título: intolerância à lactose
data de publicação: 29/09/2021
quadro: mico meu
hashtag: #lactose
personagens: paloma
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E cheguei para um Mico Meu. [risos] Olha, essa história não é pra criança, então ouça de fone, ouça sem criancinhas no recinto, tá bom? [riso] Bom, hoje eu vou contar para vocês a história da Paloma. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha].A Paloma tinha saído de um relacionamento péssimo, estava há três anos já sem ninguém quando ela conheceu o Roberto. Roberto um cara massa, muito bacana, muito bonito… Paloma ficou muito a fim e eles marcaram um encontro. A química bateu, eles começaram a ficar, tudo lindo… Só que eles ainda não tinham transado. Até que um dia o Roberto chamou a Paloma para ir até a casa dele. [efeito sonoro de música sexy no saxofone] E a noite foi maravilhosa assim, eles transaram, tomaram um vinho, uma loucura… E o plano era: passar a noite transando [risos] — Depois de três anos Paloma merecia. — e dormir lá. A ideia era ficar com ele e tal, eles estavam num clima muito bom, então estava tudo perfeito.
Aí lá pela madrugada assim, eles resolveram cair num rala e rola de novo, e aí nossa amiga Paloma resolveu fazer um oral em Roberto. Tudo lindo, seria uma oral ali até o final. [risos] Paloma estava a fim de ir até o final. Aí foi lá, fez um oral, terminou um oral, engoliu… Isso é importante. [risos] Eu tenho que dar esse detalhe, que Paloma foi até o final no oral e engoliu. E tudo bem… Tudo bem se não fosse o fato de que, em algumas vezes anteriores, lembra que eu falei que a Paloma teve aí um relacionamento péssimo, né? E algumas vezes que ela fez o oral até o final e engoliu, ela sentiu ali que ela teve uma dor de barriga.
Então digamos que Paloma ela era intolerante à lactose. [risos] — A outro tipo de lactose. [gargalhando]. — Então, sempre que ela fazia o oral que ia até o final e ela engolia, ela tinha essa dor de barriga, né? — Então realmente isso deve existir, porque se a Paloma tem, deve ter mais gente que tem também, né? — Ela tem aí alguma alergia, não sei, alguma intolerância mesmo a algum componente do esperma. — Não sabemos… Não tenho aí dados científicos e nem médicos para vocês, só a experiência de Paloma e que realmente ela fica mal. — Mas ela estava num clima ali tão maravilhoso, que ela nem lembrava disso, né? Que no relacionamento péssimo que ela teve rolou isso… De repente era só aquele esperma péssimo do cara péssimo do relacionamento péssimo, né?
Então ela nem se ligou nisso. E aí terminou ali o oralzinho linda e está ali, deitadinha, amorzinho nã nã nã, quando a barriga faz “nhoimc”. [risos] A barriga dá aquela primeira chamada assim: “ei, tô aqui”, dá aquela tremida, mas que não é aquele frio na barriga gostoso, é aquela que todo mundo já passou, aquela primeira chamada do “humm, vai dar merda”. [risos] E é engraçado como a gente conhece o nosso corpo, né? Porque a Paloma ali quando ela sentiu já aquele primeiro chamado ali da barriga dela, ela sabia que o que vinha pela frente [risos] não seria fácil e que seria aquela coisa… — Sabe quando você tem aquela dor de barriga que é aquela da podridão mesmo? Que ela vem, que ela vem água e que ela vem com aquele cheiro de cadáver… Não tem outra palavra, ela vem já desovando o corpo. Então era isso que Paloma estava sentindo. —
