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título: chefia
data de publicação: 13/10/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #chefia
personagens: fátima e marido

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão, e hoje história de firma. [risos] — Eu amo a história de firma. — Hoje eu vou contar para vocês a história da Fátima, que é gerente — Aí de uma filial das Casas Pônei. — e do seu marido, que também é gerente de outra filial das Casas Pônei. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Fátima conheceu aí esse cara, casou com ele, teve dois filhos com ele e já desde quando eles casaram, os dois já trabalhavam nas Casas Pônei. Então, como eles se conheceram? Numa festa de confraternização, onde juntaram aí todas as filiais e a Fátima conheceu esse um aí — Nas Casas Pônei, ambos já trabalhando nas Casas Pônei. — E a Fátima é uma pessoa muito querida nas Casas Pônei, todo mundo gosta dela e todo mundo gosta dela como chefe, porque ela é uma chefe bacana, sabe? É uma chefe que conversa ali com os funcionários, com os vendedores… — Ela é bem bacana mesmo. — E o marido dela, na outra filial, tem fama de ser meio carrascão assim, sabe? — Meio chato. — Galera não gosta de trabalhar lá, mas ele cumpre as metas, né? — Porque loja que tem vendas… Eu já trabalhei com isso também… A gente tem meta. Tanto o vendedor tem ali sua meta individual quanto a loja tem a meta, o gerente tem a meta, enfim… É assim que é. É legal? Não é. É gostosinho? Não é… Mas é assim que é. — 

E aí a Fátima, além de ser uma pessoa bacana com os funcionários dela, ela bate a meta, e o marido dela também bate a meta. — Só que ele é um cara chato, ninguém quer trabalhar na filial dele. Vai vendo… — Eles eram vendedores, né? Os dois. Então, quem conseguiu a primeira promoção foi ele… Ele foi promovido, não era nem a gerente ainda, né? E a Fátima ficou mega feliz e tal, e ela ali como vendedora… Passou ali mais um tempo, ela foi promovida para o mesmo cargo que ele só que em outra filial. Eles nunca trabalharam na mesma filial. — Tanto que pelas Casas Pônei aí, pela política das Casas Pônei, você pode se relacionar com pessoas da mesma empresa, contanto que não seja na mesma filial. Se for na mesma filial, pede pra trocar, enfim… Essa é a política das Casas Pônei que eu acabei de inventar. [risos] — 

Mas no caso deles, eles nunca trabalharam mesmo na mesma loja. E aí quando ela foi promovida, — Para o mesmo cargo que ele. — a primeira coisa que ele falou para ela foi: “e agora as crianças? Você vai ficar mais na loja… E as crianças?” — Quer dizer, como se as crianças não fossem dele também, né?”, e aí ela falou isso pra ele, falou: “ué, a gente vai revezar, como a gente sempre fez” e seguiu aí a vida. Aí o tempo passou mais um pouco e todo final de ano as Casas Pônei dá aí uns prêmios para as melhores filiais, né? De venda. E a da Fátima foi uma das melhores filiais. E ela ganhou um prêmio, os vendedores ganharam prêmio e tal… E a filial do marido dela não ganhou… E aí ele ficou de bico. 

Era final de ano, Natal e Ano Novo o cara passou de cara amarrada com ela, porque ela ganhou e ele não… Olha… E aí chegamos a pandemia, né? Muita gente, infelizmente, demitida, principalmente da área de vendas. E essa loja se adaptou para vender online e colocar os vendedores ali para fazer o atendimento, que seria o atendimento de quem compra online ali, né? Então cada vendedor podia ter o link dele para enviar para o WhatsApp, enfim… E a Fátima ela fez um trabalho impecável. — Impecável. — Então, enquanto as Casas Pônei ali estavam ali fechadas, o núcleo da Fátima foi o que mais vendeu. — Na pandemia. — 

