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título: amizade
data de publicação: 28/09/2022
quadro: amor nas redes
hashtag: #amizade
personagens: rafaela e ana paula

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história é contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E cheguei pra mais um Amor nas Redes. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje, de novo, é a Ipanema e o lançamento da sua coleção Sempre Nova: Unidas O Bonde Brilha. Este é o segundo de três episódios contemplando aí histórias de força feminina que inspiram identificação, liberdade, união e que enaltecem a potência dos encontros entre mulheres. Se é pra brilhar, que seja em conjunto. O bonde brilha se a gente soma aí as nossas forças. E no bonde de hoje, eu trago a Rafaela e sua querida amiga Ana Paula. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Rafaela mora no Rio de Janeiro e, desde sempre, o sonho dela era ser mãe. Então, ali com 30 anos ela casou, [efeito sonoro de sino batendo] e eles começaram a tentar, né? A ter aí um bebezinho. Tentaram, tentaram e nada… O marido da Rafaela tinha ali um problema de quantidade de motilidade dos espermas e foram anos até que eles conseguiram descobrir isso. Resumo: Mil tratamentos. O médico disse que por vias naturais eles não conseguiriam… Eles ficaram super desanimados e, quando assim, eles já estavam prontos pra outras opções, a Rafaela engravidou. Engravidou naturalmente e foi, assim, uma felicidade… Só que junto — da felicidade — veio a paranoia. A Rafaela, com um transtorno de ansiedade generalizada, botou na cabeça ali que ela podia perder aquele bebê a qualquer momento. — Que era, tipo, a chance da vida dela e que ela podia perder a qualquer momento. — 

A gravidez se desenrolou nessa tensão… Só que a gestação da Rafaela foi, assim, saudável. E nasceu a menininha. [efeito sonoro de bebê chorando] Uma filhinha, linda a bebezinha. E aí, pronto, passou a paranoia da Rafaela de que “nossa, né? Ia perder o bebê”. Não… Agora ela entrou numa paranoia de que a filha teria todas as doenças possíveis do mundo e ela ia perder a filha. — E aí agora aqui entra a Ana Paula. — Ana Paula, amiga aí de Rafaela, psicóloga e que tinha trabalhado um tempo numa maternidade escola e também era mãe de um bebezinho ali de um ano e pouco, entrou na história pra saber como a Rafaela estava, perguntar… Porque a Rafaela disse que, depois que ela teve bebê, as mulheres amigas dela que não tinham filhos, ficaram meio, assim, impedidas, meio longe e tal… Então a Ana Paula chegou ali bem na hora. Com dois dias que a Rafaela tinha ido para casa com a bebê, ela já tinha corrido para o hospital uma vez achando que a bebê estava com hipoglicemia… — E não tava. — 

E aí juntou aquele combo, né? Puerpério, ansiedade e o medo de perder a filha. E a Rafaela entrou aí numa depressão pós parto. Ana Paula, que já tinha visitado a Rafaela no hospital… A Rafaela ficou uns dias com a bebê no hospital… Tinha telefonado, tipo, ah, deu uma ligada, pra saber como a Rafaela estava com a bebê, se estava tudo bem, né? — Quando Rafaela já estava em casa. — Nessa altura do campeonato, o marido da Rafaela e a mãe da Rafaela não sabiam mais o que fazer, porque a Rafaela só chorava. E aí, quando a Ana Paula ligou, a Rafaela desabou. [efeito sonoro de pessoa chorando] Aí ela chorou tudo que ela tinha que chorar, desabafou e, em determinado momento ali da ligação a Ana Paula falou pra ela: “Rafa, pera aí um pouco, eu já falo com você” e desligou. O que a Rafaela pensou? “Pô, a Ana Paula tem um bebezinho pequeno também, vai ver ali as coisas do bebezinho e vai voltar a falar comigo”. 

