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título: exausta
data de publicação: 11/05/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #exausta
personagens: marcelly e seus filhos

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — e hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje, gente? Guaraná Antártica. Guaraná Antártica chegou para dar um apoio especial as mães aí no mês que é delas. Com a campanha “Confissão de Mães”, Guaraná Antártica sabe que as mães precisam de momentos pra desabafar, mas isso pode ser feito aí de um jeitinho mais nosso, né? Mas sempre com muito humor e leveza. E é pensando nisso que eu vou contar pra vocês a história da Marcelly. Então vamos lá, [efeito sonoro de líquido com gás sendo despejado] vamos de história.


[trilha]

Esse picolé está aqui pra listar um dia, um dia, apenas um único dia na vida de uma mãe cansada. Então, quem é mãe aí [risos] pode acompanhar aqui a saga de Marcelly. Bom, eu vou dar o cenário da vida de Marcelly. Marcelly, uma mãe cansada — na verdade, uma mãe exausta — com dois filhos pequenos, sem rede de apoio, um marido que trabalha bastante e trabalha viajando, chega a ficar um mês inteiro sem ir pra casa… — A Marcelly até brinca que não sabe como eles conseguiram fazer dois filhos, porque ela vê pouco o marido. [risos] — O fato é que, como a maioria das mães, Marcelly está exausta e aqui eu quero contar um dia dela com as crianças pra vocês verem aí se tá fácil. [risos] 

[efeito sonoro de galo cantando] Bom, dia amanheceu, passarinhos cantando, o sol raiando e Marcelly levanta da cama. Dá tempo de fazer um xixi, dá tempo de escovar um dente, fazer ali uma skin care? Não, não dá. Marcelly já acorda com Mia e Miguel — seus filhos — prontos pra começar o dia chamando: “mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe”. — Eu fui muito uma criancinha que fazia isso… [risos] Eu falava: “mãe, mãe é mãe, mãe”, sei lá, 80 vezes na manhã, [risos] tinha hora que minha mãe nem respondia mais, porque ficava assim, parada, olhando pra frente… Ai, que saudade… [risos] —

Bom, primeiro a Marcelly teve a Mia e, quando a Mia era pequena, menorzinha, ela era um doce… Super tranquila. Criada na creche pra Marcelly conseguir trabalhar fora e, assim, perfeita. E, mesmo assim, a Marcelly já achava que a Mia era bagunceira, sabe assim? Um furacãozinho, meio barulhenta demais, um pouco rebelde, sabe? Mas ela falou: “Bom, acho que é isso, né? Criança é assim mesmo… Vou ter outro”. [risos] E aí o casal foi lá e teve Miguel… [efeito sonoro de bebê chorando] E só aí Marcelly entendeu o que era uma criança bagunceira de verdade. A Marcelly costuma dizer que o Miguel é um liquidificador ligado na velocidade 12, sem tampa. — Então, pensa, você bota o líquido lá, [risos] deixa sem tampa, bota no 12 e liga. Esse é Miguelzinho. 

Então, neste cenário, vamos a rotina de Marcelly: Marcelly acorda às 05h da manhã, arruma os lanches das crianças, aí ela vai e acorda a Mia e depois acorda o Miguel, dá café pra Mia, dá mamadeira para o Miguel, põe uniforme nas crianças, ajeita os cabelos, coloca a Mia na cadeirinha e o Miguel no bebê conforto para levar os dois para a escola. Geralmente, quando ela coloca o Miguel no bebê conforto do carro, ele faz cocô. [risos] E não adianta você ficar esperando antes ou tentar botar no carro e correr rápido, não… Parece que é automático, ele encostou no bebê conforto: “Ai, que vontade” e faz cocô… Aí desce todo mundo para trocar a fralda do Miguel, né? 

E aí tem que limpar, tem que tirar a Mia da cadeirinha, botar a Mia de novo dentro de casa. Ela vai, troca o Miguel e “vamos para o carro novamente”. [efeito sonoro de carro dando partida] Aí tem que ficar de olho, porque sempre uma criança quer arrancar o cinto… Então você está dirigindo ali, tem que ficar de olho. Às vezes, Marcelly esquece sim a bolsa dela, pega as mochilas, as lancheiras, esquece de pegar a bolsa, aí tem que voltar para pegar a bolsa. — Aí é aquela coisa, né? Você entra na garagem, deixa as crianças, vai pegar sua bolsa, volta com a bolsa… Acontece. — Marcelly deixa o Miguel no berçário e a Mia na escolinha. Sim, eles estão em lugares diferentes. 

