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título: gerente de banco
data de publicação: 26/10/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #gerentedebanco
personagens: cassiano e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje novamente é o Amazon Music, meu amado, e o podcast A Coach. Kate Torres ou Kate, A Luz se apresentava nas suas redes sociais como sensitiva e dotada de poderes paranormais — Kate Torres, inclusive, foi entrevistada pelo Amaury Junior no programa dele — e hoje é acusada de tráfico humano e de manter mulheres em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos. E Chico Felitti, no seu novo podcast narrativo A Coach, investiga a vida de Katiuscia Torres, uma figura misteriosa cuja história nunca foi contada. 

Kate Torres, uma mulher que participou do Miss São Paulo, foi apontada como namorada do ator Leonardo DiCaprio — o que ele negou — e fez campanhas publicitárias para grandes marcas e depois de quase uma década, ressurgiu como coach. Ouça A Coach no Amazon Music, só lá você encontra os 8 primeiros episódios, o oitavo episódio foi lançado ontem e os 6 primeiros episódios você pode ouvir em todas as plataformas de áudio. — Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a história do Cassiano. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

O Cassiano num carnaval aí — muito antes da pandemia — conheceu um cara… E ali no carnaval eles ficaram e tal, nada sério, mas depois eles começaram a conversar ali pelas redes sociais e resolveram marcar um segundo encontro. Esse segundo encontro aconteceu, foi super legal e, dali para frente, Cassiano e esse rapaz começaram um namoro. Cassiano, um engenheiro de alimentos trabalhando numa boa firma e o cara gerente de banco… Então eles começaram ali um namoro, um namoro sério, e depois de sete meses namorando, Cassiano e esse cara, eles resolveram morar juntos. “Ah não, porque vamos morar junto, vamos morar junto, vamos morar junto”. Então, a primeira coisa é: “Onde vamos morar?”, na casa de Cassiano, um apartamento alugado ou na casa do cara? 

O cara com um imóvel próprio falou para o Cassiano: “Olha, é mais vantagem que você venha morar aqui, né?”, e aí o Cassiano ficou na dúvida, porque assim, ele morando num apartamento de um quarto só, mas assim, todo mobiliado… E o cara também tinha já a casa dele toda mobiliada. — Então, o que o Cassiano ia fazer com as coisas dele, né? — Cassiano pegou fogão, geladeira e microondas e máquina de lavar, que eram as coisas maiores e ele fez o quê? A mãe dele tinha essas coisas na casa dela, só que mais, assim, velhinhos, antigos… Ele renovou as coisas da mãe. Então a mãe pegou máquina de lavar, geladeira, fogão, microondas e passou pra frente e ficou com os eletrodomésticos ali do Cassiano. — Eu faria a mesma coisa, assim, achei ótimo o arranjo. —

Aí cama de casal também… A da mãe dele tava ruim, ele mandou pra casa da mãe. Então, o que deu pra aproveitar na casa da mãe, ele aproveitou. Então liquidificador, tudo… Tudo o que deu pra trocar na casa da mãe dele, ele trocou e falou pra mãe, né? “Você dá aí aí ou vende o que você quiser das coisas antigas e as minhas ficam todas pra senhora”. — Eu faria exatamente a mesma coisa que o Cassiano fez. — Então, aí resolvida essas coisas, ele pegou as roupas dele, as coisas pessoais dele… Então, Cassiano pegou ali suas roupas e seus pertences e foi morar na casa do cara. O relacionamento deles excelente, o gerente de banco agradabilíssimo, um querido, fofíssimo, tudo de bom… O tempo passou… Com um ano ali de relacionamento… — Assim, quem trabalha em banco, eu fiquei sabendo disso assim tem tempo, mas era uma coisa que eu não imaginava… Tem meta. Meta para vender produtos do banco, sim. — Então, esse gerente do banco, — vamos pôr um banco aí… Eu gosto sempre do PôneiU. — gerente do PôneiU tinha uma meta para bater e falou pro Cassiano: “Cassiano, abre uma conta comigo, vamos fazer uns negócios lá e tal… Assim eu bato minha meta e você também fica com uma conta boa, não sei que lá, te dou um cartão bacana e tal”. E aí o Cassiano falou: “Pô, um cartãozinho de crédito bacana? Quero”. Aí foi lá e fez a conta… —Isso eles estavam um ano já morando juntos e deu super certo… —

