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título: manicure
data de publicação: 27/07/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #manicure
personagens: débora e da marineide

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Débora e da Marineide. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Débora fazia unhas, — perto do trabalho dela — aí veio pandemia, o lugar fechou… Depois de um tempo, as manicures começaram a atender a domicílio, assim a Débora voltou a fazer unhas com a manicure preferida dela. — que é a Marineide. — Marineide agora atendendo por conta e agora arrumou um salão — diferente — pra fazer unhas. — Então ela atendia algumas clientes em casa e também fazia unhas nesse salão. — Esse convívio de Marineide e Débora já vem de alguns anos, bem antes da pandemia que Marineide aí faz as unhas de Débora. Antes naquele salão e depois — no segundo ano de pandemia — a domicílio.

O tempo foi passando, Débora foi fazendo unhas com Marineide… E agora, de fevereiro pra cá, — comecinho de fevereiro — Marineide começou a insistir muito pra que Débora fosse fazer unhas nesse salão novo que Marineide estava. E a Débora não queria, porque ela gosta que a Marineide vá na casa dela. Depois que a Marinete faz as unhas ali, elas tomam café, comem um bolo, conversam e no salão não ia ter isso. — Ia ser mais corrido e tal. — Mas a Marineide ela estava insistindo demais e ela, inclusive, ofereceu lá, — tipo, sei lá, unhas em gel [risos] — qualquer coisa assim, um tratamento a mais, se a Débora fosse no salão. — E aí o que a Débora começou a pensar? — “De repente, a Marineide precisa de mais clientes no salão para conseguir manter a sua vaga ali, né?” E aí ela falou: “Poxa, e eu estou aqui fazendo birra, falando que não vou quando eu posso dar essa força pra Marineide… Lógico que eu vou”.

E aí, ali ainda no comecinho de fevereiro, a Débora mandou mensagem pra Marineide querendo um horário no salão. [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] E aí a Marineide deu um dia lá. — Digamos que fosse uma sexta—feira às dezessete horas lá no salão. — Débora se organizou e falou: “Bom, eu não vou nem reclamar do horário, do dia, porque sexta feira às cinco da tarde… Corrido pra todo mundo, muito trânsito, enfim… Mas eu não vou reclamar, eu vou. Vou dar essa força aí pra Marineide nesse salão novo e vamos ver, né?” Chegou sexta—feira, dia da Débora ir lá fazer unhas no salão novo que Marineide estava trabalhando. [efeito sonoro de portando abrindo] Chegando no salão, era um salão simples, mas muito bem arrumadinho, assim, fofinho. — Com uma vitrine muito grande assim… A fachada de vidro. —

E ali, do lado de dentro do salão, era um salão que não era um salão de cabeleireiros, era só realmente de unhas. Então, tudo o que você imaginar para unhas, cílios e sobrancelhas tem naquele salão. — Eu achei ótimo, gente… Assim, não é aqui de São Paulo, infelizmente, porque se fosse eu já ia querer dar uma passada. — E lá é unhas, sobrancelhas e cílios… E ela notou que ali na porta, a primeira cadeirinha de manicure ali — da porta mesmo, encostada no vidro que dá para a rua — era a da Marineide. Só que, todas as manicures estão… — Como é que eu vou explicar isso? — Estão com as costas viradas para a parede e a pessoa chega da rua e senta ali de frente para a manicure. Marineide estava esperando a Débora ao contrário. — Ela virou a mesinha dela e colocou a Débora com as costas na parede. — Então, a visão da Débora para a rua dava para o lado oposto do que as outras manicures tinham, por exemplo.

Ela estava encostada lateralmente no vidro, então ela olhava pra rua, ela conseguia ver umas lojinhas ali e tal… E Marineide estava tensa. — Muito tensa… — E Débora não conseguia entender, porque Marineide é sempre muito falante, muito risonha. E ela estava tensa, fazendo a unha da Débora em silêncio. Conforme ela limpou, lixou a unha e tal e estava preparando para ver que esmalte ia passar… — Débora tava ali escolhendo os esmaltes… Débora levantou a cabeça… Sabe quando você está ali fazendo suas coisinhas e você olha ao redor? E, quando ela olhou ao redor… — Ela viu uma cena que jamais imaginou na vida dela. — [música de suspense] Do lado de fora do salão de manicure encostado ao lado e onde Débora tinha a visão da calçada, ela viu o marido dela aos beijos com uma mocinha que podia ser filha dele.

Na hora, Débora assustou, começou a passar mal… E ela olhou pra Marineide e Marineide estava assustada, mas ao mesmo tempo ela estava com uma cara de quem sabia do que estava acontecendo. E aí a Débora levantou — com as unhas do jeito que estava — e foi lá fora e deu um flagra no marido. O marido estava tendo um caso com uma vendedora, uma mocinha muito jovem da loja encostada na manicure. A Marineide estava insistindo tanto para Débora ir fazer a unha lá no salão porque Marineide já tinha visto. — Como Marineide passou quase um ano fazendo a unha da Débora na casa da Débora, ela conhecia o marido da Débora. Só que o marido da Débora nunca reparava na Marineide, então ele não sabia onde Marineide trabalhava e também não reconheceria Marineide na rua. — Então, Marineide viu, aquilo já estava rolando fazia um tempinho e por isso que ela estava insistindo pra Débora ir no salão, porque ela queria que a Débora visse e pegasse no flagra. E ela marcou um horário de unha pra Débora que era o horário que ela sabia que o cara passava pra pegar a mocinha na loja. — Gente… — 

