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título: miguel
data de publicação: 08/10/2020
quadro: luz acesa – especial halloween
hashtag: #miguel
personagens: miguel

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… E aí? Gostaram da nossa primeira Semana do Terror? E hoje, a gente vai ter a última história da Semana de Terror do nosso especial Halloween e, amanhã surpresinha, historinha de amor. Lembra que eu falei pra vocês que eu ia contar quatro histórias de amor? Então, esse mês de segunda a quinta, a gente vai ter história de terror por causa do Halloween aí, mês de outubro. E toda sexta-feira uma história de afeto, porque eu quero dedicar essas histórias de sexta-feira para duas lindas que eu amo do podcast “Afetos”, as minhas incríveis Karina Vieira e Gabi Oliveira que falaram de mim no episódio “Fofoca”, [falando e rindo ao mesmo tempo] eu amei, foi muito engraçado e muita gente chegou aqui, né, pelo podcast “Afetos”, sejam bem-vindos, todos aí que chegaram pelas meninas. Então, as sextas-feiras agora de outubro, com histórias de amor e de afeto, são dedicadas as minhas lindas Karina Vieira e Gabi Oliveira. [efeito sonoro de beijo]

Então vamos lá, vamos de recado primeiro, vai ser rapidinho. Quero falar pra vocês do trabalho de umas pessoas que eu gosto, e eu pensei, né, em vez de ficar aqui falando deles e tal, vamos fazer uma coisa mais dinâmica. Não sei se vocês conhecem o “Mundo Freak”, acredito que sim, é um podcast muito legal, e eles dia 26 de outubro, eles vão lançar uma série de ficção chamada “Algo estranho com Natália”, então vai ser babado, né? E aí, o que eu pensei? Em vez de ficar aqui falando “Ai, o quê que vai ser, a série Natália, nã nã nã… Da gente assistir, né, ouvir esse primeiro episódio e depois comentar lá no grupo. Eu vou criar uma hashtag pra esse episódio, aí a gente comenta lá no grupo, fala e tal, e todo mundo ouve, e eu acho que vai ser mais legal do que ficar aqui falando meia hora sobre isso, né?

Outro que eu quero falar muito que é um amigo meu, muito querido. Eu fui jurada de um concurso dele agora de contos de terror, inclusive, no último dia de outubro que é o Dia de Halloween mesmo eu vou contar uma das histórias lá, que foi uma das histórias escolhidas, que é a história da Vivi e eu vou contar aqui pra vocês, então é a história lá do concurso do Tanto. E aí eu quero fazer a mesma coisa com o Tanto, ele tem um podcast agora muito legal que chama “Um conto e Tanto”, e aí eu quero pegar uma história lá, a gente cria uma hashtag pra comentar no nosso grupo, nosso grupo tem mais de três mil pessoas… E aí a gente comenta lá, pega uma história, vou escolher uma e a gente pega um dia, vou ver também o dia certinho e a gente faz isso.

Tô pegando tudo aqui galera, coisa de terror, né? Pra gente aproveitar o mês aí pra falar disso, aí tem a minha queridíssima “Véia dos Causos”, que também tem um podcast agora e também vou pegar uma história da Véia pra gente comentar. Então aí a gente comenta lá no grupo e… Ai, faltou o Ramon, o Ramon Vieira, ele não tem podcast, ele não é voz, mas ele tem uns textos muito bacanas de terror lá no Twitter, e aí eu vou pegar também uma thread dele e uma história, pra gente comentar. E fora esses meus queridos que eu conheço, uma galera que eu convivo, tem um podcast, gente, que chama “Audiobooks”, ele é de um ator chamado Carlos Eduardo Valente. Meu, o cara é incrível, o cara é demais e eu quero pegar também uma história de lá pra gente poder comentar, então também vou criar uma hashtag pra uma das histórias que o Carlos narrou. Ele faz narração perfeita, ele é incrível. E aí a gente vai comentar lá no grupo. 

Então essa parte eu já vou colocando o link lá no grupo, a gente vai conversando, vou deixar aqui nesse episódio o link de todo mundo que eu falei aqui e, se você tem aí um podcast ou se você tem um lugar com textos de terror, aproveita esse mês aí que toda quinta-feira eu vou estar aqui dando os avisos. Quero focar um pouco mais essa série aí que eu tô muito interessada da Natália do “Mundo Freak”, os contos dos meus amigos, né, que eu citei aqui e no Carlos. Então se você também tem aí seu trabalhinho, me manda que eu falo aqui, coloco o link aqui no episódio. Então, vamos de história.

