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título: seguro
data de publicação: 11/03/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #seguro
personagens: zézinho e esposa

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história do Zézinho. — Ê, Zézinho… [risos] — Então vamos lá, vamos de história. — 

[trilha] 

O Zézinho conhecer uma moça — tem uns 7 anos — e eles começaram a namorar, noivaram e casaram. E aí alugaram um apartamento e foram morar nesse apartamento, ambos trabalhando e economizando dinheiro. E, assim, eles sabiam que para ter uma casa própria ainda demoraria muito tempo, mas eles tinham uma meta de comprar um carro. Então, aí ao longo dos anos eles foram juntando, — cada um ali juntando sua parte — porque a ideia era comprar um carro meio a meio. Então, um carro também que não seria um carro de luxo, mas, assim, um carro popular mais novo e tal, pra não ficar dando tanto problema de manutenção, enfim… E aí eles juntaram ali uma grana os dois e compraram o carro. [efeito sonoro de sistema de alarme de carro]. 

Compraram o carro em 2020 e aí, assim, ah, felicidade e nã nã nã, carro novo, primeiro carro dos dois… Assim, os dois já dirigiam, mas quando eles foram casar eles venderam… Cada um vendeu seu carro e tal… — Pra comprar móveis e essas coisas, enfim… — E aí a ideia agora era que eles iam dividir esse carro, porque dava pra conciliar horários, enfim… Um carro só para o casal estava ótimo. E aí eles tinham que fazer um seguro, né? — Carro novo. — Então, a esposa do Zézinho ficou de fazer a cotação e passar ali para o Zézinho pra eles decidirem como ia ser. — Então, o que ficou combinado? — Esse primeiro ano, — de 2020 até agora em 2021 — quem pagaria o seguro todo mês seria o Zézinho… Ela gerava o boleto, ele dava o dinheiro e ela pagava, beleza… 

E o segundo ano, que seria agora de 2021 e 2022 ela pagaria… E assim foi combinado. E aí todo mês o Zézinho dava o dinheiro pra ela [efeito sonoro de caixa registradora] pra ela pagar ali o seguro do carro. Os dois super felizinhos com o carro, ele usava, ela usava, não tinha muito essa de só um monopolizar o carro, estava tudo certo. E, paralelo a isso, a esposa do Zézinho estava mais bonitona… Ela estava fazendo vários tratamentos de beleza, drenagem linfática, várias coisas… E os Zézinho, lógico, gostando, né? — Pô, quem não quer, né? Uma esposa ali bonitona e nã nã nã. — E tudo corria super bem… 

Até que um dia, essa moça foi… — Eu não posso falar aqui onde ela foi, mas sei lá… Foi no sacolão, foi comprar aí uns legumes e estacionou o carro na rua… E quando ela voltou, cadê o carro? [música de suspense] O carro não estava na vaga que ela deixou… — Aí aquela coisa, né? A pessoa volta e não vê o carro acha que, poxa, “eu estacionei em outro lugar”. — Então ela deu uma rodada ali e viu o carro realmente tinha sido roubado. Aí ela ficou desesperada e foi para casa esperar o Zézinho chegar e quando o Zézinho chegou, ela falou: “Olha, roubaram nosso carro e tal”, Zézinho ficou arrasado… Só que a sorte é que eles tinham seguro, né? —E aí terei que pagar franquia, enfim… Mas eles tinham seguro. —

Quando o Zézinho falou: “Me dá as coisas que eu vou acionar o seguro e tal”, ela começou a chorar… [efeito sonoro de pessoas chorando] — E aí, gente, vocês não vão acreditar… — O carro já estava há dez meses com seguro… Só que ela não fez o seguro. — Quando o Zézinho pediu a documentação ela teve que confessar que ela não fez o seguro. — Ela pegava o dinheiro que o Zézinho dava para pagar o seguro… — O único boleto que ela gerou foi o primeiro e não pagou. — E ela estava usando esse dinheiro para fazer tratamentos estéticos… E aí o Zézinho ficou em choque, né? — Porque, gente, como assim, né? — E aí ela falou que não estava se sentindo bem com ela mesma e tal, que aí resolveu investir nela… Achou que não ia dar nada, que ninguém ia roubar o carro… — Por que o que ia acontecer? — Daqui dois meses a obrigação seria dela, e aí ela ia dar um jeito de pagar, mas esse primeiro ano ia ser, tipo, o ano que o carro passou ser seguro. 

Ainda naquele clima, eles tiveram que ir fazer B.O, porque nem o B.O. Ela tinha feito, nada… — Que ela estava apavorada, né? — E aí o Zézinho, poxa, sem chão… Acabou contando ali na família dele, todo mundo ficou revoltado, com ódio dela e uma prima do Zézinho acabou publicando na internet. Isso depois o Zézinho pediu pra prima apagar e tal, né? E ela só chora… [efeito sonoro de pessoa chorando] Eles até agora não encontraram o carro, — provavelmente não vão encontrar mais — e foi um dinheiro perdido, né? Metade desse dinheiro era do Zézinho, ela não tem pra devolver, eles continuam casados, estão na mesma casa, só que o Zézinho não está falando com ela. — Não sabe se vai conseguir perdoar ou não. — E aí muita gente vai falar: “Poxa, Zézinho, você dava o dinheiro na mão dele e não conferia o boleto?”. Ô, gente, sério mesmo, vocês conferem? — Porque, assim, eu e minha prima aqui a gente divide as contas, então, vai, digamos que esse mês eu vá pagar a conta de água… O que eu faço? Eu pago a conta de água e aviso ela que eu paguei pela internet a conta de água e marco com a caneta ali no papel da conta de água o dia que eu paguei. Só. Mesma coisa ela… “Ah, chegou a conta de luz”, ela vai pagar… Ela anota ali o dia que ela pagou só para controle mesmo, beleza… “Você pagou?”, pagou… Eu não vou entrar no site da conta, do negócio de água, no site do negócio de luz, para saber se pagou ou se não pagou. —. 

