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título: energia
data de publicação: 19/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #energia
personagens: milene, dona anita e seu luiz

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] A minha amada amiga Netflix [som de abertura Netflix] está aqui de novo comigo pra gente contar mais uma história de golpe. A convite da Netflix, eu selecionei histórias de golpe para contar o mês todo em comemoração à estreia da minissérie Inventando Anna — Da Shonda Rhimes. — que estreou no dia 11 de fevereiro. A série é inspirada na história real da golpista Anna Delvey e está muito massa, corram lá e assistam. Hoje eu escolhi uma história de golpe de gente encostada… Eu vou contar para vocês a história da dona Anita e quem me escreve é a filha dela, a Milene. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Essa história aconteceu no início dos anos 2000, em Goiânia. O pai da Milene ali no comecinho dos anos 2000 tinha uma padaria num outro Estado. — que não era Goiânia ainda. — Um dia, nessa padaria, — Em condições que eu não vou falar agora, que talvez eu venha contar essa história mais para frente. — um homem morreu dentro da padaria do seu Luiz. E aí, assim, era uma cidade pequena, espalhou—se um boato que este homem que morreu na padaria assombrava a padaria e as pessoas deixaram de frequentar a padaria do seu Luiz. Por causa dessa história, a padaria faliu [música triste] e o seu Luiz, dona Anita e Milene se viram ali sem um real… Uma condição, assim, bem precária mesmo. — Porque era uma padaria pequena e tal, familiar… Um negócio familiar. — 

E só um fato, uma curiosidade: A Milene falou que até hoje — Isso tem mais de 20 anos. — aquele ponto comercial da padaria nunca mais foi alugado. Então criou—se nessa história — Que era um boato. — de que havia um fantasma dessa pessoa — Que morreu na padaria lá assombrando. — e ninguém nunca mais alugou. E aí o seu Luiz viu que ali naquele estado que eles estavam e sem grana, não ia dar para fazer nada… E eles resolveram mudar, fazer uma mudança ali de ares e de tudo, para Goiânia. — Só que assim, gente… — Eles estavam sem nada. — Então o que seu Luiz fez? — Seu Luiz alugou um ponto que poderia ser comercial e residencial, só que era um lugar muito pequeno, então, o que ele fez? 

Ele pegou o comando da frente pra improvisar ali uma mini padaria, — Tipo, nem uma padaria, só para fazer pães mesmo, né? Vender só os pãezinhos. — E, atrás, eles moravam os três no outro cômodo. E, assim, o banheiro que tinha ali naquele ponto comercial que era pra vender pães, servia pra galera que vinha comprar pão e pra família… E era um banheiro que no começo não tinha chuveiro, eles tinham que tomar banho de caneca usando água da pia… — Um horror. — Mas era o que dava pra pagar. Então eles alugaram essa sala comercial com esse puxadinho de um cômodo atrás e usavam até a mesma cozinha ali da padaria, porque não tinha como. 

Os meses foram passando ali… — Eles nessa casa, com muita dificuldade. — Foram vendendo pães ali e melhorando um pouquinho. — Muito pouquinho. — Só que dona Anita — Esposa de seu Luíz, a mãe de Milene. — ela estava incomodada com uma coisa. Pensa assim: São dois cômodos muito pequenos com, sei lá, uma geladeira só ligada e uma televisão, mais nada de aparelho eletrônico. O chuveiro precaríssimo, então às vezes nem funcionava tanto… E a conta de luz vinha como se fosse um ponto comercial, assim, que tivesse muito aparelho ligado. E dona Anita não entendia o que acontecia e ela questionava o cara que alugou a casa pra ela, né? Que morava do lado, na casa do lado e era, assim, uma família maravilhosa, gente super do bem, sabe? E ela sempre perguntava: “Mas a minha conta está tão alta e tal”, e o seu Luiz falava: “Ai, aqui em Goiânia é assim mesmo, a energia é mais cara e tal”. 

Então o seu Luiz ele se conformou… — Com aquela conta de luz absurda. — Só que dona Anita não. E dona Anita… — A gente pode dizer aqui, que ela poderia trabalhar aí facilmente no FBI. — Porque ela resolveu sozinha investigar, investigar porque aquela conta de luz vinha tão alta. E qual foi a primeira desconfiança de dona Anita? Bom, o dono do imóvel tinha ali sua esposa e sua mãe e, essa senhora, lavava a própria casa com aquelas máquinas de jato d’água — Que gastam energia para caramba. — praticamente toda semana. — Por que lava a casa por fora? A fachada? As paredes por fora… Quem que lava? — Dona Anita pensou: “A única pessoa que faria isso toda semana é alguém que não paga energia”. — Cabeças de dona Anita. — 

E aí dona Anita vendo aquela senhora toda semana com o jato d’água lá lavando, gastando energia danada, lavando a casa por fora, as paredes, janelas, tudo… Ela resolveu fazer um teste. Ela entrou em casa, desligou a geladeira e a tvzinha ali que era a única coisa com eletricidade, foi até o relógio da casinha deles ali e desligou a geral… Quando ela desligou a geral, a máquina da velha parou de funcionar… E aí a velha olhou para dentro de casa, da própria casa e viu que a TV estava ligada e tal, e aí a velha ficou meio cismada e parou, né? — Porque a máquina parou. — Dona Anita ligou a geral de novo, os aparelhos todos dela desligados e o relógio dela rodando… E a máquina lá de jato d’água da idosinha voltou a funcionar. 