Gente, a história do Luz Acesa de hoje, é a história de um senhor e eu dei o nome pra essa história de “Miguel”, que é o nome dele. Então vamos lá, vamos contar a história do Seu Miguel. 

[trilha]

O Seu Miguel, ele trabalhou muitos, muitos anos numa gráfica, e aí a gráfica começou a ficar mal das pernas e tal, demitiu Seu Miguel. E ele, já com uma certa idade, ele não conseguia trampo em lugar nenhum. E aí a coisa foi apertando, foi apertando e ele não conseguia trabalho, e aí é aquela coisa, né, quando você não tem outra alternativa, você tem que criar alguma coisa. Então ele foi na garagem da casa dele, ele criou uma empresinha ali de brinde, sabe? Caneta, carimbo, essas coisas. E foi levando, fazia uma coisa aqui, uma coisa ali, pra sustentar a família, então, não é que ele era um empresário, né, era a única alternativa que ele tinha, fazer ali um pequeno negócio pra poder virar alguma coisa e sustentar a família dele.

E aí, ele foi levando até que bem, assim, quando eu digo “bem”, né, no nosso caso que não somos empresários que não temos investimentos é dando ali pra pagar as contas e comer, esse é o “bem”. E aí a coisa foi indo, foi indo, e só que aquele negócio, né, é… Negócio novo, o certo seria você ter um caixa ali, né, uma reserva para a hora que apertar você ter de onde tirar para se manter, só que, né… Mais uma vez, no caso do pobre, da gente, a gente nunca tem isso, é sempre cobrir um santo pra descobrir outro. [risos] Quero muito sair dessa fase um dia. 

Mas o Seu Miguel estava ali, que nem todos nós, né? A maioria dos brasileiros, lutando para cobrir um santo descobrindo outro. Só que aí o negócio apertou mesmo e ele já estava vendo que ia começar a faltar coisa em casa, e ele desesperado. Ele é um homem de muita fé, então ele mantinha ali as portas da empresinha dele, né, de garagem abertas e sempre naquela “Não, gente, tem que acontecer alguma coisa, pelo amor de Deus”, fazendo as orações e querendo muito e nada. Aí um dia ele tá lá, né, já olhando pra aquele monte de carimbo, aquelas canetas e pensando “Meu Deus, meu Deus, o quê que eu fiz?”, aí o celular dele tocou… [efeito sonoro de celular tocando] o celular dele tocou, o quê que a gente pensa quando o nosso celular toca? Cobrança, [risos] cobrança.

Aí ele falou “Eu vou atender porque, né, eu não converso com ninguém, eu tô tão às moscas aqui que a cobrança já é alguma coisa”, quando ele atendeu o telefone era um cara que tinha encontrado um anunciozinho dele no Google lá, de um trabalho que ele tinha feito, então ele montou, sabe esses sites de lugar de site pronto? E vai saber como na busca foi aparecer o trabalhinho que Seu Miguel tinha feito lá pra um outro amigo dele numa firma, o cara trabalhava numa firma grande e conseguiu um trampinho pro Seu Miguel nessa empresa grande. 

E aí o cara viu, e o cara falou: “Olha, você não quer vir aqui pra gente bater um papo?”. Era um cara do setor de marketing lá de uma empresa grande, e ele falou: “Ah, a gente tá querendo fazer uma coisa, mas eu vi que o senhor tem a empresa do senhor, é meio que uma empresa de carimbo, você faz alguma coisa de gráfica também, tá na periferia. A gente tem um projeto aqui pra trazer as pessoas do entorno”. Então era uma empresa grande, tipo uma fábrica, perto do bairro do Seu Miguel. Então, a empresa tinha um projeto pra trazer a periferia do entorno pra participar da empresa de alguma forma, e aí era uma chance pro Seu Miguel, não custava nada ir até lá e ver o quê que era, qualé que era, né?

Seu Miguel pegou a pastinha dele, pegou os brindeszinhos dele ali de amostra e marcou, né, a data e foi. E naquela “Ai, meu Deus, meu Deus, será que vai rolar? Será que vai rolar? Bom, se não rolar depois eu vou pensar em outra coisa pra fazer, sei lá, né, vou vender pano de prato na rua”, e ele foi, chegou lá na empresa. Então era uma empresa, uma fábrica, e aí ele ficou sentado lá, ele falou na recepção, ficou sentado tipo num pátio. Então a galera devia tá lá em produção, trabalhando e ele estava num pátio sozinho, então assim, pensa num lugar que tem os bancos, tipo uma escola, mas não é uma escola; sabe quando a escola tem a quadra ali? E aí fica aquele espaço grande vazio? Mas não era uma quadra, era um pátio. 

