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título: avós
data de publicação: 14/10/2020
quadro: picolé de limão
hashtag: #avos
personagens: kelly e enzo

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Voltei de novo pra mais uma história, a história é da Kelly e do Enzo. Eu já coloquei esse nome Enzo porque já… [risos] pra gente ver que é assim, um rapazinho mais novo.

[trilha]

A Kelly conheceu o Enzo quando ela tinha dezesseis anos, ela dezesseis, ele dezesseis, os dois na mesma idade. E aí eles começaram a namorar, namoraram tranquilamente ali por um ano e meio, dois anos, e aquela coisa que eu falo sempre: Por que, por que, por que vocês não usam camisinha? Por quê? Kelly engravidou. E aí, assim, ela engravidou, eles estavam saindo do ensino médio e já fazendo cursinho pra prestar em algumas universidades e ela engravidou. Esse moleque, Enzo, surtou, “Não, porquê você vai estragar minha vida”… — Quer dizer, ela que vai passar nove meses ali pra ter a criança, ela que vai ter mais responsabilidade porque, principalmente nesse começo a criança fica mais com a mãe e o bonitinho, mimadinho, falando que ela estragou a vida dele. —

Então, a partir do momento que Enzo soube que Kelly estava grávida, ele largou a Kelly, porque era assim, era como se não existisse “Ah, se ele largou, então não tem bebê”. — Só que tem bebê, né? — E aí aquela brigaiada das famílias, não sei o quê, que vai ter que assumir, que isso, que aquilo… Aí aquela coisa de não querer registrar, e a Kelly passou uma gravidez que meu Deus do céu. Não fez cursinho e não fez nada. E o menino — Menino o caramba, o cara — Levando a vida dele, prestando vestibular aí, fazendo ENEM e o caramba, — Quer dizer, a vida dele não mudou em nada. — Enquanto mesmo durante a briga nada tinha mudado pra ele, e pra ela estava super complicado, né? E aí nasceu o bebezinho. —  O bebezinho nasceu, os pais dele — que também, pra mim, já não são flor que se cheire — pediram DNA.

E aí você entra na justiça, e agora parece que nem demora tanto… E fizeram DNA, mas ela já tinha dado o nome dele lá como pai, então você faz o DNA depois só pra comprovar, né? E, saindo o DNA, ele não trabalhava, tinha passado em duas universidades e estava todo felizão, ele alegou que não tinha como pagar pensão e ele realmente não tinha, porque ele não trabalhava. E aí eu não sei como funciona isso na Justiça, não sei como é que é, os avós passaram a pagar pensão do bebezinho. Os avós que passaram a pagar…

E aí, assim, nos primeiros seis meses, a Kelly também nem quis que eles tivessem proximidade com a criança, nada, né? Mas depois a mãe da Kelly foi falando, falou: “Olha, tudo bem que a gente não gosta deles e tal, mas ele tem que ter um mínimo contato com o filho, ele não pode ficar como um cara que não tem um filho, porque ele tem um filho”, e aí ela foi fazendo essa aproximação entre a mãe lá do Enzo, o pai do Enzo, o Enzo e a criança.

E aí chegamos agora que o menininho já tá com dois anos e quem continua pagando pensão são os avós, o bonito lá tá fazendo faculdade, só que agora, por causa da quarentena tá fora. E aí agora a bonita lá, a mãe do Enzo, tá enchendo o saco porque já faz quarenta dias que ela não vê o menininho e ela tá exigindo ver o menininho, só que tá em quarentena, né? E atormentando, atormentando, atormentando, que quer ver o menininho, que quer ver o menininho e agora ameaçou que não vai mais pagar pensão se ela não ver o bebezinho lá, o menininho de dois anos. Aí Kelly fez um barraco, né? Falou que “Tudo bem então, para de pagar, para de pagar e a gente vê no que dá”. 

Só que a Kelly gostaria de saber de vocês, gostaria de uma orientação, — eu acho que não, mas eu sou leiga — se ela é obrigada a mandar a criança na quarentena pra casa do cara lá e se eles podem alegar isso e parar de pagar pensão por causa disso. Eu também acho que não, mas eu não sei. Então a Kelly gostaria de saber de vocês, se esses avós malas aí, eles podem exigir que na quarentena a criança fique com eles sendo que a mãe da Kelly é diabética, ela é grupo de risco, então vai que a criancinha vai pra lá, se contamina e volta e contamina a mãe da Kelly. Se sou eu, não mando, não dou criança e não dou mesmo e aí, ué, vai pro pau, eu não sei nem se tá funcionando fórum, essas coisas…

E se ela parar de pagar pensão também eu não sei como é que dá pra fazer, se tem que, onde que vai, se está tudo fechado… Então, se tiver alguém aí do jurídico [risos] que possa dar uma orientação pra Kelly do que ela deve fazer se eles pararem de pagar pensão. Mas ela não vai mandar a criança, nem se afrouxar a quarentena aí ela não vai mandar. Isso já é um ponto que ela não vai voltar atrás por causa da avó, né? Que a mãe dela que é diabética, é grupo de risco. Então, gente, se vocês puderem dar uma luz pra Kelly e, por favor, por favor, por favor, usem camisinha. Sério, né? Kelly podia estar estudando agora, tudo bem, bebezinho é lindo, bebezinho é fofo, tá ótimo, é uma criança incrível, mas, né? Podia ter adiado isso, ter o bebezinho daqui uns anos, né? Mas tudo bem também, daqui a pouco também o bebezinho tá maior, e aí a Kelly vai e estuda. 

Mas é isso, então se alguém tiver aí, se alguém for do jurídico e puder dar alguma orientação mesmo, embasado em alguma coisa, não é só o que a gente acha porque eu acho que ela não deve mandar e eu não mandaria, mas assim, o que isso implica legalmente? Então, se alguém tiver essa base pra falar. E se os avós podem parar de pagar pensão assim do nada por causa da quarentena e é isso. Então, entrem lá no nosso grupo do Telegram Não Inviabilize, quem não tá no grupo ainda é só jogar Não Inviabilize na busca e entra lá pra comentar. Um beijo e até daqui a pouco. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.