Ou seja, aquela máquina estava ligada no relógio daquela família que estava passando um mega perrengue… Enquanto a idosa estava tentando entender o que estava acontecendo com a máquina, se a máquina estava com problema e tal, ela meio que virou assim e olhou para o lado e quem estava de braços cruzados olhando para ela com uma cara de “ahá”? Dona Anita. [risos] — Nossa agente do FBI. — E aí a idosa se ligou que Anita tinha desvendado ali [risos] todo o golpe, e a idosinha pegou a maquinazinha dela e correu para dentro. Dona Anita foi lá, contou tudo para o seu Luiz — Seu marido, né? — e seu Luiz ficou só esperando o cara chegar. O cara chegou, já foi lá na casa deles aos gritos, dizendo, reparem: “que ele era uma pessoa honesta, e que o seu Luiz, dona Anita e as crianças” — Porque a Milene tem dois irmãos. — “tinham que sair de lá urgente, que ele não queria mais aquelas pessoas ali… Porque onde já se viu, ele era uma pessoa honesta”. 

E aí o seu Luiz também encrespou e falou: “Ah, honesto? Você vai gritar aqui comigo? Abaixa a voz senão eu vou te amassar igual um pãozinho aqui”. [risos] E aí acalmaram-se ali os ânimos, só que agora o seu Luiz estava no veneno… O que ele fez? Ele chamou a coisa de energia lá. — Tipo, a empresa do governo lá que cuidava da energia para descobrir os gatos e eles veem os gatos de energia ali… E eles vêm e fazem uma perícia gratuita. — O que eles descobriram? Que esse cara, que era o dono da salinha ali e tal que alugava e morava do lado, ele tinha ligado no relógio da salinha três tomadas… Uma tomada pra geladeira — Pensa… — outra tomada para a máquina de costura da idosa e outra tomada para aquela máquina de limpeza ali de jato d’água. 

E aí essa empresa de energia veio e cortou todos os gatos… Só que aí eles tiveram que sair da casa, né? Tiveram que mudar, mas não sem antes aí [risos] desmascararem a família honesta que alugava uma salinha… Ai, uma família tão do bem, tão querida… Então agora é mais uma coisa pra gente ficar esperta, né? Será que alguém ligou alguma coisa e está puxando a nossa energia? — Ô, meu Deus, mais essa, hein? — Então eu trouxe essa história de golpe porque as pessoas foram desmascaradas, como Anna Delvey também foi desmascarada. No caso da Anna Delvey, ela foi presa, aqui não aconteceu nada… [risos] Mas pelo menos veio aí a empresa de energia aí e desligou os gatos, que a gente não sabe se depois eles iam refazer esses gatos de energia aí, né? 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, eu sou a Beth, falo de São Paulo. Milene, que situação, hein? Recomeçando a vida numa nova cidade, acreditando estar alugando um local de uma família honesta, aparentemente… A sorte a dona Anita ser esperta e investigar a discrepância na conta de luz. Como a Déia disse, vamos ficar espertos, porque esse é um golpe que eu realmente não conhecia. 

Assinante 2: Fala, Não Inviabilizers, aqui quem fala é o Mogli, também conhecido como “Depois o Léo corta”, falando diretamente do Rio de Janeiro. E, Milene, que situação complicada a sua e da sua família… Vivendo um momento difícil onde uma família de bem resolve se aproveitar de vocês. Normalmente, quando a gente tem condição, isso já seria uma sacanagem muito grande, agora vocês tentando se reerguer e receber uma apunhalada dessas, é pior ainda, né? O que eu acho interessante da família de bem, é que o bem parece que só serve para eles próprios… “Eu tenho que ficar bem e os meus amigos e a minha família também tem que ficar bem… Os outros danem-se, né?”, que bom que vocês estão bem agora. Desejo tudo de bom pra vocês. E, pra finalizar, eu vou deixar um recado que a Déia pediu para eu passar para vocês é que: Entre Cactos & Suculentas volta amanhã e, se você curte plantinhas, não deixa de assinar o nosso feed e ouvir a gente. Então, um beijo e tchau. 

Déia Freitas: Assistam lá na Netflix a minissérie Inventando Anna, comentem lá no nosso grupo, tem uma hashtag exclusiva para a série que é: “Anna”, com dois N’s e vamos lá no grupo comentar tudo. Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.