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título: ruivo
data de publicação: 16/08/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #ruivo
personagens: suzana e ruivo

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de limão, e hoje eu vou contar pra vocês a história da Suzana. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Suzana conheceu um cara muito gato num aplicativo de relacionamento, e eles começaram a conversar e logo marcaram pra sair.  esse cara chegou pra buscar a Suzana num carrão, mas pensa um carrão de rico. — Carrão, carrão, carrão de rico. — Só que a Suzana achou que o carro não ornava muito com a pessoa. [efeito sonoro de carro] — Nós vamos chamar esse cara de Ruivo. — O apelido dele era Ruivo. E aí esse Ruivo buscou a Suzana, eles foram jantar, nã nã nã, deu tudo certo, romancinho e eles começaram a sair. Só que sempre o Ruivo ia buscar a Suzana com um carro diferente e sempre carros assim, muito, muito, muito, de gente rica, muito mesmo. E aí a Suzana começou a ficar cismada, porque assim, ou o cara era dono de uma concessionária ou, sei lá, ele estava alugando o carro de luxo toda vez que ele saía com ela? 

Aí ela comentou com as amigas e uma das amigas dela falou assim, que já tinha saído com um cara uma vez, que o cara também sempre aparecia com carros bons pra encontrar com ela e o cara falava que tinha… — Tipo, que nem o Pica-Pau: “Iates, mansões, aviões…” [riso] — O cara falava tudo isso e depois ela descobriu que o cara era o manobrista de um estacionamento aí, [risos] num lugar de rico, sabe? [risos] — Eu até falei pra Suzana, falei: “Poxa, pede pra sua amiga me escrever, né? É uma história boa”. — E aí ela falou: “Ai, meu Deus, será então que é manobrista de um lugar de rico e por isso que ele tá todo dia aí com um carro diferente, com um carro bonitão?”, mas também a Suzana resolveu não esquentar tanto com isso, falou: “Ah, o cara tá falando que ele tem vários carros”, ele tinha falado pra ela que ele tinha 5 carros, todos de luxo, ela falou: “Bom, o cara é rico, né?”, e realmente eles iam comer em lugares assim, melhores, o cara sempre pagava tudo, e o cara convidou a Suzana pra viajar, nada assim muito longe, tipo um bate-volta pra um chalézinho, uma coisa mais romântica assim, né? 

E ela ficou toda empolgada, falou: “Nossa, né? Vamos” — Mega vamos — E foram, e tudo deu certo, foi tudo lindo. Na volta o Ruivo se atrapalhou ali numa estrada e eles iam passar por um pedágio, e tudo bem, a Suzana ali passando a mão no cabelo do Ruivo, conversando os dois e eles passaram pelo pedágio, não deu, sei lá, 1 km do pedágio… [risos] — Ai, meu Deus — Tinha uma… — Eu não sei como chama isso, porque não era uma blitz, era tipo… — As viaturas [efeito sonoro de sirene de viatura] fecharam a estrada. [risos] E aí a Suzana olhou e falou: “Ué, acidente, né?”, só que ela olhou pro Ruivo, o Ruivo já estava meio assim, suando, [riso] suando frio. E aí os carros foram passando, eles iam deixando os carros passando, quando chegou do carro do Ruivo — Porque assim, numa blitz o que acontece, o cara pede pra você encostar, né? — Nesse caso, não, foram passando os carros, aí uma das viaturas foi pra trás do carro do Ruivo, e o pessoal da frente apontando a arma, a Suzana sem entender nada. 

Porque assim, ela olhou pra trás pra ver, sei lá, “O bandido deve estar no carro de trás”, só que atrás já tinha um carro de polícia. — Tipo, sei lá, se o Ruivo tentasse manobrar e sair, né? — E aí algum policial já gritou: “Perdeu, perdeu”, e falou: “Desce, desce, desce, desce”… E aí eles desceram, — E olha gente, surreal… — O Ruivo foi botado no chão com a mão pra trás de um lado e a Suzana foi botada no chão com a mão pra trás do outro lado do carro, do passageiro. E ela mega assustada, ela não conseguia nem falar nada e aí o cara mandou ela levantar e falou: “Qual o seu nome? O que você tá fazendo aqui?”, e aí ela tentou falar, né? — Porque assim, o cara não deixava meio que ela falar. — E aí ela conseguiu falar que ela tinha encontrado o Ruivo pra uma pequena viagem, e aí o policial falou pra ela: “Não, vamos todo mundo pra delegacia”. — Eles não algemaram a Suzana, ela só ficou aquela hora deitada com a mão pra trás que já é péssimo, né? —

Ela foi na viatura sentada ali e o Ruivo já foi naquela parte algemado, naquela parte de trás e ela não tinha coragem nem de perguntar o que estava acontecendo, nada. Aí chegou na delegacia ela não viu mais o Ruivo. — Porque provavelmente colocaram o Ruivo numa cela, né? — E aí ela ficou sentada na delegacia por 8 horas, 8 horas. Eles pegaram o celular dela, — Provavelmente devem também ter tirado o celular do Ruivo. — e ela ficou lá esperando, aí quando deu essas 8 horas ela foi chamada lá pra falar com o delegado, e aí o delegado primeiro queria entender quem era ela, né? E o que ela estava fazendo com o Ruivo, e aí ela falou que ela tinha conhecido o Ruivo num site de namoro, né? De aplicativo e que ele tinha convidado ela pra viajar. — Foi a sorte dela. — E que ela tinha sim no celular as coisas e mostrou o perfil do Ruivo, eles quiseram ver o perfil do Ruivo nesse site de relacionamento, porque o Ruivo mantinha o perfil lá ainda, e aí o delegado contou pra ela que o Ruivo era de uma quadrilha de roubo de veículos e de assalto a banco, gente. 

