: márcia, evandro, mãe e irmão
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — Quem tá aqui comigo hoje é a Petlove. Na Petlove, o bem-estar e a felicidade do seu pet são prioridade. A Petlove tem tudo o que o seu pet precisa, tá frio, é inverno, e são nesses meses mais gelados que os pets ficam mais vulneráveis e precisam de mais cuidados. Pra te ajudar a cuidar da saúde do seu lindo pet com amor e responsabilidade, a Petlove possui cinco tipos de planos de saúde que garantem aí uma rotina de cuidados acessíveis, segura e prática, onde você tem acesso a clínicas, vacinas, exames e consultas… Tudo isso com economia e sem surpresinha no seu orçamento. — A gente não gosta de surpresinha. —
Isso tudo porque o plano de saúde Petlove cabe no seu bolso e possui a maior rede credenciada do país. A contratação é prática, você faz tudo aí no digital, tem microchipagem gratuita e tem proteção aí pra todos os pets, tá? Independente da idade, raça, porte ou doença. Famílias grandes — assim como a minha — têm desconto cumulativo. Plano e Saúde Petlove, se tem pet, tem que ter. E usando o nosso cupom exclusivo “PONEI50” — amo, tudo junto, maiúsculo, sem acento em “pônei” e 50 em numeral —, você ganha 50% de desconto na primeira mensalidade. — Clica no link que eu deixei aqui na descrição do episódio e já vai contratando aí o plano do seu pet. — E hoje eu vou contar pra vocês a história da Márcia. Então, vamos lá, vamos de história.
[trilha]Márcia vem de uma família aí pai, mãe e ela. Quando Márcia já estava adulta, a mãe dela engravidou e teve aí um garotinho. [efeito sonoro de bebê chorando] O relacionamento da Márcia com a mãe sempre foi complicado porque a mãe é aquela pessoa que, se você fala um “A” ela já se faz de vítima. — Sabe aquele meme, [risos] não? Que a pessoa encostava no outro, a outra caía no chão, rolava, exagerando? [risos] Então, tipo isso. Essa é a mãe da Márcia. — Quando Márcia fez seus 18 anos, ela saiu de casa, foi trabalhar, foi fazer as coisas dela, enfim, não teve oportunidade de cursar uma faculdade, mas conseguiu trabalhar, subir no cargo dela, fazer alguns cursos técnicos ali, enfim, foi progredindo. Quando Márcia estava com seus 20 anos, nasceu aí seu irmão. O tempo passou, nesse tempo, Márcia conheceu Evandro e eles começaram ali um relacionamento, noivaram e casaram.
Evandro é o marido perfeito, incrível, parceiro… Eles viajam, eles passeiam… Márcia está agora de 32 para 33 anos, o Evandro tem 37. — Então, assim, é uma idade boa. — Está pensando ainda em ter filhos, mas tudo a seu tempo, se organizando, enfim, um casamento bem legal… A vida foi seguindo, Márcia tendo pouquíssimo contato com a mãe e a mãe foi criando o menininho também de uma maneira complicada. O menino, quando ele estava com 7 anos, a Márcia foi lá numa festa de família e o menino deu um monte de chute na canela do Evandro e dela, assim, também um menino complicado. A vida foi seguindo até que chegamos ao ano passado… A mãe da Márcia sempre foi dona de casa e o pai sempre teve trabalhos mais simples e tal, e nunca se interessou, por exemplo, de dar entrada numa casa própria — nem assim, sei lá, num programa da CoHab ou Minha Casa, Minha Vida, ele nunca se interessou —, tinha renda? Ganhava dois salários mínimos, tinha como.
