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título: criatura
data de publicação: 28/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #criatura
personagens: isabel e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo é a Nuvemshop. — Se tem nome de nuvem eu já amo. — A Nuvemshop é a maior plataforma de e-commerce da América Latina, ela tem mais de dez anos de mercado e está aqui hoje para dizer que você pode criar a sua loja online de forma simples e profissional com apenas alguns cliques. A Nuvemshop é uma plataforma que oferece diversos serviços e parceiros de acordo aí com o seu negócio. E é você que escolhe o que você quer usar. A Nuvem já oferece 30 dias gratuitos, isenção de tarifa por venda durante 90 dias e os ouvintes do Não Inviabilize ainda ganham 25% de desconto na primeira mensalidade. O site é: nuvemshop.com.br e eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar para vocês a história da Isabel. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Isabel tinha um namorado — que era muito bacana — e ela estava num namoro já de três anos, então tinha muita afinidade, muita cumplicidade, eles viajavam, faziam várias coisinhas… O namoro estava evoluindo muito bem, os dois apaixonados — pelo menos era o que a Isabel imaginava — e a vida foi correndo, tudo dando certo… Até que um dia a Isabel acordou com uma dor, assim, muito forte na perna direita e era uma dor, assim, que ela não sabia explicar. — Sabe dor de inflamado, assim? Mas era uma coisa muito forte… — E ela olhou na perna, assim, e tinha um pedaço da perna dela que estava mais vermelho, mas ela não achou que fosse nada, né? E aí foi para a faculdade, foi fazer as coisinhas dela e com aquela dor e tal, mas o dia passou, ela tomou um analgésico e deu pra segurar. 

No dia seguinte, quando ela acordou, a dor estava mais forte… E aí ela não conseguiu mais, assim, andar de boa… E aí ela ligou para a mãe dela [efeito sonoro de chamada telefônica] e falou… — A dela já tinha saído para trabalhar, né? — Ela, na época, morava com a mãe e falou: “Olha, mãe eu tô com uma dor na perna, não sei o que é, mas já tô preocupada, eu precisava ir até o P.S, né?”. E aí a mãe dela já assustou, mas a mãe dela professora estava no meio de uma prova… — E ia ter, tipo, um dia de prova, né? — E aí a Isabel falou: “Não, mãe, pode deixar que eu vou pedir aqui pro meu amorzinho me levar”. E aí ela pediu para o namorado e eles foram até o P.S. Quando a Isabel passou na consulta, o médico resolveu que ela devia fazer mais alguns exames e ela fez — mais alguns exames —. 

E aí foi constatado que Isabel estava com um início de trombose… [música triste] E ela ia precisar ficar internada e ia precisar fazer uma cirurgia na perna. E aí o médico explicando o caso dela e falando dos possíveis — sei lá, problemas que poderiam dar ali na cirurgia — e, entre os problemas, estava a amputação de parte da perna da Isabel. — Eu vou entrar aqui em detalhes do que ela teve e como foi isso, que é uma passagem muito dolorosa da vida dela. — Era uma coisa assim, né? Ela tinha que operar e podia ser que precisasse amputar aí uma parte da perna dela. E aí ela estava ali abraçada com o namorado, ela chorou muito, ele ficou em choque, assim… E aí ela foi internada… E ela foi internada, eles iam tentar passar um negócio lá pela perna dela… — não sei se pra ver onde estava o trombo, enfim… Essas coisinhas médicas. — Ia demorar ainda mais um dia para ela poder operar. — Digamos que ela foi na manhã de uma terça-feira, ela ia operar na quarta à tarde. — 

E aí a mãe dela já largou tudo, colocou uma outra professora lá pra fazer as provas e foi para o hospital, né? — Pra saber tudo o que estava acontecendo. — E aí Isabel contou, todo mundo ficou arrasado e beleza… Como o namorado dela foi embora… — Isso era na terça-feira, ela ia operar na quarta à tarde. — Quando foi na quarta de manhã o namorado dela apareceu lá — no hospital — e a Isabel ficou muito feliz, né? — Porque, poxa, olha a situação que ela estava passando, né? E com tudo o que ela ia viver ainda. — E aí o cara chegou lá, ele tinha uma florzinha que ele comprou, tipo, lá mesmo na frente do P.S, entregou a florzinha para ela, ela pegou a florzinha toda feliz, mas ele estava com uma cara péssima… E ele falou assim pra ela: “Olha, Isabel, não tem um jeito fácil de te falar isso, mas eu queria terminar”. — Oi? — 

A sua namorada está prestes a fazer uma cirurgia complicada, tá internada e você vai até o hospital para terminar com ela? — Sim, foi isso que essa criatura que eu nem dei nome fez. — Ele foi até o hospital e terminou com a Isabel de manhã. — Antes da cirurgia dela à tarde. — E aí a Isabel ficou passada, né? E ela estava preocupada com a cirurgia também, querendo saber porque ele queria terminar e ele falou: “Olha, é isso, boa sorte. Vai dar tudo certo na cirurgia”. — Ai, gente… [riso] Que ódio… — Ele falou: “Vai dar tudo certo na cirurgia, boa sorte… E é isso, eu não quero mais”. e ele foi embora. E aí passou ali meia hora a mãe dela chegou, aí a Isabel chorou, chorou, chorou, [efeito sonoro de pessoa chorando e fungando] ficou mal… A mãe dela ficou puta… — Óbvio, né? Porque o cara, poxa, ele foi mega insensível, né? — 

