título: professor – parte 2
data de publicação: 08/02/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #professor
personagens: karina e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje eu cheguei pra mais um Picolé de Limão. – Este Picolé de Limão é a continuação da história que eu contei ontem, que foi um Amor nas Redes, a história Professor. Então, essa é a parte 2 da história Professor. E, se você não ouviu ainda parte 1, volta, ouve e depois você volta aqui, tá bom? – E hoje eu vou contar pra vocês a continuação da história da Karina. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]
Karina muito, muito, muito apaixonada, namorando aí o seu professor. – Universitário. – da O cara morando, entre aspas, com ela, mas assim, as duas vezes que ele dava aula naquela cidade, uma na universidade da Karina e em outra em outra universidade, ele dormia na Karina, então Karina considerava realmente que ele morava com ela. O tempo foi passando, o relacionamento deles ótimo, incrível… Até que um dia, – não era dia que esse professor estava na cidade – Karina estava voltando da universidade… [efeito sonoro de carro acelerando] Ela ia e voltava de carro e um carro passou no farol vermelho e atingiu o carro de Karina. [efeito sonoro de carro freando bruscamente e vidros estilhaçando] Esse carro capotou, Karina ficou desacordada e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, pelo Samu… – Muita gente me ouve fora do Brasil e sabe que aqui você é socorrida pelo Samu, pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Militar e não te cobram um centavo, é tudo aí pelo governo. Então, a gente tem que valorizar essas políticas que tem no nosso país. –
Então ela foi ali socorrida e foi internada. Ela tinha quebrado o fêmur e aqui… – Eu não sei como que chama, é um ossinho aqui em cima da cintura, assim… Eu não sei se faz parte do quadril, enfim, quebrou ali. Ela falou lá os nomes do que ela quebrou, mas enfim, quebrou ossinhos, o fêmur e ossinhos mais pra cima. – E ali, durante aquele atendimento, ela descobriu que ela estava grávida. Ela não tinha ideia que ela estava grávida de dois meses. – Desse professor. – E mesmo com o acidente ali, ela não perdeu o bebê, ela estava grávida. Foi aquela correria, a família dela veio de outra cidade pra ajudar, enfim… O professor, namorado de Karina, foi avisado e ele queria saber como ela estava. Ninguém contou da gravidez pra ele, porque Karina pediu que ela mesma ia contar, mas ele estava dando aula em outra cidade e ele não largou as aulas. – Então, tipo assim, se ele ficava de segunda e terça na Karina e ela sofreu o acidente, por exemplo, na quinta, ele só veio na segunda… No dia normal, assim. –
Na sexta ali a Karina já estava com o celular, então ela conseguiu falar com ele, mas ele não veio antes. Nem no final de semana… Karina ficou um pouco chateada sim, porque ela esperou que ele viesse pelo menos no final de semana, mas ele não veio, só veio na segunda que era o dia de aula mesmo. – Tipo, ele não mudou a rotina em A pelo acidente, que foi o acidente grave que Karina sofreu. – E aí, quando ele veio, na segunda-feira, a Karina ainda estava internada e ela resolveu não contar ali. Karina queria fazer uma coisinha… – Sabe assim um eventinho só os dois em casa? Mesmo toda estropiada, ela estava pensando em agradar este homem, esse cidadão. – E aí ela ia ficar internada mais uns dias e ela perguntou até se ele podia vir pra ajudar ela em casa. Ele disse que não… – Porque ele tinha outras aulas nas outras universidades e tal. Ah, compreensível? Sei lá, ok. –
