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título: revelação
data de publicação: 28/03/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #revelaçao
personagens: bruna e uma moça

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje, novamente, é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa para você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Com ela você pode montar o seu negócio do seu jeito, escolhendo o layout, os meios de pagamento e os meios de envio. Na Nuvemshop — a minha querida — você pode escolher mais de um tipo de pagamento e mais um tipo de envio, não tem essa aí de ficar preso a um método ou outro. Além disso, você pode mudar os métodos de envio e pagamento a qualquer momento de acordo com o que você estiver precisando. Fica aqui comigo que no final tem o nosso descontínuo e todos os links estão aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar para vocês a história da Bruna. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Bruna conheceu uma moça aí — tem uns 3 anos — e eles começaram a namorar, tudo lindo, namoro monogâmico, né? A moça fez questão de dizer que não dividiria a Bruna com ninguém. — Palavras dela. — E tudo certo, namoro caminhando, elas passeavam bastante, viajavam e nã nã nã. E a Bruna ela queria já morar junto… [risos] — Ê, Bruna… — Só que a moça dizia que não, né? Que ela precisava cuidar da mãe, morar com a mãe… E tinha uma questão que, assim, a moça não apresentava a Bruna para os familiares porque até então ela não contou para a família, ela não tinha contado para a família que ela era lésbica. Ela dizia que, se ela contasse, ela ia viver um inferno na família e nã nã nã, então ela preferia levar assim a Bruna meio que no escondido. Essa moça trabalhava numa fábrica de papel, — sabe, que faz sulfite, os tipos de papel — e ela dizia que ela não tinha muitas amizades, então ela tinha umas amizades ali no trabalho, mas ela não tinha um círculo de amigas, assim, de amigos, né? 

Então ela foi se juntando ali ao círculo de amizades da Bruna, foi conhecendo cada vez mais as amigas, os amigos ali da Bruna e foi se chegando aí nessa galera. Então, basicamente, ela tinha umas redes sociais paradas, então foi adicionando ali todo mundo que conhecia a Bruna e se relacionando com a galera, né? Então ficou meio que, assim, a turma da Bruna era a turma dessa moça. E a Bruna não conhecia então nenhum amigo direto dessa moça e também não conhecia a família dessa moça, porque a família da moça não sabia que ela era lésbica. A Bruna chegou até a pedir para conhecer a família — como amiga, né? tipo: “me apresenta como amiga, pelo menos para eu conhecer sua mãe e tal, né? — e aí a moça dizia que “ah, eles iam desconfiar porque a moça dizia que “nossa, não conseguia olhar pra Bruna como amiga nem por 5 minutos”. — Você sabe, né, gente? Assim… Um papo… —

E o namoro foi seguindo, né? Sempre a Bruna ali cobrando um pouco mais, tipo, “poxa, a gente já passou um ano e meio que estamos assim, eu não conheço nem sua família e tal, fala que você vai morar com uma amiga, vem morar comigo”. A Bruna sempre querendo dar um passo a mais e a moça: “Não”, mesmo porque a mãe da moça é meio adoentada… — Então sempre tinha uma coisa, assim, que a moça não podia se comprometer além do que ela estava se comprometendo. Daí se a gente parar para pensar, o que a gente sabe da moça até agora… [efeito sonoro de vento] — Sabemos que moça trabalhava numa indústria de papel, que moça não tinha amigos, que moça tinha uma família homofóbica e que moça tinha uma mãe problemática, doente e nã nã nã. É isso que a gente sabe da moça, né? E é isso que a Bruna sabia da moça. 

Então, veja, o que nós aí sabemos é a mesma coisa que Bruna, que é a pessoa que estava com a moça há um ano e meio. — Complicado, né? — A Bruna é professora — de matemática — e dá aula de manhã numa escola e, à tarde, ela dá aula de reforço escolar. Ela mora num prédio que tem porteiro e nã nã nã, fica uma parte do tempo fora, mas boa parte do tempo ela está em casa. — Então o que acontecia? — A moça ela gostava de comprar umas mercadorias, assim, na Pônei Livre… Como a moça tinha essa mãe adoentada, ela perguntou para a Bruna se a Bruna poderia receber, — se ela comprasse alguma coisa na Pônei Livre — se ela podia pôr o endereço da casa da Bruna. A Bruna falou: “Claro, né? Pode, imagina”. E assim foi… Então, sempre que a moça comprava alguma coisa, ia para o endereço da Bruna e depois quando a moça estava lá, a moça pegava. 

