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título: pelúcia
data de publicação: 23/02/2023
quadro: amor nas redes
hashtag: #pelucia
personagens: malu e roberto

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história é contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do quadro Amor nas Redes. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é O Boticário, a marca de beleza mais amada de São Paulo. — É muito louco isso, né? Desde que eu… Eu tenho 47 anos. Desde que eu me entendo por gente, eu lembro do O Boticário, assim, sempre me vem à mente O Boticário. — Com 45 anos de história e mais de 4.000 lojas espalhadas pelo país, com produtos de perfumaria, cuidados, maquiagem, cosméticos, O Boticário agora traz uma novidade: o Floratta Red Blossom. — Gente, o Boticário me mandou… O perfume é inacreditável, maravilhoso… O cheiro é maravilhoso. Janaína até aqui: “Ai, me dá…”, falei: “Não, esse que é meu”. [risos] Maravilhoso mesmo, cheiro bom, real. — 

O Floratta Red — que é um sucesso de vendas — agora trouxe esse novo integrante, o Floratta Red Blossom. Ele é mais vibrante e floral e é uma fragrância perfeita pra você usar no dia a dia. Aquele cheiro… De coisa boa. Você vai chegando, assim, cheiro de rica… [risos] Amo… E você pode adquirir aí o seu Floratta Red Blossom pelo WhatsApp. Compre pela primeira vez pelo WhatsApp no link que eu vou deixar aqui na descrição do episódio e garanta já o seu Floratta Red Blossom com 20% de desconto. E, pra comemorar essa parceria com O Boticário, hoje tem história fofinha de amor… [efeito sonoro de crianças contentes] Então, corre, o link está aqui na descrição do episódio. Vai lá comprar o seu Floratta Red Blossom. E hoje eu vou contar para vocês a história da Malu e do Roberto. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Essa história, gente, [risos] começou em janeiro de 2003. Nós estamos falando de uma história de 20 anos. Sim, na época da internet discada [efeito sonoro de internet discada] e das salas de bate papo, no auge, era o auge, gente… [risos] A gente esperava meia noite para gastar só um pulso e poder usar o computador. Eu, que não tinha computador em casa, usava uma parte na biblioteca do trabalho, que eu nessa época já trabalhava numa faculdade, na faculdade que eu estudei, então só lá que eu conseguia, não precisava ser à noite… E às vezes ia na casa de alguma amiga que tinha computador.


A Malu e o Roberto eles usavam aí as salas de bate papo e um dia eles tavam numa sala lá e ela com o apelido de “Moça de Pelúcia” e ele com o apelido de “Junior Felpudo”. [risos] Ou seja, é tudo pelúcia… — Eu vou botar o nome dessa história de “Pelúcia”, já estou avisando. [risos] — Malu, a Moça de Pelúcia, viu ali o nome Junior Felpudo e achou interessante e falou: “Olha, combina com a minha pelúcia”. E Malu chamou o Júnior para conversar ali na sala de bate papo. E era uma época que você chamava as pessoas assim: [efeito de voz fina] “Oi, quer tc?”. [risos] Chamando a pessoa pra teclar. Então, às vezes você podia ficar ali naquela sala mesmo, que tinha outras pessoas, ou você podia ir para uma sala privada pra conversar só você e a pessoa, no caso aí a Moça de Pelúcia com o Junior Felpudo. [risos]


Então, a Malu foi lá [efeito sonoro de digitação] e falou: “Oi, Júnior Felpudo, quer tc?” e eles começaram a conversar, só que na época era, assim, você usava ligado ao telefone da sua casa, telefone fixo e [efeito sonoro de telefone tocando] alguém telefonou na casa da Malu e a linha caiu. [risos] Então interrompeu a conexão e aí ela perdeu o contato ali com Júnior Felpudo. No dia seguinte, a Malu entrou na sala de bate—papo — e aí estava lá a moça de pelúcia, ela — procurando já Júnior Felpudo e achou o Junior Felpudo e eles trocaram o telefone. — Que era para já não perder contato, né? — E eles telefonaram, né? Começaram a conversar por telefone e, de cara, Junior Felpudo falou que tinha duas coisas para confessar ali para a Moça de Pelúcia, Malu. [efeito sonoro de tensão] E aí a Malu já ficou apreensiva, né? O que seria?