E aí uma irmã da Karina veio pra ficar com ela pelo menos uns dias, porque ela não conseguia botar aquela perna no chão de jeito nenhum. Então ia ser uma treta até ela conseguir andar, enfim, ela ia ficar um tempo aí de molho e grávida ainda, enfim… – E aí também nem vou dar nome para irmã da Karina, porque foi um período muito difícil pra Karina. A irmã dela veio ficar com ela, mas ficava jogando na cara. Sabe a gente que fica jogando na cara tudo que está fazendo? E aí você prefere até ficar sozinha em cima de uma cama do que a pessoa junto? – E ela comentava isso com o professor lá, o namorado dela e ele falava: “Ai, que difícil e tal”. Mas a Karina percebeu que ele foi ficando distante dela… Parecia que ele ficava incomodado com a Karina doente, precisando de auxílio. – E isso é muito comum, viu, gente? Os homens, geralmente quando as mulheres ficam doentes, não são todos, né? A gente não está generalizando, mas uma grande parte vai embora… Ou trata mal, negligência… E isto é uma realidade. Não sou eu que estou falando aqui, não sou eu que inventei isso, é uma realidade. –
Então ela notou isso nele, mas ela achou que ele não estava sabendo lidar… Porque ele tinha ficado viúvo há pouco tempo, né, gente? – Então, sei lá, de repente ele estava com medo da Karina morrer? Acho pouco provável, mas foi essa linha de raciocínio aí que Karina teve, né? – E aí, quando ela já estava um pouquinho melhor, que ela conseguia já fazer as coisas sozinha em casa, ela despachou a irmã dela, mala. – Que também deu graças a Deus de ir embora. – E numa segunda-feira ela fez um jantar… – Você vê? A pessoa toda com pouca mobilidade ali e tal depois do acidente ainda fez um jantar pra contar pra ele que ela estava grávida. – E aí ela fez o jantar, ela comprou uma camisetinha… Sabe esses lugares que você pode mandar estampar, personalizar uma camisetinha de bebê? E ela mandou fazer uma camisetinha escrito “Pôneilogia” de bebê. Durante o jantar deu de presente pra ele e ele, na hora que ele pegou a camiseta, a cara dele na hora mudou. – Ele sacou que era uma camisetinha de nenê, né? – E daquela pessoa doce, amável, bacanuda que era este professor, ele se transformou ali.
Então, na hora ele já falou pra Karina: “Ué, a gente não transa há quase dois meses, como é que você está grávida?”. – Essa foi a primeira frase que ele falou. – E aí a Karina falou: “Eu estou de 14 semanas”. – Ai, deixa eu fazer as contas aqui na minha cabeça… Quatro, oito… Três meses e meio, né? Então, quando ela descobriu ela estava com dois meses, que foi o acidente. Ela passou um mês e meio ali meio que pra ficar um pouco melhor, né? E ai ela resolveu, quando ela estava sozinha com ele ali na casa dela, fazer esse jantar e contar. E aí ela teve que falar que era estava de 14 semanas e que óbvio que era dele e tal… E aí ele não quis nem comer, gente… – Ele falou pra Karina assim: “Olha, eu não quero ser pai… Não estou preparado pra ser pai. Você devia ter falado comigo antes”. Quer dizer, o cara transa sem camisinha… – Por que ele não botou a camisinha então? Acha que a responsabilidade é só dela? É 50% e 50%, gente. Se ele não queria ter filho, ele que tivesse usado preservativo. Não é? Encapasse o peru… Agora vem com esse discurso aí com o peru desencapado? Não tem a menor condição. –
Era uma mudança muito, muito repentina assim, de um cara muito legal para o pior cara do mundo. E aí a Karina ficou em choque ali olhando pra ele, e ele foi até o armário da Karina, pegou as roupas dele, – que ele tinha deixado lá – pegou as coisas, fez uma mala e falou pra Karina assim: “Olha, você se vira, você resolva isso, porque eu não quero ter filhos”. E foi embora… – Ele foi embora. – Reparem: Karina aluna dele. Então, pensa: Depois de tudo isso, ela tinha que ter aula com ele. – Ó o erro aí… É por isso que eu falo que não dá certo. – Ela ficou chocada. Era tipo uma terça e ela só ia ter aula com ele na segunda… Ele dava aula em outros lugares, ela falou: “Eu não vou atrás dele, eu tenho que conversar com ele na segunda”. Na segunda ele não quis conversar com ela, tratou a Karina como aluna e foi ríspido com ela na frente de outros alunos… Todo mundo ficou em choque assim, né? E aí a Karina falou: “Não, tem alguma coisa errada… Porque não pode ser esse cara mudar da água para o vinho. Então ele não era aquele cara que eu achei que ele fosse, né? Ele mudou antes, agora ele está mostrando quem ele realmente é”.
E aí Karina resolveu vasculhar a vida deste professor… E a gente encerra aqui essa segunda parte da história e amanhã eu trago pra vocês o desfecho da história da Karina. Então, um beijo, gente, e eu volto em breve.