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título: porcelanato
data de publicação: 27/06/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #porcelanato
personagens: rosane e gabriela

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Rosane e da Gabriela. Quem me escreve é a Rosane. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

Bom, a Rosane e a Gabriela elas namoram já até… Um pouco antes da pandemia elas começaram então… — Não sei fazer essa conta. Quase dois anos, vou arredondar. [risos] — Elas namoram há quase dois anos, um namoro ótimo, tudo dando certo… Gabriela morando sozinha e Rosane morando com os pais e os irmãos. Ambas frequentam uma a casa da outra, das famílias, né? Então todo mundo sabe, todo mundo apoia. É tudo maravilhoso. E a Gabriela esses tempos agora que o pessoal começou a vacinar mais, deu uma flexibilizado na coisa, ela já estava faz tempo pra trocar o piso do apartamento que ela mora, que o piso do apartamento em que ela mora é taco e ela queria trocar o taco por porcelanato. Ela tem um cachorro e o cachorro às vezes faz xixi no lugar errado, então aí aquele taco vai apodrecendo e tal. — E, como eu já falei antes, cachorro gosta de porcelanato. [risos] De deitar a barriguinha no porcelanato geladinho, sabe? — 

Então ela se programou, juntou o dinheiro, escolheu o porcelanato e foi aí a pesquisa de um pedreiro… E aí fez várias pesquisas… A Rosane que me escreveu acompanhando ali as pesquisas da Gabriela na busca por um pedreiro e tal… E aí a Rosane teve uma ideia… — Ê, Rosane… — Que assim, gente, é muito difícil dar certo trampo com parente, é muito difícil. E aí o que a Rosane pensou? — O pai dela… Há muitos anos já foi pedreiro, e depois teve outra profissão e hoje em dia aposentou e nã nã nã… E aí a Rosane sugeriu pra Gabriela que ela contratasse o pai dela, o pai da Rosane para fazer a obra. E Gabriela, que pensa como eu, falou pra Rosane: “Olha, Rosane, eu acho melhor não, porque depois se não der certo, se seu pai não fizer do jeito que eu quero… Vai ficar chato e nã nã nã. Eu vou ficar sem jeito de falar… Então eu prefiro ter liberdade pra conversar com a pessoa que vai colocar o piso, pra fazer do jeito que eu quero, enfim…” — Rosane em vez de falar: “Tá bom, né? Ofereci. Se não quer, tudo bem”. Rosane ficou de bico, ficou emburrada, dias emburrada. 

E aí a Gabriela foi, assim, se sentindo meio mal com isso, né? E o argumento final da Rosane foi: “Meu pai tá precisando desse dinheiro extra, vai ser bom pra ele que tá parado e nã nã nã”. E a Gabriela, muito a contragosto — muito a contragosto — falou: “Tudo bem, mas seu pai manja de assentar piso de porcelanato? Porque, né? Não é todo mundo… As pedras são grandes”. E ela já tinha comprado as pedras a Gabriela, do jeito que ela queria e nã nã nã, bonitona as pedras e tal… E o que ela se programou foi para colocar na sala, porque, assim, já ia emendar, sala, quarto e cozinha, não é um apartamento muito grande, então já ia botar em tudo. E a Gabriela falou: “Bom, então traz seu pai pra ele fazer um orçamento, ver se ele vai saber”… — Porque, assim, tem que tirar o taco, acertar ali o contrapiso pra botar o porcelanato. — Aí Rosane toda feliz… — Ê, Rosane… — Toda felizinha foi lá com o pai dela, o pai dela olhou tudo e fez lá um orçamento. E Gabriela viu que estava dentro ali dos outros orçamentos que ela tinha… Mais uma vez ela falou pra Rosane que não se sentia à vontade de contratar o pai dela, que preferia fazer com uma pessoa estranha. Rosane teve um mini surto… [risos] — Um chilique e, nossa, falou um monte, até chorou para que Gabriela contratasse o seu pai. —

