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título: pão
data de publicação: 12/12/2022
quadro: amor nas redes
hashtag: #pao
personagens: ana clara e dona catarina

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história é contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. cheguei pra mais uma história do quadro Amor nas Redes. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Wickbold. — Sim, é ela… [cantarolando] Quem quer pão? Quem quer pão? Quem quer pão? [risos] Não era para eu cantar, desculpa. — Com 84 anos de história e de origem 100% brasileira, a Wickbold é a marca pioneira e inovadora na criação de linhas diferenciadas de pães especiais e com grãos, produzidos aí para trazer à sua mesa um produto saudável e com muito sabor. — Tem uns pães veganos maravilhosos… — 

A Wickbold tem um perfil muito bacana aí nas redes sociais e eu queria destacar aqui o Tik Tok da marca. [risos] — Amo… — Tem receitas, tem dicas aí de preparos e eu vou deixar aqui na descrição do episódio o link pra um preparo, uma receita aí usando um pão vegano da Wickbold. — Delicinha. — Depois que ouvir a história entrar lá no Tik Tok da Wickbold, é @wickboldoficial. E hoje eu vou contar pra vocês a história da Ana Clara, do seu avô Raul e de um pão que virou uma memória inesquecível, cheia de legado nessa família. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A bisavó de Ana Clara, Dona Catarina, sempre cozinhou aí muito bem… Ela, mãe aí do seu Raul, — avô de Ana Clara — sempre teve uma vida muito difícil e criou os filhos todos com uma certa dificuldade. — Ela teve três filhos. — A Bisavó da Ana Clara, a Dona Catarina, fazia um pão que era, assim, enrolado, parecia um rocambole salgado assim, de presunto, queijo e tomate. E era, assim, um espetáculo de pão, gente… E Dona Catarina ensinou o avô da Ana Clara, o seu Raul, a fazer esse pão aí. Então, era uma tradição que dona Catarina ali criou, ela ensinou o seu Raul, avô de Ana Clara a fazer esse pão e, um tempo depois, quando Dona Catarina faleceu, o seu Raul, avô da Ana Clara, começou a fazer esse pão para a família toda. Todo ano ali, mais pra perto do Natal, assim, o seu Raul fazia esse pão e distribuía pra família ali, fazia pão pra todo mundo. 

Então o seu Raul ali que teve cinco filhos, ele distribuía para os filhos… Ele teve sete netos, então era filhos, netos, genros, noras, todo mundo ali esperando aquele pão… [efeito sonoro de várias pessoas falando ao mesmo tempo] — Que parecia um rocambole, né? Vamos chamar aqui de pão—rocambole do vovô Raul. — Quando a Ana Clara estava ali com seus 13 anos, — mais ou menos 13 anos — o seu Raul resolveu que ele ia ensinar aquela receita do pão pra ela. Ela ia começar ali a fazer o pão junto com o seu Raul. E a Ana Clara ficou empolgada e totalmente hipnotizada ali, observando o avô fazendo pão. Até os 11 anos, ela tinha sido a única neta menina dele, né? E ele sempre falava aí que ela era.— falava escondido pra ela, né? [riso] — que ela era a neta favorita. — Ê, seu Raul… — [risos] 

E, além dessa questão do pão, o seu Raul e a Ana Clara eles faziam um monte de coisas juntos, assim… Eles tinham ali os seus próprios segredos, sabe? De avô e neta… [risos] Era bem incrível. Seu Raul pulou aí a geração dos filhos e escolheu a Ana Clara, que tinha, lógico, mais interesse ali, ficava vidrada quando o avô estava fazendo pão. — Pra aprender essa receita e fazer o pão com ele. — Então, quando a Ana Clara ia fazer esse pão, a primeira coisa que ele falava: “Ana Clara, você tem que tirar esse esmalte da unha, por que e se descascar esse esmalte e cair na massa do pão, né?”, e aí ele explicava que ela tinha que sovar a massa ali com força e podia cair ali uma lasquinha do esmalte. Então a Ana Clara já sabia que ela não podia estar de esmalte pra fazer ali aquele pão. 

Quando Seu Raul e Ana Clara não estavam fazendo pães, eles estavam ali jogando sudoku. — Amo… [risos] Bem idosinha você, hein, Ana Clara? Adoro… [risos] — Então eles passavam muito tempo, assim, juntos e fazendo várias coisas, eles eram bem parceiros. Seu Raul fez 69 anos, eles fizeram uma festa, uma grande festa ali em família, foi maravilhoso. Na sequência, eles foram todos para pintar a chácara ali do sue Raul. — Sabe quando reúne a família pra fazer trampo? [risos] “Vamos pintar, vamos encher um laje”. Nesse caso aqui, era para pintura e eles pintaram ali a chácara do seu Raul, ele estava pleno ali com seus 69 anos, tudo perfeito… — Até que um dia, em junho de 2017, o seu Raul do nada teve um aneurisma abdominal e faleceu. [música triste] Foi uma morte repentina, que pegou toda a família de surpresa, todo mundo ficou muito arrasado e a Ana Clara perdeu o chão, porque o avô dela era ali um grande amigo… Além de avô, era um companheiro dela em um monte de coisa. 

