título: suporte
data de publicação: 14/12/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #suporte
personagens: nanda e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje novamente é a EBAC, Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC é inovadora quando a gente fala de ensino online, primeiro que ela tem uma plataforma própria, com uma tecnologia única, onde o aluno aprende quando e onde quiser. São mais de 150 cursos e 60 mil alunos. Além disso, a EBAC disponibiliza acompanhamento individual e personalizado com tutores que já atuam no mercado. — para corrigir tarefas e tirar dúvidas durante todo o curso. — A EBAC te leva do zero ao pró e todos os cursos tem a opção de parcelamento em 24 vezes no boleto bancário. — Então veja, você não fica sem estudar, hein? = São diversos cursos na área de negócios, moda, software, design, games, marketing, música e artes, audiovisual e programação e data. — E tem curso de roteiro, amo… —
Ebaconline.com.br, eu vou deixar o link certinho na descrição do episódio e no final tem o nosso cupom de desconto. Fica aqui com a gente. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Nanda. — Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Nanda ela é professora universitária, formada em história e ela gosta muito do trabalho dela, do que ela faz. Ela dá aula em duas universidades, então tem ali uma agenda mais corrida, né? Enfim… E desde a época que ela ainda estudava, ela conheceu um cara que veio a ser aí um namorado sério. Eles se formaram na mesma época, ela em história e ele em psicologia, e foi dando super certo ali o relacionamento. Eles casaram [efeito sonoro de sino de igreja] e viviam muito bem… Até que o cara que já estava formado em psicologia — e eu sou formada nessa área e eu sei o quanto é difícil conseguir emprego na área, eu nunca consegui trabalhar na minha área porque eu precisava pagar contas básicas de água, luz e tal e não podia arriscar nada e eu entendo a frustração desse marido — acabou entendendo que na psicologia ele não alcançaria tudo que ele queria. Então, este agora marido, os dois casados, virou para Nanda e disse que ele queria fazer uma outra faculdade.
E que agora seria aí uma faculdade de medicina. Porque ele queria, lá na frente, fazer residência, se especializar, enfim, em psiquiatria. A Nanda tomou um susto, mas enfim, era a vontade dele, era o sonho dele e a Nanda falou: “Bom, vai atrás, então, né? Faz aí o vestibular e vê o que você vai fazer para você correr atrás disso”. O cara super esforçado, foi lá, estudou, passou em medicina e começou a estudar… Acontece que medicina é um curso muito puxado e você não consegue, pelo menos não no curso que esse cara estava fazendo, trabalhar e estudar… Então ele teria só que estudar, e aí para não depender 100% da Nanda, ele conseguiu uma bolsa, uma pequena bolsa ali que ia dar para cobrir os gastos dele. — Sei lá, na faculdade com alimentação, com transporte, tirar, sei lá, cópias de apostilas, esse tipo de coisa assim, um dinheiro muito básico, mas que pelo menos ele não teria que depender da Nanda. —
Só que pra Nanda ficou o mais grosso ali da relação, que era pagar o convênio médico, pagar o aluguel, pagar a despesa do mês, pagar a água, pagar luz e, assim, dava pra ela pagar? Na risca, apertadinho, dava. Mas, por exemplo, Nanda não poderia fazer nenhuma extravagância… — E vamos botar aí na pasta “extravagância” até, sei lá, se ela quisesse fazer mais um curso extra. Ela não poderia… — O tempo foi passando… O combinado era então que ele se formaria e isso demoraria vários anos, mas antes de fazer a residência, ele precisaria ter um emprego para poder ajudar novamente a dividir as contas da casa. O cara muito, mas muito, muito esforçado, realmente… Ele se dedicava, ele estudava, ele tava 100% ali pra se formar em medicina, pra ser médico… Realmente ele encontrou a vocação dele. Mas, por outro lado, a Nanda estava sobrecarregada. Porque também ele não tinha tempo para fazer as coisas dentro de casa, então, além de pagar por tudo, a Nanda chegava e ainda tinha que lavar louça, lavar roupa, limpar a casa, todas essas funções, né?