E aí Gabriela falou: “Olha, então tá bom, tá contratado. Como é que vai ser?” Aí o pai da Rosane pediu 50% e 50% depois que terminasse. — Então, eu vou chutar um preço aí, sei lá, 2 mil. — Então era mil pra agora, à vista e mil depois que terminasse. E aí a Gabriela foi lá, fez o pix direto na conta do pai da Rosane e falou: “Bom, agora, né? Esperar ele começar”. E aí ele marcou, vai… Digamos que ele marcou dia 20 de julho pra começar… Quando foi no dia 20, ele não apareceu. Aí Gabriela, em vez de ligar para o pai da Rosane, ligou pra Rosane… — Porque foi a Rosane que fez o inferno pra contratar o pai. Ela tinha programado tudo, botou o cachorrinho num hotelzinho, pra pegar, tipo, só à noite, né? Pra ele não ficar ali no meio do quebra-quebra. — E aí a Rosane espantou, né? Que o pai dela não tinha ido. A Rosane já tinha saído pra trabalhar, aí ligou… O pai dela falou: “Ah, hoje deu um negócio aqui no meu joelho, não estou muito bem… Eu vou na segunda”. — Tipo, dia 20 era na terça e ele falou que ia só na outra segunda. —

Aí Gabriela já ficou puta… — Com toda razão… Porque o combinado já estava… Já ia se estender mais uma semana. — Aí na outra segunda ele foi e, assim, era um trabalho que pra ele sozinho não ia dar, ele ia ter que ter um ajudante. Ele não tinha um ajudante. — Não tinha… — E Gabriela lá de home office, com o cachorrinho na creche e daqui a pouco está o pai da Rosane pedindo pra Gabriela ajudar ele a carregar uma pedra. — Ô, gente… — Ela falou: “Olha, não posso, eu tô trabalhando”. Aí ele já ficou de cara feia. Aí ele foi carregar uma das pedras, — que não é barato, gente, essas pedras grandes de porcelanato, assim… Não sei nem se é pedra que fala, ou peça, vocês sabem… O quadrado lá de porcelanato. — E ele quebrou uma das peças… [efeito sonoro de porcelanato quebrando] Aí, nossa… Gabriela respirou fundo. — Porque ele ia carregar para outro lugar, mas ele ainda tinha que tirar os tacos, né? — 

Aí ele começou a tirar os tacos e, assim… — Eu, assim, eu pensando na logística, sei lá, eu ia tirando o taco e ia, sei lá, botando numa caixa, num saco de lixo pra jogar fora, né? — [efeito sonoro de batidas] E ele foi tirando os tacos, tipo, tirando os tacos da sala e botando no banheiro. Só que aí o banheiro ia ficar inutilizado, né? Porque foi enchendo, uma pilha de tacos, você não conseguia entrar… Aí na hora que ela viu, ela falou: “O senhor colocou os tacos no banheiro, agora preciso ir no banheiro. Como é que eu faço?”. Aí o homem já bufou e começou a tirar os tacos do banheiro e nisso, assim, foi o dia… Ele tirando o taco ali, botando ali, depois tirou do banheiro, enfim… Um caos. —  E deixou tudo sujo, enfim… Você vê que o cara não manjava, sabe? — Aí Gabriela ligou pra Rosane e falou pra Rosane ir lá pra ver. Falou: “Ó, seu pai tava aqui, quebrou a pedra e tal, agora ele fez isso aí… Largou os tacos tudo aí e eu que vou ter que catar, porque tenho que buscar o Bob, enfim…”. Tudo o que eles tinham conversado e combinado o cara não estava cumprindo. — Eu não vou ficar aqui detalhando todas as coisas, mas assim, ele não estava cumprindo. —

Aí depois que ele tirou todos os tacos, que demorou, tipo, duas semanas porque sozinho… E a casa um caos, assim, ele disse que não ia conseguir fazer o contra piso porque ele estava com dor nas costas. E aí a Gabriela falou: “Tá bom”. — O que ia falar pro cara, né? — Aí chamou a Rosane e falou: “Tá, seu pai falou agora que não vai fazer o contra piso porque está com dor nas costas, tem que esperar ele sarar”. E aí a Rosane que foi quem me escreveu, começou a ficar preocupada e foi falar com o próprio pai, né? Aí o pai… O que o pai falou para ela? “Olha, eu peguei esse serviço pra fazer, mas eu não vou dar conta, não vou conseguir. Não vou conseguir fazer… É sua namorada, conversa com ela, pede desculpa e eu não vou conseguir fazer”. Então, o que você pensa? Vê aí quanto que foi para tirar os tacos e vou devolver o restante do dinheiro, né? — Eu falei um valor simbólico aqui, mas o combinado deles foi outro. —