E aí foi um escândalo ali, né? Débora bateu nele e bateu nela… — Aquele escândalo, aquela coisa. — Aí trouxeram ela de novo pra dentro do salão ali de unhas, né? Deram água e tal… E aí ela foi embora. Ela ficou com um pouco de raiva da Marineide naquele momento… — Porque ela estava com raiva de tudo, né? — Mas depois que chegou em casa, esfriou a cabeça, ela entendeu que a Marineide queria alertar ela, né? E aí dali para frente ela fazia o que ela quisesse, perdoar ou continuar com o cara. E ela não perdoou… E, inclusive, essa mocinha — vendedora — está grávida do marido de Débora. — Detalhe… — O marido de Débora não quer dar o divórcio. — Amigável. — Na cabeça dele ele pode sim criar o bebê… — Desde que ele se separe da mocinha jovem e a Débora perdoe ele. —

E a Débora não vai perdoar, Débora não quer mais saber dele, nem do bebê, nem da moça… Agora a Marineide voltou a fazer unhas lá na casa, porque o cara não está mais lá. [risos] E, gente… Olha a Marineide… Ela foi muito esperta. — Muito esperta. — Eu também, no lugar da Marineide, não contaria, porque muita gente questionou Marineide: “Por que ela já não contou? Foi armar aquela cena e tal”… Porque a Marineide disse: “Ela não ia acreditar…”. Porque a Débora tratava esse marido, assim, como um príncipe, sabe? — Até de cortar o bife do cara. Gente, eu não aceito, eu não aceito… [risos] Você cortar o bife de seu marido, sabe? Se a pessoa consegue cortar o próprio bife sozinho… Eu não aceito. E aí até isso, ela cortava o bife pro marido não ter que cortar o bife, sabe? [risos] Ai que ódio… A Débora falou: “Agora queria enfiar um bife…” [risos] Ê, Débora… Ai, gente, dá… Cortar o bife do marido não dá, não aceito. —

E por isso que Marineide, maravilhosa, não contou. Ela achou que ela contando a Débora poderia não acreditar nela e ela ainda perder a cliente, né? E ela falou: “Não, ela tem que ver com os olhos dela”, porque também é uma mocinha muito nova, sabe? — Esses véio que pega garotinha me dá um ódio… — E aí agora a garota está grávida, enfim… E o cara tá fazendo um inferno, porque ele não quer terminar o casamento, ele quer continuar com a Débora… Ele acha que ele merece. E amparar a mocinha só nas questões em relação ao filho. E a Débora, óbvio que não quer, enfim, né? Já tá aí, já está na mão de advogados esse divórcio. Essa história tem um mês e pouquinho… — Então é muito recente, né? —

E é isso, gente… Olha a Marineide… Amei, Marineide, amei… Eu acho que você fez certinho, sim, alertou. Ainda mais que já estava correndo o boato ali que a mocinha estava grávida. E, ah, foi melhor, gente… Eu acho que é sempre melhor saber, sabe? Então, teve gente que também falou: “Ah, você estragou o casamento perfeito da Débora”. — Não era perfeito. — Ela cortava o bife do cara e o cara tava levando o bife dele pra outro lugar, né? Estava ali batendo o bife dele em outro lugar. Então não aceito… [risos] Não aceito. Marineide foi ótima, fez tudo certinho. E agora é isso, né? A Débora tem aí esse aborrecimento desse divórcio que, provavelmente, não vai ser amigável mesmo, porque o cara está ali implicando com tudo, né? E quer voltar… — O bonito, o princeso do bife cortadinho… Quer voltar? Me poupa, né, gente? —

[trilha]

Assinante 1: Olá, Não Inviabilizers, meu nome é Jéssica e eu sou de Campos, Rio de Janeiro. E, Débora, agradeça todos os dias a Deus pela vida da Marineide na sua, porque ela realmente fez um papel de amiga pra você. E olha que eu digo isso porque várias vezes eu já tentei avisar pra amigas que seus respectivos estavam traindo elas e no final elas ficaram contra mim e não acreditaram em mim, preferiram acreditar no cara. E a forma como ela encontrou de te contar o que tava acontecendo foi importante, pra fazer você ter um estalo de realidade. Talvez se ela tivesse te contado você não teria acreditado ou teria, talvez, dado uma segunda chance pra esse traste aí. Mas que bom que deu tudo certo, e eu espero que você nunca mais precise olhar pra cara dele. E é isso, gente, um beijo pra todo mundo aí. Até mais.

Assinante 2: Oi, oi, aqui é a Flávia, falando de João Pessoa. E eu tô impressionada com a destreza da Marineide nessa história. Eu tô impressionada que deu certo da primeira vez, né? Na primeira tentativa já deu certo. E eu acho que ela fez certíssimo, porque já vimos aqui, em outras histórias, que às vezes chegar e contar uma coisa que você considera que a outra pessoa deve saber, às vezes não sai muito bem, né? Pra quem conta. Então, eu acho que, puts, ela foi, assim, precisa… Barra que Débora acabou descobrindo isso desse jeito, mas é isso, né? Melhor descobrir do que ficar sendo enganada e cortando bife pro marmanjo dentro de casa. É isso aí, um beijo pras duas e pra todo mundo aí.

[trilha]

Déia Freitas: Bom, comentem a história da Débora lá no nosso grupo do Telegram. Sejam gentis com Débora e Marineide. — Amo… [risos] Marineide, te amo. [risos] — Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.