E ele ali sentado, ninguém no pátio e ele com a pastinha, né, e “Ai, meu Deus do céu, será que vai rolar? Meu Deus, a empresa é grande, será que vai dar em alguma coisa?”, e que ele tá lá pensando, né, e até rezando ele ouve uma musiquinha, um cara [efeito sonoro de assobio] cantarolando, assobiando uma musiquinha, e é uma musiquinha da igreja de quando ele era criança, uma música que ele não ouvia, sabe, há muito tempo. E ele ali falou: “Nossa” né? E aí era um senhorzinho que estava varrendo umas folhas, porque era um pátio que era uma parte coberta e tinha um jardinzinho, e aí tinha umas folhas assim.

E o senhorzinho estava varrendo as folhas e foi vindo trazendo as folhas, né, e cantarolando, e chegou perto dele e falou: “Oi, tudo bem? Boa tarde”, e o Seu Miguel falou: “Ah, boa tarde”, já meio tenso, né? Ele estava concentrado, ele não queria desconcentrar, aí o cara que estava varrendo ali — o Senhorzinho — virou pra ele do nada e falou: “Lá dentro já tá tudo preparado pra você” [efeito sonoro de suspense], desse jeito… “Fica tranquilo que lá dentro já tá tudo preparado pra você”, o quê que o Miguel pensou? “Pô, esse senhorzinho deve ver mil caras assim como eu, aqui sentado esperando uma oportunidade”, aí ele abaixou a cabeça assim mexendo na pasta e falou: “Deus te ouça”. Quando ele falou: “Deus te ouça”, que ele levantou a cabeça pra dar um sorriso pro idosinho, porque o idosinho estava muito sorridente, cadê o idosinho, gente? [trilha de piano]

E era um pátio grande, não tinha pra onde aquele idoso ir assim, em um segundo. Foi o tempo de falar a frase “Deus te ouça” baixando a cabeça, quando ele subiu a cabeça, cadê? E no chão estava as folhas assim, meio que “movimentandinho” assim, sabe? De quem foi varrida? As folhas vieram até os pés ali do Seu Miguel e o velhinho desapareceu. O Seu Miguel entrou pra reunião, Seu Miguel conseguiu entrar nesse projeto dessa fábrica, dessa empresa grande, ele ganhou ali uma oportunidade de um pedido grande porque eles tinham um evento, essas coisas e só com o pedido daquela empresa ele conseguiu sustentar a família dele um ano, só com o trampo daquela empresa, um a-n-o. 

Então assim, foi da miséria, do zero pedidos pra uma situação “Ufa” e com contrato, tudo certinho, então ele conseguiu se planejar e, nossa, foi muito legal. E eu recebi essa história lá no Twitter, então lá eu tive que contar assim, mais curtinha, né? Porque era ainda uma época que os tweets eram 140 caracteres, e aí aqui agora eu retomei a história, peguei aqui o e-mail, e tô lendo pra vocês.

Então é isso, o quê que cês acham? Era o quê? Eu acho que era um anjo porque em anjo eu acredito, acredito demais em anjo assim, muito. Então “Ah, assombração”, não sei, sabe? Loira do banheiro… Hum, não sei… Mas anjo, gente, eu não sei, acredito em anjo, qualquer coisa que você me falar, falar “é anjo”, eu falo “Ih, gente, é anjo”. Então, eu acho que esse senhorzinho cantarolando, sorrindo, só pode ser um anjo. Então esse é um Luz Acesa do benzasso, né? Não tem nem como ficar com medo. Coisa assim eu quero que aconteça comigo, pode vim falar comigo, ok, anjos? Pode vim, tá tudo bem.

Então, gente, amanhã tem história de amor, segunda-feira a gente volta pro terror e essa semana vocês viram que foi assim só terror do bem, [baixando a voz] agora semana que vem não vai ser assim não, [trilha assustadora de crianças cantando] semana que vem eu vou pegar umas histórias que contei lá no Twitter, as mais barras pesadas, e aí vocês têm que ou ouvir de luz acesa, ou ouvir de dia. Então, até amanhã. Estejam presentes pra minha história de amor de amanhã para as meninas do podcast “Afetos” e, lá no nosso grupo, a gente vai fazer essas dinâmicas aí, pra poder divulgar o trabalho de outras pessoas incríveis que tem trabalhos diferentes do meu, mas muito bons, e é isso gente. Um beijo e até amanhã. 

[vinheta] Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta] 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.