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título: madrasta boa
data de publicação: 05/05/2025
quadro: picolé de limão
hashtag:
personagens: patrícia e júnior

TRANSCRIÇÃO

Atenção, estamos no YouTube. Sim, este mesmo episódio que você está ouvindo aqui agora você vai poder ouvir a partir das 10h00 no YouTube. Então avisa sua mamãe, sua vovó, sua titia ou coleguinha. Vai lá, segue a gente, curte alguns episódios, ativa o sininho e vem acompanhar a gente no YouTube. 

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é a Avatim. Avatim é o seu refúgio de boas sensações. São centenas de produtos, todos exaltando a biodiversidade brasileira, que se dividem em uma ampla variedade de perfumes para interiores, difusores, velas aromáticas, tudo perfeito para aromatização do seu ambiente. Avatim também é amplamente reconhecida pelas fragrâncias exclusivas — muitas delas premiadas, viu? —, além de possuir linhas completas de cosméticos e cuidados pessoais. Para celebrar o Dia das Mães, a Avatim convidou a Elisama Santos e a Thaila Ayala para apresentarem a campanha “Essências de Mãe”. Um videocast em quatro episódios, onde elas conversam sobre a pluralidade de ser mãe, também um encontro diário com a maternidade e a dificuldade de se enxergar como uma pessoa além de só mãe. 

Você já pode assistir a todos os episódios nas redes sociais e no YouTube da Avatim. Continuando as celebrações do Dia das Mães, a Avatim acaba de lançar o Deo Parfum — amo — Alira, uma homenagem à mulher em todas as suas facetas. A mãe que acolhe, a profissional que constrói, a amiga que aconselha e a mulher que sonha. O Deo Parfum Alira é o presente perfeito para sua mãe. — Eu vou deixar o link da Avatim certinho na descrição do episódio e fica com a gente até o final que tem cupom de desconto, mas já clica e vai ouvindo o episódio e navegando no site da Avatim, porque tem muita coisa legal, gente, muita coisa boa. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Patrícia. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Em 2017, a Patrícia conheceu o Júnior, ela estava recém separada e o Júnior também. E assim que eles se conheceram, o Júnior já foi super honesto com a Patrícia e falou: “Olha, eu tô saindo de um divórcio litigioso, tem um ano e pouco que eu estou divorciado foi um divórcio super difícil. A minha ex é uma pessoa muito difícil. Ela me afastou dos meus filhos. Eu tenho dois filhos, o Mateus e o Marco, eles são super pequenos e chegou uma época que ela até proibiu a minha família de ver os meus filhos. Nunca atrasei a pensão, eu pago uma boa pensão, então isso é uma coisa que você precisa também saber. Eu pago a pensão das duas crianças e não é pouco, então, assim, a gente está se conhecendo, eu gosto muito de você e nã nã nã, acho que a gente tem um potencial pra namorar, etc”. Enfim, aquele papo de começo de namoro e tal, então, o Júnior foi honesto, né? Com a Patrícia. “Tenho meus filhos, eles são super presentes na minha vida tal e a mãe deles realmente faz de tudo para atrapalhar o meu convívio com as crianças”. Essa conversa, óbvio, foi depois de um tempo, teve toda aquela fase de sair, de namorico e nã nã nã, tudo isso que a gente sabe, né? Então, quando foi para deixar sério, eles tiveram aí essa conversa. 