Então ele falou que o nome dele não era Junior, não tinha Junior no nome dele. O nome dele era Roberto, então Malu já falou: “Ê…, mas tudo bem, né? Você tava ali usando um apelido, né?” e segundo que ele falou que ele tinha uma profissão diferente. E aí a Malu falou: “Ué, né? Que profissão é essa?” e a profissão é que ele era bombeiro. — Então, de repente, ele podia ali apagar o fogo de Malu. [risos] Essa piadinha infame é minha, ele não falou isso, óbvio. — [efeito sonoro de fita rebobinando] Eles conversaram no telefone por dois dias, eles se conheceram e, assim, eles não sabiam como era um ou outro. E aí a Malu falou: “Bom, eu posso te mandar uma foto…”. — Só que nessa época, você tinha que escanear a foto. — E Malu tinha feito um ensaio ali, com umas fotos bonitas, maquiada, bem arrumadinha e tal, e aí ela pegou uma dessas fotos e mandou.


E o Roberto ele não tinha scanner… Aí ele foi lá, comprou um scanner e escaneou uma foto 3×4. — Porque também, gente, não tinha celular [risos] pra você tirar selfie, nada… Você tinha que ir na Fotótica, [risos] tirar a foto três por quatro ou uma foto um pouco maior, se você quisesse ampliar a três por quatro, escanear e mandar por e-mail, era isso. [risos] Era muito difícil a nossa vida, muito difícil. — A Moça de Pelúcia, Malu, mandou a foto dela toda produzida e recebeu a 3×4 do Roberto ali… — Que comprou um scanner pra fazer isso, porque ele não sabia onde fazer isso, né? — E ela gostou do que viu e falou: “Bom, achei interessante”. Dali mais uns dias eles marcaram o primeiro encontro pessoalmente.


Então, a ideia era ir ao teatro ver uma peça… — Para primeiro encontro é estranho, né? Mas enfim, porque eu ia querer ficar só prestando atenção na peça e tal, não ia rolar um clima. [riso] — A Malu fez uma coisa que a gente não faz hoje em dia… — Quando você conhece alguém no aplicativo, você não dá o endereço da sua casa, de cara, né? Mas a gente tá falando de 20 anos e eram outros tempos, né? Mas também era uma coisa que a gente não devia fazer. — Ela deu o endereço dela para o Roberto passar e pegar ali a Malu na casa dela pra eles irem ao teatro… E aí ele passou de carro, pegou a Malu, a Malu entrou no carro, ele falou “oi”, ela falou “oi” e essa foi a conversa que eles tiveram no primeiro encontro. [risos] Eles foram mudos para o teatro, assistiram a peça mudos. [risos] Não, mentira… [risos] Depois do teatro melhorou um pouco.


Durante a peça, a Malu, que estava assim, com uma blusa de ombro de fora, até falou: “Tá frio, né?”, pensando que ele ia abraçar ela e ele falou: “É, um pouco”. [risos] Não deu certo. E aí a Malu falou pro Roberto: “Vamos comer a batata frita aí, né? Pelo menos e tal”. E aí, ali enquanto eles estavam comendo batata, a conversa fluiu como no telefone, assim, lindamente… — Então, eu acho que aquela situação do começo que ninguém falava podia ser fome, né? Porque se sou eu com fome, eu nem falo. [risos] — E ai esse encontro, esse final de encontro, o primeiro encontro foi tudo bem, eles conversaram bastante, mas não trocaram ali nem um beijo, nada. No dia seguinte, Malu tava ali na casa dela de boas, quando o porteiro o interfone dizendo: “Olha, tem uma carta aqui para você, Malu”. [risos] E lá vai a Moça de Pelúcia pegar a carta. E a carta era de quem? De Roberto, nosso Júnior Felpudo.


