Skip to main content

título: anna
data de publicação: 26/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #anna
personagens: anna

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E cheguei pra mais um picolé de limão. — E hoje eu não estou sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] A convite da Netflix, eu selecionei oito histórias de golpe para contar o mês todo aqui de fevereiro, em comemoração à estreia da minissérie Inventando Anna da Shonda Rhimes, que estreou esse mês na Netflix. [som de abertura da Netflix] A série é inspirada na história real da golpista Anna Delvey e hoje a Netflix está aqui para a gente contar um pouco mais da história da Anna. [efeito sonoro de crianças contentes] E eu queria focar num evento — específico — que eu acho que foi a derrocada da Anna, que é a viagem aí ao Marrocos e sua estadia no hotel La Mamounia, em Marraquexe. Um dos hotéis mais caros do mundo… Bom, vamos falar então um pouco mais da história da Anna. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Anna, um dia que está lá com a sua personal, — que ela tinha uma personal — e com a amiga dela, a Rachel… — Vou chamar de Raquel, tá, gente? — E a Raquel… A Anna fala: “Bom, gente, vocês não tão a fim aí de tirar umas férias comigo, ir para o Marrocos e nã nã nã?” e elas ficaram animadas, né? [efeito sonoro de avião decolando] — Poxa, com a Anna pagando tudo, né? Quem não ia querer ir? — E aí a Anna levou essa personal, a sua amiga Raquel e um cinegrafista que era amigo ali — mais da Raquel — pra tirar umas fotos e filmar essa viagem, né? Documentar essa viagem das três garotas. E, nessa época, a Anna estava muito tensa, muito estressada, porque estava para sair o empréstimo milionário lá pra ela dar início no projeto da Fundação que ela queria fazer em Nova York. E aí, pra espairecer, ela falou: “Bom, vamos aí para um dos hotéis mais luxuosos do mundo”. — E, gente… — 

Esse hotel é um hotel absurdamente luxuoso, assim… Já se hospedaram lá as Kardashians, Elton John, Rolling Stones, enfim, né? E aí o crème de la crème. E aí chegando no hotel, aquele luxo todo, a Raquel muito empolgada para fazer vários passeios, ela tinha várias coisas que ela tinha anotado que ela queria fazer, elas começaram ali a hospedar e tal, a Anna, provavelmente, deu um cartão pra ser colocado ali na conta dela do hotel. Mas logo que eles estão se instalando, a gente percebe ali que uma moça muito elegante, — que eu acho que é concierge do hotel — ela chama Anna meia de canto e conversa um pouco… Então, a partir daí a Anna passa a negar tudo o que a Raquel queria fazer saindo do hotel… A Anna fala: “Mas gente, aqui esse hotel é o mais luxuoso do mundo, tem tudo aqui. Por que você quer sair desse hotel?” — Então todos os passeios ali que a Raquel sugeria, a Anna falava “não”, né? — 

E aí elas começam a usufruir ali das coisas do hotel, mas sempre a Anna é meio que chamada de lado ali por essa concierge e tal, né? E parece que a conversa é sempre meio tensa, mas a Anna acaba resolvendo… Não se sabe o que a personal da Anna comeu, o que foi que fez ela passar mal, ela ficou muito mal… — Muito mal, assim, estômago e tal. — E resolveu voltar para os Estados Unidos — tipo, sair do hotel —. A partir do momento que essa personal saiu do hotel, acho que acendeu ali uma luzinha no hotel, — tipo: “mano, essas meninas vão dar o golpe aqui, né?” — então o hotel ficou ligado e pensando: “poxa, elas vão dar o golpe aqui” e começaram a pressionar a Anna para que ela desse um cartão válido, porque até então os cartões que ela dava, nenhum passava. 

E aí a situação ficou tão tensa que a Raquel se viu ali pressionada a deixar o cartão dela, — pessoa física — como uma garantia de pagamento. O hotel disse assim: “Olha, a gente não vai usar esse cartão, ele vai ficar aqui só como uma garantia porque é um cartão válido”. E aí a Raquel já ficou tensa e tal, só que agora como eles tinham deixado um cartão válido, eles podiam sair do hotel. — Porque a Anna não queria sair do hotel porque sabia que, se ela fosse até a porta do hotel para sair sem o cartão válido, sei lá, eles iam ser presos, né? Então, como agora tinha um cartão válido… — A AnnA foi lá na Raquel e falou assim: “Olha, vamos fazer aquele passeio que você queria”. 