Patrícia, apaixonada por Júnior, Júnior muito apaixonado por ela e Patrícia disse: “Sim, quero continuar. [risos] Aceito” e eles começaram aí esse namoro sério. A partir do momento que a ex ficou sabendo da Patrícia — que o Júnior estava namorando sério e tal —, ela começou a dizer que a Patrícia era a causadora do fim daquele relacionamento, do casamento, sendo que a Patrícia foi conhecer o Júnior um ano, um ano e pouco depois que ele já estava divorciado e aí não tinha jeito, não tinha o que a mãe fazer porque o Júnior podia namorar quem ele quisesse. Patrícia conheceu os meninos — os dois menininhos — menininhos —, de cara, a Patrícia já amou as crianças e os menininhos também já amaram a Patrícia. — Um convívio ótimo entre Patrícia e menininhos. — Sempre que Júnior estava com as crianças — a cada 15 dias ele pegava as crianças —, a Patrícia estava junto, convivendo com eles. Nisso, a mãe das crianças passou a falar para as crianças que quem era responsável pelo término daquele casamento deles, do pai estar fora de casa, era a Patrícia, que o pai não ia voltar para casa para ficar, ter a família feliz deles ali por causa da Patrícia. — E isso é uma mentira, porque a Patrícia chegou muito, muito tempo depois… Pensa o tempo que é um divórcio litigioso. Ela chegou já tinha um ano que ele estava divorciado, então foi um tempão aí depois que eles terminaram, né? — 

Quando a Patrícia já estava convivendo com os meninos — sei lá, vamos por praticamente aí há um ano — chegou a época da festinha de aniversário das crianças. A festa ia ser num buffet com monitores e tudo o que as crianças tinham direito. — Por que a festa dos meninos era juntos? Porque eles tem uma diferença muito pequena, tipo de um ano, sabe? Assim, um com cinco e outro com seis aninhos, por isso que eles fazem a festinha junto das crianças. — Quem pagou a metade de tudo foi o Júnior e metade a mãe ali das crianças. O Júnior perguntou para a mãe se era ok levar a família — para o Júnior, família incluía quem? A Patrícia — e a mãe falou: “Ah, sim pode vir sim”. Só que já existia um histórico de hostilidade. Patrícia sabia, Júnior sabia, mas ainda assim eles resolveram ir pelas crianças, ir na festa aí pelos menininhos. Um pouco antes de chegar lá na festa, a família do Junior — que tinha chegado antes, já foram tratados, assim, meio esquisitos, de uma maneira meio mal assim — eles resolveram avisar: “Olha, a gente foi tratado meio assim aqui, toma cuidado, fica esperto”. 

Mesmo com esse alerta, eles resolveram encarar a festa e entrar. — Gente, eu discordo da Patrícia, porque assim, ela sabia que ela não era bem—vinda na festa, que ela tinha essa treta com com a mãe, ela estava ciente e ainda assim ela foi. Eu acho arriscado. Eu, Andréia, jamais iria nessa festa, porque eu não sou louca, né? Deus me livre me colocar em perigo… Jamais… Sabendo que a mãe me odiava. E aqui, gente, é a minha opinião, tá? Eu acho que até o Junior errou, porque se você já sabe que tem essa animosidade, essa hostilidade, por que vai? Por que leva a Patrícia? Porque a Patrícia não conhece tão bem a mãe, mas Júnior conhece… — Mas tudo bem, ele foi porque ele era pai e a Patrícia foi, gente? Por que ela foi? Mesmo sabendo que tinha essa treta, essa questão com a mãe? Porque os menininhos eles pediram muito. Marco e Matheus pediram muito para a Patrícia ir e a gente sabe como é criança, faz aquele olhinho e pede… Eu também ia ficar derretida, mas eu ia? Não… — Eu, Andréia, falaria para as crianças: “Olha, meus amores, amores da minha vida, a titia ama vocês, ama demais, mas a sua mãe vai estar lá na festa de vocês e, se eu for a mamãe de vocês vai ficar muito brava. Então vamos fazer uma coisinha legal depois só a gente?”, eu faria isso, sabe? — 

Mas eu acho que na cabeça do Júnio era tipo assim: “Eu vou com a Patrícia só para os meninos terem a certeza que eu estou lá, tal que eu fui, que a gente foi…Dou um beijo neles e tal e a gente vai embora”, assim, tipo de boa, sabe? Mas eu realmente não entendo porque eles foram avisados pelos familiares que o clima não tava bom, e ainda sim, Patrícia, ainda assim vocês decidiram ir, né? Nessa época, a Patrícia era noiva do Júnior — ela não tava casada ainda com ele, né? —, e aí eu falei: “Mas Patrícia, por que você foi?”, ela falou: “Andréia, eu já fazia parte da vida das crianças, eu, já inclusive, ajudava eles também financeiramente… Eu tinha direito de estar naquela festa, eu queria estar com as crianças, né?”, então a razão dela foi totalmente emocional. 

