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título: quinze anos
data de publicação: 30/05/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #quinzeanos
personagens: betina e giovana

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Você pode montar o seu negócio do seu jeito, pode escolher aí os meios de pagamento e os meios de envio. Muita gente ainda acha que é difícil montar uma loja online, que você precisa contratar especialista, que é complicado e nã nã nã… Se você pensa assim, é porque você ainda não conhece a Nuvemshop. Criar uma loja virtual na Nuvemshop é muito simples, a plataforma conta com todas as ferramentas dentro do próprio site. Você vai clicando, seguindo aí o passo a passo e ativa sua loja super fácil. E você deixa ainda o visual da sua loja do jeito que você quer, assim, com a sua carinha… Tem vários layouts aí pra você escolher.

E melhor ainda: Você consegue integrar a sua loja online com o Instagram, Facebook e o WhatsApp. Clica aqui no link na descrição do episódio pra você saber tudo. — E hoje, história de mãe cansada. — Uma história que talvez gere um pouco de polêmica. E eu vou contar para vocês a história da Betina. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Betina se casou com um cara aí e teve uma bebê, uma menina. E esse cara, quando a menina tinha um ano, ele pediu o divórcio. Então foi um baque na vida da Betina, assim, ela não tava preparada pra esse divórcio, mas o cara pediu o divórcio, enfim, e aconteceu. Foi estipulado uma pensão ali, que era pouquíssima, mas o cara nunca deixou de pagar. E a relação desse cara com a criança era estritamente pegar a menina, — que a gente pode chamar de Giovana — pegar a Giovana a cada quinze dias e ficar o sábado e o domingo. Então, ele pegava o sábado de manhã na segunda… Devolvia no domingo à noite. — Não era nem na segunda. — Então ficava sábado e domingo só com a filha. E toda aquela carga semanal, diária e tal era da Betina com a Giovana.

E ai a Giovana foi crescendo… Esse cara, depois ele foi namorando, acabou tendo um outro filho, mas também não foi morar com a mãe desse outro filho e a Betina sempre teve uma relação muito boa com o pai. O pai morando na casa da mãe, então com o pai e a avó, e ela sempre falava isso pra Betina, porque pra Betina sobrava toda aquela parte da educação de dizer os “nãos”, de mandar estudar, de ficar em cima, enfim, né? E a Giovana sempre falando pra mãe que preferia morar com o pai. E, assim, foram anos disso… E a Betina levando de boa, mas tinha dias que ela ficava muito magoada com isso e tal. Até que a Giovana fez quinze anos… — No começo do ano passado. — E, quando ela fez 15 anos, não tinha como ter uma festa de quinze anos, porque a gente estava ainda numa fase da pandemia mais complicada e o pai, que não não era do convívio tanto assim da filha, né? — Só quatro dias por mês, porque ele pegava dois dias a cada quinze dias — Queria fazer uma festa de quinze anos para a Giovana.

E a Betina falou: “Gente, não faz sentido… Tem muita gente que está doente e nã nã nã”. E aí a Giovana foi no Facebook e no Instagram e fez um post falando como ela sofria morando com a mãe dela, que a mãe dela não deixava ela fazer nada, que isso, que aquilo, que o pai sempre foi uma pessoa maravilhosa e nã nã nã e dizendo que o desejo de aniversário dela de quinze anos era poder morar com o pai. E isso pegou a Betina de muitas formas, porque, assim, muitas pessoas da família foram lá e curtiram esse post, teve comentários no grupo da família, enfim, né? — Uns ficando contra a Giovana, outros a favor, enfim. — E aí a Betina resolveu que se esse era o pedido de aniversário da Giovana, ela ia fazer… — Ela ia fazer, chega, pra ela deu. — E aí ela pegou todas as coisas, todas, absolutamente todas as coisas da Giovana e levou pra casa do pai, tudo… Até a cadeira do computador, tudo… E falou: “Agora a gente vai no juiz, você paga quinhentos reais de pensão e eu que vou pagar esses quinhentos reais de pensão pra você e você vai cuidar da sua filha, que ela é sua filha… Eu vou ficar com ela a cada quinze dias, como você ficava”.