Entre todos os passeios que a Raquel queria fazer, tinha um especial que era um jardim… Ela queria conhecer um jardim chamado “Jardim Majorelle”. E esse jardim, essa casa, é uma casa muito famosa entre os fashionistas e tal e, como a Raquel trabalhava numa revista de moda, ela queria muito conhecer esse Jardim Majorelle. E aí eles foram e tal nesse jardim — pra passear. — e a Anna achou tudo um saco, porque assim, ela falou: “Nossa, um monte de cacto e tal”. [risos] Só que quando eles estavam lá passeando nesse jardim, eles descobriram que era pago… — Era um passeio pago. — E aí eles já estavam, assim, de cara, devendo, tipo, sei lá, dois mil dólares — acho que até um pouco mais que isso — e, óbvio, que eles não tinham como pagar, o cartão da Raquel estava lá no hotel… — Então o que teve que ser feito? — 

A Raquel teve que pegar o cartão dela lá no hotel, — ela voltou para o hotel com um segurança do Jardim Majorelle — pegou o cartão, trocou pelo cartão corporativo, cartão da firma dela e foi lá pagar esse passeio que eles fizeram. Nesse meio tempo, a Anna recebeu aí umas notícias ruins sobre o empréstimo, então ela ficou mal, ficou muito puta ali no hotel, chorou, enfim, ficou cheia de ódio… E aquele cinegrafista que ela contratou — que era mais amigo da Raquel — falou para Raquel: “Mano, vamos embora, o negócio aqui não tá bom, vai dar ruim aqui”. E aí convenceu a Raquel que eles fossem embora antes da Anna e a Anna ficasse sozinha ali no hotel para resolver essas questões de grana. 

Só que a Raquel não pode tirar o cartão dela corporativo, que era o cartão válido. — E eu não sei porque ela não saiu dali e, assim, o passo seguinte que ela fez foi ligar na firma e falar: “Ó, cancela o cartão que eu perdi o cartão”, sei lá… Precisava nem dar desculpa, falar só: “cancela o cartão”, porque aí a Anna que ia ter que se virar lá em Marraquexe pra pagar, mas não… Ela deixou o cartão lá e deixou o cartão válido. — E aí com esse cartão válido ali no hotel, a Anna não tinha conseguido dinheiro em lugar nenhum… — O que eu penso, tá? Eu penso que a Anna nunca pensou em dar um golpe na Raquel, porque a Anna sempre só deu o golpe em pessoas ricas, né? Então, eu acho que, enquanto ela tá lá, ela primeiro pensou que o empréstimo sairia, depois… Porque ela dava uns telefonemas e tal… Eu acho que ela tentou arrumar esse dinheiro do hotel com outras pessoas ricas, dando outros golpes e tal, mas não deu certo, e aí por isso que acabou ali rolando de passar o cartão corporativo da Raquel e que foi, tipo, mais de 60 mil dólares, né? — 

E aí, além disso, a Anna se viu lá no Marrocos sem ter dinheiro para voltar, pra comprar a passagem. Aí ela ligou pra a personal trainer que tinha ido com ela e pediu para a personal comprar uma passagem, e a personal foi lá e comprou pra Anna poder voltar. E daí, gente, foi só ladeira abaixo… Foi só ladeira abaixo… Eu sugiro que vocês assistam. Pra mim, esse foi o ponto onde a Anna tinha mais ou menos os golpes sob controle ali e, depois que ela foi para o Marrocos, a coisa desandou de vez… 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, gente, eu sou Sofia de Igrejinha, Rio Grande do Sul. Terminei de ver a série ontem, então ela está bem fresquinha na minha cabeça. Eu também concordo com a Déia, acho que é ali na parte de Marrocos que começa o declínio da Anna. Eu acho que ela começou a acreditar tanto no próprio golpe, que ela esqueceu que ela precisava aplicar alguns menores para sair daquela situação. E a Rachel eu também acho que ela foi um pouco ingênua, porque quando eu assisti ali, eu fiquei tipo: “Chega em Nova York cancela esse cartão de crédito, pelo amor de Deus” e ela não cancela, ela deixa a situação acontecer também, né? Então, eu acho que a Anna se dava bem porque as pessoas elas não se davam conta do golpe, nem em situações tão explícitas quanto foi essa em Marrocos. Eu adorei muito a parceria da Déia e do Não Inviabilize com a Netflix, me fez assistir essa série, então, valeu, Netflix. [riso] 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Raquel de Belo Horizonte e, ouvindo aqui a história da Raquel, né? Eu penso que o nosso nome significa “mansa como ovelha”, que é uma coisa que eu detesto… Raquel foi muito bobinha de acreditar na Anna, mas eu acho que até a própria Anna acreditava que ela ia conseguir sair desse, que ela ia conseguir o empréstimo e que ela não ia dar esse golpe na própria amiga, né? Mas o que eu acho é que a gente pode ajudar os amigos sempre, né? Assim, é meio até não saudável desconfiar de todo mundo, mas se for para emprestar dinheiro, empreste um dinheiro que você possa reaver ou que você tenha condição de emprestar e não com cartão corporativo da empresa. Um beijo. 

Déia Freitas: Inventando Anna da Shonda Rhimes está disponível na Netflix, assistam. Só tem mais um episódio, — que eu vou contar para vocês no sábado, é a nossa última história de golpe — tô muito felizinha aí com esse publi da Netflix e vamo que vamo, tamo junto, Netflix. Um beijo, gente. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.