E para ele, o que era mais importante, ele estava bem focado em se formar, né? E a Nanda foi realmente se ressentindo… De ver que ele tinha um foco e ele estava focado e ele estava pensando naquilo e pra ela sobrava todas as outras coisas, só as ruins, assim, porque o relacionamento nem estava tão bom, porque ele estava tão focado também que ele não tinha assim quase tempo pra Nanda, para o afeto dele… — Sei lá, para regar esse afeto, porque todo dia você tem que botar ali uma aguinha, um sentimento, uma coisa para o seu afeto não ir murchando. — E aí tinha aquela questão: Todo mundo elogiando muito o cara porque ele era esforçado, batalhador e ele ia conseguir e ela que estava ali fazendo todos os bastidores e fazendo com que aquilo fosse possível, porque, por exemplo, os pais do cara não tinham como bancar nada, né? Ela estava se sentindo desvalorizada. Estava se sentindo sobrecarregada com as duas universidades que ela dava aula e correndo pra baixo, pra cima, fazendo um monte de coisa…
Chegou uma hora que ela precisou… Eles tinham um carro e ela precisou vender esse carro pra poder não ficar no vermelho nas coisas. Ele já não usava o carro mesmo, ele ia de transporte, nunca reclamou disso… Só que agora, sem o carro, pra Nanda estava mais difícil pra ir pros dois empregos, pra fazer supermercado, porque era ela que fazia… E aí quando ela foi comentar com ele que ela tinha vendido o carro, não porque ela queria, porque eles precisavam, ele teve ali o primeiro discurso de que ela podia muito bem viver sem o carro… — Sendo que ela estava bancando tudo, né? — E que eles dois tinham que fazer esforços para que um objetivo fosse cumprido e esse objetivo seria o quê? Ele se formar em medicina. E aí a Nanda se magoou com essa fala dele, porque assim, como que o objetivo do casal era só ele, né? E Nanda resolveu fazer uma coisa, que foi por isso que ela trouxe a história aqui, que foi pegar uma oportunidade que apareceu na vida dela, que seria parar uma das faculdades que ela dava aula e fazer um mestrado…
Isso caiu no colo dela, era uma ótima oportunidade para ela como professora universitária fazer um outro mestrado numa outra área que ela queria muito. — E que ela ia ter uma pequena bolsa, uma ajuda, como ele tinha, né? — Mas que com esse mestrado, ela não conseguiria bancar ele todo… Então ele sim seria prejudicado. E Nanda resolveu aceitar esse mestrado… E muita gente da família e até alguns amigos criticaram a Nanda, as fala das pessoas era assim: “Por que que ela não pode esperar mais um pouco se formar para poder pegar esse mestrado?”, sendo que é a oportunidade que surgiu pra ela foi ali… E aí quando ele soube que ela tinha combinado de aceitar o mestrado e tal, esse cara desabou. Desabou porque ele achava que a Nanda tinha obrigação de bancar esse sonho dele e esses estudos… — Que ela bancou ali por, sei lá, três anos e pouco, quase quatro anos. — Mas ele tinha mais ainda uns dois anos e meio, sei lá, três de curso, para depois começar uma residência, uma especialização, enfim, e a Nanda chegou no limite dela…
