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título: fogueteira
data de publicação: 26/09/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #fogueteira
personagens: rose e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é o Movimento Elas Que decidem. E, gente, eu não tô sozinha mesmo… Eu tô aí junto com 82 milhões de mulheres eleitoras. Sim, somos mais da metade do eleitorado brasileiro e fazemos toda a diferença nas urnas. — E não só nas urnas, né? A gente sabe. — Acessa aí o site: elasquedecidem.com pra você saber como envolver aí as mulheres que você conhece e incentivar a galera a votar. Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. 

E hoje eu vou contar para vocês a história da Rose. — Quem escolheu o nome dessa história foi o pai da Rose. [risos] — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Rose na faculdade conheceu um cara… — O cara estava no último ano, ela estava no penúltimo. — Eles começaram a conversar, mas acabaram não ficando, assim. Passou, não deu certo e nã nã nã, vida que seguiu. Quando a Rose se formou no ano seguinte, — porque aí o cara saiu da faculdade, ela perdeu o contato, — ela recebeu uma mensagem [efeito sonoro de notificação] dele no Instagram dando ali os parabéns por ela também ter se formado. E aí eles começaram a conversar mais e eles marcaram um encontro. E aí, nossa, flui super bem, o beijo era bom, era tudo bom… E a Rose tinha acabado de se formar, mas ela ainda morava num apartamento com outras garotas. Cada uma tinha seu quarto, mas o problema do apartamento ali é que só tinha um banheiro. Então, todas levavam ali as pessoas que elas queriam ficar e tal, só que quando passava para o banheiro, às vezes alguma pessoa passava meio seminua aí acabava tirando um pouco ali a privacidade de todas elas, né?

Às vezes, uma precisava usar o banheiro, mas tinha um ficante ou uma ficante de uma delas lá, e aí acabaram fazendo uma reuniãozinha interna e combinaram que ninguém mais ia levar ficante pra lá. — Nem namorado, nada. — Então, como é uma casa coletiva, vence ali a maioria e foi combinada assim e estava tudo bem pra todo mundo. Então, foi decidido ali pela maioria e estava tudo bem pra todo mundo, cada um que quisesse ficar ali com seu ficando, sua ficante, que fosse para a casa dos ficantes ou para um motel, X. — Ali não acontecia mais. — E a Rose já estava ali há alguns meses com esse cara, né? — No apartamento dela ali, no quarto dela. — Então, aí eles passaram a ir para o apartamento dele, que até então ele nunca tinha convidado a Rose pra ir. E quando ela chegou lá, ela ficou impressionada porque, assim, era um apartamento bacana, um apartamento, assim, até que espaçoso, o quarto dele era uma suíte, ele morava sozinho… Então fazia muito mais sentido… Se desde o começo eles tivessem ido pro apartamento do cara do que para o quarto dela. — Mas ela também nunca comentou isso com ele, foi só uma coisa que passou ali pela cabeça dela, né? “Poxa, por que ele não me trouxe aqui antes, né?”. —

Nisso, eles já estavam juntos há uns três meses… — E fluía muito bem, gente… Eles tinham, assim, um um fogo, uma sintonia, era tudo muito bom. — Quando eles passaram a ficar juntos no apartamento do cara, as coisas mudaram um pouco. Por exemplo, eles transavam uma vez ali e depois o cara dormia… Às vezes o cara falava pra ela que precisava acordar muito cedo ou que ele ainda tinha que revisar um relatório, qualquer coisa e fazia ela entrar ali num carro de aplicativo e ir embora. — Às vezes até de madrugada… — E foi ficando estranho… — Porque eles já estavam juntos legalzinho assim há um tempinho, né? — E aí foi ficando estranho, ficando estranho e o cara chamou a Rose pra um encontro, não no apartamento dele, né? Eles saíram, tipo, sei lá, sentaram em uma praça e ele falou: [efeito de voz grossa] “Olha, Rose, não está dando certo, não quero mais e nã nã nã”. E aí a Rose ficou muito mal, muito mal mesmo…

E aí ela chorou… [efeito sonoro de mulher chorando] — E, assim, não tinha motivos, gente, não tinha motivo… — E a Rose queria um motivo. Queria saber do cara por que ele estava terminando, se ele tinha a outra, o que tinha acontecido. — E aí agora aqui… Eu sei que é errado rir, eu e a Rose a gente já riu muito, porque como eu digo, dor de amor passa e a dela já passou. Então, hoje ela consegue rir com a família dela até… Eu nem sei se eu conseguiria expor assim desse jeito pra minha família, mas ela consegue, tanto que o pai dela que deu o nome da história e é isso… [risos] — De tanto que a Rose insistiu, o cara resolveu contar o que fez ele terminar com ela. Com muito cuidado falou que depois que ele transava com ela, ele perdia o tesão pra, assim, tipo até ficar junto dela ali na cama, porque ele não queria mais por causa disso… Ela falou: [efeito de voz fina] “Gente, não pode ser só isso… Não pode ser só isso”.

