título: stephanie
data de publicação: 04/09/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #ste
personagens: vinícius, bárbara e stephanie
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]
Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não estou sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a amada Petlove. Cuidar da saúde do seu pet vai muito além de tratar aí as doenças, é sobre prevenir, proteger e garantir mais tempo de qualidade ao lado do seu melhor amigo. Manter a vacinação do seu pet em dia, as consultas de acompanhamento o monitoramento regular, tudo isso é a base para que seu pet tenha uma vida mais longa e feliz. O plano de saúde Petlove não te ajuda só nos momentos de urgência, ele também é o seu parceiro constante no acompanhamento da saúde do seu pet. São cinco opções de planos diferentes, desde o mais básico ao mais completo, garantindo aí os cuidados que seu pet precisa em toda a rede de parceiros credenciados, a partir de um valor acessível por mês.
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[trilha]
Vinícius conheceu uma moça, uma moça muito bacana — muito gente, uma querida, assim —, Vinícius, já com seus 32 anos, a moça com seus 28 anos, tendo uma filha de 7 anos. — A gente vai chamar essa filha de “Stephanie”. — Stephanie é uma criança muito expansiva, muito dada, muito amorosa… Sabe criança amorosa que, assim, quando te conhece, já te abraça e tal? Vinícius falou: “Nossa, que bacana, né? Ela tem uma filha, a filha dela já gostou de mim, meio caminho andado” w ali começou um namoro. Vinícius tendo a casa dele, a moça morando com os pais e a filhinha, Stephanie. Com uns 3 meses, Vinícius resolveu pedir um namoro sério mesmo, né? Assim, fazer um jantar, juntar as famílias, pedir a moça em namoro. — Pedir a moça em namoro, inclusive para a criança, né? Para a Stephanie, aquela coisa. — Tudo perfeito, as famílias se gostando muito. — Assim, pelo menos umas duas vezes no mês, se juntando. Sabe aquele churrasco de domingo? Então, assim, gente, um namoro normal. —
O tempo foi passando, aquele namoro foi se consolidando, mas apenas um namoro, né? Nesse meio tempo, Vinícius foi percebendo que o pai da Stephanie era um cara totalmente ausente. Ele paga 280 reais de pensão, é um cara que esconde bens, enfim, é um cara problemático. E o Vinícius foi vendo que, assim, a Stephanie ela foi se apegando a ele. Por exemplo, na semana do Dia dos Pais, Stephanie tinha uma apresentação e o pai dela disse que estava viajando, que não ia e o avô dela, que é o pai do pai, também não ia. E a namorada do Vinícius falou: “Você quer ir comigo? Porque minha filha tá muito triste”. — Gente, o que você ia fazer? Eu ia, todo mundo ia. Vinícius foi, o Vinícius aplaudiu, o Vinícius tirou foto, o Vinícius levou umas florezinhas para a Stephanie. — Porque, gente, ele é um namorado presente. Se a sua namorada tem filhos, não tem como você não se envolver; você tratar as crianças com frieza, vocês concordam comigo? —
E assim o namoro foi evoluindo… Com dois anos de namoro, Stephanie agora com nove anos, perguntou para o Vinícius se poderia chamar o Vinícius de “pai”. O Vinícius deu uma travada porque, assim, ele já tinha entrado na terapia para tentar resolver algumas questões com a própria namorada, porque, por exemplo, como o cara que a engravidou largou, ela tinha muitas questões com abandono. Quando eles começaram a entrar numa fase de briga, ela querendo que ele não saísse mais com os amigos para jogar futebol de quarta—feira, esse tipo de coisa, a irmã, que é a Bárbara, falou: “Olha, comece a fazer uma terapia, vê isso aí, vê como é que está isso aí”. E aí ele levou essa questão para a psicóloga, eles comentaram sobre isso e o Vinícius ali entendeu que ele não se sentia pai da criança — porque a criança tem um pai —, mas ele, enquanto namorado, estava muito feliz e estava muito satisfeito de conseguir apoiar essa criança também.