Então, a família, até o ano passado, sem nenhum imóvel próprio, o pai ganhando esses dois salários mínimos, mas assim, se virando… Nunca pediram dinheiro pra Márcia, nada. Ano passado, o pai da Márcia, que não foi um bom pai também, se aposentou… A partir do momento que o pai da Márcia se aposentou, ele falou pra mãe da Márcia: “Eu quero o divórcio. Vamos na justiça, eu te dou metade da minha aposentadoria, 50% da aposentadoria você pode ficar e cada um leva a sua vida”. Ela, uma dona de casa, então obviamente, ele teria que dar a pensão e ficou estipulado isso: 50% da pensão pra ela, 50% da pensão pra ele e a guarda da criança compartilhada, de uma maneira que não teria pensão, os dois pagariam ali pelas coisas do menino e o menino podia morar com o pai que mora em dois bairros de onde a mãe da Márcia morava. — Enfim, fizeram um bem bolado lá que ficou metade da aposentadoria pro pai da Márcia e metade pra ela. — Ela nunca recolheu um INSS, então também, assim, sem nenhum auxílio dela própria, né? O menino, o irmãozinho da Márcia, com 12 anos, parou de ir pra escola.
Acho que com 11 anos já ele não queria ir pra escola, dando muito trabalho e a mãe e o pai em cima, mas assim, parou de ir pra escola. A mãe da Márcia teve esse garotinho — chamado “raspa de tacho” — quando ela tinha 48 anos e agora ela tá com 60 anos. — E, gente, 60 anos é novo, né? E ela nunca trabalhou, enfim. — E aí, separaram, só que agora tinha uma questão: Com um salário mínimo apenas a mãe da Márcia não conseguia pagar o aluguel. E aí, adivinha o que aconteceu? Mãe da Márcia, mais o irmão, foram morar no apartamento da Márcia. Faz três meses que eles estão morando com a Márcia e a Márcia tá desesperada. O apartamento é um apartamento de dois quartos, mas é um apartamento pequeno. A mãe tá com o menino num quarto e ela com o marido no outro quarto. — Sabe casinha de boneca? Tudo arrumado… Casinha que você vê, apartamentinho legal que você vê no Instagram… Cozinha conceito aberto, tudo arrumadinho, os dois trabalhando fora, então assim, não suja muito. —
A casa tá um caos… O moleque tem 12 anos e quebra tudo. Se apropriou do videogame do Evandro e quebrou, quebrou a televisão de sei lá, 50 e tantas polegadas da sala, bateu alguma coisa e trincou a tela… — Quer dizer, não tem o que fazer, tem que comprar outra, tá lá trincada. — A mãe passa o dia inteiro cozinhando as coisas que a Márcia compra do jeito que ela quer, que é um jeito que a Márcia não quer comer, e ela desperdiça coisas. Então, assim, faz uma panela enorme de arroz e no outro dia o arroz tá no lixo porque quer arroz novo. Monopoliza a outra TV que está no quarto da Márcia… Às vezes a Márcia chega e a mãe está deitada na cama dela assistindo TV porque a TV da sala quebrou. Então a Márcia agora pôs a TV dela pra sala e tá sem TV no quarto. O Evandro não tem mais sossego e não tem mais aquela coisa da intimidade da casa dele, de poder, por exemplo, andar de cueca. — Não pode, porque tá lá a mãe, tá lá a criança, enfim… —
De manhã ela já falou: “Mãe, a gente precisa usar o banheiro… Primeiro que vocês vão ficar aqui o dia inteiro e a gente tem que sair pra trabalhar”, eles monopolizam o banheiro. O menino a Márcia matriculou na escola, começaram as aulas, ele não foi ainda. Não quer ir, não quer terminar a aula, não quer fazer curso, não quer nada. A mãe não quer trabalhar… A mãe tá achando que morar na casa da Márcia é definitivo. A Márcia já falou que não, que ela tem que se virar, que ela tem que dar um jeito, alugar alguma coisa, mas ela fala: “Com um salário—mínimo eu não consigo”, só que ela tá novona, com 60 anos. Ela cozinha, sei lá, vende brigadeiro, gente, vende torta, faz bolo, sei lá, faz alguma coisa… “Ah, mas eu não quero”, porque a casa que eles alugavam era num bairro um pouco mais afastado, mas era uma casa boa, arejada, né? E agora, se eles forem alugar, a mãe e o menino, uma casa, provavelmente vai ter que ser tipo uma casa nos fundos, dois cômodos no fundo… Gente, eu passei a minha vida toda em dois cômodos no fundo e não morri…
A mãe não quer dois cômodos no fundo, quer uma casa arejada… Sem ter dinheiro, gente? Márcia já falou pro menino ir morar com o pai, só que o pai foi morar com a irmã e a irmã falou: “Olha, você é muito bem—vindo aqui, tem o quarto, mas a gente já tá na faixa dos 70 e tal, a gente não quer criança aqui, porque vai virar um caos”. A irmã dele é casada, os dois estão na faixa dos 70 anos e o pai da Márcia tá morando lá com 65 no quarto dele, que é definitivo. — Então, ele vai ficar por lá. — Agora, ele não falou na guarda então que ele ia abrigar o menino? Então ele tem que pagar pensão pro menino, não é isso? Então, não tem que mudar essa guarda, gente? Enfim… Márcia só chora, o marido dela é incrível, tá fazendo o que pode, mas ele já tá saturado. Ela acha que uma hora o casamento dela vai azedar, porque o Evandro falou: “Olha, tudo bem aguentar sua mãe aqui, sei lá, uns 6 meses, mas definitivo, Márcia? Não tem como… Mesmo por que a gente não tem planos ainda pra ter filhos? Eles tão ocupando o outro quarto, o que a gente vai fazer?”.
