título: vampiro
data de publicação: 10/09/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #vampiro
personagens: ana e diogo
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. E hoje eu vou contar para vocês a história da Ana e do Diogo, quem me escreve é a Ana.
[trilha]A Ana ela conheceu o Diogo num aplicativo de relacionamento e eles começaram a ficar. E estava indo tudo muito, muito muito bem assim, eles estavam se dando bem, se entrosando… O Diogo tinha umas questões, mas a Ana não achou que isso fosse tão importante, e a coisa foi fluindo. Quais eram as questões do Diogo? O Diogo ele era fissurado na temática vampiro. [risos] Mas fissurado mesmo… — Tipo, mesmo. — E pela Ana tudo bem, né? Quer gostar de coisa de vampiro gosta, pra ela tanto faz, ela não era chegada em coisas de vampiro, então era meio que uma parte da vida do Diogo que ela não se envolvia.
E o relacionamento foi lindo, um ano de relacionamento e ele sempre com essa coisa de vampiro, vampiro, vampiro… Até que ele achou uma turma num fórum aí — Da vida — num fórum online. E a partir desse dia ele começou a mudar, o Diogo começou a mudar. — Então qual foi a primeira coisa que o Diogo fez? — O Diogo comprou… — Eu nem sabia que isso existia. — Uma lente de contato de vampiro. [risos] Como é uma lente de contato de vampiro? Ela é uma lente branca que tem uma coisinha, para aparece olho de gato, uma coisinha preta no meio assim. — Fica parecendo um olho de gato quando o gato olha no sol assim, fica aquela frestinha. —
E aí a Ana falou pro Diogo que não ia sair com ele com aquela lente de vampiro. — Porque esquisito pra caralho. [risos] Ai meu Deus do céu. — Ai eles tiveram uma pequena discussão por causa disso, porque ele falou que ele estava se encontrando com essa turma e que gostaria que ela fizesse parte. E a Ana não estava realmente interessada em coisas de vampiro, nem em colocar lente e nem nada. E aí o namoro começou — Óbvio. — a dar uma azedada, porque depois da lente ele começou a se vestir todo de preto… — E até aí, gente, sei lá, né? Não achei tão assim… —
E aí ele começou a ficar distante da Ana, ela começou a desconfiar dele. — E, gente, onde há fumaça, há fogo. — Ana descobriu que Diogo estava saindo com uma moça lá do Fórum de Vampiros. A moça do Fórum de Vampiros também curtia coisas de vampiro, então quer dizer, ficava melhor ali, né? Ficar com a moça das coisas de vampiro. Eles tiveram uma mega discussão e terminaram. E aí o Diogo foi viver as coisas de vampiro dele. [risos] E a Ana falou que ela se transformou bastante assim com essa coisa de vampiro, só postava coisas de vampiro. — Assim, na visão dela ele fazia umas fotos estranhas e nã nã nã. — E o tempo foi passando…
Ela sempre stalkeando ele nas redes sociais… Seis meses de novo relacionamento com a menina vampira e ele de vampiro, de repente ele resolveu largar tudo. “Ah, porque eu não quero mais ser vampiro, porque eu gosto de você, eu queria voltar, ficar você de novo e nã nã nã”, e a Ana falou: “bom, se não tem mais a coisa do vampiro, a traição eu perdoo, tudo bem então. Vamos voltar”. E aí eles voltaram… Com dois meses que eles tinham voltado, a mocinha vampira apareceu. Ela não apareceu pra Ana, ela voltou a aparecer pro Diogo. — Não que ela seja uma aparição, tá, gente? Aparecer de procurar. —
E aí ela me procurou, porque — Óbvio, a gente já fala aqui mil vezes. — Eles não usaram camisinha e a moça estava grávida, esperando aí um bebezinho vampiro. [risos] E aí o Diogo deu uma pirada, porque assim, né? Poxa, será que ele devia tentar mais uma vez? Será que não? E aí o que ele fez? Ele largou a Ana pra ir tentar de novo o relacionamento com a mocinha vampira que agora estava esperando um bebê vamp. E ele está lá com a mocinha vampira e o bebê vamp na barriga dela…
Passa um tempo, uns dois, três meses a mocinha perde o bebê. O cara vai ficar com ela? Vai ali dar uma força? Não, ele resolve que ele gostaria de voltar com a Ana. — Assim, gente, a Ana ainda gostando do cara. — Quando ela voltou com a moça vampira ele voltou a ser vampiro. [risos] — Não entendo isso, gente. Levava a sério o negócio de vampiro. — E aí ele queria voltar com a Ana agora com a coisa do vampiro novamente. A Ana — Não sei porque — resolveu que ela ia voltar de novo para o Diogo e tomar aí esse relacionamento, esse namoro de onde parou. Agora ele estava de novo na transição para não vampiro. [risos]