Então, isso acontecia com uma certa frequência, assim, da Bruna receber mercadorias da moça. E a moça às vezes comprava ou aí no Pônei Livre ou na Pôneizon [risos] uns presentes para a Bruna, né? E a moça sempre muito romântica, sempre dizendo que a Bruna era tudo na vida dela e só a Bruna e nã nã nã… O tempo passou… Eis que um dia a Bruna tá lá no apartamento dela [efeito sonoro de interfone tocando] e o porteiro interfona, aí o porteiro diz que tem uma encomenda ali do Pônei Livre, — para essa moça — só que a pessoa que ia entregar queria entregar pessoalmente, porque tinha que avisar de uma coisa. — Do pedido. — A Bruna foi lá, né? Descer pra receber o que era. — Pra pegar o que a moça tinha encomendado. —

E quando ela chegou lá na recepção do prédio dela, tinha uma moça com um embrulho muito bonita, assim, uma caixa, e aí a moça estava explicando para ela que cada convite que estava ali tinha uma… — Como é que eu vou explicar isso, gente? — Cada convite que tava ali tinha direito a um saquinho e, nesse saquinho, era para ser dado para as pessoas somente lá no dia. — Então a moça tinha pedido pra alguém descer pra receber, porque assim, era para se mandado primeiro o convite e o saquinho colorido que estava junto, era para entregar para os convidados na hora, para esses convidados estourarem esse saquinho na hora. — A Bruna não estava entendendo nada… Ela falou: “Olha, eu acho que tem algum engano, né?”, “Não, não é aqui para entregar o negócio da moça”, ela falou: “É”, ela falou: “Deixa eu ler, o que é isso?”. 

Quando ela abriu a caixa… [efeito sonoro de suspense] Ela leu lá… “Moça e Fulana convidam para o chá de revelação”. — Gente, para tudo… — A Bruna precisou sentar ali na recepção junto com o seu João, o porteiro… — Porque ela não estava acreditando… — E aí a moça que foi lá entregar as coisas, era a própria moça que tinha feito os convites e as coisas… Ela ficou meio sem entender e falou: “Bom, tá entregue e tal”, também vazou, né? E aí a Bruna começou a entender todo o mistério da namorada dela de mais de dois anos e pouco, né? — Que já passava dos dois anos. — Ela estava em mãos com uma caixa muito bonita, com convites muito bonitos e uma outra caixa com esses saquinhos — de cores — que era o chá de revelação da moça, com tipo, sei lá, namorada, esposa, sei lá da moça… — Que provavelmente é a outra que estava grávida, já que a moça não estava grávida, né? —

E aí a Bruna foi ali perdendo o chão e tal, precisou ligar pra uma amiga, a amiga veio… — Aí são aquelas amigas que são mais rápidas, sabe, assim? “Não, vamos… Vamos ver o que é isso aqui”. Aí pelo nome ali — tinha nome e sobrenome — da pessoa que estava com a moça, elas conseguiram achar as redes sociais e aí um mundo novo se abriu… A moça era casada — com essa outra moça — e elas fizeram fertilização, né? Pra ter um bebezinho. Então, essa esposa da moça estava grávida e elas iam fazer agora o chá de revelação para saber se era menino ou menina, e a moça que fez os convites sabia que era uma menina, então o saquinho que ela estava tentando explicar, que era um saquinho que, tipo, sai uma purpurina, sei lá, um negócio rosa quando você estoura, mas aí os convidados iam estourar só na hora, né? Pra mostrar ali para a moça — e a esposa — que era uma menininha. 

E era isso que a moça estava explicando, tentando explicar pra Bruna, né? — E que a Bruna não estava entendendo muito bem. — E aí que veio o baque, né? Que ela era casada, que as famílias aceitavam de boa… Então por isso que ela não apresentava a família pra Bruna… — porque a família convivia com a esposa da moça, né? — E aí essa amiga… — Que a Bruna só chorava e tremia. — Essa amiga da Bruna já printou tudo e mandou no zap da moça, né? Porque, detalhe, agora a moça já estava nos grupos de amigos da Bruna. Então, essa amiga da Bruna fez questão de espalhar nos grupos, e aí a moça ficou desesperada, saiu lá da fábrica de papel e veio tentar conversar com a Bruna… 

Mas aí a Bruna não quis saber, né? — Ela não tinha nem condição de conversar. — Essa amiga da Bruna já avisou lá o porteiro que não era mais para deixar a moça subir, nem entrar… — E aí foi isso… Daí pra frente foi ladeira abaixo, porque a Bruna queria contar para a esposa grávida da moça, mas aí ninguém deixou também, né? Porque a outra tá grávida. — Vai que passa mal, né? — E como diz a Bruna, tipo, dois anos e pouco em cima de pura mentira. Tudo… Tudo o que a moça falou para Bruna era mentira, tudo… E ela descobriu por causa do chá de revelação que essa moça, acho que na hora não acatou que o endereço que estava ali era da Bruna, né? Tipo, sei lá, entrou lá no Pônei Livre, comprou e não viu direito. — Sabe quando você não troca o endereço? Ou também achou que a moça que vendeu os convites ia mandar numa caixa fechada, não ia aparecer ela lá para entregar e para explicar as coisas… Tem isso também, né? —

