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título: salame
data de publicação: 05/12/2021
quadro: mico meu
hashtag: #salame
personagens:  raquel

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje cheguei para um Mico Meu. [risos] Olha, eu não sei se é para criança ou não assim, tô dúvida. Então, na dúvida, ouçam primeiro antes de liberar aí para as crianças de vocês. Hoje eu vou contar para vocês a história da Raquel. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Raquel ela é dentista e ela atende até oito horas da noite. Ela não tem uma recepcionista até esse horário. — Então, o que ela costuma fazer? — No último paciente, ela sai junto. Então, a pessoa geralmente espera e ela tranca tudo ali e vai para o carro dela, o paciente vai embora e nã nã nã. Acontece que um dia, ela estava com uma paciente, terminou ali o tratamento e é uma paciente que vai regularmente, né? — Na dentista. Está fazendo um tratamento meio longo. — E o marido dela vai buscar. — Então, às vezes sai e o cara já está lá, às vezes sai e o cara ainda não chegou. — Então, o que a Raquel fez? 

Elas saíram, né? Trancaram ali o consultório, a Raquel e a paciente e o marido da paciente da Raquel não estava lá ainda. E aí a Raque falou: “não, eu vou ficar aqui esperando com você, não vou te deixar aqui do lado de fora”. — Não é um lugar perigoso, é um lugar bem iluminado. — E elas ficaram ali conversando… E a moça de frente para Raquel e de costas para um lado da calçada. E Raquel conversando com ela e nã nã nã, assuntos, assim, triviais quando ela vê lá de longe, que do outro lado da rua, vem vindo um moço. E aí ela fica de olho… — Porque, né? A gente que é mulher a gente sabe. Tá na rua de noite, vem um homem, qualquer homem andando na nossa direção, a gente já fica… O coração já dá uma acelerada. —

E ela ficou esperta naquele homem que vinha do outro lado da rua. E, quando o homem chegou mais perto, ele atravessou para o lado delas da rua… E aí a Raquel já ficou ainda mais assustada, mas ela não queria assustar a paciente dela. — Que ela estava conversando. — E, conforme ele foi chegando, pensa assim, ó… Ele está ali umas duas casas — Na calçada, né? — antes de chegar onde elas estão, e era bem iluminado… E a Raquel percebeu que este cara estava de pênis ereto, uma calça jeans com um pênis grande bem marcado e ele começou a ajeitar esse pipizão aí. — Duro. — E aí a Raquel já ficou desesperada e pensou: “esse cara vai passar por trás da minha paciente e vai passar aqui esbarrando em mim”, porque ele estava vindo ali na calçada bem na direção dela. 

O que ela pensou? Eu vou gritar… Tipo, meu, o cara é um pervertido, eu vou começar a gritar… “Sai fora, eu vou chamar a polícia e nã nã nã”. E foi exatamente isso que Raquel fez… A hora que o cara passou bem atrás dela, — Meio que tentando segurar ali as partes íntimas dele. — A Raquel pensou: “ele vai botar para fora isso aí, né?” [efeitos sonoros de gritos] E ela começou a gritar com ele, muito perto… E o cara deu uma afastada, porque ele assustou, né? E o cara começou a gritar para a Raquel: “Você é louca, eu só estava ajeitando o meu salame”. [risos] Aí a Raquel ficou mais nervosa, “meu Deus, o cara é idiota… Como assim ajeitando o salame?”. E ela começou a gritar e o cara falou: “Eu só estava ajeitando meu salame”. 

E, de repente, ele bota a mão assim na calça e, do bolso, ele tira uma peça de salame… [rindo muito] O cara estava com um salame no bolso… Uma peça de salame, embalada… Um salame real. [risos] Aí a Raquel, para não perder aquela vibe que ela já estava mesmo, agora já era tarde, né? E a moça não estava entendendo nada assim, tipo, a Raquel gritando com o cara na rua, a moça lá parada, a paciente, né? E ela olhando aquele salame, que era um salame real… Um salame mesmo. Aí ela continuou gritando com o cara, o cara começou a xingar ela, porque, poxa, ele só estava passando na rua com o salame dele. [risos] — Ai meu Deus… —

E aí, assim, eu fiquei perguntando pra Raquel, né? Mas ele não falou nada, só falou: “Eu estava ajeitando o meu salame”, e ele estava realmente, porque o salame no bolso da calça meio que estava para cair assim… Porque você coloca um pedação ali dentro do bolso da calça, mas um pedaço, sei lá, fica para fora…[risos] Eu acho que ele não queria que o salame caísse, porque ele está andando, né? Agora, questões… [risos]. Um: eu falei para a Raquel: “Raquel, se ele tivesse com o salame na mão, você ia achar que o salame era uma arma, você ia gritar com ele do mesmo jeito ou ia ficar mais apavorada. Então, o cara com salame no bolso, pra segurança dele, era até melhor do que andar com o salame na mão, né? Porque a pessoa podia confundir ali o salame à noite com uma arma”. 