Paloma nos seus vinte e poucos anos, ela ainda me falou: “Déia, se fosse agora, eu ia no banheiro dele”, mas ela ali novinha, não queria ser a pinta vaso do rolê, né? E Paloma ali sentindo aquelas pancadas na barriga que todo mundo já sentiu, que a coisa vai apertando e chega uma hora que você não consegue segurar mais, né? [risos] E ela, assim, e tinha sido uma noite tão maravilhosa, já era quase de manhã, ela falou: “Meu, não vou estragar a noite, sabe?” porque estava na cara que ia ser uma daquelas cagadas fedidas, barulhentas, sabe? — [gargalhando] IA transformar o quarto de Roberto ali num Rio Tietê. —
E aí, assim, Paloma morava há uns 20 minutos de carro ali da casa de Roberto, e ela falou: “bom, eu vou dar uma desculpa aqui qualquer, falar que eu preciso fazer, que tenho coisa fazer cedo e vou vazar”. Só que tinha que ser tudo muito rápido, porque ela estava ali, né? Segurando. Aí falou: “ai, amor, foi maravilhoso e nã nã nã, mas eu não vou poder dormir aqui, eu lembrei que eu tenho coisa cedo e vai ficar complicado para mim. Então eu vou nessa”. E o o Roberto falou: “não, fica, vamos dormir de ladinho”. [risos] — Mal sabia o perigo que Roberto estava prestes a passar… Mal sabia ele. — E aí enfim Paloma conseguiu sair de lá. E era entrar no carro e correr para casa. [efeito sono de carro em alta velocidade]
Um detalhe importante: Paloma estava com o carro da mãe dela, um carro zero quilômetro que a mãe dela tinha comprado há uma ou duas semanas…. E a mãe dela estava viajando, então Paloma levou a mãe até o aeroporto, ficou com o carro da mãe e ia buscar a mãe dali um dia. Então a Paloma tinha aquele dia todo, que já estava amanhecendo e, no dia seguinte, ela tinha que pegar a mãe dela no aeroporto. — Então esse é o cenário, Paloma tava toda bonitinha, chiquetosa, de sainha… Tem esse detalhe também… Paloma estava de saia e de meia calça… Quando ela foi pra casa do Roberto ela tava de meia calça. Quando ela voltou ali, né? Pô, até você abrir ali a perna e, dependendo de como você abre a perna ali para botar a mia calça, o jato já vem. [risos] —
Paloma pegou essa meia calça, botou na bolsa e saiu da casa de Roberto… Entrou no carro e era, né? Vamos ali no limite da velocidade, um pouco mais até e vamo que vamo chegar em casa… Só que no meio do caminho… Deus nem sempre está do nosso lado. [risos] Não, e tem um detalhe… O Roberto um cara tão legal, que ele foi até o carro com a Paloma… — Ou seja, a Paloma querendo sair da casa dele correndo, peidando pela rua… — Ainda teve que segurar e ir devagarinho no romancinho, chegar no carro, na maciota… — Com o Roberto lá e não ter saído cantando pneu…. [gargalhando] Ainda teve isso. — E aí está ali, né? Dirigindo e rezando. “Não, não, não… Vai dar, vai dar. Segura, segura. Tranca esse… ” — Tranca esse fiofó e vamos. Acelera e tranca. [risos] —
Só que agora, aquelas pontadas, sabe? Que dá aquela pontada e aquela fisgada que vem embaixo… Parece que você está tomando um pontapé com um sapato bicudo bem ali… Então vinha a pontada, vinha aquela, tipo, uma contração, aquilo foi aumentando e no meio do caminho deu uma pontada mais forte ali, uma dor mais forte e não tem outro jeito de falar isso… [risos]. A Paloma se cagou inteira dentro do carro da mãe dela. E era o que ela suspeitava… — Aquela merda que é água, fedida, barulhenta… Você está sentada ali e a coisa sobe até suas costas. [risos] Você fica lavado de merda no carro novo da mãe, carro de duas semanas… Banco zerinho. —