E eles não têm dinheiro, Márcia e Evandro, pra mudar de apartamento. O apartamento deles é comprado, financiado, então assim, tem muitos anos ainda pra pagar. Eles não têm como arcar com um aluguel pra mãe, o dinheiro deles dá pra fazer as coisas, eles não têm como arcar com mais um aluguel. — Pra mãe ir morar em outro lugar e pagar a água da mãe, luz da mãe, sei lá. — A mãe tem que trabalhar e ela não quer trabalhar. E aí o argumento dela é que ela cuidou da Márcia, que ela sustentou a Márcia até os 18 anos. — Então, se for assim, a Márcia tem 18 anos, então pra sustentar a mãe. Então agora dos 60 até 78, sabe? — Esse é o argumento dela: “Se eu te sustentei 18 anos, você também pode me sustentar 18 anos”. Gente? Tanto o irmão quanto a mãe, eles recebem muitas visitas na casa da Márcia… E a Márcia falou: “Andréia, eu não me sinto bem de gente que eu não conheço estar aqui. Tipo, eles estão aqui de favor e eles trazem pessoas na minha casa. Eles tipo confraternizam quando a gente não está com pessoas, e eu já falei que não quero”.
Que não é assim, que a Márcia não fala nada, a Márcia fala, mas a mãe só faz o que quer, o irmão só faz o que quer e o Evandro está saturado. O Evandro não fala porque ele acha que quem tem que falar é a Márcia. Eu acho que ele está certo… É sua família, você lida com a sua família, você se vira. O que ele está fazendo é tolerar, e assim, né? Mas já está no limite também. — Isso só três meses, gente… — E aí a Márcia queria conselhos do que fazer, porque a mãe dela já falou que é obrigação da Márcia sustentar a mãe pelo menos aí por 18 anos, que foi o tempo que ela sustentou a Márcia. Eu falei: “Márcia, você sabe se tem algum imóvel aí dois cômodos para sua mãe alugar?” e ela falou: “Andréia, eu já vi dois cômodos, 400 reais, aqui perto” e eu falei: “Então faz o seguinte, você tem os documentos da sua mãe? Vai lá, é direto com o proprietário, você faz o aluguel, paga pelo menos você esses primeiros 400 reais aí que tem que deixar de calção. E aí, mano, você pega todas as coisas da sua mãe, o dia que ela sair com o seu irmão, e leva para essa casa e troca a sua fechadura. E aí você fala: ‘agora vocês vão morar aqui'”.
