Skip to main content

título: artesanato
data de publicação: 31/08/2020
quadro: picolé de limão
hashtag: #artesanato
personagens: paulo, cleiton e dona geralda

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… A história de hoje é a história de dois caras, do Paulo e do Cleiton, é isso, é mais uma história de empresa. O Paulo, na verdade, ele escutou aquela história nossa “Bailarina”, ele nem é do Twitter, nada, foi uma pessoa que mostrou pra ele no Telegram e ele ouviu. E ele tá passando por uma coisa que não é tão parecida, mas é mais ou menos a mesma vibe, e aí eu achei engraçado e eu quero contar isso pra vocês.

[trilha]

O Paulo tem 36 anos, ele trabalha numa seguradora muito, muito grande, dessas que fazem até seguro de obras de arte, coisa fina mesmo. E ele tem um chefe muito influente, muito poderoso, que é o Cleiton, e ele é chegado nesse chefe assim, ele é próximo, mas não, eles não têm intimidade como amigos, eles são próximos no trabalho. Então tudo que o Cleiton faz, o Paulo tá ali junto, ele é meio que o braço direito do cara. E o Paulo tá crescendo na empresa, o Cleiton gosta muito dele e tá tudo dando certo… só que o Cleiton tem umas manias, [risos] o Cleiton ele é um cara supersticioso, então sempre que ele vai fechar um grande contrato, sempre que ele vai falar com alguém importante assim, no trabalho, ele tem uns rituais que ele faz. Então desde, sei lá, tomar — Eu vou dar exemplos aqui que não são as coisas que ele faz, né? Pra não ficar tão específico — banho de sal grosso, ler um Salmo, ter um amuletinho, essas coisas…

Então assim, ele tem rituais que ele faz ligados a religião nenhuma, assim, coisas que ele acha que “ah, o astral vai estar melhor”, ou marca a reunião num dia que ele acha que o astral vai tá melhor, essas coisas, mas ele é supersticioso. E o Paulo é zero supersticioso, acha tudo besteira, acha que atrapalha, mas ele não fala nada, né? Ele vai na onda do chefe dele, então se o chefe dele fala: “ih, essa sala hoje não tá com um astral bom, vamos fazer a reunião na outra sala”, “sem problemas, vamos fazer reunião na outra sala que tem um astral melhor”, ele não questiona e vai levando. Como eu disse, o Paulo tem 36 anos, é divorciado e aí, como ele se divorciou, ele voltou a morar com a mãe dele, então mora só ele e a mãe dele, que é uma figura chamada Dona Geralda.

Ele e a mãe dele fazem muitas coisas juntos assim, às vezes eles fazem umas viagens, umas excursões que a mãe dele gosta e a mãe dele obriga meio que ele a ir junto e ele vai. E a Dona Geralda, ela gosta muito de fazer artesanato, todo tipo de artesanato, então o que passa na TV ali nesses programas da tarde, sabe? Então, se é uma pintura ela faz, se é um crochê ela faz, se é uma cerâmica ela faz, faz tudo. Ela gosta. Só que ela não gosta de tranqueira na casa dela. Ela faz e gosta de dar de presente. Então, o Paulo fala que ela não gosta de tranqueira na casa dela, mas gosta de encher a casa dos outros de tranqueira e, vira e mexe, ela faz algum artesanato para o Paulo. Ele falou que tem coisas que são legais, tipo, quando ela faz um cachecol, uma coisa assim, né? Coisas usáveis. E, às vezes, ela faz tipo, sei lá, um boizinho de madeira. [risos] Não tem função pra ele, sabe? 

Então aí ele já tem uma caixa lá cheia de coisas que ela faz, aí depois passa um tempo ela mesma tá arrumando a casa e vai lá e joga tudo fora, as coisas que ele guardou assim na caixinha, tipo, “ai, que legal, minha mãe me deu, que bonitinho”, e aí a Dona Geralda fala “ah, isso aqui é tudo tranqueira” e joga tudo fora, coisas que ela mesma fez pra ele com carinho e ela acha que é bobagem e joga fora. Então, tem meio que essa vibe… Isso vai ser importante na nossa história. Então, a Dona Geralda, ela tem fases… Tem a fase da pintura em pano de prato, a fase do tricô, a fase do crochê, a fase das madeirinhas, caixinhas de madeira lá, pintadinhas. E agora ela estava numa fase de crochê, e ela queria fazer coisas diferentes de crochê, então a Dona Geralda inventou um chaveiro, que era assim, era tipo uma trança compridinha assim, sabe esses chaveiros masculinos que geralmente é de couro e é uma tirinha assim compridinha?

