título: time
data de publicação: 25/05/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #time
personagens: helenice e marido
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui de novo é o podcast da Dani Calabresa, o “Posso mandar áudio?”, o podcast que conta os piores dates dos famosos. Vocês já foram lá escutar? É, vocês tão sempre aqui me ouvindo aí contar várias histórias, vários perrengues aí, Picolé de Limão, e a gente sempre acha que só a gente que tem história ruim pra contar, né? Lá no “Posso mandar áudio?” a Dani reage aos áudios dos famosos com as piores histórias de dates, né? — Tudo que deu errado aí. [risos] — A Dani é hilária, né? — Vocês já sabem. — E eu achei massa demais aí essa ideia de saber histórias de encontrOs fracassados dos famosos, né? — Pensa que é só a gente? Não é só a gente não. — Eu vou deixar o link lá do podcast da Dani aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar para vocês a história de Helenice. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Helenice conheceu o marido numa festa… Ela estava lá numa festa no condomínio que ela mora e ele estava lá na mesma festa junto com um amigo que morava nesse mesmo condomínio que a Helenice. E aí eles se conheceram ali naquela festa, trocaram olhares e nã nã nã, trocaram telefones… Dali um tempo eles se encontraram e começaram a sair. O namoro ficou sério, durou ali uns dois anos de namoro, veio o casamento [efeito sonoro de sino de igreja] e, logo depois que eles se casaram, a Helenice engravidou. — E, assim, tudo muito, muito, muito relax, assim, tudo muito bacana mesmo… — Quando eles casaram, eles foram morar nesse apartamento que já era da Helenice. — No condomínio lá que ela morava. — E é um condomínio classe C que tem uma associação de moradores muito forte, assim, então eles têm uma quadra bacana, tem um espaço de churrasqueira bacana… — Você olhando assim parece um condomínio de classe média quase alta real, assim. —
E é um condomínio classe C, num bairro mais afastado… — Mas assim, muito legal… — E o cara que casou com a Helenice ele ficou encantado com esse condomínio, então ele começou a organizar coisas, eventos… — E o que ele fez? — Logo que a Helenice engravidou, ele organizou um campeonato de futsal no condomínio, e esse campeonato foi um sucesso… Então, assim, são quatro blocos, cada bloco fez um time e, assim, tinha jogador sobrando… Então tinha muito jogador reserva, eles se revezavam e tal e, assim, era o evento do mês ali… Foi esse campeonato de futsal que o marido da Helenice criou lá no condomínio. Os dois trabalhando bastante… — Porque agora vinha um bebezinho… — Só que o cara, pensa bem: O cara não gastou nada. A casa da Helenice é própria, o apartamento já era dela antes de casar com ele e tudo que estava lá dentro, ela já tinha. — Já era dela também. — Então o cara praticamente mudou pra lá com as roupas dele e só, né? Tudo já era da Helenice. Então ele não teve gastos assim, né?
Eles fizeram uma lua de mel, mas quem deu a lua de mel foram os padrinhos. — Porque ela não precisava mesmo de nada para casa, ela já tinha uma casa montada, né? — E esse cara praticamente não gastou nada. E aí a Helenice desocupou um quarto lá… Porque é uma casa de dois quartos, — um apartamento de dois quartos — tinha uma cama velha de solteiro lá no outro quarto e tal, ela tirou e falou: “Bom, aqui a gente vai montar então o quarto do bebê”. Só que por motivos místicos, [risos] — superstição — a Helenice disse que só ia comprar o berço da criança no oitavo mês. Então ela namorou um berço lá que ela viu, ela tinha feito pesquisa… Então, ela gostou de um móvel que era assim: Tinha um berço e junto vinha uma cadeira, uma poltrona — dessas bem fofas assim — de amamentação com o puff pra você descansar o pé ali e tal. Então ela sabia que era um móvel que não ia sair de linha, que sempre ia ter.
Então ela foi ali juntando dinheiro pra poder comprar o berço e a poltrona que ela queria. E, antes, ela tinha falado pro cara: “Olha, por que você não me ajuda e tal?”. Só que ele tinha acabado de trocar o carro, então eles dividiam as contas ali da casa e ele pagava as coisas do carro e ela pagava sozinha as coisas do bebê. A Helenice ali muito organizada nas finanças, falou pra ele: “Olha, vamos abrir uma conta conjunta pra a gente colocar o dinheiro das despesas da casa, do que a gente faz junto e tal”. E foi uma ótima ideia, né? Funcionou. E ele botava o dinheiro ali, ela que ficava geralmente com os boletos e ia pagando. E ali ela foi economizando. — Avisou ele… — Foi economizando o dinheiro do berço com a poltrona e ele pagando as coisas do carro que era um débito, mas aí debitava conta dele particular. — Não nessa conta conjunta. — Então, na conta conjunta entrava o dinheiro das contas do mês, — metade—metade — e tinha ali uma reserva, que era o dinheiro do berço com a poltrona. E a Helenice economizando — porque eles não ganhavam tão bem assim — pra poder comprar o berço e a poltrona ali dos sonhos dela, né? Que ela queria. E ela ia ter ali oito meses pra economizar.