Eles chegaram, entraram, beijaram as crianças, abraçaram, os meninos ficaram super, super felizes que eles foram… Só que, de repente, gente… Patrícia só sentiu o estalo. Ela não sabe se foi um soco, se foi um tapa, a hora que ela viu, a mãe dos meninos já estava agarrada no cabelo dela, batendo, jogando ela no chão, enfim… Deu soco… Gente, Patrícia apanhou. Como se não bastasse, outras mulheres da família da mãe também bateram na Patrícia. E aí vocês vão me perguntar: “Onde que estava Júnior, que não socorreu a Patrícia?”, Júnior também estava apanhando dos homens da festa, da família da mãe. A Patrícia achou melhor não revidar — então ela ficou, gente, apanhando — e Patrícia apanhou, hein? Teve até um corte, sangrou, enfim… Patrícia apanhou e o Júnior também apanhou. E a coisa foi tão violenta que eles tiveram que fazer B.O., corpo de delito e a Patrícia ganhou uma medida restritiva contra a mãe. Quando a Patrícia entrou na festa, ela sentiu que o clima estava estranho, e aí ela resolveu gravar e ela conseguiu até salvar alguns áudios… Só que a mãe, não satisfeita em bater na Patrícia, ela pegou o celular da Patrícia e não queria devolver. 

Foi quando a Patrícia falou que ia fazer boletim de ocorrência também por roubo do celular — além do espancamento, porque Patrícia apanhou, gente —, além de espancamento, ela falou: “Eu vou fazer um B.O. então que você está me roubando, você está ficando com o meu telefone”. E aí a mãe das crianças devolveu o celular pra Patrícia, mas a briga foi realmente uma briga feia. — Patrícia ficou até com roxos, assim, até no rosto, gente… — A festa virou uma pancadaria, os monitores afastaram as crianças, mas sim, os filhos do Júnior viram — e ficaram traumatizados —, por muito tempo eles ficaram traumatizados por conta dessa festa, eles viram a pancadaria. — E aí, assim, a gente não precisa nem falar aqui o quanto essa mãe errou, né? Que foi pra cima e tal… E aí pensando como foi aqui tudo, eu acho que a família da mãe dos meninos armou uma cilada junto com a mãe para realmente bater neles, eu acho que eles já tinham esse planejamento de bater no casal. Então, Patrícia e Júnior Eles ficaram tão machucados que eles tiveram sim que fazer boletim de ocorrência, exame de corpo de delito, tudo… — 

Patrícia ganhou essa medida protetiva contra a mãe das crianças, então o que já era poucas ideias, agora passou a ser ideia nenhuma. E aí vocês vão perguntar: “Mas por que esse ódio? Esse ódio tão grande da família da mãe pelo Júnior?”, a Patrícia diz que é porque foi o Júnior que pediu divórcio… A mãe não queria dar. E por que ele pediu? Porque ele disse que ela era super controladora, até com coisas do trabalho, coisas da saúde dele… Ela era totalmente controladora e, quando ela não conseguia controlar o Júnior, ela tentava manipular e ele cansado daquilo, pediu o divórcio. E aí a narrativa que ela passou para a família, até onde Patrícia sabe, é que ele abandonou as crianças pequenas e a esposa para ficar com outra. E aí ela incluiu a Patrícia depois — eu não sei o que ela falava antes da Patrícia aparecer na história —, mas quando a Patrícia passou a fazer parte da vida do Junior, aí ela começou com essa narrativa de que foi a Patrícia que destruiu o casamento deles, sendo que eles nem se conheciam. 