E foi muito, muito, muito doloroso pra Betina… Mas, por outro lado, ela disse que, assim: “Andréia, eu chorei uns dez dias sem parar. Depois do décimo primeiro já gostei de acordar sem ter que fazer as coisas pra Giovana. Era a primeira vez que eu estava cuidando de mim”. Porque tinha isso, a Giovana toda hora falava pra mãe que a mãe tinha virado uma baranga, que a mãe não se cuidava, que a mãe isso e que aquilo… — E a Betina sempre fazendo ali um esforço pra dar as coisas pra filha e não fazendo por ela, né? — Então, agora ela acordava tarde, ela podia fazer a unha dela, ela podia assistir o que ela quisesse, ela não precisava buscar a Betina e levar na escola, porque a escola era longe… — E o pai também tinha carro, então o pai podia fazer essa função, já que ela estava morando lá com o pai. — Agora a casa ficava em ordem, porque antes a Giovana bagunçava tudo e nunca ajudou nas tarefas de casa. — Mesmo a Betina insistindo muito… —

E a Betina foi achando ótimo estar sem a filha. — Essa é a verdade, gente. Ela falou: “Olha, eu amo muito a minha filha, eu cuidei dela por quinze anos e agora eu realmente estou gostando que ela seja só visita”. — E, por outro lado, na casa do pai, a avó e o pai que eram maravilhosos, agora colocaram a Giovana pra ajudar a limpar a casa. Então não tinha essa, a vó dela fazia ela fazer, ela tinha que fazer. E, em relação aos estudos, a Betina era até assim mais solta, né? Não ficava tão em cima. E como o pai dela é professor de matemática, o pai muito rígido nos estudos, — estava pegando mais no pé ainda da Giovana… — A Giovana, no meio do ano passado, quis voltar pra casa da mãe. A mãe falou: “Pra cá não, já transformei o seu quarto no escritório”. — Então, quando a Giovana vai dormir na casa da mãe, ela tem que dormir ali no sofá que vira a cama, que agora o quarto da Giovana é um escritório. —

A Betina disse que agora a relação com a Giovana melhorou, né? Depois que ela bateu o pé e falou: “Olha, você não vai voltar para cá. Você tem quinze anos, você vai ficar com seu pai até você fazer 18. Seu pai não falou que vai te mandar lá pro intercâmbio do Canadá? Você vai e, quando você voltar, você cria sua vida, aqui você não mora mais”. Só que, ao mesmo tempo que melhorou pra Betina, agora a Giovana está aprendendo coisas como ter que cuidar da própria roupa… — Porque a vó dela não lava a roupa dela, então ela aprendeu a lavar a própria roupa. — O pai dela tá forçando ela mais nos estudos e tal… — Pra Giovana, tipo, deu uma piorada, [risos] mas uma piorada que pra mim eu achei bom, né? — Tem muita gente criticando a Betina, dizendo que ela é uma mãe ruim, que ela abandonou a filha… Sendo que ela tá ali, ela paga a pensão, ela dá o suporte…

Inclusive, a Giovana tem o convênio médico que é da mãe. Então a mãe paga ali o convênio médico, a escola também não paga porque o pai dela é professor de matemática nessa escola, então já não pagava. E, enfim, gente… Eu não acho que a Betina esteja errada. Ela ama a filha dela, ela cuidou integralmente da filha até os quinze anos e agora é o pai que está cuidando integralmente e ela tá ali, ela conversa com a Giovanna todo dia no WhatsApp, elas fazem FaceTime… Só que visita mesmo, ficar juntas só um sábado e domingo a cada quinze dias. E eles não moram longe, são alguns quarteirões, então, às vezes a Giovana passa lá, mas é uma passada rápida, porque a Betina deixa bem claro: “Você agora é responsabilidade do seu pai. Eu tô junto, mas o grosso quem vai fazer agora é seu pai. Você não queria morar com ele? Não foi seu pedido de quinze anos, que você queria muito que se realizasse? Realizou, seu desejo se realizou, né? Então você teve aí o seu desejo realizado e agora as pessoas têm que entender que você queria morar com seu pai, ué”.

