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título: peido
data de publicação: 21/12/2020
quadro: picolé de limão com passas – especial de natal 2020
hashtag: #peido
personagens: monique, namorado e família

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Vamos lá, gente. Vamos pra mais uma história do nosso especial de Natal: Picolé de Limão com Passas. — E assim, [risos] eu acho que essa é a história mais bizarra e sem explicação que eu já contei aqui, mas aí a gente tem vocês pra darem aí uma luz [risos] pra nossa amiga Monique. Então vamos lá, vamos contar a história de Natal da Monique. Essa história de Natal da Monique já tem uns quatro anos, ela nunca esqueceu, [risos] eu acho que a gente também não vai esquecer mais [risos] e ela gostaria de aproveitar aí o nosso grupo, nosso canal do Telegram, nosso grupão lá de mais de seis mil pessoas pra tentar entender o que aconteceu nesse Natal da vida da Monique. Então vamos lá gente, vamos de história.

A Monique tinha um namorado assim de quase um ano e seria o primeiro Natal que ela passaria na casa deste namorado. — Eu nem vou dar um nome pra esse namorado — e ela estava super empolgada pra passar o Natal com eles, pra conhecer finalmente a família aí desse carinha. Só que Monique como a gente classe C, ela não sabia o que levar de, sei lá, agradinho familiar, e ela fez o que a maioria faz, ela comprou um belo panetone, um panetone mais chique, né? De uma marca boa, e levou um panetone grande, daquele grande, que é familiar ali né, uma festa familiar, então ela obviamente sabia que ninguém ia partir o panetone na ceia, mas ali pra comer no outro dia de manhã, né? Sei lá, tudo bem. E lá foi ela, conheceu a família, achou eles assim um pouco meio nariz empinado, né? E entregou o panetone, tudo certo. 

E era uma ceia relativamente grande, uma casa chique, muito bem arrumada, e aí ela estava lá, ela se sentiu meio de canto porque o namorado dela estava encontrando familiares que você não vê há tanto tempo, né? Então ele estava mais entretido ali de conversar com os primos e tal, e a Monique ficou meio de lado. E a Monique, a Monique fuma e ela não podia, obviamente, fumar ali dentro da casa, né? Então ela saiu uma vez pra fumar ali pela porta da cozinha no quintal lá atrás, deu tudo certo, fumou ali sozinha e voltou pra dentro de casa pela porta da cozinha. E ali na festa, além dos pais do carinha, dos familiares assim em geral, se destacou muito a presença do vô do carinha, pensa assim, um cara que estava aposentado já, mas era um senhor novo, um senhor assim que gosta de falar de livros, falando ali de livros, de literatura, porque ele foi reitor numa universidade, nãnã nãnã nãnã, um véinho assim meio metido. 

E Monique ali meio deixada de lado, sei lá, um clima estranho. E aí passou mais um tempo ela resolveu ir fumar novamente, então pensa assim, a casa era tão chique que a porta para a cozinha era uma porta — Como que chama aquelas portas? — acho que é porta vai e vem… — Tipo, que você passa e a porta abre e fecha ali — e ela tinha — Como que eu vou explicar isso, gente? — é uma porta de madeira que na parte mais ou menos assim, na altura que fica o nosso rosto, tem uma bola de vidro, então sem abrir a porta você consegue ver a cozinha. — Porta chique. — E aí se você quiser entrar na cozinha, você pode até entrar tipo empurrando a porta porque é uma porta vai e vem, só que você não precisa, se você quiser só olhar pra dentro da cozinha — Você… [risos] — Você vê ali pelo vidro, é uma porta de madeira e vidro, e o vidro só assim, uma bola redonda, uma janelinha redonda assim de vidro na porta. 

E a Monique pôs a mão na porta pra empurrar e passar e, automaticamente, você olha pelo vidro, você já vê o lado de dentro da cozinha, que ela olhou pra dentro da cozinha, a caixa do panetone dela estava um pouquinho assim de lado do balcão ali na cozinha, aquelas cozinhas chiques com uma ilha, sabe? Com balcão, e… Aí dentro da caixa vem o panetone no saquinho, o saquinho do panetone aberto — Pensa assim, ó, você abre o saquinho do panetone, aí você vai dobrando pra chegar nele assim e segurando com as duas mãos assim do lado, uma de cada lado. A cena, gente, é bizarra… — E aí esse pacote estava na bunda do vô do carinha. — Sim… — Imagina assim, ele abaixou a calça, pegou o pacote de panetone, abriu o saquinho pôs na bunda, encostou o panetone na bunda dele, quando a Monique abriu ela viu essa cena, mas na cabeça dela, porque a gente tem aquele segundo assim, ela podia parar e voltar, mas ela já estava no meio da abertura da porta, quando ela abriu a porta ela escutou o barulho, um barulho de peido. 