O tempo foi passando, a gravidez ali foi evoluindo, foi dando tudo certo. Chegou o oitavo mês… — Dia do quê? — Dia de comprar a poltrona. Ela já sabia tanto assim o que ela queria de cor e da loja, que era só realmente entrar no site e clicar, já estava até no carrinho. Ela foi lá, fez e gerou o boleto, né? — Porque ela economizou e ela ia pagar no boleto porque tinha 10% de desconto no boleto. — Isso era, digamos assim, lá pelo dia 15 do mês. E, no começo do mês, ela pagou as contas ali da casa e o dinheiro tava lá, o dinheiro do berço e da poltrona… Tava lá. E aí quando ela entrou pra pagar ali o boleto, cadê o dinheiro? — Gente, a conta tinha, sei lá, uns 100 reais… — E aí o coração da Helenice já começou a palpitar, falou: “Meu Deus, será que sofri algum golpe, alguma coisa?”. Pegou o telefone e ligou para o marido. [efeito sonoro de chamada telefônica] Aí falou: “Amor, pelo amor de Deus, o dinheiro sumiu da conta e tal”…
Aí ele virou pra ela e falou assim: [efeito de voz grossa] “Não, amor, não sumiu… Eu usei o dinheiro pra comprar o fardamento do nosso time de futsal, porque os outros blocos todos têm fardamento e a gente não tinha… E como o time é meu, eu comprei o fardamento com o dinheiro”. A Helenice não estava acreditando no que ela estava ouvindo, né? Porque ele sabia que era o dinheiro do berço e da poltrona. E aí ela começou a gritar com ele no telefone, ele falou: “Eu tenho um pouco de limite no cartão, você pode pegar um outro berço mais barato… Pra que você precisa de uma poltrona pra amamentar? Tem o sofá, tem a cama”. — Gente… O dinheiro dela… — A Helenice respirou fundo, ela falou: “Não vou passar mal por causa do que ele me fez”. E aí, isso era, assim, final de tarde… Ele estava pra chegar já. E esse cara chegou, já chegou achando que ela ia continuar brigando e ela não brigou…
Ela estava lá na sala, na sala tinha uma mesa de computador e ela tava lá fazendo alguma coisa no computador e lá ela ficou e não olhou pra ele, mas também não fez janta, não fez nada… — E ele ficou quieto, não pediu desculpas… — E o discurso dele era aquele: [efeito de voz grossa] “Você pode comprar um berço mais barato, não precisa de poltrona e eu passo no meu cartão parcelado”. Então, veja, né? O dinheiro dela, que ela economizou pra comprar o berço dos sonhos dela com a poltrona e o puff dos sonhos dela… — Dinheiro dela… E ele comprou o fardamento de futsal. — E isso já tinha, assim, vai, digamos que ela pagou as contas no dia 5 e não entrou mais naquela conta, porque não tinha mais o que fazer naquela conta. Logo no dia 6 ele comprou o fardamento e isso era lá pelo dia 15 que ela entrou de novo na conta. Então, o pessoal já tinha usado as roupas, né? — o uniforme e tal — Não dava pra devolver. — Não tinha como devolver. — Porque senão ela ia pegar e devolver. Ele já tinha distribuído e já estava todo mundo usando.
Então meio que não tinha mais o que ser feito, né? — Pelo menos era isso que a gente pensava. — Helenice ali no computador fez as coisas que ela tinha que fazer, desligou o computador e foi dormir. Aquela barriga já de oito meses. O cara saía cedo pra trabalhar, saía às sete da manhã pra trabalhar… Ela já estava afastada do trabalho, né? — Porque ela já estava de oito meses. — E aí depois que ele saiu para trabalhar, Helenice levantou, tomou ali o cafezinho dela, pegou um calhamacinho ali de folhas que ela imprimiu na noite anterior e foi colar nos elevadores de todos os blocos e por todo o prédio com a foto da poltrona e do berço… E contando a história, que o marido dela tinha usado o dinheiro dela, economizado por ela, pra comprar o fardamento do time e que ela queria que todo mundo soubesse que, por causa do que o marido dela fez, o filho dela agora não ia ter berço, não ia ter nada, não ia ter móveis nos quartos e ela esperava que todo mundo tivesse um bom jogo. [risos] — Amo. —
E no panfleto tinha lá a foto do berço com a poltrona que ela tirou do site e uma foto do marido dela, com o nome e o nome do time. — Porque cada time lá tinha um nome, né? — E aí ela colocou em todos os elevadores, na portaria, em todos os lugares do prédio… Na garagem… Colou em tudo. — Isso sem avisar o síndico, sem nada. — E ela colocou que bloco que era e tal, mas todo mundo conhecia o marido dela, né? Porque era ele que organizava os campeonatos ali de futsal e o time dele era o mais vitorioso e nã nã nã. Então ele comprou, tipo, o uniforme completo da galera… Da galera… E ninguém, tipo, repôs o dinheiro pra ele, foi tipo um investimento que ele fez no time. E aí isso era de manhã, umas oito e pouco… Até o meio dia o interfone de Helenice não parou de tocar. E gente que tinha recebido o uniforme que queria pagar, gente que era de outro time que queria ajudar a pagar… E aí no mesmo dia a Helenice arrecadou, mas ela não tinha feito isso… Ela fez de vingança, né? Do marido. — Ela não tinha feito pra arrecadar o dinheiro, mas as pessoas resolveram juntar… —