E eu acho engraçado isso, porque assim, essa história chegou pra mim ontem no Twitter e a gente conversou à noite… Eu falei: “Eu quero contar essa história”. O marido dela, como a Nanda falou: “Andréia, ele podia… Ele é muito bom em inglês, ele podia pegar uns textos para fazer, para traduzir, ele podia ter uns bicos, sabe? Pra me ajudar, para pagar uma conta de luz, de água… Ele tinha esse tempo… Que, assim, tudo bem, ele quer estudar oito horas por dia depois que ele sai da faculdade? Ele podia estudar quatro por dia e pegar quatro pra fazer um bico qualquer e ajudar em casa e ele nunca fez isso…”. Ele era uma pessoa que falava: “Eu estou sem emprego porque eu estou estudando e eu me esforço estudando”, mas e o outro lado? E a Nanda? Até que ponto ela se anulou e ela tinha que se anular por ele? Por que quando ela falou: “Não, agora eu vou fazer esse mestrado, caiu no meu colo e eu quero muito fazer… Por que eu não vou fazer?”. As pessoas colocaram isso como se fosse uma coisa que ela estava fazendo de propósito para atingir ele e não, sei lá, um objetivo dela, uma coisa que ela poderia fazer só naquele momento. — Até que ponto, mesmo que a outra pessoa seja esforçada e ela tenha um foco e ela tenha um objetivo, você deve bancar esse foco de uma outra pessoa? Esse objetivo de uma outra pessoa? —
Porque eu não acho que esse cara é um encostado, eu não acho que esse cara, sei lá, é um desocupado, não… Ele está focado numa coisa, né? Num trabalho que ele quer no futuro. Mas e o agora? Por que a Nanda tem que bancar esse agora dele e, se ela não banca, ela bancou três anos e pouco… Por que quando ela parou de bancar, todo mundo ficou contra ela? Porque o cara era esforçado, o cara estava estudando… Por que ela que tinha que fazer esse sacrifício? Quando eu ouvi… A gente conversou um pouquinho no Twitter e depois a gente foi para o WhatsApp, quando eu ouvi ali ela falando que ela resolveu pegar o mestrado, na hora também me passou pela cabeça: “Poxa, e o cara que agora está lá estudando?”, porque passa na nossa cabeça… Mas ao mesmo tempo eu pensei, depois assim, rapidamente, “mas por que que eu estou achando que ela tem que bancar o cara também? Só porque ela começou bancando?”.
De primeira vem na nossa cabeça assim: “Poxa, o cara tava dando tudo dele lá e aí agora ela vai pegar esse mestrado e vai prejudicar o cara”, mas e o quanto que a Nanda tá prejudicada? E aí, depois que ela resolveu pegar o mestrado pra fazer, foi ladeira abaixo… O cara teve que reduzir os créditos que ele fazia na faculdade… Em vez dele se formar em seis anos, ele ia se formar em sete ou oito… — Mas ele ia se formar… — Ele não ia perder matéria, conteúdo, ele só ia esticar. E no ponto que ele estava ali, dava pra fazer isso, muita gente fazia já isso, mas ele queria o integralzão, ele queria terminar antes e tal, né? E ele sempre jogava isso na cara da Nanda, que agora ele ia ter que ficar mais tempo até poder fazer residência, até poder fazer especialização em psiquiatria, que era uma outra coisa mais específica que eu não vou falar aqui que ele queria e que ia demorar mais pra ele alcançar o objetivo dele e ele começou a culpar a Nanda por isso.
Então, não é a culpa que ele não tinha o dinheiro para se bancar, pra fazer do jeito que ele queria, era a culpa que a Nanda não estava mais dando o apoio financeiro que ele precisava para fazer as coisas do jeito que ele queria. Porque não é que ele trancou o curso e parou, ele só ia demorar um pouco mais pra se formar, que é o que todo mundo que tem menos grana pode passar, entendeu? De você ter que demorar, às vezes dar uma trancada, espera seis meses, volta, mas no caso dele, nem ia trancar, ele só ia diminuir as matérias pra sobrar um tempo pra ele fazer o que agora? Fazer um bico pra poder complementar aí a renda, né? Porque ela não ia conseguir pagar por tudo. E no final, o que esse cara fez? Ele botou a conta no papel, na ponta do lápis, e ele viu que se ele voltasse para a casa dos pais, ele teria menos despesa do que agora ajudar nas despesas da casa que ele morava, que ele vivia, pra Nanda fazer um mestrado.