Por mais que a mãe queira excluir a Patrícia, proibir a Patrícia de tudo, ela não pode… Pelo artigo 1595 do Código Civil — eu nem sabia dessa lei, vocês sabem que eu sou leiga de tudo, né? —, onde o cônjuge ou companheiro é considerado aliado ao parentesco por afinidade. — Então, mesmo que ela queira tirar totalmente a Patrícia da vida das crianças, ela não pode, porque a Patrícia é casada, a Patrícia casou… Tempos depois dessa festa aí, ela casou de papel passado com o Júnior, então ela é esposa do Júnior, ela tem que fazer parte da vida das crianças. — Mesmo casada no papel com o Júnior, Patrícia se ressente mesmo, né? Fica muito magoada de não poder fazer parte, por exemplo, das coisas importantes das crianças que envolvessem a mãe, né? — Hoje em dia, o contato do Júnior com a mãe das crianças é zero. — Zero. — Mas como faz então com as crianças? Ele conversa com as crianças todos os dias, as crianças hoje tem celular… Faz FaceTime, ele conversa todos os dias… Quando dá os 15 dias que ele tem que pegar as crianças, ele pega na sexta—feira na escola e depois devolve na segunda—feira na escola, ele não tem contato com a mãe. — Eu não sei como isso funciona, mas a Patricia diz que é zero contato. Ela então, nem se fala, né? A medida protetiva da Patrícia ainda é válida. — 

A casa que o Junior e a Patrícia moram hoje é da Patrícia — já era dela antes, né? — e ela fez um quarto super lindo para os meninos, tá um quarto incrível, então os meninos amam ir pra casa do pai. Patrícia faz questão realmente de dar pra eles coisas legais, ela já deu videogame importado, ela dá muitos livros, brinquedos… Se os meninos têm interesse em alguma coisa, em estudar alguma coisa diferente, ela incentiva, enfim… Eles não têm esse tipo de conversa com a mãe, né? Tipo; “O que a criança pode e não pode?”, porque eles não tem contato nenhum com a mãe e a mãe também não faz questão. — E aqui, gente, é um ponto que me pega realmente, né? Eu tenho ressalva que essa coisa de você dar tudo pras crianças, sabe? Principalmente na questão de pais separados. — E a Patrícia falou que quando eles pegam os meninos, eles vão no mercado, os meninos podem pegar tudo que eles querem comer e tal… — Eu, Andréia, não acho isso bacana. — Eu acho a relação da Patrícia incrível, que a gente só está falando da Patrícia, mas do Junior também, né? Com as crianças. 

Mas eu sempre acho que quando você pega a criança a cada 15 dias, você faz tudo o que ela quer, depois a mãe fica com a parte chata. É lógico que as crianças vão falar: “Ai, meu pai é mais legal, entendeu?”, porque é a parte toda chata, fica com a mãe, né? Mas aqui, no caso a Patrícia disse que não é bem, assim, porque primeiro ela disse que as crianças chegam na casa dela com as roupas sujas… — Pode ser porque elas vão direto da escola, né? — Mas ainda assim a Patrícia lava a roupa das crianças todo final de semana que elas vão, a cada 15 dias, faz a comida tudo certinho, regrado, estuda com as crianças, faz lição de casa, orienta, cuida da higiene deles, dos menininhos que estão crescendo e tal. Então ela está sempre atenta à higiene e ela acha que, assim, que na parte da mãe talvez não seja tão assim porque as crianças ficam mais com a avó do que com a mãe. — A gente não tem como saber porque a gente não sabe se a avó das crianças é a rede de apoio da mãe, se essa mãe tá trabalhando muito, a gente não sabe. — Então, o fato de elas ficarem com a avó, aqui pra mim não diz muito, porque a gente não tem os elementos para saber os motivos que a mãe deixa as crianças mais com com a avó, né? 