Só que aí praticamente uma hora se passou e a Ana Paula não entrou mais em contato… Quando, de repente, [efeito sonoro de bip] o interfone da casa da Rafaela tocou. Todo mundo estranhou porque já era tarde, nove e pouco da noite… E quem estava lá na porta da casa da Rafaela? — No prédio da Rafaela, pra dar apoio. — A Ana Paula. Ana Paula saiu da Barra da Tijuca e foi até a Tijuca. — E é longe, né? Tem uma serra no meio… — Com o bebezinho dela, de um ano e meio, pra encontrar com a Rafaela e poder dar esse apoio pessoalmente. E, uma das queixas da Rafaela pra Ana Paula, é que ela estava preocupada com o peito, que a bebê não estava conseguindo mamar, enfim… E aí por isso que Ana Paula veio também, né? Porque esse suporte presencial era importante e pra ver também o peito da Rafaela e ver se estava realmente com algum problema, se a bebezinha não estava mamando, etc. 

E aí Ana Paula viu que o peito da Rafaela estava tudo ok, assim, estava saindo leite direitinho, que não tava rachado, nada… E aí ela mostrou ali pra Rafaela umas posições… Assim, deu aquela força que ela precisava para poder botar a bebezinha ali pra amamentar tranquila. Viu que a bebezinha estava mamando normal, ensinou a Rafaela a ver se a bebezinha estava mamando, se estava mamando pouco, enfim… Deu toda ali a consultoria necessária e os tutoriais que a Rafaela precisava. Além de todo o acolhimento e de um abraço. E a Rafaela fala que, assim, naquele momento, tudo o que ela precisava era isso… Alguém que conversasse com ela, que quisesse saber dela, que entendesse o que ela estava passando ali e acolhesse. E foi isso que a Ana Paula trouxe pra ela naquele momento. 

Tanto que a Ana Paula virou madrinha e consagração da bebezinha Iza. — Ó, o nome da bebezinha é Isa, ó… Momento a sincronia total com a história, com a Ipanema, com tudo. — E aí a Rafaela me mandou uma foto muito bonita desse dia, — dessa noite — das duas amamentando os bebês. E a gente fica pensando nisso, né? Às vezes a gente acha que está tudo muito ruim, que a gente está realmente ali chegando no fundo do poço, a gente se consegue verbalizar melhor, né? — Isso que foi o caso. — E aí o socorro veio na forma de um amigo. Eu sempre acho que quem tem amigo, tem tudo. — É muito amor de amiga envolvida, né, gente? Ai, eu fico emocionada. — Bom, agora a gente vai ouvir a Rafa falar e, na sequência, a Ana Paula. 

Rafaela: Oi, pessoal, eu sou a Rafaela e eu resolvi contar essa história pra celebrar a minha amizade com a Ana e, para mostrar também que, quando as mulheres se unem e quando a gente coloca sororidade em prática, tudo fica melhor, tudo fica mais fácil pra gente. Eu estava num momento muito difícil com uma recém nascida de quatro dias e eu já com os hormônios do puérperio a toda… Entrando no que depois foi diagnosticado uma depressão pós parto. E eu tinha apoio da minha mãe, tinha apoio do meu marido, mas eles também estavam envolvidos no meu medo, né? No que eu estava sentindo… Então, foi a delicadeza da Ana de me ligar primeiro, a amizade de se importar, de me ligar pra saber como eu estava… E de perceber na minha voz que talvez não estivesse tudo muito bem. [risos] 

E aí essa generosidade, essa disposição de sair de onde ela morava, que não era perto da minha casa, à noite, com a bebê dela de um ano e meio e vir me socorrer… E me socorreu da maneira mais linda, assim… Ela foi muito paciente, muito generosa… Me mostrou tudo, mostrou que a minha filha estava se alimentando, né? mostrou que eu tinha muito leite… Mostrou tudo o que eu precisava saber de uma maneira tão querida, como só a Ana é. Eu me lembro que, nesse dia, quando ela saiu da minha casa, minha mãe falou: “Nossa, a Ana entra e ela traz uma outra energia”. E é isso… A Ana traz uma energia muito, muito bonita, sabe? Muito forte com ela. Que vem disso e vem da família dela, porque a mãe dela, a irmã dela são um grupo de mulheres muito unidas e muito generosas com outras mulheres, e elas me ensinaram isso. A Ana me ensinou a sororidade, me ensinou a importância de ter um grupo de mulheres. 