Ele tinha escrito uma carta a mão para dizer que estava encantado com Malu, que o encontro tinha sido mágico, maravilhoso… E ela ficou toda derretida ali com a carta. E aí eles continuaram conversando ali por mais duas semanas, até que a mãe da Malu chegou ali pra ela e falou: “Olha, Malu, não vai se comprometer afetivamente com ninguém, porque seu pai vai ser transferido aqui do Nordeste para o Norte e aí você não vai ter como continuar esse namoro, então é melhor não se envolver”. [música triste] Ali o mundo de Malu caiu, que apesar de não ter trocado um beijo com Roberto ainda, ela já estava apaixonada… E o Roberto também estava apaixonado por ela. Malu ficou sem coragem de falar naquele minuto para Roberto que ela teria que mudar para outro lugar e, numa dessas conversas, depois que ela já sabia que ela ia se mudar, o Roberto disse “eu te amo”. — Gente… — E aí ela ficou mais mexida ainda, porque ela também sentia que ela já amava o Roberto, mas não ia rolar…


Malu queria ver Roberto mais uma vez e convidou o Roberto para ir numa festa de uma amiga dela. E eles foram na festa… — Ainda não se beijaram, mas já conversaram mais um pouco. — E cada vez mais eles sentiam assim que estava tudo certo, que era aquilo, sabe? Só que Malu ouvia ali a voz da mãe dela, né? “Não vai se comprometer”, “não vai se comprometer” enquanto ela olhava ali apaixonada para Roberto. Até que no dia seguinte, a Malu tomou coragem e contou para o Roberto que ela ia se mudar e ele ficou muito abalado, ela ficou mal também, foi dormir super triste e Malu ficou tão mal que ela falou: “Ai, Roberto, vem aqui amanhã pra gente conversar, né?”, pensando que talvez, sei lá, fosse uma despedida. E aí… [risos] A Malu falou: “Ah, vem cá, deixa eu te mostrar o ensaio que eu fiz de foto”. — E quando a gente está falando de ensaio aqui, gente, não é assim de fotos sensuais, não… A gente tirava umas fotos, assim, de roupa mesmo… [risos] Eu tive um desse também, que era assim, você estava sentada, você tirava foto normal assim… [risos] Você botava sua calça bag jeans, seu cabelo assim, meio estilo repicado, passava uma make assim mais forte e era esse o ensaio. —


E aí, enquanto Malu mostrava ali as fotos para o Roberto, ela roubou um beijo dele… [risos] O primeiro beijo do casal foi aí a nossa amiga Malu que roubou. Na semana seguinte, Malu foi ao shopping comprar um DVD e chamou Roberto pra ir junto. E, no meio do caminho, Roberto criou coragem e pediu Malu em namoro. [música animada] —Mesmo sabendo que ela ia se mudar, não importava, ele queria namorar a Malu… — Malu foi pega de surpresa, não respondeu na hora e depois enviou um SMS pra ele…. [risos] Escrito: “Sim, aceito”. ´[risos] — Agora aqui, gente, segura essa… — Com duas semanas de namoro, a Malu já estava na faculdade… De repente, ela ouve um barulho vindo da rua, da janela ali, na sala de aula… Era uma rua estreitinha e tal, atrás da faculdade, e aí todo mundo foi pra janela para ouvir, porque era um barulho muito alto de de música assim… E aí, gente, era um carro de mensagem… [risos] — Sim, muito comum na época. — Aí tinha lá a mensagem: [voz grossa e música romântica ao fundo] “Malu, aqui de Roberto para você, com todo amor”. [risos] E aí vinha um texto… — Gente, era um terror, mas muita gente o sonho era receber um carro de mensagem. Sério… Sério.  Quem era romântico queria… E aí era sempre assim: “Desça aqui, Malu… Venha conversar com seu amado”. [risos] Enquanto tocava uma música no fundo bem alta, assim, e podia ter telão passando ursinhos, que como tema aqui é pelúcia, [risos] eu acho que faz parte. 