Daí eles ali conversando, [efeito sonoro de mulher chorando] ela chorando, e aí o cara se irritou também… — Porque aquela coisa, né? Eu até concordo com ele nesse ponto que, poxa, terminou, terminou… Às vezes a pessoa não quer te dar uma explicação, você tem que aceitar e seguir sua vida, né? Rose devia ter seguido a vida dela. — Mas aí o cara falou: [efeito de voz grossa] “Bom, você quer saber? Então eu vou te falar porque aí isso serve pra você em outros relacionamentos”. E aí a Rose assustou, falou: “Meu Deus, o que será que eu fiz?”. — Gente, vocês estão preparados [risos] para o que a Rose fez? — Esse cara terminou com a Rose porque ele disse que estava com nojo dela. [efeito sonoro de tensão] — Então, é bem pesado isso, né? O cara tava com nojo dela. — Por que ela estava com nojo dela? Porque depois que eles transavam, a Rose ia fazer um xixi… — Que é o certo, né, gente? Vamos lá, vamos se aliviar, não fica segurando xixi, não. — E, conforme ela fazia xixi ali, ela peidava. [risos]

Pô, você está no banheiro, com a porta fechada… [efeitos sonoros de explosão de fogos de artificio] — Porque a Rose disse sim que ela fechava a porta do banheiro e, ainda assim o cara tá escutando você mijar e peidar, não há nada que ela possa fazer… Ela tá peidando dentro do vaso sanitário… Se o vaso sanitário não foi feito pra perder, eu não sei quem foi, entendeu? E aí ele falou que isso fazia ele perder o tesão nela, e aí ele não conseguia um segundo round porque ele ouvia… Ali o banheiro fazia eco direto no quarto, então ele escutava ali a Rose peidando muito alto [risos] no vaso e ele disse, palavras dele: Que a Rose [risos] mijava igual um cavalo… [efeito sonoro de queda d’água] Que o barulho era muito alto, era muito líquido e que parecia um cavalo mijando. [risos] É muito horrível. Desculpa… [risos] — Gente, eu ri com a Rose, tá? Se fosse uma história que doesse nela ainda eu não ia nem contar, porque eu ia acabar, enfim… Então tá tudo bem com a Rose. —

E aí ela ficou chocada… E aí aquela dor que ela estava sentindo virou uma revolta, porque ela falou: [efeito de voz fina] “Você tá terminando comigo por que eu mijo e eu peido? Gente, todo mundo mija, todo mundo peida”. Aí ele falou: [efeito de voz grossa] “Não, mas não é porque você mija e você peida, é o jeito que você mija e você peida… Me incomoda. E se agora já me incomoda, num relacionamento longo vai ser insuportável. Eu não quero, eu tenho direito”. — E ele tem direito? Tem, mas poxa vida, né, gente? Eu acho que isso foi uma desculpa, sei lá. De repente era outra coisa, né? — E aí, um domingo que a Rose foi almoçar na casa dos pais, que estava toda a família lá, ela contou essa história… — E pra vocês terem uma ideia, o pai dela… Ó o perigo… — O pai dela estava no meio do almoço, ele engasgou com um pedaço de frango que ele tava [risos] comendo de tanto que ele deu risada. — Mas, assim, desengasgou na hora, não foi nada assim… —

E aí a família da Rose apelidou ela de fogueteira. — Algumas pessoas pegaram a referência aí… — E ela passou a ser a fogueteira da família. E essa é a história da Rose, do cara que terminou com ela porque ela mijava e peidava dentro do vaso sanitário, né? Não era nem, assim, no quarto. Era no banheiro, com a porta fechada, dentro do vaso e ainda assim o cara não aceitou. O cara não aceitou que Rose peidasse no lugar que é pra peidar, que foi feito pra peidar, né? — O vaso sanitário. — 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, aqui é a Maria de Goiânia. Minha total solidariedade a Rose, porque eu sou time xixi depois do sexo e sou fogueteira desde o dia 1. Ainda mais aqueles foguetes por lugares não convencionais, que acontece durante o próprio ato. Então, assim, as pessoas têm que estar acostumadas com isso, isso é fisiológico, é do corpo humano… Mas quero deixar claro que esse cara aí, ó, não queria dividir o espaço dele, que a gente já começa vendo a história… Os homens são péssimos com isso, eles não sabem dividir o seu espaço, aí começa a ter um monte de regras, né? Que não existiam quando tava indo no seu quarto, né, Rose? Até porque nem te chamou durantes 3 meses… E ele te chama e fica chateado porque você faz xixi e peida? Realmente, ele tava esperando uma princesa da Disney, né? Então ele precisa… Não sei, de uma cadeira? Acho que é isso que ele precisa. Rose, fica em paz. É isso, #timedasfogueteiras. 

Assinante 2: Eu sou Beatriz, falo de Maricá, no Rio de Janeiro. Eu quis falar sobre a fogueteira porque se tem uma coisa que minha mãe me ensinou… Minha mãe morreu eu tinha 22 anos, e uma coisa que ela me ensinou é: Transou? Fez xixi. Tem que fazer xixi após transar. Sempre. Porque pode dar cistite, pode dar dor… Um dos grandes ensinamentos da minha mãe foi esse. Então, amiga, esse cara… Se ele foi embora por causa disso, por essa besteira, pô, ele que ligasse uma música, liga a televisão alto… Eu fazia isso no início de namoro quando eu ia viajar e eu ia fazer o número dois no quarto do hotel que é tudo muito ligado eu aumentava o volume da TV, porque eu não gostava de estar deitada na cama escutando o outro também, não… Então eu acabava fazendo isso, mas, cara, é porque não gosta… Porque se gostasse de você, se realmente tivesse algum futuro vocês dois juntos, ele teria aumentado o volume da TV. Só isso, tá? Você vai encontrar alguém que entenda que xixi após transar é fundamental.

[trilha]

Déia Freitas: Acessa o site: elasquedecidem.com e dia 2 de outubro vamos lá, gente, vamos lá votar, ouvir o  barulhinho pirililim [efeito sonoro de voto na urna eletrônica] [risos] e vamo que vamo. Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.