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título: prejuízo
data de publicação: 27/11/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #prejuizo
personagens: sandra e rodnei

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje — de novo — é a Hidrabene, a marca cor de rosinha do meu coração. Tá acabando… A gente tá nos últimos dias da Black da Bene e, se você não garantiu ainda os seus produtos de skincare, corre pra não ficar de fora. Esse é o momento mais esperado, a Black da Bene. Aproveita os descontos e os brindes que a Bene tá dando pra vocês, hein? Eu já separei a reposição dos meus favoritos, Janaína também já separou, pegou os dela e agora é a sua vez de cuidar da pele. — E, ó, fica boneca, fica lindinha… — Vou lembrar aqui como é a dinâmica da Black da Bene.

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[trilha]

Sandra está casada com o Rodnei há 15 anos… Eles têm dois filhos que estudam em escola pública, uma vida, assim, confortável. Há mais ou menos um ano e pouco, o irmão do Rodnei foi lá na casa da Sandra e do Rodnei e disse que precisava de uma ajuda. Ele estava já há mais de um ano e meio desempregado, não conseguia uma recolocação e queria trabalhar de motorista por aplicativo. Ele não conseguia alugar um carro porque tanto ele quanto a esposa têm um nome sujo e ele queria uma ajuda do Rodnei, seu irmão. Sandra achou muito estranho porque ele já chegou falando de um dinheiro que a Sandra recebeu de uma indenização de uma empresa… Sandra demorou 10 anos para receber uma indenização trabalhista que saiu de 28 mil reais e o Rodnei sabia, porque o Rodnei é o marido dela. Rodnei comentou com o irmão e o irmão foi pedir esse dinheiro emprestado para dar entrada num carro. 

Ficou uma situação super desconfortável — e, assim, gente, o dinheiro era da Sandra, tudo bem é do casal porque estão casados e tal, mas é uma indenização que ela ganhou, né?  — e em vez do Rodnei falar: “Eu vou conversar com a Sandra”, o Rodnei, na hora, falou: “Ai, tá bom, mas vamos ver como é que a gente vai fazer… Eu vou conversar com a Sandra e a gente te fala”. Ficou combinado pelo Rodnei que sim, só que ia ver como? Quando o irmão do Rodnei foi embora, a Sandra ficou muito nervosa porque ela falou: “Escuta, como assim você falou sim? Do meu dinheiro? Dinheiro que eu já tinha outros planos, entre eles, colocar as crianças, talvez, numa escola particular.” Rodnei falou que o irmão também tem dois filhos, que a esposa é uma pessoa que gasta demais, mas ainda assim, os pais dela ajudam, as crianças dela estudam num colégio particular que os pais dela que pagam, mas ela é problemática e a Sandra não se dá com ela. 

Ele falou: “Vamos fazer isso pelo meu irmão, a gente faz assim: a gente compra o carro no seu nome, porque o dinheiro é seu, a gente compra o carro no seu nome e ele vai pagando as parcelas do carro e depois ele vê como é que ele vai devolver esses 28 mil reais”. — Gente, é grana, né? — Sandra queria fazer esse bem bolado? Não queria, mas o Rodnei convenceu a Sandra de que o irmão ia pagar. — Acho difícil, mas tudo bem, né? — E a Sandra falou então: “28 não, vamos dar uma entrada de 20 mil e ele vai pagando as parcelas”. O irmão já quis reclamar porque a parcela ia ficar mais alta… Mas ué, não queria um carro pra trabalhar? Além de pagar a parcela do carro, ele tinha que rodar pra conseguir o dinheiro pra se manter… — Então assim, tem que trabalhar bastante, né? — Compraram o carro no nome da Sandra e ele começou a trabalhar como motorista de aplicativo e não só motorista de aplicativo… Você precisava de um motorista pra levar seu cachorro no pet shop, pra levar sua criança, sua avó no médico? Ele virou um motorista, dependendo 100% do carro para o seu trabalho. 