A faculdade parou… O pessoal da faculdade todo nas janelas e esse carro de som tinha um telão com fita VHS passando, assim, coisas bonitas enquanto o Roberto estava lá com um buquê de flores. [risos] Depois desse episódio, a Malu ficou conhecida na faculdade como “a menina do carro de som”. [risos] A Malu amou a mensagens no carro de som. Amou… Ficou ainda mais apaixonada. — Se fosse eu… [risos] — Um pouco depois, a Malu retribuiu a surpresa, fazendo a mesma coisa na porta da casa de Roberto. [risos] Num almoço de domingo, com toda a família reunida, Malu mandou ali o seu carro de mensagem… [risos] Só que a mensagem da Malu era outra… — Porque a mensagem do Roberto era o quanto ele estava apaixonado e nã nã nã. — A Malu estava com o carro de som ali na frente da casa do Roberto, os vizinhos todos na rua, Roberto saiu super tímido, envergonhado, e Malu pediu Roberto em casamento. — Sim, Malu pediu Roberto em casamento com um carro de mensagem, um carro de som no meio da rua, na frente de todo mundo, dos vizinhos e um pedido de casamento surpresa… Completo. [risos] — E Roberto ficou felicíssimo e disse sim. 


Quatro dias depois, eles oficializaram o noivado com aliança e tal e começaram a planejar já o casamento. Muita gente não acreditava no amor dos dois… — Porque foi tudo muito rápido e falava que não ia dar certo. “Magina, como assim já vão casar? Se conheceram ontem na sala de bate papo”, muita gente falava: “Ih, aprontou, deve estar grávida… Pra casar rápido assim… Tá grávida”. — Sempre tem, né? Aquela fofoquinha do bairro. — Todo mundo estranhando a pressa do casamento entre Malu e Roberto, sendo que era o amor deles ali, aconteceu tudo muito intensamente. Malu e Roberto se conheceram em janeiro de 2003 e, em dezembro do mesmo ano, eles se casaram… E foi um casamento lindo, com cerimônia, família reunida, com tudo o que eles tinham direito. Malu e Roberto — de apelidos Moça de Pelúcia [risos] e Junior Felpudo no site — estão juntos há quase 20 anos. — Vão completar 20 anos agora de casamento, gente… —

Tiveram dois filhos, um casal de filhos, já tem pet, o combo todo… Um casamento de 20 anos, felicíssimo. E eles se conheceram aí numa sala de bate papo e deu tudo certo aí, o casal pelúcias, super fofinhos. Achei muito fofa a história deles e relembrei muita coisa da época da internet discada… Só quem viveu sabe. [risos] 

[trilha]

Assinante 1: Aqui é a Kajila de San Diego, Califórnia. Essa história Pelúcia me levou para um lugar tão gostoso [risos] da minha adolescência, início da vida adulta… Carro de som, internet discada, sala de bate papo, meu Deus, que saudade… [risos] Eu também já mandei um carro de som pra um namorado. [risos] Ai, que humilhação… Mandei um carro de som pro namorado no dia dos namorados na Praça Silva Romero no Tatuapé. Quem é de São Paulo sabe que, nossa… Foi a maior vergonha, mas foi lindo e, realmente, o pessoal dessa época que é romântico e acha bonito se deliciava com os carros de som, sempre com as musiquinhas. [riso] Ai, uma delícia de história. [risos] Um beijo. 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Catarina, moro em Portugal e eu amei a história Pelúcia, principalmente porque eu conheci meu marido online também e às vezes a gente não acredita, mas é pra ser… Essas coisas na minha cabeça é que ele tinha que encontrar, não importa a distância, não importa… Tinha que dar um jeito de cruzar o caminho. Fico muito feliz que já são 20 anos de felicidades e que venham mais 20. Um abraço. 

[trilha] 

Déia Freitas: Clica no link que está aqui na descrição do episódio pra comprar o seu Floratta Red Blossom com 20% de desconto pelo WhatsApp. Tô bem feliz, eu amo Boticário. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.