Ele movimentando a conta ali, pagando o cartão direitinho também, porque o Cassiano é muito organizado. Mais um ano aí se passou… — Então pensa: Eles namoraram ali sete meses, mais um ano e depois mais um ano, então tava quase ali dando três anos de relacionamento. — Por volta dos três anos de relacionamento, um dia esse cara chegou para o Cassiano e falou: “Olha, não dá mais… Eu não gosto mais de você e eu gostaria que você saísse da minha casa”. — Gente, do nada… Mas eu sou a pessoa que acha que a gente sim pode ir deixando de gostar da pessoa e um dia ter que falar isso. Então, até aí pra mim ok, né? — E aí o Cassiano foi pego de surpresa, assim, ele ficou muito mal, mas não tinha o que fazer, ele tinha que sair da casa do cara. Então ele arrumou todas as coisas dele e foi pra casa da mãe. — Porque agora ele não tinha mais nada também, né? Não tinha casa, não tinha nada. Então ele voltou… — Ele tinha um quarto na casa da mãe dele e ele voltou a morar na casa da mãe. 

Quando ele foi para a casa da mãe, o quarto dele estava sem cama, sem nada, ele comprou uma cama de casal, botou ali no quarto que era dele e deu uma mobiliada só no quarto, né? Falou: “Bom, agora eu vou morar eternamente com a minha mãe” e a mãe dele achou ótimo, porque só os dois, né? Então ele ficou por ali e ficou mal, gente, mal… — Porque acabou do nada. — E ele mandou algumas mensagens sim, tentando voltar… O Cassiano mandou e o cara não respondeu. E com três semanas que tinha terminado, ele lembrou de alguns livros que tinham ficado na casa do cara… — Eu acho… Falei isso para o Cassiano, que foi uma desculpinha para tentar voltar lá e ver o cara. Eu já detesto isso… Acho que quando terminou você não tem que ir atrás da pessoa mais. — E aí ele falou: “Eu vou dar uma passada lá como quem não quer nada, né? Já que ele não me atende…” — Errado o Cassiano? Eu acho errado, mas foi. —

Quando o Cassiano chegou na frente da casa do cara… Pensa: É uma casa que se você passa pela rua, tem o portão e tal, se você olha ali meio que pela janela, a uma distância, você vê, sei lá, que tem umas coisas, né? Que é uma casa habitada. Conforme o Cassiano passou, você percebia que a casa estava vazia… Vazia. E com uma placa de: “Vende—se”. E aí o Cassiano ficou sem entender nada, foi ali num vizinho que ele tinha um contato de “oi” e “tchau”, né? E perguntou pro vizinho. Aí o vizinho até falou pra ele: “Nossa, você, né? Poxa, você foi embora… Fiquei sabendo e nã nã nã, o Fulano aí vendeu a casa”, mas a placa que estava ali era de “venda—se”, não era “vendido”. Aí o vizinho fofoqueiro contou, né? Falou: “Olha, esse final de semana veio aí o pessoal que comprou e tal, acho que vão tirar a placa já. Ele vendeu, foi embora… Foi embora do país”. 

O Cassiano voltou para casa arrasado, porque ele estava sem entender, né? O cara terminou com ele, vendeu a casa e foi embora do país? Como assim? Dez dias se passaram… Quando chega na porta do Cassiano um investigador de polícia. Cassiano, sem entender nada, o investigador queria conversar com ele na delegacia. O Cassiano pediu orientação pra uma amiga dele advogada e ela falou: “Olha…” — então é uma dica que eu vou dar aqui para vocês que a advogada deu para o Cassiano — “Quando a polícia te convidar a ir até a delegacia pra qualquer coisa, você pergunta sobre o que se trata. Se eles não falarem pra você sobre o que se trata, não vá, porque tem grandes chances de você ser preso. [risos] Ou então vá com um advogado, né? E aí ele perguntou, ligou para aquele investigador que tinha deixado um número de contato e perguntou sobre o que seria, porque na hora o investigador não quis falar pra ele pessoalmente, né? Na porta da casa do Cassiano. 