Só que o pai dela não devolveu o dinheiro. E a Rosane começou a ficar desesperada, porque, assim, a casa da Gabriela, namorada dela, um caos. — Daí o que você faria? Eu, no lugar da Rosane, eu ia falar: “Olha, desculpa o meu pai, eu vou te devolver esses mil reais e você”… Repito, foi um valor simbólico que eu falei, não é esse valor. “Eu vou te devolver esse dinheiro e você me desculpa, o que eu posso fazer pra ajudar? Vou carregar esses tacos, sei lá… Eu ia me virar”. — A Rosane ela paralisou. Ela ficou paralisada, sem saber o que fazer.  [efeito sonoro de pessoa chorando] E só pedia desculpas e chorava. E a Gabriela com aquele pepino pra resolver, né? E aí, assim, a Rosane, além de tudo, ela ficou magoada porque quando ela chorou e pediu desculpas, a Gabriela meio que falou: “Mano, olha com o que eu tô lidando, eu não tenho tempo para isso agora”. E eu concordo super com a Gabriela, assim, ela estava no meio do caos, o pai dela fez uma bagunça, o pai da Rosane fez uma bagunça lá e foi embora, né? Então, não dá para ter solidariedade nessa hora, estava puta mesmo. — 

E com um monte de coisa pra resolver… Achar outro pedreiro, ver essa questão do dinheiro… Porque a Rosane não falou em devolver. E aí mais um tempo se passou, até que Gabriela conseguisse um pedreiro e o pedreiro tomasse frente ali. E nisso a relação delas foi esfriando, porque assim, a Gabriela deve ter esperado da Rosane o mínimo, né? — Tipo, poxa, você pediu desculpas pelo seu pai, mas aí, e a minha grana? Como é que ficou as coisas aqui e tal? — E a Gabriela teve que tratar tudo sozinha, então ela foi meio que se distanciando. — Não tiro a razão de Gabriela. — E aí a Rosane em vez de ir lá e conversar de novo, ver essas coisas e tal, né? — Se oferecer pelo menos para pagar, né? — Ficou na dela. E aí agora elas terminaram com a Rosane gostando muito da Gabriela, — provavelmente a Gabriela gostando dela também — mas aí com essa questão, né? Com essa coisa que aconteceu e que a Rosane acha que “ai, a Gabriela tinha que me procurar”. — Rosane, pelo amor, né? Foi seu pai que fez tudo errado lá e porque você pediu, insistiu mil vezes pra Gabriela contratar seu pai. Então, esse B.O quem tem que ir atrás, pedir desculpa e tentar resolver se você quiser voltar, é você. —

Bom, eu acho isso, eu acho que a Rosane é que tem que se mexer aí se ela quiser realmente ver se tem alguma chance de voltar, se a Gabriela quer voltar, né? E foi pra isso que Rosane escreveu pra gente. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Yasmin falando de Vila Velha, Espírito Santo. Rosane, amiga, sinceramente, né, cara? O seu pai deu um calote e eu também, se eu fosse a sua ex, eu também terminaria com você. Eu acho que se você quer acertar as coisas, começa pagando o dinheiro que a sua família, você e o seu pai tão devendo, porque você que insistiu, ele deu calote, então devolva esse dinheiro, peça desculpas, né? E faz seu esforço aí e vê se ela volta com você, mas acho que o primeiro passo é pagar esse dinheiro, tá? Porque dinheiro a gente não tá achando no chão… Enfim, você deu maior dor de cabeça nela, então, por favor, paga o que você deve. É isso, gente, beijo.

Assinante 2: Oi, pessoal, eu sou Adriana do Rio de Janeiro. Ê, Rosane… Às vezes é bom a gente admitir, não tem problema nenhum a gente admitir que tá errado e pedir desculpas pro outro. Acho que a Déia te deu vários caminhos bons, que você poderia ter devolvido o dinheiro, você poderia ter resolvido o problema, ajudado ela a resolver e ela ficou com o pepino sozinha na mão. Pepino esse que ela disse desde o início que era um pepino… Então você criou o problema e, na hora que o problema apareceu de verdade, você não ajudou ela a resolver. Conversa com ela, tenta você resolver as coisas, tá bom? Uma boa sorte. 

[trilha]

Déia Freitas: Então, deixem aí suas mensagens pra Rosane lá no nosso grupo do Telegram, é só jogar na busca “Não Inviabilize” que o grupo vem. E é isso, gente. Um beijo e até breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.