A gente se conheceu há mais de 20 anos e eu sempre falo que ela foi um presente pra minha vida. Ela faz parte de todos os principais momentos… Ela é madrinha de consagração da minha filha. Ela e a família dela fizeram os bem casados do meu casamento. A irmã dela tirou todas as fotos, que era uma fotógrafa incrível, tirou todas as fotos, desde a minha barriga até o batizado, até aniversários da minha filha. Enfim, é uma história para celebrar a amizade e a união entre mulheres, que é muito importante. 

Ana Paula: Oi, meu nome é Ana Paula, eu sou amiga da Rafaela e recebi essa missão aqui, de repente, [risos] de falar sobre a nossa amizade. Eu achei que fosse ser super fácil, mas eu já gravei umas dez vezes e é muito difícil a gente conseguir organizar os pensamentos e colocar em palavras, assim, quando a gente tem que falar de uma pessoa tão importante, né? Eu acho que sempre fica a sensação de que a gente não está falando o suficiente. É isso… Eu já entendi que eu não vou conseguir falar o suficiente. [risos] Mas o que eu acho importante dizer é que eu acho de extrema importância para as mulheres terem amigas mulheres que você admira tanto, que você confia… Que você confia não só de se abrir, de falar, que você confia na forma de olhar para a vida dessa pessoa. E é assim que eu me sinto em relação a Rafa. 

É uma pessoa que eu admiro demais, que eu admiro o que ela pensa, os posicionamentos, a forma como ela toca a vida dela, a forma como ela cria a filha dela, o relacionamento familiar… Eu o admiro demais, confio demais. Acho que, apesar da distância que a gente tem atualmente, moro em São Lourenço, Minas Gerais e ela mora no Rio, sei que a qualquer momento, não importa, eu tenho aquele lugar no mundo e eu acho isso tão importante… Ainda mais depois que a gente se torna mãe, que a gente acaba inevitavelmente, tendo alguns afastamentos ou não tendo tempo, realmente, de estar em contato com os nossos amigos tanto quanto a gente gostaria. Mas a gente tem essa consciência, saber que a gente tem esse lugar e eu tenho absoluto orgulho de saber que eu tenho esse lugar na Rafa. 

A gente tem milhares de histórias, [risos] essa que ela escolheu contar, sem dúvida alguma, é uma história muito linda, que também é muito importante para mim. Eu sou madrinha de consagração da Izabella, isso é um orgulho… Uma coisa que eu falo pra todo mundo. Então, é muito bom ter participado, ter contribuído pra esse pedacinho da história delas. Mas eu espero poder participar e contribuir ainda muito, muito, muito mais… Assim como ter elas contribuindo para a minha vida. E é isso… 

[trilha] 

Déia Freitas: Ai, cara, que lindo essas duas… E, Ipanema Sempre Nova, campanha Unidas O Bonde Brilha. Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. Ipanema, livre dos pés à cabeça. — Ai, gente agora desculpa estragar aí a vibe, mas eu vou cantar mais um pedacinho da música, tá? — [cantarolando] Porque unidas o bonde brilha, tamo de pé e ninguém vai parar… Sempre nova pra recomeçar, conquistando nosso lugar. [risos] Eu errei, mas é isso, tá? É isso… Eu vou deixar o link também aqui pra campanha, que aí vocês podem ouvir a Iza cantando lindamente e apagar da memória de vocês esse fiasco. [risos] Um beijo, gente, eu volto em breve. Tamo junto, Ipanema… 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.