Depois disso, a Marcelly deixa o carro na estação de metrô, pega o metrô, anda um pouco, um tanto aí até o trabalho, trabalha até as 17h00, volta para o metrô, — lotado, bem lotado — desce na estação, pega o carro, busca a Mia na escolinha, busca o Miguel no berçário e, com os dois, ela passa no supermercado… — Que é o único horário que ela consegue passar no supermercado. — Ela não tem aquele tempo de, por exemplo, pegar o carro, passar no mercado e depois pegar as crianças na escola, porque aí ela perde o horário de pegar as crianças na escola. — Então, ela tem que passar no mercado com as duas crianças pequenas. — E, depois que ela sai do mercado, tem as duas crianças pequenas, mais as sacolas de compra para administrar até o carro. — Isso a gente não chegou no carro… —

Aí você chega no carro, você coloca as crianças, depois você bota a compra toda no carro… Compra essa que quando chegar em casa, você vai ter que tirar tudo e guardar toda sozinha, porque é só você. — Até aqui eu já to imaginando a Marcela de capa, né? Tipo heroína, assim, que eu já estou cansada. — E aí, enquanto Marcelly guarda as compras, ela tem que administrar também ali, tirar o uniforme das crianças, ajeitar as coisas do banho e as coisas do jantar. Depois de toda essa rotina, eles chegaram em casa e o Miguel ele falou que estava muito suado. “Ah, ele estava com calor, ele estava suado, ele queria tomar banho”. Só que a Marcelly tinha que fazer ali a rotina dela — pra depois levar as crianças pro banho, né? — então, ela falou: [efeito de voz fina] “Miguel, meu filhinho, amor da minha vida, dá 15 minutos pra mamãe que eu já te levo pro banho” e foi ajeitar as coisas, porque nisso a Mia também estava com fome, queria comer, enfim… Foi ali tentando fazer as coisas da rotina. 

Quando, de repente, veio o Miguel, todo molhado… Todo molhado… Mas, assim, banho tomado. Todo molhado. Aí a Marcelly falou: “Miguel, o que você fez?”, porque o Miguel não alcança o registro lá do chuveiro para abrir… — A não ser que ele bote um banco e tal, mas super perigoso. — “Como você tomou banho, como que você abre o registro do chuveiro?”.  Aí o Miguel [risos] simplesmente virou pra Marcelly e falou: “Então, mamãe, eu não alcanço, não tomei banho lá, eu tomei banho no vaso”. [risos] Sim, Miguel tomou banho no vaso sanitário… E deve ter dado bastante descarga [risos] e ter usado muita água, porque ele estava muito molhado. Ele todo molhado, espalhando aquela água de vaso sanitário pela casa, o banheiro todo molhado… E aí Marcelly realmente teve que parar para ir dar banho no Miguel. Aí depois ela ficou pensando, né? “Meu Deus, as bactérias do vaso… Meu filho tomou banho na privada, meu Deus do céu, que que mãe, né? Que mãe…”. E aí depois ela parou para pensar e falou: “Quer saber? Ele está saudável, está com as vacinas em dia… [risos] Vamos esquecer essa história”. 

E lógico que Marcelly ama os filhos, tem que estar sempre atenta, mas às vezes escapa e rola aí uma coisa dessas e eu acho que é nessa hora que a gente tem que se dar uma folga, né? Você que é mãe, se dá uma folga, é se permitir mesmo, falar: “Olha, aconteceu”, você não vai ser menos mãe ou uma mãe ruim por conta disso. Pelo contrário, olha aí tudo que a Marcelly faz, ela é uma mãe sensacional, né? Eu quis trazer aqui um dia no dia de uma mãe cansada, para a gente ter só um pouquinho de noção como como é… Uma segunda. — Vai, digamos que é uma segunda—feira… Acho que segunda é ainda mais pesado, né? Vamos pôr terça. — “Ah, foi só uma terça—feira da semana aí de Marcelly”. E eu espero que nesse Dia das Mães você possa descansar e você possa entender aí o valor que você tem no mundo, né? Não só para os seus filhos. No mundo. Você é uma super, uma super, uma super mãe.

Eu quero deixar aqui o meu feliz Dia das Mães pra Marcelly e para todas as mães aí que me ouvem no podcast. — Comenta lá no grupo do Telegram, o que seu filho, sua filha, já aprontou aí? Que você parou, respirou fundo e falou: “Meu Deus do céu….”. Olha, eu aprontava tanto, mas tanto… Aqui na esquina de casa tinha uma goiabeira imensa e eu resolvi subir na goiabeira e não sabia descer e precisou chamar os bombeiros. Então, minha mãe ficou desesperada quando me viu lá em cima, mas como ela viu que eu estava bem agarradinha, que eu não ia pular, ela falou: “Quer saber? Agora o bombeiro que tire, [risos] eu estou, ó, no meu limite”. [risos] Outro dia desci de bicicleta… Aqui do lado da minha casa tem uma descida enorme. Eu desci, consegui fazer a curva, mas não consegui frear e caí num terreno [risos] cheio de mato, espinho, carrapato e fiquei com vergonha de levantar, porque tinha mais gente na rua e foram chamar minha mãe. 