Acontece que, chegou no primeiro mês, ele não tinha o dinheiro para pagar a parcela. Sandra teve que reorganizar as finanças da família e tirar dinheiro de onde ela não tinha para pagar uma parcela de um carro que está no nome dela e que ela não tem nenhum benefício com esse carro. E ela foi lá, discutiu com o marido, com o Rodnei. Rodnei falou: “Ah, é que ele tá no começo, vamos ver o mês que vem, essa parcela vamos pagar” e pagaram… No segundo mês, antes de chegar à data da parcela, Sandra viu uma mensagem dele e falou: “Olha, já vai pagar antecipado, né?”, não, ele estava já avisando que ele não teria o dinheiro da segunda parcela. Rodnei já devia saber, porque o Rodnei chegou na Sandra com metade do valor da parcela, tipo, ele assumiu, o marido da Sandra assumiu, que aquele carro seria quitado e as parcelas iam caindo e quem ia pagar era ele, Rodnei, e a Sandra.  Sandra ficou muito brava, né? Vinte pau do dinheiro dela tinha ido naquele carro, ela não podia perder, não podia deixar o carro sem pagar as parcelas e o cara estava trabalhando praticamente num carro grátis. 

O tempo foi passando e este cara não pagou nenhuma parcela do carro. E assim, são muitos, tem mais uns anos de parcela… E a Sandra foi se enchendo, foi brigando com o Rodnei, isso foi interferindo no casamento deles e a Sandra: “Bom, eu não vou deixar mais isso interferir no meu casamento”. Sandra já tinha conversado com o cunhado, já tinha conversado com a cunhada, já tinha dito que estava difícil pagar as prestações, né? Porque não era uma dívida deles. Sandra fez o que deu, ninguém resolveu e ela resolveu vender o carro que estava no nome dela, passando esse financiamento para frente. Assim que a Sandra tomou essa decisão, ela tinha que dar um jeito de pegar esse carro, porque o cunhado dela não ia entregar e ela não contou nem para o Rodnei. Sandra, junto com um colega de trabalho dela — que a gente pode chamar aqui de “Otávio” — instruiu como a Sandra devia fazer tudo e falou: “Olha, você tem uma chave reserva?” e ela tinha a chave reserva, né? Quando eles compraram o carro, vieram duas chaves e ela só entregou uma chave para o irmão do Rodnei. 

Ele falou: “Olha, a gente vai e pega o carro, mas esse carro tem que estar em algum lugar que a gente consiga pegar”, mapeando ali as coisas da família, a Sandra sabia que, de tempos em tempos, eles iam na casa de uma irmã, tipo, de uma parente… E aí ela falou: “Quando o carro estiver na rua, a gente vai ter que pegar o dia que eles forem nessa parente”. O coração dela batia muito, assim… — Ela não podia contar para o Rodnei, porque o Rodnei não ia deixar e ela também não podia falar que o colega dela de trabalho tinha ajudado, porque senão o Rodnei também ia ficar bravo. — Pegaram o carro e já levaram numa concessionária, que a Sandra ia deixar o carro lá para ver se vendia. O detalhe é que o seguro do carro também estava no nome da Sandra e o rastreador que tinha no carro estava no nome da Sandra, mas estava no celular com os dados do cunhado dela… Sandra teve que tirar ele do rastreador para ele não saber onde estava o carro. — Gente… — Sandra deixou o carro na concessionária, ela já tinha feito o negócio do rastreador antes mesmo de pegar o carro, enquanto ele estava lá dentro da casa, sei lá. 

E quando ela estava voltando embora, ela recebeu uma mensagem do Rodnei dizendo que o carro tinha sido roubado, que era para Sandra acionar o seguro, que eles iam ter que fazer BO. E aí a Sandra esperou o Rodnei terminar de falar e falou: “Rodnei, eu que peguei o carro” e aí um silêncio… “Vem pra casa e a gente conversa”. O Rodnei estava meio passado e ele não tinha contado para o irmão, estava esperando a Sandra chegar para saber o que tinha acontecido. E aí a Sandra falou: “Peguei o carro de volta, botei numa concessionária lá de usados e vai vender, vai repassar o financiamento, enfim, vai resolver. Não vou mais pagar parcela do carro, quero meu dinheiro de volta. Já vou perder dinheiro, que o carro já desvalorizou e tem a questão do financiamento… Então, assim, não, não vai ter mais carro no meu nome”. Rodnei ficou passado e falou: “Sandra, não faz isso, isso vai criar uma briga na minha família… Meu irmão é motorista agora, ele depende do carro pra trabalhar”, “bom, pois ele vai depender do carro de outra pessoa, sua mãe que financia, seu pai, qualquer outra pessoa. Eu não vou mais pagar parcela de carro pro seu irmão trabalhar, a gente tá gastando praticamente dois mil a mais que a gente não tem pro seu irmão trabalhar.” 