Ela pode ter achado que ia chegar uma caixa fechada… — Porque a Bruna nunca abria, né? As correspondências, as mercadorias da moça… — Então ela pode ter achado também que ia chegar fechado, mas olha a audácia de mandar os convites do chá de revelação do seu bebê com a sua esposa na casa da sua amante que não sabe de nada… — Que nem sabia que era amante, né? — Achava que era a namorada oficial. E é por isso então que a moça nunca foi morar com ela, porque a moça já estava casada, já tinha encomendado o bebezinho e tudo. — Olha isso, gente… O trauma. — E a moça era super, assim, melosa com a Bruna, super de fechar ali Bruna no mundinho, né? Acho que mais também pra Bruna não ficar prestando muita atenção ao redor, né? Porque acho que sempre tem umas pistas, mas ela sempre estava ali em cima da Bruna, sabe? Sufocando… 

E o que a Bruna achava que era amor, cuidado, era meio que para se cercar ali que a Bruna não ia descobrir nada, né? Então um mundo de mentiras aí, uma mentirada… E aí a Bruna me escreveu pra contar essa história. Até hoje ela não superou, ela namora, mas é aquela coisa, né? Ela confiou totalmente nessa criatura aí, nessa moça e essa moça fez isso. Às vezes ela fica pensando: “Ah, será que eu devia ter ouvido a explicação?”. — Que explicação, Bruna? A explicação está aí, ela ia ter um bebezinho com a esposa… Tinha uma vida toda de redes sociais que você não viu, que ela te mentiu tudo… Até o sobrenome dela ela te mentiu. — Foda, né? 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Vitória de Ipatinga. E essa história me deixa muito chateada, né? Como as pessoas conseguem chegar no nível de falta de empatia tão grande com o outro… Infelizmente, Bruna, essa moça não teve empatia com você, não teve respeito e muito menos com a esposa que ela estava formando uma família, uma criancinha que estava por vir… Ela foi extremamente egocêntrica e extremamente egoísta. A partir do momento que a gente acaba abrindo nosso coração, a gente está aberto também a enfrentar pessoas desse tipo, o que não deveria acontecer, mas acaba acontecendo. Espero que você consiga enfrentar a situação da melhor forma possível, né? A Déia falou que você ainda tem resquícios desse sentimento, dessa situação, é interessante que você faça um tratamento com psicólogo, com terapeuta, para que você consiga enfrentar essa cicatriz da melhor forma possível, de frente e, que com o tempo, esse sentimento vá passando. Te desejo muita sorte, muita fé e muita coragem. Beijo. 

Assinante 2: Oi, aqui é a Carol, eu falo de São Paulo, Capital. E, Bruna, o que eu tenho para falar para você é que você se livrou de uma pessoa que, além de mentirosa, é brega… Porque chá de revelação é uma coisa que não está com nada. Eu mesma estou grávida, não fiz chá de revelação, acho uma bobagem, acho uma ilusão cisgênero, acho uma coisa que não tem nada a ver com nada. Então eu estou muito feliz que você se livrou dessa moça, porque além de tudo, além de mentirosa, mau caráter, ela é extremamente brega. Então, ó, tudo de bom para você, seja feliz… Eu espero que você encontre alguém que te merece e que não queira fazer um chá de revelação quando estiver esperando um bebezinho, pelo amor de Deus, Bruna. 

[trilha]

Déia Freitas: Na Nuvemshop você não tem restrições, pra quem tem loja online é sempre um momento tenso pensar nas opções de pagamento e envio. — Dá um pouco de medo de escolher, né? — Mas na Nuvemshop você pode escolher sem medo. A plataforma tem parceria com várias empresas que prestam esses serviços e fica aí a seu critério quais métodos de pagamento e envio você quer adicionar na sua loja, e podendo alterar aí a hora que você bem entender. Mostre ao mundo do que você é capaz e crie a sua loja online na Nuvemshop. A Nuvemshop oferece 30 dias gratuitos e isenção de tarifa por venda durante 90 dias. E, como bônus, os ouvintes Não Inviabilize têm ainda 25% de desconto na primeira mensalidade. Clique aqui no link da descrição do episódio e saiba mais. Tamo junto, Nuvemshop. Beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.