Compra um fogão usado, uma geladeira usada, a cama ela trouxe, você leva a cama e faz isso, gente, porque não é possível. Fala: “Agora a senhora vai viver aqui, o salário mínimo é R$1.400? Você paga 400 aqui de aluguel e tem 1.000, e aí é trabalhar”. Nem é nem que a Márcia não quer sustentar a mãe, o salário dela não dá para sustentar a mãe e o irmão ainda… O irmão acho que tem que despachar para o pai de qualquer jeito, se for o caso, né? Mas a Márcia está, assim, perdida… Eu acho que tem que ser um pouco extrema, porque a mãe já disse que não vai sair, que vai ficar, então você tem que fazer isso, arrumar os dois cômodos bem ajeitadinho ali, entendeu? Você vai gastar, sei lá, uns mil e pouco? Vai, mas é pela sua paz. Parcela, paga o calção, pega uma geladeira…. Porque a mãe acabou vendendo, eles venderam, dividiram as coisas, venderam e tal. Ela só ficou com cama, guarda—roupa. Então, camas, duas camas e o guarda—roupa já tem, já bota lá. Compra um fogão usado, um micro-ondas usado, uma geladeira usada, já resolveu aí.
Uma mesa, duas cadeiras, precisa só de duas… E, ó, troca sua fechadura, é isso. Eu dava até a TV, leva a TV que está aqui, que já quebrou uma, a maior já quebrou, a menor leva essa menor que depois a gente compra uma e eles ficam lá, tem TV, tem tudo e tem mil reais por mês. E aí, gente, correr atrás, não tem o que fazer assim, né? É a única solução que eu vejo, gente… O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, Déia, oi, gente, aqui é a Elô de Curitiba, Paraná. E o que eu tenho a dizer para a Márcia é: tome uma atitude, minha filha. Vá, resolva a situação, tira a sua mãe e o teu irmão da sua casa. Pessoas ruins, pessoas folgadas… Você vai destruir o seu casamento, que estava perfeito, sua casa maravilhosa, que era do jeitinho que você queria por duas pessoas dessas? Jamais, jamais… Primeiro, que o acordo do teu pai e da tua mãe com essa criança foi guarda compartilhada, não é por isso que ele não paga pensão? Então, ele que tem que cumprir com o que ele acordou, senão entra na justiça de novo. E tua mãe é uma folgada… Como assim você tem responsabilidade por ela por 18 anos? Não é assim que funciona, eu sou advogada, posso falar. Só é sustentada quem realmente não tem condições de se sustentar. Tá nova, cheia de saúde, vai trabalhar… Que isso? Troca sua fechadura, vai viver sua vida e deixa esse povo para lá.
Assinante 2: Fala, galera, aqui é o Vinícius, eu moro em Belo Horizonte… Mais uma vez, eu fico muito surpreso em como as pessoas conseguem ter uma falta de noção tão grande a ponto de esperar que os outros simplesmente as sustentem. Eu fico pensando também em como deve estar sendo para o Evandro ter que administrar uma bomba que caiu no colo dele e, por mais que ele seja um rapaz show de bola, não acho justo com ele ter que penar com tudo isso. Eu acho que essa é a hora da Márcia ser tão radical quanto a mãe dela está sendo, antes que a situação se torne verdadeiramente insustentável, né? Eu nem consigo imaginar o quanto essa história pega para a Márcia, mas em alguns momentos, priorizar nós e a nossa vida pode parecer assustador. Eu sei que a vida dela pode sim acabar virando uma novela mexicana, né? Quando ela relocar a mãe e o irmão para outro canto, mas eu acho que tem coisas na vida que são necessárias, embora sejam muito difíceis. No mais, eu desejo tudo de bom para a Márcia e desejo força na decisão que ela tomar.
[trilha]Déia Freitas: Reforce o cuidado com a saúde do seu pet nesse frio, esse é o momento em que o seu pet fica bastante vulnerável, então fica atento aí à saúde do seu pet. Contrate agora um dos planos de saúde Petlove e tenha acesso a clínicas, vacinas, exames, consultas, tudo com economia e sem surpresas no seu orçamento. E usando o nosso cupom “PONEI50”, PONEY50 — tudo junto, maiúscula, sem acento, 50 em numeral —, você garante 50% de desconto na primeira mensalidade, exceto no plano leve, tá? Termos e condições consultem, tá? — Lê tudinho e faz o plano aí do seu pet. E o nosso cupom é válido por tempo limitado, então corre. — Plano de saúde Petlove, se tem pet, tem que ter. — Valeu, Petlove, amada, idolatrada. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]