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título: golpe antigo
data de publicação: 17/11/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #golpe
personagens: keila e luiz cláudio

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Keila e do Luiz Cláudio. E quem me escreve é a Keila. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Essa história ela aconteceu no comecinho da pandemia. — Então lá em março que a gente ficou sabendo que a gente ia ter que ficar de quarentena. — E todo mundo, inclusive eu, achei que fosse coisa de um mês, dois meses no máximo… E Keila também pensava isso. E aí como a gente também não sabia muito bem como estavam as coisas, Keila que estava num aplicativo de relacionamento, — Conversando com um cara. — resolveu encontrar esse cara. Antes que tudo fechasse, sabe? — Bem naquele limbozinho de data, que a gente não sabia ainda se vai fechar ou não vai fechar? — 

E aí Keila já vinha conversando com um cara já há um mês, e era só conversando pelo aplicativo… — Por esse aplicativo de relacionamento. — E o cara tinha fotos assim, gente, ele tinha a foto do peitoral dele, ele tinha foto dele tipo de costas surfando, ele tinha a foto da boca dele… Ele tinha fragmentos assim. — Então, na minha cabeça, isso já teria um grande potencial de golpe, né? De um Catfish. Tipo, você chega lá e não é aquela boca sensual que você viu na foto, o cara não tem nada a ver com as fotos com as fotos que ele postou. — Não tinha nenhuma foto dele inteiro, de frente, sabe? E a Keila não pensou nisso, pensou que não, ele era ele mesmo. — Para mim já teria muita cara de golpe, com certeza eu falaria: “poxa, deixa eu te ver”, né? Mas Keila não fez isso. — 

E eles marcaram, veio aí essa questão da pandemia… — E os dois tiveram a mesma ideia, tipo, “vamos ver logo antes que, né? O bicho pegue”. — E aí lá foi Keila encontrar esse cara. — Ainda as coisas estavam abertas ainda, né? Tipo, já tinha data para fechar, já tinham avisado que ia fechar, sei lá, na segunda e eles se encontraram no sábado. — E aí quando Keila viu esse cara chegando… — Ela ficou passada. — Os fragmentos da foto que ela que ela via lá no aplicativo realmente era o cara. — Realmente era o cara. — E o cara era muito gato, muito gato… Keila resolveu levar o cara pra casa, tomaram uma cerveja ali rápidão e não tem que perder tempo mesmo. 

Keila correu pra casa, — Com o rapaz. — e tudo aconteceu. — Foi lindo? Foi lindo. Foi perfeito? Segundo a Keila, foi perfeito. — Aí fechou tudo. Eles continuaram conversando pelo aplicativo… O que é meio curioso, né? Porque assim, sei lá, por que não trocaram telefone mesmo depois de sair, né? E aí, gente… Keila que achava que foi tudo perfeito… — O que vocês acham que aconteceu? Hein, Keila? O que vocês acham que aconteceu? — O digníssimo rapaz não usou preservativo… E o que aconteceu? Bebezinho, bebezinho, bebê  caminho. [cantarolando] É, e Keila ficou grávida de um cara que ela conhecia pelo aplicativo e que, assim, ela viu uma vez só. O cara era bonito, mas ela não fixou no rosto dele… — E aí o que ela fez? — 

Conversando com o cara ali, um mês depois que eles saíram. — E eles pretendiam se ver de novo, né? E ela também queria ficar nesse lance misteriosa, também não insistiu ali pro cara dar o telefone. — E aí ela falou para o cara, falou: “Olha, a gente precisa conversar”, e aí o cara falou: “Conversar? Sobre o que, né?”, ela falou: “Olha, não vou ficar enrolando, eu estou grávida”. Gente… Na hora o cara bloqueou ela e o perfil do cara sumiu. Tipo, na hora… E aí a Keila ficou desesperada, porque ela não tinha nenhuma informação dele, inclusive, até o nome ela acha que é falso. — Até o nome. — 

E aí Keila grávida no inicinho da pandemia… Sem saber quem é esse cara, sem saber por onde procurar esse cara… O tempo foi passando, ela grávida e sozinha… — Lógico que tinha o suporte dos amigos, mas ela estava sozinha. Porque, assim, ainda mais naquele começo de pandemia que a gente estava apavorado, né? Depois de março ali, abril, que a gente ficou mal. — O tempo foi passando e ela teve o bebezinho. [efeito sonoro de bebê chorando] Acho que um dos primeiros bebezinhos da pandemia, né? Que nasceram até que bastante bebê, né? — E aí a Keila começou uma busca por este pai… “Por onde procurar?” 