Minha mãe achou que eu tivesse sido atropelada, saiu com a panela de arroz na mão e aí hora que ela viu que eu estava deitada no mato ok, tipo mato fofinho, ela com a panela de arroz, falou: “Eu não vou entrar nesse mato, você trata de levantar daí, pegar essa bicicleta e vamos pra casa”. [risos] Então, né? Aprontei várias. Olha, várias… Se eu quisesse fazer uma lista aqui, como filha… Eu não tenho filhos, né? Mas como filha, olha, minha mãe cansou, viu? Cansou comigo. Eu também achei um morcego doente no fundo da minha casa e cuidei dele até ele morrer e depois eu levei ele pra escola [risos] para mostrar ele morto, que eu queria fazer um velório, eu queria, enfim… E aí a escola pegou o morcego, entrou em contato com zoonoses aqui da cidade para ver se ele não tinha raiva e depois acabou botando ele num vidro de formol e deixou no laboratório da escola e eu coloquei o nome dele de Igor… Mas eu criei um morcego aí por uma semana, ele estava doente, sei lá o que ele tinha, podia ter me matado. Eu amo morcego. 

E enfim, minha mãe quando viu o morcego, ela primeiro achou que era um rato, depois ela viu a asa e ela quase desmaiou. Mas era aquela coisa, vai desmaiar e vai deixar a Andréia beijando o morcego, né? Então ela teve que ser firme, não desmaiar e conversar lá com a professora, com a diretora e prometer que eu não ia mais levar animais. Foi o único que eu levei também. Eu levava um pato de pelúcia e levei o Igor, o morcego, pra escola. Então, eu aprontei muito e eu deixo aqui o meu abraço e todo o meu afeto para todas as mães [risos] que tiveram aí uma Andréinha na vida, uma criança peste. [risos] —

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, Oi, Não Inviabilizers, meu nome é Lívia, eu sou do Rio de Janeiro e eu estou me sentindo, assim, representada… Eu sou mãe solo de duas crianças, uma menina de oito e um menino de dois. Eu sou advogada, eu faço ginástica, eu faço acupuntura, eu levo filho para o inglês, eu levo para a escola, eu busco da escola… E, se você me perguntar como eu dou conta de tudo, eu não sei. Estou surtando? Estou surtando, mas eu entendo a Marcelly. [risos] São os amores da nossa vida, mas olha, filhos cansam, não vou te enganar não, tá? Eu gostei muito da representatividade e muito obrigada pelo feliz Dia das Mães e um feliz Dia das Mães para todas. Um beijo. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, pessoal… Meu nome é Helen, falo de BH e também sou uma mãe cansada. Eu acho super importante a gente falar sobre maternidade e falar sobre esse lado B da maternidade, né? Não ficar romantizando a maternidade. Quando eu tive meu primeiro filho, a gente não conversava sobre isso, sobre as dores, sobre esse lado complicado da maternidade, puerpério, N coisas que estão envolvidas. E hoje eu vejo a gente falando mais sobre isso, tem podcast que fala disso… Até o papo entre as mulheres eu acho que hoje tá mais, assim, o medo de julgamento acho que diminuiu. E quero desejar para todas as mães um feliz Dia das Mães. Cada dia é um dia, né? Dias bons, dias complicados… E vamo que vamo. 

[trilha] 

Déia Freitas: Você, mamãe, também pode participar dessa campanha e contar a sua confissão usando a hashtag “ConfissãoDeMãe”. — Tudo junto com acento, o tio ali em “confissão” ali no A e também o tio no “mãe”, tá? — É mais fácil você olhar aqui na descrição do episódio que tem a hashtag direitinho e você pode postar essa hashtag em todas as suas redes sociais aí que a gente vai estar acompanhando. Entra lá nas redes do Guaraná Antártica para dar boas risadas com as histórias contadas nos comentários. — Tem muito Picolé de Limão sim. [risos] — Mãe que respira fundo e conta até três é coisa nossa. [efeito sonoro de líquido com gás sendo despejado] Valeu aí, Guaraná Antártica, pela parceria. Um beijo, gente e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.