E aí a gente ficou pensando assim, onde ele comprou esse salame? — Será que ele comprou esse salame? Mas deve ter comprado… — Não tinha a sacolinha? E aí eu pensei: se foi num bar, de repente, é um bar, um boteco que ele estava e tal, sei lá… E aí ele comprou o salame, saiu com o salame na mão e, para não ficar andando com salame na mão, botou no bolso… Acho que pode ter sido isso que aconteceu. [risos] Mas que coisa maravilhosa… Sabe? “Você é doida, eu só estou ajeitando meu salame”. Aí eu também, quando eu estava lendo, né? A Raquel também na hora ainda pensou: “o cara está chamando o próprio pau de salame”, ela ficou mais puta… E não. O cara sacou do bolso um salame. [risos]

Para piorar, só se ele batesse nela com o salame. [risos] — Ai, que horror. — Eu, no lugar da Raquel, acho que a hora que eu visse que era um salame, eu ia começar a rir muito e pedir desculpa pra ele, mas ela estava naquela vibe assim… — Detalhe… — Ela já tinha tirado o avental lá do negócio de dentista e ela estava com uma camisa de futebol do marido dela, e o cara ainda falou assim para ela: “Do que você gosta eu gosto também”, porque achou que, tipo, a paciente dela era namorada dela. [risos] E eles ficaram batendo boca assim, o cara lá com o salame dele, coitado. [risos] Dessa vez ele não teve culpa de nada, absolutamente nada. Tipo, uma pessoa na rua andando com seu salame que foi atacada pela Raquel. [risos] 

É muito surreal que isso tenha acontecido, não é? Aí eu fiquei… Toda hora que eu pensava nessa história hoje eu dava risada assim, porque o cara, realmente, tinha um salame, parece um esquete da Porta dos Fundos. [risos] Era um salame real. Eu super entendo a adrenalina da Raquel na hora do susto, né? de achar que o cara fosse, sei lá, passar a mão nelas ou botar o pênis fora. — O pau para fora. [risos] — E aí era só um salame mesmo e ela não conseguiu voltar ali na hora pra, sei lá, de repente rir e pedir desculpas, sei lá… Mas não dava também, porque o cara ficou bravo. E ela falou que ela nunca mais viu o cara passando ali, o cara do salame. [risos] 

Eu tinha tantas perguntas para esse cara, tantas… Que uma sacolinha só já resolveria a vida dele todinha, porque aí não precisava andar com o salame na mão parecendo uma arma e não precisava botar no bolso e ficar parecendo que ele estava ali andando de pau duro. [risos] [trilha]

Assinante 1: Fala, galera do Não Inviabilize, melhor o podcast do Brasil. Aqui quem está falando é Jaqueline Costa, eu moro em Buenos Aires e essa história de salame, Raquel, olha só, tamo junto. Não precisa se preocupar, não… Aconteceu uma coisa parecida comigo, com uma amiga e um amigo na oficina de trabalho, a diferença é que não era um salame, era uma banana e não era na calça, era num casaco desses bem grande que vai até o joelho. Então, na posição que estava a banana ficava igual o membro do rapaz. E a moça se assustou também, aconteceu uma situação muito parecida. Então, eu acho que dessa história aqui a gente tem duas coisas para tirar, primeiro que, assim, galera aí da moda, vamos criar uns abrigos com, ah, não sei, um freezer? Uma forma de manter o alimento dos rapazes mais refrigerados, já que eles gostam de carregar perto do corpo, né? Porque, assim, eu moro em Buenos Aires, mas eu sou do Rio e, sei lá, um cara carregando um salame no bolso, uma banana no bolso, ele vai chegar com a banana flambada, vai chegar com o salame defumado em casa, não vai ser legal. E, outra coisa, é: meninos, até a indústria têxtil, a indústria da moda vier com uma solução para vocês, usa calça cargo, né? 

Assinante 2: Aqui é a Kátia Almeida, eu falo de São José dos Campos. O início da história parecia que eu estava me vendo, né? Porque eu também fico assim, olhando para todos os lados, ainda mais à noite na rua, né? E, se eu vejo alguém vindo, a pupila já dilata, a pessoa fica só acompanhando. Eu pensei que, no meio do caminho, sei lá, o cara ia ser marido da paciente, alguma coisa assim, mas [rindo muito] sinceramente “ajeitando o meu salame” ninguém merece. O que esta criatura estava fazendo com um salame no bolso? Meu amigo, pelo amor de Deus, não tem um lugar melhor para você enfiar esse salame, não? [gargalhando] Foi muito bom, rendeu boas gargalhadas. Um beijo. 

Déia Freitas: Então esse é o mico da Raquel e está no Mico Meu, porque foi o mico que ela pagou, né? O cara não fez nada, coitado, estava passando ali. Talvez o salame estivesse pinicando, a embalagem do salame pinicando no bolso dele e ele estava só segurando ali, ajeitando o salame. [risos] Ajeitando o salame é muito bom, desculpa. Um beijo, gente, até a próxima. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.