Só que ela fez de crochê e, assim, como o Paulo disse “sem condição de usar aquele chaveiro”, que era uma coisa meio hippie, só que como ela sabia que o Paulo é um executivo, ela fez o chaveiro dele lá, o paninho, o tricôzinho, na cor preta e falou: “não, você vai usar, você vai usar”, ele falou: “ai, mãe, tá bom, me dá aqui”, enfiou no bolso e foi trabalhar. E esqueceu da vida, né? Vida corrida de executivo, reuniões, depois foi almoçar, mais reuniões, relatórios… O dia passou, voltou pra casa, dormiu, tudo ótimo. Esqueceu do chaveiro da Dona Geralda, nem mexeu no bolso mais, Paulo chegou no dia seguinte pra trabalhar e a secretária dele estava meio aflita e falou: “Olha, o Doutor Cleiton pediu assim que você chegasse pra ir pra sala dele, ele tá péssimo, se prepara. Não sei o que é, não aconteceu nada aqui, ele não falou nada pra ninguém, falou que era pra você assim que chegasse pra ir lá pra sala dele.” [efeito sonoro de tensão] 

O Paulo ficou preocupado, mas pensou que se fosse alguma coisa tão, tão séria assim, ele teria ligado. Então foi tomar um café, viu ali na mesa dele o que ele tinha pra fazer no dia, se organizou e foi pra sala do Cleiton. E, assim, a sala do Cleiton é top, tipo, uma mega sala com um espaço assim, meio que pra tomar café na lateral e do outro lado uma mini sala de reunião, é um espaço amplo assim, bonito, grande. E, geralmente, o Cleiton tá na mesa dele… Quando o Paulo chegou, não estava, estava lá na sala quase no canto da sala de reunião, aflito, péssimo. O Paulo entrou na sala, né, cumprimentou “Bom dia, bom dia. O que aconteceu Cleiton? A Rose falou que você estava aí todo preocupado me chamando”, ele falou: “Meu Deus do céu, você não sabe o que aconteceu, Paulo. Você não sabe o que fizeram pra mim”, pensou Paulo, sei lá, puxaram o tapete dele aqui, né, foi demitido, será? Mas no cargo dele, sem avisar assim, difícil, né? Cheio de coisa organizada já, não tem como.

Aí ele veio vindo assim, o Cleiton veio vindo, meio que assim, bem devagarinho com medo e falou: “Olha ali embaixo da minha mesa, olha ali embaixo da minha mesa”, o Paulo nem pensou em nada, que ele olhou pra debaixo da mesa, [rindo muito] embaixo da mesa do Cleiton estava o chaveiro de Dona Geralda… E o chaveiro da Dona Geralda não tinha aquele ferrinho, sabe, de pôr chave? Era tudo de crochê, era uma coisa pra amarrar a chave ali, o Paulo falou: “Nem sei como que amarra a chave, nem me preocupei com isso porque não ia usar”. E o que deve ter acontecido? Ali naquele vai e vem, entra na sala, sai da sala, traz papel, leva papel, vai pra reunião, ele deve ter tirado o celular do bolso em algum momento e o chaveiro da Dona Geralda caiu na sala do Cleiton.

E agora? Como que ele ia falar? [risos] O Paulo resolveu não falar porque o Cleiton estava surtado “Não, porque olha, aquilo é uma trança. Isso é um pedaço de cabelo, meu Deus, o quê que é isso? Meu Deus quem fez isso pra mim? Um monte de gente veio na minha sala ontem. Paulo, pelo amor de Deus, o quê que a gente faz? Jogo sal nisso aí, o quê que eu faço?” [falando e rindo ao mesmo tempo] — Joga sal, como joga sal? Joga sal? É porque é uma salada, joga sal, azeite e come o negócio… — e o Paulo ficou passado assim, sem saber o que falar e falando: “Não, calma, Cleiton, calma”.

E aí aquela coisa de “Calma Cleiton, não é nada, não é nada”, o Paulo falou: “Eu vou pegar isso aí e jogar no lixo”, o Cleiton falou: “Pelo amor de Deus, não põe a mão nisso aí, não põe a mão nisso aí”. — O chaveirinho [risos] da Dona Geralda — Ele que já estava uma hora disso, do Cleiton pensando em como pegar o chaveirinho. E o Paulo começou a ter uma paranoia, porque assim, a mãe dele, Dona Geralda, tem um Insta. [risos] A Dona Geralda tem um Insta que ela posta os artesanatos e ele estava em dúvida se a mãe tinha postado o chaveiro. Assim, lógico que o Cleiton nem sabe de Dona Geralda nada, mas ele falou: “Do jeito que as coisas são, era capaz de dar uma zica e aparecer lá, sabe, naquele histórico do Instagram, nas sugestões, de repente, aparecia Dona Geralda lá pro cara e [risos] o chaveiro”. 