E aí eu perguntei: “Mas por que então vocês não tentaram a guarda dessas crianças?” e o Júnior tentou, mas como eu já disse, o divórcio deles foi um horror, foi litigioso, foi um inferno… Ela proibiu ele de ver as crianças, então a gente sabe que não é fácil tirar a guarda de uma mãe, né? E o Júnior viu que uma batalha ali seria prejudicial para as crianças. Aí, pelos próprios filhos, ele abriu mão de entrar na Justiça para pedir a guarda total das crianças. A Patrícia também diz que dói muito nela ouvir dos meninos que eles queriam que ela fosse a mãe de sangue deles. — “Mãe de sangue” é a palavra que uma das crianças usou, tá? — E que eles não podem demonstrar o tamanho do amor que eles têm pela Patrícia perto da mãe, porque não pode nem sonhar, que a mãe fica muito brava. E aí eu falei: “Mas Patricia, quando eles falam que que queriam que você fosse a mãe biológica deles, o que você fala?”, ela falou: “Olha, Andréia, eu explico que eu amo muito eles, que eu sou a mãe do coração deles, né?”, a Patrícia inclusive chama eles de “filho”. E aí eu perguntei: “Mas e aí? Porque pensa a mãe deles sabendo disso, né?”, eu falei: “Eles te chamam de mãe?”, ela falou: “Às vezes escapa, eles me chamam de mãe, mas logo eles se corrigem e me chamam pelo nome”. 

Como eu disse, gente, pra mim dois pontos errados nessa história: Realmente a Patrícia ter ido na festa sabendo do clima hostil e tudo, acho que ela errou. E aí não só ela errou, Júnior errou e a mãe que bateu, espancou a Patrícia, errou mais ainda, a gente não sabe nem dizer, né? Eu acho que todo mundo errou porque acabou estragando a festa dos meninos. Então, se os três ali pensassem nas crianças, eles sabem, sei lá, olha um feio para o outro, se cumprimenta e fica de boa. E outro ponto também que eu acho que o casal erra é de dar tudo para as crianças de 15 em 15 dias e depois o grosso fica com o com a mãe ou com a avó, né? E é lógico que as crianças vão fazer esse tipo de comparação. Então, assim, essa é a minha opinião… De resto, gente, eu acho que a Patrícia está tentando dar amor para essas crianças e fazer o melhor que ela pode, mas eu fico pensando: “Essa mãe é tão ruim assim pras crianças? Será?”, não tem como a gente saber, a não ser pelas coisas que a Patricía disse. 

E para a Patrícia, para o Junior, a gente já viu que ela é um ser humano péssimo, mas para as crianças, será que ela é tão ruim assim, né? Será que essas crianças morando com o Junior e com a Patrícia, a mãe viraria a legal para as crianças? Porque a mãe só ia pegar de 15 em 15 dias e fazer tudo pelas crianças? Esse é um questionamento que eu tenho, né? Tem o fato da mãe também sempre jogar as crianças contra o pai… As crianças nunca ficaram contra a Patrícia, elas entenderam que agora o papai tem uma nova mulher e tal e, por eles gostarem muito da Patrícia, o relacionamento das crianças com o próprio pai melhorou, porque no começo realmente a mãe tinha conseguido fazer com que as crianças acreditassem que o pai tinha destruído tudo, que era por causa do pai que elas não estavam felizes, enfim, esse discurso… Um dia a Patrícia ficou doente, ficou muitos dias internada e a mãe proibiu que o pai levasse as crianças no hospital para ver a Patrícia. — E a Patrícia sofreu mais ainda e as crianças também sofreram, porque elas queriam ir, queriam ver a Patrícia. — 