Só que tá na cara que a Giovana se arrependeu, porque lá ela tem tarefas, ela tem… Coisas que a mãe dela acabava fazendo por ela, né? Não acho que a Betina esteja errada em nada. — Mas eu não tenho filhos, então, né? — Mas eu não acho, não acho que tenha que ser criticada como ela vem sendo criticada. E ela falou: “Não vou voltar atrás, minha vida está ótima”. Então, ela sabe que ela pode receber críticas contando a história aqui, porque é uma mãe que agora a filha mora com o pai e ela está com uma qualidade de vida melhor. Ela falou: “Eu não vou mentir, Andréia, minha vida melhorou muito com a Giovanna morando com o pai, muito. Eu tenho sossego, eu tenho paz, eu tenho casa limpa, arrumada, tá ótima”. Essa é real, ela tá ótima, ela ama a filha dela do mesmo jeito, ela vê a menina sempre. Só que agora a responsa maior ficou com o pai. — Uma responsa que ela teve sozinha por quinze anos, então isso ninguém vê, né? —

O pai dela não vai cuidar agora da Giovanna até os trinta. Quer dizer, por mais quinze pra equilibrar. Não vai, né? Quando a Giovanna fizer dezoito, vai ficar um ano no Canadá e depois vai voltar, provavelmente vai morar com alguma amiga, vai morar sozinha… X, entendeu? Mas pra casa da Betina não volta mais. E é essa a história da Betina, ela queria contar esse ponto de vista de uma mãe que não abandonou a filha, mas as pessoas encaram isso como abandono e que, assim, que a real é que a vida dela realmente melhorou, né? Que ela ama a filha dela, mas que estava muito difícil real o relacionamento das duas. Elas brigavam muito e agora elas são mais amigas, porque toda essa parte da briga, de forçar as coisas ficou com o pai. Não vou julgar. E essa é a história dela, é mais um lado da maternidade pra gente conhecer e saber, né? Pra mim, a título de informação, pra outras mães pode ser que se identifiquem com a Betina, que a entendam, — Sei lá… Ou não, né? — E essa é a história dela. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Betina, oi, Déia, aqui é Jaque de Cuiabá. Eu não sou mãe também, mas eu queria comentar, porque aconteceu uma situação muito parecida na minha família. A minha irmã mais nova quis morar com meu pai numa determinada idade, acho que ela tinha doze anos, e a minha mãe deixou… Ela foi muito criticada. Depois a minha irmã resolveu voltar pra casa, minha mãe deixou também e minha mãe também foi muito criticada… Então, acho que no final das contas, qualquer escolha que você faça em relação a educação da sua filha, você vai ser criticada. Se você permitir que ela volte pra casa, vai ter alguém te apontando o dedo. Como você não permitiu, fez ela bancar a escolha dela, tem alguém também apontando o dedo… E acho que no final das contas a

maternidade acaba tendo esse lado, né? As pessoas sempre vão querer apontar o dedo e dizer o que você deveria fazer.

Assinante 2: Olá, Déia, olá, Não Inviabilizers, aqui é Sandra, de Joinville. A história da Betina me tocou demais, porque eu sou mãe solo e eu sei o quanto é difícil você criar um filho sozinho. Considerando ali o desejo da Giovana em morar sozinha, eu acho que a Betina, por mais difícil que tenha sido, ela fez muito bem em deixar e também faz muito bem em manter essa relação da forma que está. Não vejo que Betina está sendo negligente, nem deixando de amar a filha e, muito menos, abandonando a filha. Não acho que as pessoas tem que julga—lá, né? Fazer com que ela assuma uma culpa que ela não tem. Foi um desejo da filha, ela ponderou, aceitou e agora a Giovana ela vai ter que aprender a valorizar as coisas melhores que ela já teve e vai ter. Então, eu estou com Betina. Betina, não se sinta culpada, se sinta abraçada por mim e por muitas mães que vão te dar apoio. Um beijo.  

[trilha]

Déia Freitas: Bom, o Dia dos Namorados tá chegando, você pode ter sua loja virtual e faturar uma graninha boa. Na Nuvemshop você conta com planos e preços do tamanho do seu bolso… A partir de 49,90 você já consegue criar sua loja e vender aí pro Brasil todo. Siga a @nuvemshop no Instagram, acessa o link na descrição do episódio pra criar sua loja online na Nuvemshop com 30 dias grátis e mostre ao mundo do que você é capaz. Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.