Só que não dava pra ele pegar o celular e entrar no Insta pra ver se a mãe dele tinha postado o chaveiro de trança, [risos] e aí uma hora que o Cleiton estava falando sozinho, todo surtado lá, ele foi com o lápis pegou o chaveiro de trança da Dona Geralda e, na sala do Cleiton obviamente tinha um banheiro, um banheiro legal, e aí ele falou: “Olha aqui Cleiton, o que eu vou fazer, vou jogar isso em água corrente e não vai acontecer mais nada com você”, foi lá com o lápis, jogou o chaveiro no vaso sanitário e deu descarga. E aí o Cleiton queria que ele jogasse o lápis fora… O lápis fora, que tocou no chaveiro de Dona Geralda, e aí ele falou: “Ah, eu vou jogar, então jogo no lixo aqui”, “Não, não, joga no lixo lá fora”, aí foi lá fora e jogou fora o lápis, Cleiton ficou mais tranquilo. 

Aí eles já estavam meio que no horário de uma reunião que eles iam fora de lá, que era assim, uma mega reunião pra fechar um mega contrato com um cara lá que tem várias concessionárias de carro, então parece que, antes do carro sair, tem um seguro que tem junto o seguro do test-drive, sei lá, mas era tipo pra uma frota de carros. E era uma coisa muito importante, uma coisa que ia gerar um ganho legal pra empresa, então assim, o Cleiton estava todo empolgado. Chegou lá [risos] no cara, porque já estava tudo certo pra terminar de conversar e depois mandar fazer contrato, essas coisas, o cara desistiu [riso] do negócio. Mas, sei lá, gente, desistiu porque ó como tá o país, né? Olha como tá tudo, não foi por causa do chaveiro da Dona Geralda, mas o Cleiton surtou saindo de lá. 

E assim, surtou nível “Olha aí, Paulo, já tá começando a acontecer, meu Deus do céu, que magia que tinha naquela trancinha? O que fizeram pra mim Paulo? O quê que eu vou fazer da vida?”, voltou pra empresa nessa vibe, desse jeito, transtornado. E isso, minha gente, tem quase três meses já do surto de Cleiton, que qualquer coisinha que dá errado na vida dele… E assim, tudo acontece com todo mundo, não é assim, ninguém é especial, as tragédias só acontecem com uma pessoa… E depois daquela reunião o Cleiton deu uma batidinha no carro, mas não foi uma batida que alguém se machucou, que deu PT no carro, nada, uma batidinha, achou que era o chaveiro de Dona Geralda [risos] e várias coisinhas assim foram acontecendo, sabe?

Ele ficou com suspeita de dengue, depois não era dengue, mas quando ele estava com suspeita assim e não sabia o quê que era ele falou: “ai, já tô sentindo, ai meu Deus do céu, vou morrer, vou morrer. O que fizeram pra mim foi pra me matar”, desse jeito o cara, surtado. E aí o Paulo teve a brilhante ideia, porque assim, Dona Geralda engajadíssima no artesanato também é fã de Padre Marcelo Rossi e de outros padres aí que são esses que cantam, são mais famosos. E aí ele já tinha contado pra Dona Geralda “tá vendo mãe, olha o que você fez, agora o meu chefe tá achando que tem alguma magia lá”, e ela falou: “ah, conta pra ele que é meu chaveiro”, ele falou: “agora não dá mais, a senhora… não posso ter esse chaveiro nunca… E joga, se fez mais algum, joga tudo fora”, e ela falou: “ah, tá bom, tá bom, tá bom”.

Só que aí ela deu essa ideia de padre pro Paulo, e o Paulo achou mais fácil porque padre é acessível, qualquer igreja católica tem o padre ali, né? E aí ele sugeriu pro Cleiton que o Cleiton fosse numa igreja conversar com um padre. E, assim, eu vou dar um nome de uma cidade qualquer, mas o Cleiton lembrou que quando ele era pequeno ele foi numa igreja com o pai dele que tinha lá um negócio de água benta, que aquilo era maravilhoso, só que era tipo, sei lá, em Santa Rita do Passa Quatro. E aí, o que Cleiton quis? “Não, vamos, Paulo, você tem que ir comigo nessa, vamos pegar o final de semana, vamos pra Santa Rita do Passa Quatro pegar água benta na igreja”. E o Paulo meio que não teve como falar não. Ele se sente culpado aliás, né, Paulo você é totalmente culpado, né? Não é se sente culpado… — Você é culpado, né? [risos]