Então aí esse cara achou que era melhor que eles se separassem… — A gente está falando de um casamento… Casamento mesmo… Que ele se divorciassem. — Porque para ele seria mais fácil para ele se formar e ter menos gastos… — E, assim, ele não estava bancando a Nanda, tá? Ele estava pagando uma parte, que não era nem a parte integral do que ele devia dar por mês ali, mas aí ele já economizar num aluguel, ele ia economizar numa coisa ou outra, né? — E, no final, esse cara realmente ele se formou em medicina, ele fez ali a residência que ele queria, ele fez mais uma especialização que ele queria e hoje ele tem um discurso que ele conseguiu tudo sozinho, com muito esforço. Que ele nunca teve ajuda de ninguém… A Nanda também fez o seu mestrado, ficou muito abalada com o divórcio porque sim, ela foi o suporte emocional, financeiro, ajudando em trabalho desde quando ele começou, até três anos e meio de curso, quando pintou a oportunidade do mestrado, e o cara simplesmente apagou a Nanda aí da história dele de formação.
E ele se formou e hoje ele é um psiquiatra aí… Então, até que ponto, mesmo se a outra pessoa for esforçada, for focada, tiver um objetivo, você tem que se anular para bancar o objetivo de outra pessoa? Mesmo que o casamento desse certo e agora ele fosse um psiquiatra de renome e ela tivesse parado lá atrás, sem estudar e trabalhando em duas faculdades e tal… Qual o equilíbrio? Até que ponto ir? O ponto focal da Nanda, da gente falando, foi: “Por que que eu fui tão criticada quando eu resolvi pegar o mestrado? Assumir que eu ia fazer esse mestrado, que era uma oportunidade boa para mim… Por que as pessoas me criticaram tanto?”. Então, essa é a pergunta da Nanda para vocês.
[trilha]Assinante 1: Olá, Não Inviabilizers, aqui é a Nicole de Santo André, São Paulo. Primeiro, você seria julgada de qualquer forma… Se você tivesse suportado até a conclusão desse curso de medicina dele, até ele virar um psiquiatra, ele poderia muito bem ter terminado o relacionamento com você, você ia se sentir frustrada, as pessoas iam falar que você foi trouxa, enfim… A mulher é sempre julgada, né? Então fique tranquila que vai dar tudo certo. Eu já passei por isso, tá? Mas na verdade eu que quis mudar de carreira e é óbvio que eu sabia que o meu marido ia ter que talvez me bancar por um certo tempo, mas eu me programei para que esse impacto fosse o menor possível. E, sim, sempre fazendo bicos, sempre buscando aí uns freelas e tal para trazer algum dinheirinho para dentro de casa, até porque eu me sinto melhor dessa forma. É mais cansativo? É mais cansativo, mas eu acho que isso é parceria. Super beijo.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, tudo bem? Aqui é a Mariana, falo de Curitiba. Nanda, eu estou totalmente do seu lado, eu já fui suporte emocional e financeiro também no relacionamento. A minha história acabou um pouco diferente, na verdade, não acabou… Não é fácil, eu te entendo, eu sei como é que é, a gente tá ali tentando engolir todas as frustrações que a gente tá tendo só para poder apoiar a outra pessoa. Não é fácil. Tem momentos que a gente cansa mesmo, que a gente se irrita, que a gente quer jogar na cara e a gente se sente passada para trás. Não é nada fácil… Você aguentou o tanto que deu e eu acho que a gente tem que saber reconhecer quando não dá mais, você reconheceu, surgiu uma oportunidade, você não quis ser deixada para trás e eu acho que você fez certíssimo, tem que aceitar mesmo. Um beijão, fica bem.
[trilha]Déia Freitas: Acesse o link que está aqui na descrição do episódio e vem conferir as diversas opções de cursos disponíveis, escolhe o seu e tenha acesso os melhores profissionais do mercado. A EBAC vai mudar a sua vida sim… Faça parte da EBAC e com o nosso cupom — cuponzãom hein? — NAOINVIABILIZE200, — tudo junto, mais o numeral 200 — você ganha 200R$ de desconto em qualquer curso. — Eu vou deixar o link e o cupom aqui na descrição do episódio. — Ebaconline.com.br. — Valeu, EBAC… Gente, aproveita o dezembro, sabe? Pega aí as férias, já começa a estudar… Nunca é tarde para começar, tá? — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]