E aí não tinha como segurar, porque a hora que vem… Vem ali igual um VAP, que você liga e sai aquela pressão primeiro, sabe? Veio ali o VAP de merda e Paloma se cagou toda. E aí não tinha o que fazer mais… Era dirigir cagada até em casa. Só que tinha um detalhe, o prédio que Paloma morava, mesmo você deixando ali o carro na garagem, chegando e deixando a garagem, você tinha que passar pelo porteiro. [risos] Quando você acha que já estava no fundo do poço, não… Você ainda tinha que passar pelo porteiro, com a sua sainha, toda cagada de diarreia. Então a Paloma chegou ali no prédio dela toda cagada e ela tinha aquela meia calça na bolsa, tentou se limpar um pouco ali com a meia calça, ainda bem que era madrugadinha ainda, não tinha amanhecido totalmente, não tinha ninguém a não ser Seu Jorge ali, porteiro. [risos]
Então ela ia ter que passar cagada pelo Seu Jorge. O que ela fez? A sorte é que a guarita do Seu Jorge tinha um vidro. — Então o cheiro ele não sentiu, tinha só um buraquinho ali, tomara que não tenha entrado muito. — E aí Paloma entrou assim de lado… Sabe quando você vai assim andandinho de frente com o porteiro, sem virar? “Oi, Seu Jorge, bom dia”, e ainda tinha um elevador, que era rezar para ninguém entrar no elevador com ela, porque não tinha condição, gente, ela estava toda cagada, toda cagada…. E aí graças a Deus ninguém entrou no elevador com Paloma e lá foi ela… No elevador, chegou em casa, tirou toda a roupa que ela estava e jogou no lixo. — Pra vocês terem uma ideia de como Paloma estava. —.
E aí banhão, né? Aquele banho que você se esfrega e até chora. [risos] E, assim, não estava resolvida a parada… Porque e o banco do carro da mãe dela? Quanto mais tempo ela deixasse a merda lá, pior, então ela tinha que resolver aquilo antes de dormir… E ela estava virada, quer dizer, com sono já, naquele estresse… E ainda barriga meio ruim da lactose engolida. [risos] E não estava nada resolvido ainda. Paloma ainda ia ter que lutar ali com aquele banco para ver o que ela fazia… Porque a questão era: se ela não conseguisse limpar, ela ia ter que contar para a mãe dela que ela cagou no carro e ela não queria contar isso para a mãe dela, então ela ia ter que resolver, né? Paloma foi ver no Google quanto custava ali uma higienização daquelas que você faz no carro por dentro e tal, de limpeza pesada… Era 400 conto.
Paloma não tinha 400 conto, e ainda tinha o bônus de ter que ir lá, levar o carro cagado, explicar que era cocô… Porque você tem que falar o que é pros caras limpar certo, né? Então não ia rolar isso aí. Dirigir no carro cagado tudo bem, você põe um plástico ali, mas… Sabe? Então ela não queria passar por isso. Daí ela pensou: “Bom, o jeito vai ser limpar mesmo. Eu mesmo vou ter que limpar isso aí”. Então Paloma botou uma luva ali e a primeira coisa era tirar o excesso, né? Todo daquela aquela craca por cima tinha que tirar. Então ela pegou ali o papel toalha e desceu… [risos] Seu Jorge sem entender nada, né? Porque agora ela já estava de banho tomado e tal, e aí ela tirou o excesso, tirou todo aquele cocô com papel toalha e foi para o mercado comprar todos os produtos de limpeza que ela tinha visto no Google que limpava.
Então, as misturas, até vinagre com bicarbonato, tudo… Tudo o que ela achou no Google de produto e de misturas ela foi para o mercado e comprou para poder ela mesma limpar o banco. E, assim, ela foi limpando, né? E fazendo ali o passo a passo de como tirar coco do banco e, assim, ela ainda sentia um cheirinho. — Ela sentiu um cheirinho… — Mas no final não ficou manchado o banco, porque essa era outra preocupação, né? De limpar e o banco ficar manchado, mas não ficou… E ficou assim, úmidão. Aquela umidade tinha que secar até o dia seguinte, para ela poder buscar a mãe dela. Então toda hora ela descia pra dar um confere pra ver se tinha melhorado o odor, mas ela sempre se sentia ali no final um arominha.