E aí o investigador falou: “Olha, nós abrimos uma investigação sobre Fulano. Então nós gostaríamos que você viesse aqui para conversar com a gente, mas assim, numa posição de testemunha, você pode ficar tranquilo”. Cassiano, com medo, falou pra amiga dele advogada: “Você vai comigo?”. — Eu faria a mesma coisa, gente… — Ela foi. Gente, esse gerente de banco tinha dado um golpe em vários clientes, em várias coisas do banco. E aí quando a bomba estourou, ele vendeu a casa dele e fugiu. Só que ele abriu contas, fez empréstimos em nome de clientes do banco… E na lista estava o Cassiano. Eles foram na casa do Cassiano, não como Cassiano marido desse cara, como Cassiano pessoa lesada do golpe. E aí ali na delegacia, o Cassiano descobriu que esse cara tinha aberto contas, feito empréstimos, um monte de coisa no nome dele. — Uma outra conta, sabe assim? Um monte de coisa, um monte de fraude… — E a sorte era: Como o banco descobriu todas essas coisas, não ia sobrar para o Cassiano pagar nada. Era mesmo só pra juntar ali na investigação, nas coisas que ia pra promotoria o que tinha acontecido.

Cassiano não sabe que fim deu, se o cara apareceu, se o cara foi preso, o que rolou, porque ele nunca mais soube do cara e a polícia também não procurou ele, nem a promotoria, nem nada, então ele não sabe o que aconteceu… Isso já tem uns uns bons anos e o cara sumiu. Então você vê? Ele conhecia o cara, dormia com o cara, morava junto há três anos praticamente e não conhecia esse lado golpista, estelionatário do próprio marido. Às vezes eu vejo casos assim que as pessoas falam: “Nossa, mas a esposa, o marido não sabia? Como não sabia?”, gente, tem sim como uma pessoa que convive com você debaixo do mesmo teto te esconder coisas assim muito importantes e horríveis, tem…  Como ele disse: “Andréia, eu não sabia de absolutamente nada, nada… Nem no meu nome, as coisas que ele fez…”. — E aí a gente volta a falar que todo mundo pode puxar um tal de “registrato”, depois você joga aí no Google que tem como você acessar, que no registrato vai aparecer tudo o que está no seu nome… E aí você confere lá, se as contas abertas e os cartões de crédito que estão lá foram foi você que fez, ok? Mas se tiver coisa lá que você não fez, é porque alguém fez… E aí você tem que ir atrás.  Então procurem aí “registrato”. — Então, essa é a história aí do gerente de banco estelionatário, golpista.

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, oi, Déia, aqui que é Rayane de São João do Oriente, Minas Gerais. Nossa, Cassiano, ainda bem que você saiu dessa ileso, assim… Claro que com vários sentimentos misturados, mas que bom que nada respingou em você. Quando a pessoa trabalha fora, fica até fácil de ser enganado, né? Porque você não está convivendo 24h. Acredito que nem mesmo se convivêssemos poderíamos ter certeza completamente do que a pessoa faz… As pessoas podem ocultar muita coisa e um conselho que eu te dou é: Se os investigadores procurarem novamente, você ser sincero com o relacionamento que vocês tiveram, falar que vocês tiveram um relacionamento, sim. Para que não fique parecendo que você ocultou nada da justiça e também que não respingue algo em você. Desejo para você melhores relacionamentos, melhores histórias, sem mais Picolés de Limão. Um beijo. 

Assinante 2: Meu nome é Mariana, eu falo de Cruz das Almas, na Bahia. E, assim, eu tô assustada com essa história. Tipo, cara, o amor da sua vida até então estava lhe aplicando um golpe. Isso é assustador, gente… Hoje você não pode confiar mais em ninguém. Isso pra mim é bizarro, sabe? E, de verdade, o que eu fico me questionando, porque eu sou uma das pessoas que falam: “Ai, gente, é impossível você não saber disso”, sabe? Ele não desconfiou em nenhum momento? Ele não dava sinais, ele não deixava nada? Nada solto assim? Porque é muito estranho ele aplicar tantos golpes, sabe? Nunca chegou nenhuma notificação do banco em relação a crédito e nem nada? Sei lá, eu acho muito bizarra essa história. 

[trilha] 

Déia Freitas: O novo podcast de True Crime do Chico Felitti, A Coach, está no oitavo episódio — que saiu ontem — no Amazon Music. Uma história sobre redes sociais, mentiras, karma e crimes. Ouça no Amazon Music, baixe o aplicativo, é de graça. Um beijo, gente… Valeu, Amazon Music, eu amo vocês… Mais um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.