O Ruivo era um bandido mesmo, aí lá o delegado falou que ele tinha vários… Ele era procurado, né? Por várias coisas, que tinha uma arma no carro e assim, ela nunca viu a arma com ele, nada, então se tinha arma devia estar embaixo do banco, sei lá onde, porque o delegado falou isso pra ela, que tinha uma arma no carro, nã nã nã, falou um monte, e meio que ela foi liberada assim… — Foi arrolada como tipo testemunha, sei lá, alguma coisa assim. — E ela foi liberada. E aí foi um trauma porque ela bloqueou o Ruivo de tudo e foi pra casa assim, teve que chamar um táxi, enfim, ela estava ainda no meio do caminho. — Uma treta — Chegou em casa mal, que ela já estava gostando do Ruivo. Só que o Ruivo, né? De alta periculosidade. [risos] E aí o tempo foi passando, ela foi esquecendo do Ruivo, né? Alguns anos aí se passaram e ela resolveu um dia do nada desbloquear o Ruivo no telefone dela. — Que assim, sabe quando você tem, sei lá, o dia do desbloqueio? Eu nunca tenho, geralmente se eu bloqueio alguém, eu bloqueio pra sempre, mas a Suzana tem aí o dia do desbloqueio. —

E aí ela desbloqueou o Ruivo e nada aconteceu, né? Provavelmente ele devia estar preso ainda. E aí agora, [risos] tem mais ou menos uns dois meses, ela recebeu uma mensagem de tipo “Oi, sumida”, e era o Ruivo falando pra ela que ele tá na rua. E tipo, então ele saiu da cadeia, e aí ela bloqueou tudo de novo. [risos] Ela já mudou de casa, então não tem como o Ruivo encontrar ela também. Mas olha só o Ruivo procurando a Suzana depois de vários anos aí que ele passou encarcerado. A sorte é que a polícia não chegou atirando, né? — Porque podia acontecer… — E a Suzana numa dessa aí, ia de graça, né? E, gente, assim, a pergunta da Suzana é: “Como que a gente vai saber se a pessoa que a gente tá saindo, sei lá, é um bandido ou se não é?”. Eu, pelos carros que ele já aparecia, eu já ia ficar desconfiada, porque ninguém tem tanto carro assim, né? Só se é uma pessoa riquíssima e, sei lá, um artista… Mas o cara tinha vários carros, todos só de luxo, sabe? Em nenhum momento ela pensou que podia ser um carro roubado? 

Eu, a primeira coisa que ia pensar era isso, né? Ou como a amiga dela lá, que o cara era um manobrista de algum lugar, porque ela falou que não, ele não parecia ser tão rico pra ter tanto carro de luxo assim, né? Mas tem uns ricos também que não aparentam, né? Que são aí… — Uns burgueses safados, né? — [riso] E eu acho que, sei lá, não tem como, porque eu acho meio, sei lá, não é legal você pedir antecedentes criminais da pessoa que você vai sair, né? É um pouco demais isso, né? Então é… Sei lá… É arriscar? Ainda mais assim… Em site de namoro… Como é que você vai evitar aí que o cara que você está saindo seja um procurado da justiça? [risos] — Eu não tenho ideia gente, vocês têm aí? — Umas dicas pra Suzana não entrar mais em fria em sites namoro? 

[trilha]

Assinante 1: Oi, eu sou Isabel de Ouro Branco, Minas Gerais. Meu recadinho vai pra Suzana, da história “Ruivo”. Suzana, não sou a pessoa mais esperta do mundo, não, pelo contrário, sou bem bobinha, mas eu nunca ia viajar com uma pessoa sem conhecer nada dela, sem conhecer onde ela mora, a família dela, ai, eu sou muito cismada. Então acho que, o melhor jeito é pedir pra conhecer a família, pedir pra conhecer onde mora antes de viajar pra você não se meter nessa fria. Ainda bem que nada de grave aconteceu com você, desejo todo sucesso do mundo aí, toda felicidade, que você encontre uma pessoa bacana que te faça muito feliz. Um beijo. 

Assinante 2: Oi, gente. Aqui é a Raiane, de São Paulo. Suzana do céu… Que enrascada que tu se livrou. Meu Deus, eu tô chocada… O Ruivo faltou só ficar na lista da Interpol, gata. Só na lista da Interpol porque gente do céu… Acredito que você tenha se sentindo num filme, né? Toda assim: “Ai, meu Deus do céu”, com esse bando de policial, porque… Olha… Meu Deus do céu. É… Acho que é a segunda… Segunda ou terceira história que o escuto da Déia que eu fico: “Geeeente, por pouco a pessoa não se lasca. Jesus”. Bom, boa sorte, a sua história foi bem “UAU”, né? E boa sorte, bebê. Que bom que você se livrou. 

Déia Freitas: Então é isso, gente, um beijo e até breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.