E aí limpava e tal e foi fazendo isso até chegar a hora de buscar a mãe dela no aeroporto. Bom, agora com o carro limpo e, assim… Só Paloma ainda sentindo um cheirinho. — Quer dizer, ninguém mais tinha cheirado também, né? — Era buscar a mãe dela no aeroporto e ver o que acontecia… Se a mãe dela entrasse no carro e falasse: “nossa, o que aconteceu aqui? Está podre”, ela ia contar, senão não… Chegou lá a mãe dela veio ali do aeroporto e, assim que ela chegou, a primeira coisa que ela falou foi: “filha, eu vou dirigir”. — Porque o carro era da mãe dela, né? — E ela falou: “Ai, meu Deus, vai sentar no banco ainda”… [risos] Aí mãe de Paloma entrou no carro e, gente, vocês não vão acreditar…
A primeira coisa que ela falou: “nossa, filha, como está cheiroso esse carro”, e a mãe dela nunca, nunca desconfiou… Paloma namorou com Roberto por três anos, hoje eles são super amigos, o relacionamento acabou porque tinha que acabar, mas eles são super amigos. Inclusive ele sabe que ela me escreveu. Eles que escolheram os nomes deles para essa história. E umas semanas depois do acontecido ela contou para o Roberto e contou o motivo, que ela era intolerante aí a… — Lactose. [risos] Ao leitinho. — E aí tanto que nunca mais ela engoliu, né? O Roberto entendeu que isso era uma questão e tal, e tudo certo.
Ele falou: “Poxa, você podia ter usado o meu banheiro”, porque ele também ficou curioso de saber porque ela foi embora assim do nada, né? E aí deu tudo certo. Eles ficaram juntos o tempo que tinha que ficar, hoje são amigos e, realmente, Paloma é intolerante aí a alguma coisa do esperma que ela não pode engolir, né? Então eu não sei se vocês já ouviram isso, se conhecem pessoas que têm aí essa mesma questão que Paloma. [risos] — Eu queria ouvir vocês lá no grupo. — Eu não perguntei isso, não lembro de ter perguntas isso para ela, se ela já foi ao médico para saber disso, mas acho que não foi… [risos] — Você chegar lá e falar: “então, eu tenho uma alergia ou tenho intolerância”, não sei… Ela vive bem, né? Porque aí é só não engolir também, né? Não precisa. Cospe, né, Paloma? Vamos cuspir. [risos] Então eu quero ouvir vocês.
Assinante 1: Oi, Paloma, eu sou Sofia do Rio de Janeiro e a minha dica era para você tomar um [Lactasia] e ver se funciona, né? Se funcionar você já fala para a gente que a gente manda um abaixo assinado para a farmacêutica colocar na bula que lactase também funciona pra o sêmen, tá bom? Beijo.
Assinante 2: Oi, meu nome é Samantha, sou de São Leopoldo. Paloma, amado… [risos] Eu dei muita risada com a tua história, fiquei impressionada com a limpeza do carro, preciso muito saber como é que foi isso aí, como é que funciona para limpar o carro tão bem desse jeito… Mas que bom que passou, né? E o que me deixa mais impressionada é a questão dessa intolerância aí, porque eu sou nutricionista e eu fiquei bem chocada e preocupada que talvez eu tenha que começar a investigar isso nos meus pacientes que relatem esses sintomas. [risos] Meu Deus… Mas foi uma história muito engraçada, amei. Um beijo.
Déia Freitas: Obrigada, Paloma e Roberto aí por compartilhar a história com a gente, um beijo para os dois e eu volto em breve. Um beijo.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]