E aí ele foi com o Cleiton pra Santa Rita do Passa Quatro, e eles pegaram água benta, ele conversou com o padre, o padre meio que falou: “não, meu filho, sei lá, reza aí um Pai Nosso, uma Ave Maria, pega uma água benta e beleza”, depois de conversar com o padre, o Cleiton ficou mais calmo, ficou mais tranquilão, falou: “não, essa água benta aqui vai me dar uma recuperada, já tô sentindo meu astral subindo, já tá tudo bem”, e aí eles pararam na estrada, tipo um desses Graal da vida aí pra comer. E, no estacionamento, antes de descer do carro ele fez um agradecimento pro Paulo e falou: “Olha, Paulo, nossa, o que você tá fazendo por mim, né? A gente sempre trabalhou junto, mas a gente nunca foi tão chegado, e você tá me dando essa força nesse [segurando o riso] momento difícil que eu tô passando agora… Eu sei que você é uma pessoa que eu posso contar, muito obrigado” e o Cleiton foi pra cima do Paulo [efeito sonoro de surpresa] e deu um beijo [risos] na boca do Paulo.

Tentou tipo, sabe assim, quando você vai “Éhh” com a língua? [risos] O Paulo ficou passado, tipo, deu meio que um pulo pra trás, mas ele estava dentro do carro não deu pra ir muito pra trás, né? E aí ele viu assim o Cleiton de olho fechado, com a boca aberta — indo pra cima [risos] dele — e ele meio que afastou assim o Cleiton e falou: “Meu, que isso? Que isso?”. E aí o Cleiton acho que saiu do transe que ele estava, ele falou: “Ô, cara, pô, me desculpa, eu entendi errado”, “entendeu errado? entendeu o quê?”. O Paulo acha que não deu nenhum sinal, tipo, sei lá, “Tô interessado em você” e, assim, o Paulo é hétero e sempre achou que o Cleiton também fosse porque o Cleiton inclusive é casado, tem filho e o caramba. E ele ficou sem ação, né? E ele falou que aí depois o Cleiton já falou assim: “Não cara, eu sou hétero também, desculpa, foi só… sei lá, o que me deu”. — Daqui a pouco ele vai falar de novo que é o chaveiro. —

E aí eles voltaram, eles nem desceram do carro pra comer, o Cleiton já ligou o carro ali e eles já seguiram, voltaram pra casa. Ele deixou o Paulo em casa e foi embora. E aí depois, no dia seguinte, ele estava meio estranho, mas aí fizeram o que ele tinha que fazer, reunião, essas coisas. Só que assim, ele sai muito com o Cleiton pra essas reuniões externas e agora ele tá meio assim, porque eles já saíram mais umas duas vezes pra reunião externa, o Cleiton não tentou mais nada, mas tá um climão. Eles não conversam mais e estão assim agora. Pelo menos a água benta funcionou, né? E aí, o Paulo quer saber da gente o que ele faz, porque assim, ele falou que agora parece que o Cleiton não dá abertura pra ele tocar no assunto, pra eles conversarem sobre o que aconteceu no carro. Ele tá assim, agindo como se nada tivesse acontecido, só que tá esquisito e ele falou que de repente ele tem medo de chegar lá e ter perdido o emprego um dia desses, né? Sei lá.

E aí, o que vocês acham? Porque assim, né, além de tudo, a atitude do Cleiton que é chefe do Paulo foi mancada, ir pra cima do cara pra beijar assim um funcionário, porque eu sempre acho errado, sempre. Aí agora ele tá nessa, ele continua tentando levar as coisas como era antigamente, mas falou que o Cleiton meio que deu uma mudada com ele, pelo menos não tá mais surtado, né? Mas falou que tá punk o negócio. O quê que vocês acham? O que ele deve fazer? Eu não acho que ele devia chamar o chefe dele pra conversar sobre uma coisa que aconteceu no carro. E eu perguntei isso pro Paulo: “Você acha que você tem que falar isso pra ele porque você está se sentindo mal?”, ele respondeu pra mim que não, que ele quer falar isso pra ver se tira esse clima, né?

Então não sei, eu acho que não vai funcionar, porque se fosse ainda pra ele falar alguma coisa, pra ele desabafar, se fosse terapêutico pra ele, falava: “tudo bem, vai lá e fala”, mas não, ele quer só meio que ver se resolve. Mas não sei, acho que não vai, acho que vai piorar. O quê que vocês acham?

Nós temos o grupo no Telegram que chama Não Inviabilize, entra lá, deixa o seu recado pro Paulo, o que você acha, como que ele tem que fazer, se tem que conversar, se não tem… Toda história tem um título, o título dessa história é “Artesanato”, então hashtag artesanato, vai lá, comenta, usa sempre a hashtag que fica mais fácil pra gente organizar. Nós somos em mais de 1.600 já no grupo, então vai lá, comenta, que o Paulo está entre nós já aí no grupo e vai ficar lendo vocês. Um beijo e até a próxima história.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.