E mais um tempinho ali passado, a mocinha vampira resolveu procurar a Ana. A Ana nem queria falar com ela, porque falou: “olha, você vai falar pra mim que ele ficou com você, que ele me traiu e eu já sei disso… Já sei também que você estava grávida. Infelizmente você perdeu e eu sinto muito, mas agora a gente está junto, nã nã nã”. E aí a mocinha vampira virou pra ela e falou: “olha, eu não sei o que o Diogo te fala da vida dele, mas você precisa saber porque ele se veste de vampiro”, ela falou: “eu sei, porque ele se veste de vampiro, porque ele gosta”, e falou: “então, [risos] não… O Diogo se veste de vampiro porque nós somos um grupo de… — Não tem outra palavra, né? — Ele era garoto de programa temático e atendia determinadas coisas assim, não tão convencionais. — A Ana não quer que eu diga aqui para não ficar tão identificável. —
E aí esse tempo todo, além de ele fazer os programas e não contar pra Ana, ele praticava pequenos furtos de alguns clientes… Eles faziam festas fechadas e tal, e essa moça foi lá contar tudo pra Ana. E nesse vai e volta da Ana, ela já estava com ele há dois anos. A Ana desconfia que essa menina que foi contar pra ela deve ter denunciado ele na polícia, alguma coisa assim… — Porque, gente… — O Diogo foi preso porque ele tinha umas coisas lá para acertar, uns processos, né? E aí, só aí a Ana foi descobrir que ele tinha passagens, que ele tinha passagem até por um roubo à mão armada a um posto de gasolina. E aí ela estava tão chocada que ela falou: “Gente, jamais imaginei assim… Um cara super pacato, super… Sabe?”. — Ela falou ela assim, ela me deu o exemplo: “sabe o Superman de óculos que tem aquela cara de bobão e todo bonzinho? — Era assim o cara vampiro… Assaltante. — Não é doido? Olha o perigo. —
E no final ele nem gostava das coisas de vampiro, é que às vezes ele ia direto ou voltava direto, e aí falava que estava nessa convenção de vampiro, mas não era, era tipo os esquemas que eles tinham do grupo lá de festas, tipo suruba mesmo. E sempre que ele podia, ele acabava furtando coisas dos clientes. Olha que doideira? O cara vampiro… Quer dizer, era melhor se ele fosse só vampiro, né? — Do que um bandido. — E ainda pra fechar com chave de ouro, quando ela descobriu tudo, um pouco antes dele ser preso, eles terminaram. Pediu pra chamar um carro de aplicativo pra ele que ele ia pagar no dinheiro, e aí ele foi embora e não pagou a corrida, tipo, desceu no destino dele em uma outra cidade e não pagou, ficou tipo 200 reais pendentes lá na conta do carro de aplicativo da Ana, e aí ela teve que acertar pra pode voltar a usar o serviço. — Pensa, ainda deixou mais esse prejuízinho o vampiro. — Antes fosse só vampiro, que tava ótimo, né?
[trilha]Assinante 1: Oi, gente. Oi, Déia. Aqui quem fala é Milene do Rio de Janeiro. Oi, Ana, que história vampiresca, não é mesmo? O que dizer para você? Eu acho que fica aí uma lição que a gente, mulher, tem que fazer para se proteger, para uma próxima relação você ir procurar os antecedentes criminais da pessoa com quem você está se relacionando. Infelizmente é uma prática, um procedimento que a gente mulher está tendo que fazer quando a gente conhece alguém assim do nada, sem indicação de amigo, sem indicação de família… É uma coisa que a gente precisa fazer pra proteção. Ele te deu um golpe aí de 200 reais ainda… Era garoto de programa e não te falou, te traía, era bandidasso… Então eu acho que fica aí uma lição para a próxima relação. Fico feliz que você tenha se livrado desse sujeito vampiro de tudo, né? Vampiro do crime. Um beijo.
Assinante 2: Oi, meu nome é Jordana, falo diretamente aqui do Rio Grande do Norte. Gente, passada com essa história do vampiro. Eu fui escutando e vi o título e eu imaginei assim já um desfecho, uma linha da história, mas foi totalmente nada a ver com o que eu estava pensando. Foi muito pior. [risos] Mas que bom que a Ana pelo menos se livrou aí. Eu já teria achado roubada desde a fissura do cara por esse lance de vampiro, né? Mas quem gosta, gosta, né? Ela gostava dele e tal, foi aguentando… Mas muitos sinais, como a Deia sempre fala: tinha muitos sinais aí de que a coisa não ia apontar pra um lado bom.
[trilha]Déia Freitas: Então é essa a história da Ana. Ela ouviu uma das minhas histórias e quis escrever. E aí ela falou: “Ai, Andréia, acho que você nunca recebeu histórias assim, de caras que estavam procurados ou que já tinham crimes”, e eu falei: “olha, você não sabe, eu tenho algumas na fila, infelizmente”. Então é isso, gente, essa é a história da Ana e seu ex-vampiro-bandido. Um beijo.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]