Mas ele não se sentia pai, ele não teve coragem de falar isso para a Stephanie e chamou a namorada para conversar, falou: “Olha, a Stephanie veio perguntar se poderia me chamar de eu acho que seria legal você ter uma conversa com ela, para explicar que ela já tem um pai, né? Que ela pode continuar me chamando de “Vi”, como ela sempre me chamou… E eu não sei se um dia a gente, sei lá, for casar, for morar junto, aí a gente pode pensar num outro cenário, mas por enquanto a gente só namora” e essa namorada ficou extremamente ofendida, muito brava e eles acabaram rompendo. 0 Então, foi um namoro de dois anos e pouco que acabou, que tem uma criança envolvida que sentiu muito, sim, mas que, gente, era um namoro. — Vida que segue… Vinícius sofrendo, tratando na terapia, a moça provavelmente sofrendo também. De repente, Vinícius recebe um telefonema de um advogado…
A moça está pleiteando para a Stephanie o reconhecimento de paternidade socioafetiva em relação ao Vinícius. Como eles terminaram, ela quer que ele reconheça esse vínculo para que ele pague uma pensão para a Stephanie. O Vinícius foi pego de surpresa e algumas coisas que estão alegadas no processo: o Vinícius buscava a Stephanie na escola… E por que ele buscava? Porque ele buscava a namorada no trabalho, ele pegava a namorada e eles passavam na escola, todos os dias… — Sim, todos os dias. — E pegavam a Stephanie… Ele buscava a namorada, passava lá, pegava a Stephanie. Segunda—feira de manhã, quando a namorada dormia na casa do Vinícius e trazia a Stephanie junto, eles deixavam a Stephanie na escola, ele deixava a namorada no trabalho e ele ia para o trabalho. Ela anexou essa festa do Dia dos Pais, ela anexou vídeos dos dois nas redes sociais — da criança com o Vinícius — e ela anexou também que ele levou a Stephanie a parques…
Eles fizeram uma viagem com destino para a criança, né? E ele incluiu a filha da sua namorada em todas as coisas, mas não pensando em ser o pai dela, mas sim porque ele amava a namorada. E aí agora tem um processo que ele tem uma advogada que disse: “A gente também vai juntar as nossas coisas, mas cabeça de juiz é cabeça de juiz”. — E ainda, assim, sem morar junto, porque eles nunca moraram juntos, ela conseguiu, sei abrir esse processo. Não sei como… Acho que qualquer um pode abrir processo de qualquer coisa, mas assim, eu fiquei um pouco chocada, gente… Sério, assim, fiquei mesmo. Por que como é que a gente vai querer, por exemplo, se eu tenho uma filha, um filho, é óbvio que eu vou querer um namorado que aceite os meus filhos, que leve meus filhos pra passear, que inclua meus filhos nas coisas, mas como é que depois eu vou acionar esse cara que foi tão… Que fez o básico também, né? Não vamos falar aqui também, não vamos enaltecer, porque está fazendo o básico… Na justiça. E aí agora isso pode ser usado como desculpa para os caras serem frios com os filhos de mulheres que têm filhos? Que sinuca de bico é essa agora, assim? —
Eu fiquei meio assustada com essa história porque… e aí? Porque eu não acho que o Vinícius não fez nada errado. Fez? Não fez nada errado… Mas aí você faz o certo e uma coisa é você querer incluir os filhos da sua namorada ou do seu namorado, porque isso pode acontecer também com maternidade socioafetiva, né? Outra coisa é você querer a responsabilidade daquela criança para sempre, porque é para sempre, até a maioridade, né? Sei lá. Passa a a ser um filho real, assim, sei lá, se tiver coisa de herança, essas coisas… Não sei, essa parte eu não perguntei como funciona, mas como é que faz? Se você achar uma moça decente e bacana com você e você tiver filhos, depois você vai botar ela na justiça para ela ser mãe socioafetiva das suas crianças? Ou você acha um cara bacana que inclui seus filhos, faz viagens com seus filhos, e você convida para ir lá no negócio do Dia dos Pais e ele vai e depois você vai botar ele na justiça para querer que ele seja pai dos seus filhos? Como que a gente sai disso?
Falando até juridicamente mesmo, porque uma coisa é você amar muito uma criança e participar da vida dela enquanto você está com a pessoa que é pai e mãe dessa criança, outra coisa é: “Agora toma que o filho é seu”, como que a gente faz? Tanto a família do Vinícius quanto o próprio Vinícius não acham que ela fez de caso pensado, assim? Que agora que o relacionamento terminou, que ela ficou ofendida, que ela foi atrás disso. — Ela ficou com raiva e foi fazer isso ou ela quer isso mesmo? — Porque, gente, e aí alguém pode falar que: “Ah, mas sei lá, será que esse Vinícius era legal? Se não era legal?”, mas não é essa a questão para mim, porque assim, eu só posso trazer aqui a história do Vinícius e da Bárbara, o que eles me contam. Mas digamos que ele fosse um namorado babaca, mas ele foi um cara decente com a filha dela, isso significa que ela tem direito de querer que ele seja o pai da criança? Essa é a maior questão para mim, assim.