E aí ela foi arrasada operar, operou e deu tudo certo… Não teve que amputar parte da perna, nada disso… — Que ia ser o pé e uma parte da perna, não precisou… — Mas ela ia ter que fazer um tratamento meio longo. e nã nã nã… E aí a Isabel, dali uns dias, saiu do hospital e foi pra casa… — E a gente está falando de uma história pré pandemia, né? Então as pessoas se visitavam, as pessoas iam nas casas uma das outras. Era uma época muito boa da nossa vida, [risos] que a gente nem imaginava. — E aí ela está lá recebendo as visitas, bastante gente da faculdade que ela tinha amizade, todo mundo se revezando pra ir lá ficar um pouco com a Isabel… E, numa dessas, um amigo dela vai lá visitar e fala: “Olha, eu sei que agora não é o momento, mas eu achei muita sacanagem o que a criatura — nós vamos chama-lo de criatura — o que a criatura fez com você… Ainda mais pelos motivos que ele fez”. [efeito de tensão] 

A Isabel não sabia os motivos porque ele não falou… E aí ela falou: “Ah, os motivos? Me conta os motivos… Eu não sei os motivos”. Aí o cara falou pra ela: “Você não sabe? Pois ele falou pra uma galera lá, assim, da turminha, os caras que ele tem mais amizade, que ele tava terminando com você antes de você amputar a perna porque ele não queria uma namorada que não tivesse uma parte da perna… Foi por isso que ele terminou com você… E você bloqueou ele em tudo, né?” — Que ela acabou bloqueando mesmo ele em tudo. — “Então, você bloqueou ele em tudo, ele já tentou falar com você porque agora que ele soube que você não precisou amputar uma parte da perna, ele queria conversar com você provavelmente para voltar… E eu acho que eu tinha que te contar isso, pra você poder tomar uma decisão lúcida se você for voltar”. — E, assim, gente, era um momento inadequado, mas eu achei que esse cara foi certeiro, porque o cara, a criatura lá, ia dar um jeito ou ia aparecer lá e ela ia acabar amolecendo, porque ela não tinha noção do que ele tinha falado. — 

Então, veja bem… O cara terminou com ela antes da cirurgia, porque depois da cirurgia aí ia ficar chato… Foi o que ele falou. [efeito de voz grossa] “Ai, vai pegar mal se eu terminar com ela depois que ela amputar uma parte da perna, todo o mundo vai ficar falando”, então ele correu pra terminar antes… — Olha que pessoa maravilhosa, que ser humano, né? — E aí eu achei ótimo que esse cara mandou a real pra ela, não ia ter um horário bom pra falar isso… Que bom que ele falou. Como ele disse, a criatura apareceu lá e a mãe dela já sabia, só faltou pegar uma vassoura pra pôr ele pra fora, mas não deixou nem ele entrar, enfim… Ela nunca mais falou com ele, mas eu fiquei tão chocada com o motivo… Gente, como que uma pessoa pode pensar uma coisa dessas? Correr lá pra terminar antes porque depois não ia dar, porque todo mundo ia falar “ah, você tá terminando porque ela amputou a perna”… — E era exatamente isso que ele estava fazendo, só que ele não queria que ninguém soubesse, assim, fora o pequeno círculo dele de caras. —  Não sei nem o que dizer… A Isabel tá ótimo, tá bem, deu tudo certo o tratamento. Já tem tempo… E ela está muito bem. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, eu sou Ana Clara do Rio de Janeiro. E, caramba, Isabel, que Livramento você teve… Porque essa pessoa, além de ser insensível, ele é totalmente capacitista. Então eu acredito que você teve um livramento muito grande, que você felizmente está cercada de pessoas que te amam e tem consideração por você, e que souberam te ajudar nesse momento e te ajudar ainda a não voltar para esse embuste. Então, parabéns, tá? Valeu, espero que esteja tudo bem com você agora e que você arrume uma pessoa maravilhosa pra você. Beijo. 

Assinante 2: Olá, Déia, olá, pessoal, aqui é a Gio de Campinas. Acabei de ouvir a história da criatura que aqui e, óbvio, que tem um problema de saúde grave assim nunca é bom, mas nesse caso, pelo menos, mostrou mais rápido para ela com quem ela estava se relacionando, né? Porque alguém que faz isso, faz com a namorada, faz com os amigos, faz com todo mundo… Então, o quanto antes a gente descobre, é melhor pra gente, né? Pra poder se livrar mesmo e sair de perto de pessoas assim. Um bom dia para vocês. 

Déia Freitas: A Nuvemshop vai estar com a gente por um bom tempo. — Parceiraça aí do nosso canal Não Inviabilize. — Com mais de 90 mil clientes ativos em suas plataformas, a Nuvemshop está esperando você. Mostre ao mundo que você é capaz e cria sua loja online na Nuvemshop. Nuvemshop.com.br, utilizem o link aqui da descrição do episódio que lá tem o nosso desconto de 25% na primeira mensalidade. Um beijo, gente, e tamo junto Nuvemshop. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.