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título: sítio
data de publicação: 15/02/2021
quadro: picolé de limão – especial férias 2021
hashtag: #sitio
personagens: pâmela, tio geraldo, família e caseiros

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei pra mais um Picolé de Limão, do nosso especial de férias. E eu estava aqui [risos] pensando nesse episódio e eu lembrei que o meu editor, pra quem não conhece ainda o meu editor aqui do podcast, o nome dele é Léo Mogli. Ele lançou um podcast que ele fala de cactos e suculentas, [risos] chama “Entre cactos e suculentas”, e é tipo assim, um diário de um pai de planta, sabe? [risos] E ele fala assim com tanto carinho, e é um programa sério, tá? Que vai trazer [risos] dicas e coisinhas importantes aí sobre cactos e suculentas, eu acho que vai chegar uma hora que o Léo vai ter que falar de outras plantinhas. [risos] Mas, ai, eu tô adorando acompanhar, eu vou deixar o link aqui, porque assim, tem uma musiquinha no fundo, é muito engraçado assim, é muito bom. [risos] Então eu vou deixar, porque, de repente, você como eu que não entende nada de cactos e suculentas, e eu nem posso ter aqui porque meus gatos são uns demônios, eu gostei de ouvir, sabe? De saber como é que vai ser a coisinha do cacto e da suculenta, e ele conta que o… Parece que um cacto dele morreu… [risos] Ai, Léo, eu amei e é isso.

Então vamos agora com uma história com matemática aí que tem bastante planta, e aí eu lembrei desse podcast do Léo, e eu vou deixar o link aqui porque é muito bom. [risos] — E hoje, a história tá meio babado. — É a história da Pâmela e família, especial destaque para tio Geraldo. [risos] A Pâmela que me escreveu e eu vou contar pra vocês aqui um verão aí de férias que ela teve com a família e titio Geraldo, em um sítio, então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Titio Geraldo era o irmão da mãe dela, ele era assim super descolado, então tudo que você precisava, “Fala com tio Geraldo”, desde os consertos da casa, tipo, “Ah, queimou o chuveiro, chama o tio Geraldo”, “Tio Geraldo, preciso ir lá no centro da cidade, não sei ir e tal”, “Não, vamos com o tio. [risos] O tio leva”. Então o tio Geraldo ele era o cara que resolvia tudo, e ele era um cara que sempre foi solteiro, ele não se casou, então digamos que o Seu Geraldo hoje, tio Geraldo tinha uns sessenta e poucos anos, e ele que organizava também as viagens de final de ano da família. Então, ah, vai alugar uma casa na praia, vai pra um sítio, pra onde que vamos? Era o tio Geraldo que resolvia tudo. E aí o tio Geraldo arrumou um sítio pra ir Pâmela, a mãe de Pâmela, pai de Pâmela e mais uma galerinha da família. 

Não podia ir muita gente porque ninguém tinha carro e o Seu Geraldo tinha uma Kombi, então tinha que caber todo mundo na Kombi pra ir pra esse sítio. Então lotaram a Kombi de comida, travesseiro, [riso] cobertor, levaram o cachorro, que na época ela tinha um cachorro chamado Tob que já era velhinho, e aí o Tob foi também e foi todo mundo para o sítio, eles iam passar vinte dias. — Foquem nos vinte dias… — Vinte dias no sítio. E aí chegaram no sítio, era um sítio muito bonito e tinha piscina, e tinha um casal lá de caseiros pra dar uma força, né? E aí eles faziam churrasco, brincavam na piscina e tio Geraldo lá. Deu uns quatro dias, estava tudo bem, tudo perfeito. Um dia todo mundo acorda, cadê tio Geraldo e a Kombi? Não estava lá. Aí mãe de Pâmela pensou: “Bom, acho que ele deve ter ido até a cidade pra comprar alguma coisa que estava faltando aqui e foi de Kombi” e nada de tio Geraldo voltar, deu meio-dia nada, deu uma hora nada e todo mundo já preocupado, “Onde está tio Geraldo? Onde está tio Geraldo?” 

Paralelo a isso, [risos] o caseiro também estava desesperado, porque a esposa dele, a dona caseira, também tinha sumido. [risos] — E vocês já podem imaginar o que aconteceu, né? — Tio Geraldo se engraçou com a esposa do caseiro, a dona caseira, e fugiu com a mulher do sítio. — Sim, gente, [risos] o tio Geraldo. — O tio Geraldo fugiu com a mulher do caseiro, isso lá pelo quarto, quinto dia de viagem. O caseiro desesperado porque quando ele caiu em si que o tio Geraldo também tinha sumido, ele ligou os pontos, falou: “Pronto, minha mulher fugiu com o Geraldo”. [risos] E aí a família não tinha como ir embora, de jeito nenhum eles tinham como ir embora dali e o caseiro só chorava, só chorava… Aí pra animar o caseiro eles chamavam o caseiro pra ficar no churrasco, [risos] pra participar tipo “Ah, estão ali jogando um futebol” porque tinha um campinho ali no sítio, chama o caseiro pra ficar junto ali vendo futebol, pro caseiro distrair e esquecer um pouco o baque que ele tinha acabado de levar de perder a esposa para o tio Geraldo. 