O vô do carinha tinha acabado de peidar no panetone dela… — Ele peidou. — E, detalhe: ele abaixou a calça pra peidar. — O que não é necessário, todos sabemos, você pode peidar de calça… — Ele estava sem calça, então, quer dizer, além de peidar no panetone ele esfregou a bunda dele — O rabo murcho dele — na parte de cima assim no topo do panetone — No topo do panetone… — E a Monique — Gente, o que você faz numa cena dessa? — Ela ficou parada olhando, tentando assimilar a cena, não assimilou e, quando ele viu que ela entrou ele já tinha peidado, ele pegou o panetone, subiu o saquinho, aquela parte de cima do saquinho, amarrou o panetone, entre subir e amarrar o panetone, ele já tinha subido a calça dele e o véio foi embora, voltou pra festa. E ela ficou ali na cozinha… — Numa cozinha cheirando a peido e panetone. [risos] — E aí ela não saiu pra fumar, ela voltou também pra dentro da festa e ela, quando voltou, o véio já estava ali conversando como se nada tivesse acontecendo. 

E aí o quê que ela fez? Ela chamou o carinha que ela estava namorando há quase um ano pra contar: “Mano, você não vai acreditar no que eu vi acontecer agora, seu vô peidou no meu panetone”. — [risos] Tudo bem, gente, que é uma história assim difícil de acreditar. — Mas acontece que o carinha ele ficou puto com a Monique, puto e falou: “Onde já se viu, eu te trago na minha casa e você vem inventar uma coisa dessa. Meu vô é um cara lúcido, meu vô é um cidadão de bem, respeitador das normas e costumes, como assim meu avô peidou no seu panetone?” — Tirou a calça, esfregou o seu panetone na bunda branca, enrugada e rica dele? Jamais faria. — “Certeza que meu avô jamais faria”, e aí eles brigaram ao ponto de ela ir embora. Ainda bem que ela tinha ido com o carro dela, pegou o carro dela e foi embora e ele terminou com ela naquela véspera de Natal do peido no panetone. 

Então aí ela não sabe depois se eles comeram o panetone… — Eu torço para que sim, já que o cara foi escrotinho, o véio um escrotão, tomara que esse carinha tenha comido o panetone, achado que foi mentira e comido o panetone que o avô dele esfregou a bunda. E ela falou que, enquanto eles estavam discutindo, tipo, meio que a família foi botando ela pra fora assim. Eu não sei, gente, eu notei aí um preconceito de classe por ela ser pobre e eles serem ricos, eu achei isso. Monique também acha assim pensando friamente que pode ser isso, mas a ponto de o cara peidar no seu panetone? Panetone caríssimo que você pagou em três vezes pra alimentar aquela família maldita? Todo mundo te tratando mal? Que bom que Monique se livrou, né? Pensa aturar essa família todo ano. 

Mas, gente, não é surreal? O que vocês acham? Será que esse idoso ele já estava assim, sei lá, meio ruim das ideias? Ou ele é um véio malvado, peidorreiro de panetone? O que vocês acham? [risos] Ai, ai, o bom é que a Monique se livrou, né? Então deixem aí suas opiniões sobre as possíveis causas [risos] e os motivos do peido no panetone, porque eu não consigo chegar a nenhuma explicação a não ser assim que, sei lá, de repente ele é ruim, não gostava de pobre e queria peidar no panetone pra no dia seguinte o panetone tá ruim? Mas será que um peido assim, falando friamente, estragaria o panetone? Eu tenho minhas dúvidas, sério. Você jamais imaginaria que o seu panetone tá com cheiro, com gosto de peido, acho muito pouco provável, né? Tipo, o que os olhos não veem, o coração não sente, será que seria assim? A gente comendo um panetone peidado, então eu deixo aí essa reflexão natalina pra vocês e eu volto daqui a pouco com a nossa última história de Natal. Um beijo.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.