Keila fez um perfil — Fake. — e começou a procurar nos aplicativos de namoro. Em todos, gente… — Nos pagos, nos mais caros, nos gratuitos… E nada… — Nada de achar esse cara, nada. Ela fez de tudo, tipo, as coisas que o cara falava, que ele fazia academia em tal lugar, ela foi procurar, mas ela só tinha o primeiro nome do cara e as academias fechadas. Então, quando deu uma brecha e abriu, ela começou a procurar em academia. — Mas, gente, é uma agulha no palheiro… — É uma agulha no palheiro… É uma cidade grande, uma capital e a Keila não sabe por onde começar. 

E por que ela quer achar o cara? Primeiro pra dar uma cara ao pai do bebezinho dela. — Do filho dela. — E segundo porque, poxa, esse cara chegou lá de carro, com um carrão, então, pô, vamos pagar pensão. — Agora, sei lá, será que você não lembra dessa placa? — Será que, sei lá, uma câmera da rua… Mas o duro é: armazenado todo esse tempo, né? Um ano, mais de um ano de imagem… Ninguém guarda. Então, a Keila está aqui contando com vocês para que vocês, sei lá, esclareçam alguma coisa para ela, deem uma luz aí de onde ela pode procurar um cara que ela lembra pouco do rosto, mas ela lembra do rosto. Ela falou que ela ver ela lembra, e que sumiu… Ela engravidou e o cara sumiu. — E esse é o golpe mais antigo que eu conheço, né? Tipo, o cara engravida a moça e depois some no mundo e nunca mais ninguém acha o cara. — 

Mas eu acho que, gente, 2021 deve ter um jeito. Primeira coisa, eu acho que ele deve tá em aplicativo ainda… Ou será que ele ficou com tanto medo por causa da gravidez que ele não usa mais aplicativo? Nas redes sociais ela também já buscou… Ela lembra de coisas no perfil, tipo o time que ele torcia, e aí ela já procurou em grupos do time… — Gente, é uma busca desesperadora. — Você tem uma dica de como a Keila pode achar esse cara? Que é o pai do filho dela… Porque aí o menino também, pelo menos, cresce sabendo quem é o pai. E também para chamar o cara na responsabilidade, né? Porque a Keila não fez essa criancinha sozinha, né? O bebezinho foi feito por duas pessoas, então… Duas pessoas aí que tem que assumir o bebezinho. 

Eu estou muito intrigada, eu não consegui pensar em nenhuma forma de ajudar a Keila a achar esse cara. — Mesmo porque ela já rodou todos os aplicativos de namoro e não achou. — Então, se vocês puderem ajudar… 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, gente, aqui quem fala é a Luíza, de Genebra. E eu tenho uma sugestão para a Keila… Existem algumas plataformas de busca familiar, online mesmo e, enfim, servem para vários propósitos… Tem muita gente que usa para tentar encontrar os antepassados para tirar passaporte estrangeiro, sabe essas coisas? Mas também serve para buscas de familiares vivos a partir de testes de DNA. Eu já ouvi muitas histórias de gente adotada que estava buscando família biológica e que fez o teste de DNA, que colocou nessas plataformas, já dá para colocar em todos, né? No máximo possível… E a plataforma, assim, às vezes demora anos, mas pode fazer… Se tiver outra pessoa que tenha uma compatibilidade de DNA, ela faz esse match e avisa as duas partes, e você pode entrar em contato com a família. Então, enfim… É um chute meio longe, talvez demore muito tempo, talvez não role, mas acho que é uma coisa que vale a pena fazer e talvez localizar a família desse traste. É isso, um beijo, Keila, boa sorte. 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Jana de Salvador, Bahia. Keila, eu pensei em três maneiras de te ajudar… A primeira é que esses aplicativos de namoro normalmente ele te conecta com pessoas que são próximas a pessoas próximas a você, então é provável que dentro do seu círculo aí de amigos nas redes sociais, alguém conheça esse cara. Então, se você se sentir confortável, você pode abrir a história, fazer um post e eu acho que existem mais chances de você alcançar alguém que conheça alguém que conheça ele. E a segunda maneira é procurar uma detetive, acho que aqui já teve várias histórias onde as pessoas procuravam detetives, eu acho que detetives fazem esse trabalho de ir atrás de pais… Eu procurei e parece que sim. E a última opção é o Ministério Público, né? Porque eles têm esses programas de pai presente, só que eu não sei exatamente a quantidade de informação que eles precisam para buscar o suposto pai, né? Tomara que consiga te ajudar. 

Déia Freitas: E é isso, gente, um beijo. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.