Rodnei, com medo da Sandra ficar mal na família dele, queria falar e continuar com a história de que o carro foi roubado então, mentir… Sandra falou: “Não, porque se eles, sei lá, encontram o carro por aí ou se eles dão um jeito de fazer BO, vai me atrapalhar. Pode falar pra sua família que eu peguei o carro de volta e vendi o carro”. Rodnei não tinha coragem de falar, Sandra foi lá no grupo da família e mandou um áudio. A família do Rodnei ficou ofendidíssima, o irmão do Rodnei se fazendo de coitado, não pagou uma parcela, gente… Uma parcela. A coisa começou a ficar feia no grupo e a Sandra falou: “Beleza então, já que vocês estão falando que vocês iam pagar, que isso, que aquilo, a hora que vender o carro, eu vou calcular tudo que eu paguei de parcela, os 20 mil que eu dei provavelmente vão voltar, mais as parcelas… Então, vocês vão dividir aí, ratear e me devolver o dinheiro das parcelas? Eu quero”, mais uma briga no grupo e aí o Rodnei falou: “Não, a minha parte tudo bem”, porque ele deu metade das parcelas. 

Sandra falou: “Da minha parte eu faço questão, mil reais de cada parcela. Vocês vão ter que me pagar, vocês estão me devendo 13 mil, beleza? Vão ratear? Eu quero meu dinheiro” e isso virou uma guerra na família do Rodnei. O cara se fazendo de coitado, o irmão do Rodnei, né? Conversando com um primo ou outro, porque sempre tem aquele povo da família que não fala nada no grupo e vem falar por trás, falaram que ele quase não trabalhava com o carro, que ele usava mais o carro para levar as crianças, para levar a esposa… Por isso que ele não conseguia fazer o dinheiro da parcela, porque ele mal trabalhava com o carro. A cunhada da Sandra chamou ela de megera no grupo e a sogra foi lá e deu uma curtidinha e a Sandra falou: “Pois agora eu quero o meu dinheiro”. A sogra se melindrou porque a Sandra falou: “Família de golpista” no grupo. [risos]

A sogra foi lá, tirou um empréstimo do valor das parcelas e deu para a Sandra. Rodnei ficou super ofendido: “Sandra, você aceitou o dinheiro da minha mãe… Minha mãe vai pagar juros”, “eu não quero saber, não é meu filho, não é filho da sua mãe? por que ele não foi pedir primeiro para sua mãe?” e a idosa lá fez um consignado para pagar as parcelas do carro. Sandra, depois de muito tempo, conseguiu vender o carro, mas teve um prejuízo. Aí eu falei: “Prejuízo de quanto você teve? Porque a sua sogra te deu um dinheiro” e ela falou: “Sei lá, uns dois mil reais, mas eram dois mil reais que eram meus, que eu tô pedindo esses dois mil reais para o Rodnei.” [risos] Sandra disse que não vai ficar com um real de prejuízo. O convívio dela com a família do marido praticamente acabou e eu falei: “Mas e o Rodnei, né? O seu relacionamento?” e ela falou: “Ah, Andréia, a gente brigou, depois a gente ficou de boa e, assim, ele disse que agora a gente não vai mais meter família no meio, porque foi culpa dele, né?” e que ele não quer separar, nada, e que ele vai pagar esses dois mil reais parcelados para a Sandra.

Sandra foi tirada do grupo da família, então ela não sabe muita coisa, só quando ela pega o celular do Rodnei para olhar. Nisso, ela descobriu que esse cunhado dela já tinha pegado um dinheiro de uma outra tia também, que não devolveu, e que agora que a tia viu que a sogra da Sandra fez um consignado para pagar a Sandra, [risos] estava querendo que ela fizesse um outro consignado para pagar a dívida do filhinho querido. Podia acabar assim, né? A Sandra aí tendo seu dinheiro de volta, briga em família, normal, né? Mais um dia no mundo. Mas o irmão, o motorista, arrumou uma advogada e está ameaçando agora processar tanto o Rodnei quanto a Sandra, dizendo que eles estão explorando a mãe do Rodnei e do cara lá, porque ela fez um empréstimo… Sendo que foi um empréstimo para pagar a dívida dele, mas tem o estatuto do idoso e tal, e estão querendo botar em maus—tratos, que eles enganaram a idosa e a idosa deu o dinheiro para a Sandra. 