Aí o caseiro tinha um carrinho, e aí o caseiro emprestou o carrinho para o pai da Pâmela poder ir até a cidade e ver se ele conseguia uma van, alguma coisa pra alugar. E já que eles estavam lá, eles iam ficar os vinte dias, né? E o pai da Pâmela, ainda bem, conseguiu um cara depois pagando pra levar eles embora no último dia e aí eles ficaram esses vinte dias lá, pegaram muita amizade, muita amizade com o caseiro, o caseiro estava mal, mal, mal, porque, né? Perdeu uma mulher para o tio Geraldo. E aí no último dia o caseiro estava aos prantos, aos prantos, aos prantos, como que ele ia fazer pra ficar sozinho lá, que isso que aquilo. E aí o caseiro queria ir com eles, [risos] só que o pai da Pâmela não deixou, falou: “Não, de repente ele vai, a gente chega lá, o Geraldo tá com a mulher dele lá e sai uma tragédia”, aí ele falou: “Fica aqui que eu vou ver o quê que aconteceu e eu telefono pra você pra contar tudo”, então esse foi o combinado. 

Aí voltaram, lá vem a família de Pâmela, Pâmela, o Tob cachorro, todo mundo voltou pra casa, e o tio Geraldo realmente estava com a caseira, só que tio Geraldo, espírito livre, ele já não estava aguentando os quinze dias de vida de casado com a caseira, [risos] e aí ele combinou com o pai da Pâmela de levar a caseira de volta. E aí a mãe da Pâmela foi lá conversar com a caseira e falar que: “Olha, o Geraldo ele é doido, você não vai aguentar ficar com ele um mês, nã nã nã”, pra ver se convencia a caseira a voltar para o marido dela que era um cara gente boa. E aí, gente, convenceram a caseira e a caseira voltou pra ficar lá com o carinha, só que agora, como ela tinha conhecido a cidade grande, ela não queria mais morar no sítio, e aí ela convenceu o caseiro a largar o emprego lá e ir pra cidade grande. [risos] — E vocês não vão acreditar… — No final quem arrumou emprego pra caseira e para o caseiro na cidade grande foi o tio Geraldo, porque tio Geraldo conhecia tudo, conhecia todo mundo, ele empregou os dois lá, conseguiu emprego para o caseiro numa padaria e pra ela lá não sei onde e eles fizeram a vidinha deles na cidade. E hoje em dia todo mundo é amigo. 

O Geraldo não saiu mais com a caseira, [risos] eles passam férias todos juntos e o cara lá, o caseiro ficou feliz que a mulher dele voltou, ele perdoou, nem falou mais nisso [risos] e deu tudo certo, gente, olha que doideira. Agora falta de consideração do tio Geraldo, diz ele que ele ia voltar pra buscar a família, que ele só estava com medo de voltar e tomar um tiro do caseiro, [risos] mas o caseiro era super de boa, nem ia dar um tiro no tio Geraldo, então diz ele que se ninguém tivesse voltado com a van, ele ia lá buscar todo mundo, mas jamais saberemos. [risos] E essa é a história de férias do sítio da Pâmela.

Assinante 1: Oi, meu nome é Nicole, eu sou de São Paulo. E assim, dá pra perceber que o tio Geraldo tem umas características muito peculiares aí, né? É mais liso que um sabonete, não deixa nada passar, feito um coador de pano e deve ter nascido virado pra lua pra não ter tomado um tiro no meio dessa história. [risos] Tio Geraldo como é que você me abandona a família inteira, você largou até Tob, sabe? Dependendo da sua carona lá pra viver a paixão que te deu aí súbita pela Dona caseira. Ainda bem que deu tudo certo, [risos] que não houve tiros aí nessa história e que agora tá todo mundo com amizade e segue tudo em paz e tudo mais… Mas olha, fiquei assim igualmente chocada e intrigada pra trocar cinco minutos de ideia com o tio Geraldo e entender de onde vem esse carisma todo, que depois de uma zona dessa é todo mundo amigo. Olha, sei nem o que dizer tio Geraldo. 

Léo Mogli: Olá, ouvintes do Não Inviabilize. Eu sou o Mogli erradicado em Minas Gerais por conta da Covid e também sou o editor desse podcast. O quê que a gente pode falar desse Geraldo, né? Ele é basicamente uma coletânea de todos os tios que a gente conhece, você já viu um tio com todas essas qualidades e com todos esses defeitos reunidos num só? Mas eu gosto muito dessa história porque ela me remete a minha infância, imagino que a de vocês também. Onde a minha família viajava, não só com a família, mas com os amigos também e o meu pai particularmente tinha uma Kombi, então eu super me identifico com essa questão de viajar em galerão, viajar em família. E eu queria agradecer também a Déia por ter feito esse jabazinho no início do episódio e deixo aqui o meu convite pra você que não conhece ou que conhece e quer aprender um pouco mais sobre cactos e suculentas pra que eu possa partilhar com você esse amor que eu tenho. E aí eu já vou deixar aqui uma polêmica: Você sabia que cactos e suculentas podem todos serem chamados de cactos? Não sabe? Faz o seguinte, me ouve em: entrecactosesuculentas.com.br, ou em qualquer agregador, basta procurar por “Entre cactos e suculentas”. Eu vou nessa e fui.

Déia Freitas: Um beijo e eu volto daqui a pouco.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.