E aí agora, final ali do ano as lojas voltaram a abrir, né? Assim mais normalmente, e a Fátima sempre ali vendendo e tal, né? Ela tem uma boa equipe e ela é uma boa profissional, né? E o marido dela sempre atribuindo isso a sorte… “Ah, porque o Fátima tem sorte”, nunca reconhece que ela é uma profissional… — Léguas melhor que ele, né? Isso aí… Você já viu, né? — E agora vem a questão: Fátima foi chamada tem uns dez dias para assumir uma posição de liderança, onde ela vai mandar… Vai, nas filiais da região norte do país. E isso implica ela mandar na filial do marido dela. E aí agora o cara está surtado, porque o cara não quer que ela aceite. Ela já disse que vai aceitar, e ele diz que prefere se separar do que ter ela mandando nele. — Só que tem uma questão, ele vai se separar e pedir demissão, né? Ou ele vai mudar, sei lá, pra região sul do país para não ter a Fátima como com chefe? — 

E aí ela está agora de férias… Quando ela voltar, ela já vai voltar… — Porque a Fátima aceitou, né? — Ela já vai voltar no cargo novo. E esse cara fica ameaçando de separação… E a Fátima gosta dele. — Infelizmente. — E ela gostaria que vocês dessem aí dicas de como ela pode apaziguar essa situação. Eu não tenho dica nenhum pra você apaziguar essa situação. — Infelizmente. — Tomara que o pessoal tenha… Por mim, você continua aí, vai ser chefe dele e deixa ele esperneando, se ele quiser separar ele que vá e pede a separação, se ele quiser se demitir ele que vá e peça demissão… Não tem que ficar bajulando esse cara. Eu, pelo menos, não vou… Por mim… — É não, Fátima. [risos] — Hoje é não. Por mim… Sabe? Esse cara tem inveja de você no trampo. Esse cara não te apoia, ele é o seu marido… 

E ele é um…. Até tudo bem, ele alcança lá as metas então ele deve também ter os méritos dele como profissional, mas o cara nem bacana é, os funcionários nem gostam dele. Todo mundo gosta de você, então ele deve ficar puto por isso também. E você ganhou uma promoção por mérito seu, pelo seu trampo, não tem nada a ver com ele… Se ele está querendo transformar isso aí numa coisa que tem a ver com ele, o problema é dele, manda esse homem pra terapia. — Eu por mim mandava embora, mas já que você não quer mandar embora, manda para terapia, sabe? — E se ele não quiser fazer terapia também deixa ele esperneando sozinho. Olha, gente, sinceramente eu não tenho conselhos apaziguadores que é o que a Fátima quer, né? 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, Fátima, aqui é Ricardo de São Paulo. Em primeiro lugar, parabéns pra você, viu? Por essa promoção, pelas suas conquistas ao longo dessa sua carreira nas Casas Pônei. E o meu irmão já foi vendedor das Casas Pônei, inclusive, eu gostaria muito que você… Eu quero que você tenha muita força nesse momento, muita… Que você esteja centrada pra ir para frente, continuar com essa sua carreira brilhante ou tentar convencer o seu marido de que as coisas não vão mudar entre vocês e que tudo está na cabeça dele, ou então, que é o que todo mundo de fora vê e acha, mas não é o que a gente sente por dentro, entender que ele não te valoriza, pelo menos, profissionalmente. Grande beijo e tudo de bom. 

Assinante 2: Oi, pessoal, meu nome é Susane, eu falo de Porto Alegre e o meu conselho para Fátima é tchau para o marido dela, né? Porque eu acho que ele é um recalcado machista. Mas como ela quer um conselho apaziguador, a minha dica é terapia de casal, né? De repente ele para pra se escutar um pouco e chegar à conclusão dos absurdos que ele está falando e agindo. Ou então terapia pra ela… Porque eu acho que é importante ela entender porque ela gosta desse cara que só quer diminuir e quer não quer ver ela progredir e ser feliz. Então boa sorte, beijão. 

Déia Freitas: E é isso, boa sorte, Fátima. Parabéns pela promoção merecida e, infelizmente, eu não estou nem aí com seu marido. [risos] — Já odeio. [risos] — Então beijo, gente e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.