Por mais que a gente fale: “Ah, poxa, precisa conferir”, a gente não confere, a gente confia. Você não vai confiar na sua esposa que está ali falando para você que já gerou o boleto, que ficou tanto? E você vai lá e dá o dinheiro… Você tem outras coisas pra fazer, outras coisas pra pagar… Então, assim, eu cairia como Zezinho caiu. Real, assim… Eu confiaria porque, pô, meu marido está ali pagando o seguro, não vou confiar? Vou lá entrar no site do seguro para ver se está tudo pago? Não ia fazer… Do mesmo jeito que eu não faço aqui em casa. A gente vai pagando as contas e uma confia na outra e ninguém vai checar. Agora se, ah, cortar a luz… Ai você vai falar: “Pô, Janaína, você falou que pagou as três contas de luz e não pagou”. Aí que você vai, sabe? E eu acho que a maioria das pessoas é assim. Então não acho que a gente tem que levar a história do Zézinho por esse caminho, né? 

A confiança foi quebrada, né? Isso é uma coisa séria. — Eu considero praticamente uma traição isso, né? Porque ela estava mentindo, ela mentiu por dez meses. — Todo mês ela pegava o dinheiro dele e, assim, foi pra uma coisa para ela cuidar da estética… Tudo bem que, ah, tem o lance da saúde mental, ela estava se sentindo mal, mas o dinheiro não era dela e era para outra coisa… E aí a cagada? O carro foi roubado… Não tem mais carro e ela não tem como devolver a parte do Zézinho. E aí o Zézinho agora está nessa situação e não sabe se vai conseguir confiar de novo na esposa e continuar com esse relacionamento. Por enquanto eles estão juntos, estão na mesma casa, mas ele não está falando com ela, ele não consegue. 

E aí como a história chegou na família dele e também chegou na família dela, porque a família dele acabou indo tirar satisfação com a família dela…. — Aquelas coisas, né? — Está um auê, porque está todo mundo brigando e ele está lá, assim, tá arrasado e não sabe se vai conseguir superar isso, né? Eu não sei, gente… Não sei. Acho que também está tudo muito recente, né? De repente… O que eu falei… Eu perguntei para Zezinho, eu falei: “Tá, e se ela arrumar o dinheiro e te devolver? — Aí ele falou pra mim: “Déia, não é só o dinheiro, sabe? Ela mentiu, ela olhou no meu olho todo mês e mentia para mim. E eu falava: “Pô, vou te passar o dinheiro do boleto lá, paga antecipado”, e ela falava: “Beleza, tá pago”, sabe? É mais isso”. 

Ele falou: “Dinheiro eu trabalho, junto… Mas e aí, e a confiança?”. Então é complicado, né? — Eu acabei nem dando nome para a moça, porque, né? Pisou na bola. — Então deixem seus recados pro nosso amigo Zézinho. Ele tá aí nessa situação de “e agora, José?”, né? o que ele vai fazer?

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Gisele de São Paulo. Zézinho, acho que essa situação tá muito complicada pelo número de pessoas envolvidas, sabe? Agora tem a sua família brigando, a dela também e aí eu acho que isso confunde muito os nossos sentimentos. Então, a primeira coisa que eu recomendo é você tirar um tempo para você, para você descobrir o que você quer. Tem um espaço no seu coração para perdoar ela? Porque, assim, sim, o que ela fez foi gravíssimo. Foi sim uma traição, uma traição da sua confiança, foi desleal, mas ela é uma pessoa e pessoas erram… E se ela estiver verdadeiramente arrependida e você tiver no seu coração amor e desejo de perdoá-la, acho que seria uma boa vocês procurarem uma terapia. Se não, coloca um fim… Também continuar desse jeito acho que não é bacana pra nenhum de vocês dois, né? Na mesma casa, mas sem se falar… E pra gente fica o conselho, né? Sempre pegar comprovantes, a gente tem que confiar desconfiando, infelizmente. Beijão a todos. 

Assinante 2: Oi, gente, sou Adriana do Rio de Janeiro. Ô, Zézinho… Eu fico impressionada ouvindo os Picolés de Limão o quanto que a gente não conhece as pessoas, né? A gente acha que conhece, a gente casa, a gente conhece a família e, no final, a pessoa é capaz de quebrar sua confiança. Um conselho, Zézinho, assim, faz ela te pagar mesmo parcelado. Claro que o carro era um bem de vocês e, enfim, não vai mudar isso… A confiança uma vez quebrada dificilmente é restaurada, mas se você quiser realmente reaver o dinheiro, faz ela te pagar parcelado. Porque ela já ela não tem condições mesmo de pagar de uma vez, parcela esse valor aí aos poucos. Tá, gente? Um beijo. 

Déia Freitas: Se vocês tiverem uma luz, um conselho, uma palavra amiga… Sejam gentis com o Zézinho, comentem lá no nosso grupo do Telegram. Se você ainda não está no nosso grupo do Telegram é só jogar na busca “Não Inviabilize” que o grupo aparece, tá bom? Então um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.