Seu Raul morreu ali no meio de 201 em dali para frente, foi muito difícil pra toda a família, né? Seu Raul unia ali todo mundo. E aí foi chegando a época de Natal e a época de fazer aquele pão, né? De presunto, queijo e tomate que o seu Raul tanto fazia. Ninguém estava animado com nada, mas a Ana Clara resolveu que ela ia manter a tradição do avô e ela ia fazer o pão pra todo mundo. — Aquele pão—rocambole que tinha virado um pão—rocambole natalino. — Ela ia fazer ali para todo mundo. A Ana Clara fazer aquele pão deixou todo mundo um pouco mais… Conformado não era palavra, mas deu um pouco de conforto ali naquela hora, daquela saudade do seu Raul. Era uma maneira de matar um pouquinho a saudade dele e ver que ele estava em alguma coisa, em algum momento ali daquela época natalina, o seu Raul estava presente. 

A partir de 2017 a Ana Clara passou a fazer esse pão todo ano pra todo mundo e ela inovou… Ela criou um outro sabor também, que é escarola com queijo. [risos] — Olha, Ana Clara, eu vou aguardar aí a versão vegana, somente de escarola [risos] na minha mesa, daqui a pouco. Quero. — E agora uma receita só de pão não é suficiente, [risos] Ana Clara tem que fazer vários aí porque a família cresceu. Ana Clara disse que fazer esse pão leva ela de volta ali perto do seu Raul, né? Do seu avô… Que foi a melhor pessoa que ela teve aí o prazer de conviver até ali os seus 18 anos. E, quando ela começou a fazer esse pão no lugar do seu Raul ali, principalmente nos Natais, ela foi se recuperando aos poucos ali daquela tristeza imensa que ela sentiu e foi elaborando ali o luto da perda que foi, a grande perda que foi ali a morte do seu Raul na família. 

A Ana Clara fazendo esse pão ela manteve a família unida também, né? E ela disse que esse pão simboliza a memória afetiva que ela tem também de alguns alimentos ali pra ela e pra família dela… E esse pão que veio lá da dona Catarina e que ela foi lembrada quando o seu Raul começou a fazer e agora passou pra Ana Clara e dona Catarina e seu Raul são lembrados sempre por essa família e por esse pão que já virou uma tradição de Natal. Gente, pão é tudo, né? Eu sou suspeita, porque eu amo pão, sou pãonática. [risos] 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Nayara de São Paulo. Ana Clara, essa sua história me remeteu a uma coisa muito sentimental pra mim e que tem a ver com espiritualidade, que é que muitas vezes a gente faz coisas para deixar as pessoas imortais na nossa vida, que as pessoas, nossos entes queridos ancestralizam, mas eles continuam vivos entre a gente, né? E o pão do seu vô, que já vinha da sua vó também é uma forma de deixar o seu avô, seus avós sempre vivos entre vocês, né? É muito triste quando a gente perde uma pessoa muito querida, é aquele vazio, aquele buraco que fica, mas você ter tido a coragem, porque é muito corajoso fazer o pão, colocar pra família, inventou um sabor novo… [risos] É muito legal isso, estou muito feliz e adorei sua história. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou a Raquel aqui do Espírito Santo. Então, gente, essa história me pegou num ponto muito sensível, porque eu acredito que a cozinha é afetuosa, sabe? A culinária é levada na minha família, principalmente entre as mulheres, como símbolo de afeto. E ver esse carinho desse avô com essa neta, ter passado e ter ficado mesmo após a morte, me deixa muito sensibilizada, sabe? Recentemente eu perdi minha tia para o câncer e eu lembro até hoje dos bolos que ela fazia para a gente. Então, é isso, que nós possamos guardar as lembranças carinhosas dos nossos entes queridos. Queria agradecer você, Déia, por compartilhar histórias tão maravilhosas com a gente. Fiquei muito emocionada. 

[trilha] 

Déia Freitas: Ai, eu amei a história da Ana Clara. Eu vou deixar a receita que eu falei pra vocês aqui, é uma receita com um dos pães veganos da Wickbold. Wickbold há mais de 80 anos levando muito sabor e bem—estar aí pra você. Acompanha a marca nas redes sociais, eu vou deixar os links aqui na descrição do episódio. Estou bem feliz com essa parceria com a Wickbold. — Eu amo pão, manda mais pão… [risos] — Um beijo, gente, eu volto em breve. 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.