Como é que fica isso? Em termos legais até, né? Porque também, em termos de cabeça, agora o Vinícius está com a cabeça… Está lá na terapia. E a própria psicóloga dele tinha falado para ele isso, né? Logo no começo, sobre a postura de pai e você ser uma postura de namorado legal, mas assim, qual é o limite? Vamos ter que botar um limite? Porque eu acredito que em afeto, ainda mais nesse caso, numa criança que tem um pai biológico que é péssimo, não seria legal que o namorado da sua mãe fosse bacana com você? Mas até que ponto também deixar a criança se envolver? Se você é mãe solo e você sabe que você vai namorar um cara que vai ser legal com seus filhos, mas que esse relacionamento pode terminar, como é que você preserva seu filho também? Porque tem isso, né? Porque, para mim, assim, além de toda a questão jurídica e a menininha agora? A Stephanie? Porque o relacionamento terminou, então a mãe vai ter que trabalhar isso com ela, isso é uma questão que a mãe tem que trabalhar, né? A família da criança.
Mas aí, de repente, será que essa mãe está falando: “Não, ele vai ser seu pai”, e aí chega lá na justiça e não dá certo? Enfim, essa história me deixou um pouco apavorada. E aí vão me perguntar as coisas que ele fazia, são essas coisas. Ele incluía a criança em absolutamente tudo, a criança passava sim dois finais de semana com o pai, mas às vezes o pai não estava e a criança ficava com os avós, mas ela ia. Então, Vinicius falou: “Andréia, nesses dois finais de semana que a Stephanie não estava com a gente, era o final de semana que a gente tinha para namorar, para sei lá, sair em uma baladinha, fazer coisas nossas, mas nos outros dois finais de semana que a Stephanie estava com a minha ex, eu incluía ela em tudo. Então, se a gente fosse fazer um passeio, se a gente fosse num cinema, ia ser um desenho. Se a gente fosse fazer um passeio, a gente ia para uma cidade perto que tivesse alguma coisa para a Stephanie brincar. Se a gente fosse comer alguma coisa, a gente ia priorizar uma coisa que a Stephanie comia. Então, assim, eu incluía realmente ela em tudo. Nas férias, a gente tirou umas férias de 30 dias no final do ano e foi toda voltada para a Stephanie. Por quê? Porque a Stephanie ia estar com a gente. Ela é a criança da relação. Eu teria que fazer diferente isso?”.
“Ah, elas me convidaram para ir no evento da escola do Dia dos Pais, porque o pai e o avô não iam e a Stephanie estava triste, eu ia falar “não”? Eu teria que inventar uma desculpa, sendo que eu queria ver a dança? Eu queria poder falar: “Stephanie, parabéns, você está linda”, sem que ela achasse que eu sou o pai dela”. A relação azedou justamente quando a Stephanie foi perguntar, que ele acha que sim, que tem uma questão da mãe ter falado para ela ir perguntar e ela ter enrolado, não respondido e depois chamado ela para conversar e falado: “Olha, é melhor você explicar para a Stephanie que ela tem um pai, que eu sou seu namorado, que eu amo muito ela, mas que eu não sou o pai dela”, e aí deu a briga que deu e agora estão na justiça. Então, eu acho que tem muitas camadas, muitas camadas… É muito complicado e, para mim, parece que a pessoa que mais vai sofrer é a criança. O que vocês acham?
[trilha]
Assinante 1: Oi, gente… Aqui quem fala é a Natália, de São Joaquim da Barra, São Paulo. Sou advogada de família e quando eu ouço esse relato, eu penso no artigo 227 da nossa Constituição Federal, que estabelece o dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, direitos como a vida, saúde, alimentação, lazer, dignidade, bem como colocar a criança a salvo de todo tipo de violência e opressão. Penso, portanto, que se Vinícius não era família, afinal, apenas um namoro e Vinícius não é Estado, Vinícius é sociedade agindo de acordo com uma norma constitucional. E, ainda que fosse família, sabemos que nas diversas configurações familiares não existe somente a figura do pai e da mãe como pessoas responsáveis por uma criança. Portanto, quando ele buscava a Stephanie na escola, ele estava seguindo a norma constitucional e garantindo a sua segurança. Quando ele a incluía nos passeios, ele estava seguindo a norma constitucional e garantindo seu direito ao lazer, à cultura, à alimentação, apenas agindo de acordo com o nosso direito. Um beijo para todo mundo.
Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, aqui é a Bárbara, sou de Três Corações, Minas Gerais. Eu acho que a mãe está sendo irresponsável com os sentimentos dela, né? Já que ela já tem um pai ausente e agora uma relação que não era de abandono pode se tornar para ela, de rejeição, porque ele tratava ela bem e tal e agora ela tem esse sentimento de rejeição da parentalidade e tal, que não era para ter acontecido, né? Já que o cara dava carinho para ela e tudo mais. Dois anos é muito pouco tempo para você colocar seus filhos assim, para ter uma relação de pai com alguém assim. Eu acho.
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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]