O próprio síndico nem reclamou lá dos papéis que ela colou, ele mesmo organizou ali e recolheu o dinheiro da galera, colocaram num envelope e levaram pra ela. E ela falou: “Ah, eu vou aceitar sim”, — porque ali tinha dinheiro de praticamente todos os caras que usavam o uniforme e também dos outros times… E as mulheres dos caras, né? Que tomaram a frente e tal pra fazer isso. — Ela pegou o dinheiro, ela comprou o berço, comprou a poltrona… O marido dela ficou muito mal na fita, assim, lá no condomínio, todo mundo meio que deu uma virada de cara para ele. Ele ficou tão sem jeito que ele queria… — Ah, capaz, né? Ele queria que a Helenice vendesse o apartamento e comprasse em outro lugar pra eles mudarem de lá. — E o apartamento era dela, né? Ela casou com ele e ela já tinha o apartamento, era um bem anterior ao casamento, ele não tinha direito a nada ali. E aí ela falou que não… O bebê nasceu, [efeito sonoro de bebê chorando] eles ficaram juntos ainda por quatro meses depois que o bebê nasceu, só que ela não conseguiu perdoar o que ele fez. — Em nenhum momento ele pediu desculpas, em nenhum momento ele achou que era uma coisa importante pra ela aquele berço, aquela poltrona… O jeito que ele fez as coisas, né? —
E aí depois que o bebê nasceu, ele também não colaborava com nada, ele estava relapso agora porque nem o futsal mais ele participava… — Porque a galera deu um gelo nele mesmo, né? — E aí depois de quatro meses ele acabou indo morar de novo lá na casa da família dele, dos pais dele e a Helenice não se arrepende. Quando o bebezinho estava ali com um ano e meio, ela conheceu um outro cara desse mesmo condomínio. [risos] E aí agora já tem uns três anos que ela está casada com esse novo cara do condomínio. E o futsal, o campeonato, é sucesso, continua firme lá, mas esse cara tem mais noção do que o ex-marido de Helenice. Então é isso, assim, ela ficou tão, tão, tão nervosa que ela fez isso sem pensar, né? Ela falou que hoje talvez ela não faria isso dos cartazes, né? Porque gerou bastante dor de cabeça mesmo pro marido dela… — Fora a fofocaiada, né? —
Mas ela falou que no dia foi o que ela pensou… pelo jeito que ele falou, né? Que era bobagem ela querer o berço e a poltrona do jeito que ela queria e tal. E aí foi uma vingança que rendeu frutos, né? — Agora ela está casada aí com outro cara, felizona e sabe lá se o marido dela montou aí um outro time em outro lugar. [risos] —
Assinante 1: Oi, gente, aqui quem fala é Isabela, sou de São Paulo, capital. Helenice, meus parabéns, adorei a sua vingança, realmente esse embuste precisava desse balde d’água fria. Parecia que ele tava mais apaixonado pelo seu condomínio do que por você, porque com certeza você comentou com ele que nesses quase um ano que você demorou pra juntar esse dinheiro o quanto significava essa poltrona com o berço pra você. E, mulher, que condomínio é esse maravilhoso que você conseguiu dois maridos nele? [risos] Um beijo.
Assinante 2: Oi, gente, oi, Déia, aqui é o Matheus, eu falo de Kentucky nos Estados Unidos. Acabei de ouvir a história da Helenice aí e, primeiramente, quero dizer que é bom que você se livrou do ex-marido aí, porque sua relação realmente parece que era unilateral, né? Era você trabalhando e se sacrificando pra ter suas coisas e ele só pensando nele mesmo, né? Até a ponto de gastar o dinheiro todo que vocês juntaram pra comprar camisas pros machos. [risos] Então, eu acho que foi bom mesmo… Eu achei que talvez os cartazes foi uma exposição desnecessária, né? Você teve que passar por uma dor de cabeça grávida ainda, mas ainda bem que deu tudo bem, que agora você tá feliz e boa sorte aí.
Déia Freitas: Corre lá pra ouvir o podcast “Possa mandar áudio?”, um podcast sobre os piores dates dos famosos. Dá pra ouvir grátis no Globloplay, no Gshow e em todas as plataformas de áudio. Um beijo, Dani Calabresa, um beijo pra vocês e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]