Sandra não sabe se isso vai virar um processo mesmo, mas a advogada é real… Ela chegou a conversar com essa advogada e ela explicou para a advogada: “Olha, ele pegou meu dinheiro e está tudo lá no grupo. A mãe falou que ia pagar a dívida dele, então se tem alguém que está explorando a mãe, é ele.” Rodnei está com uma gastrite ferrada, porque segundo o irmão dele, vai processar os dois. Ela pode ser processada, sendo que a sogra quis dar o dinheiro, foi lá, fez o consignado e pagou uma dívida do filho? Não deu o dinheiro para a Sandra, porque a Sandra pediu o dinheiro, enfim… Isso pode virar um processo para a Sandra? O Rodnei acha que já está: “Ai meu Deus, a gente vai ser preso”, sabe assim? Ele já está todo desesperado. Sandra diz que o marido dela, o Rodnei, é um homem muito bom com ela, com as crianças, só que ele é mole, é mais assim, meio banana. Então ele está muito preocupado, com medo do que possa virar esse processo. Enfim, gente, não tenho ideia se isso pode virar alguma coisa para a Sandra. 

A Sandra disse que no prejuízo, ela não vai ficar, com prejuízo nenhum. Então, se tiver que devolver esse dinheiro, o Rodnei que se vire, faça um empréstimo e devolva, que ela não vai ficar no prejuízo. O que vocês acham? 

[trilha]

Assinante 1: Olá, nãoinviabilizers, aqui é a Natalia de São Joaquim da Barra, São Paulo. Eu sou advogada e, primeiramente, para entrar com um processo contra outra pessoa, a gente precisa ter algo que nós chamamos de “legitimidade”. Então, eu só posso entrar com um processo contra alguém quando essa pessoa me feriu, me lesou, me danou de alguma forma e não quando ela fez isso contra outra pessoa. É claro que existem algumas exceções, mas isso são exceções… Nesse caso, aparentemente, essa sogra está lúcida, então eu entendo que o filho não teria capacidade de representá—la num processo e, sim, somente ela teria essa legitimidade. Além do mais, nessa situação, a gente tem algo que a gente no direito chama de “assunção de dívida”, que é quando um terceiro, que não tem nada a ver com a história, assume a dívida de um devedor e libera ele desse encargo. Nesse caso, a sogra assumiu a dívida do filho, pagou pra Sandra o dinheiro que ele devia e o liberou desse encargo. A assunção de dívida acontece quando o credor também aceita que esse terceiro, que não é envolvido com a situação, pague essa dívida e a Sandra aceitou, ainda que não tenha sido por um contrato escrito. Então, a relação jurídica entre Sandra e cunhado e Sandra e sogra está extinta, a dívida já foi paga, a situação já foi resolvida. Fica tranquilo, Rodnei, um beijo e boa sorte no processo.

Assinante 2: Olá, nãoinviabilizers, aqui é Natália, do Mato Grosso. Eu sou advogada e minha dica pra Sandra é pegar todas mensagens, todos os documentos, as conversas em que ela comprove que, na verdade, esse empréstimo foi feito em beneficio do cunhado, levar até o cartório e pedir pra fazer uma ata notarial, pra ter prova caso tenha um processo judicial, até porque, nós somos livres civilmente para processar quem nos quisermos, desde que uma alegação fundada, né? Então, ela tendo essas provas, ela já consegue se eximir de alguma responsabilidade, ela e o esposo, e de quebra já consegue comprovar aí que quem está lesando o idoso é o cunhado. Espero, Sandra, que dê tudo certo pra você porque você está fazendo tudo muito certo. 

[trilha]

Déia Freitas: Aproveita, são os últimos dias da Black da Bene e vai lá garantir os seus produtinhos favoritos, com os melhores descontos do ano. — Sério… — Você vai me agradecer quando você sentir aí a sua pele limpa, hidratada, protegida, com o melhor que aí a marca tem a oferecer pra você. — Gente, é só produtos de qualidade. Eu tenho meus kits lá… Se você for escolher um kit, escolhe o meu kit, escolhe o meu kit que você vai amar. — São descontos e brindes pra produtos individuais e pra kits tem brindes personalizados, ó, tá uma loucura. Aproveita que são os últimos dias da Black da Bene, corre lá no site, vai aqui pelo meu link que tá na descrição do episódio e, gente, Hidrabene, te amo como sempre, você faz tudo… Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]