E aí eu acho que o Júnior errou, porque se ele está com as crianças, eu não podia levar? Mesmo a mãe dizendo “não”? Ele também não é pai? Ele também não podia pegar essas crianças e levar no hospital? Eu achei aqui que ele errou, ele devia ter levado. As crianças já contaram muita coisa pro Júnior e pra Patrícia, tipo: “Ah, minha mãe falar mal de vocês, fala isso, fala aquilo” e o casal está sempre falando: “Olha, vocês são crianças, não se metam nas coisas de adulto, deixa a mamãe falar, ignora”, mas a gente sabe como é criança, né? — O que me preocupa é as crianças o tempo todo falando que que querem morar com o com a Patrícia e o Júnior, que amam muito a Patrícia e tal, que queriam que a Patrícia fosse mãe. Porque se as crianças falam isso pra mãe, imagina? O ódio delas só cresce, né? — E a Patrícia frisou que assim, o Júnior não é um banana, ele é um pai super presente, ele pega as crianças a cada 15 dias, porque isso foi estabelecido no acordo que eles fizeram na Justiça, né? Mas ele conversa com as crianças todos os dias, está presente em tudo… Então, assim, o que ele tá tentando é evitar conflito para que as crianças não fiquem mais traumatizadas, né? E eu acho que é isso, gente… 

Se você puder evitar esse conflito, evite. Patrícia não consegue entender por que a mãe nunca percebeu essa valorização, sabe? Essa estima que ela tem pelas crianças, esse amor que ela tem… Por que a mãe não entende e não agradece isso, não valoriza isso? E aquilo, gente, a gente não tem o lado da mãe e não vai ter. Patrícia ela só queria compreender isso, por que que a mãe é tão hostil, sendo que ela é uma pessoa tão boa com os filhos dela? Com os filhos da mãe, né? Mano, por que ela não consegue entender isso? Que a Patrícia está ali para somar, né? Que ela devia estar agradecida realmente dela saber que as crianças vão para um lar, que elas vão ser amadas, seguras, estar com alguém que está cuidando da alimentação delas, das coisinhas dela, sabe? Patrícia diz que ela não se sente acolhida, né? E ela fica arrasada por não poder compartilhar alguns momentos de felicidade na vida dos dos meninos, né? 

Isso não é só com a Patrícia, é geral das madrastas, a Patrícia acha que as mães deveriam ficar felizes mesmo pelas madrastas no geral, as madrastas que tratam bem e criam os filhos dessas mães por amor. Porque, gente, é por amor mesmo, né? Para você ajudar a criar o filho dos outros, só pode ser por amor. E aí a Patricia acha que tem a questão sim das histórias da Disney, sabe? Da madrasta má, que isso prejudicou a visão da sociedade em relação às madrastas, que realmente elas são muito injustiçadas, vistas como malvadas, como sempre algo ruim, pejorativo. E isso é verdade, né? Madrasta má é uma coisa que meio que já vem na cabeça da gente. Apesar de eu ter trazido aqui histórias legais de madrasta também, né? Patrícia ela se diz uma “madrasta cansada”. E cansada do quê, gente? De muitas vezes não tem o reconhecimento que ela deveria ter pela sociedade e também até pela mãe das crianças, por também dar tanto amor e receber tanto amor dos meninos e isso não poder ser ampliado e ela não poder participar de tudo, sabe? Por causa da mãe deles. 

E ela sente, ela vê que os meninos ficam mal, assim… A dor deles de não poder demonstrar o tanto que eles amam a Patrícia. Eu acho que essa validação que a Patrícia procura na sociedade nem as próprias mães tem, né? Então, eu acho difícil alcançar. Eu sempre trago aqui o lado da mãe, as histórias das mães cansadas e, na maioria das histórias, o reconhecimento é zero, não é? A gente tá cansado de ver aqui. Então, a minha percepção em relação às histórias de madrastas é que a madrasta só é aceita, assim, muito de boa, quando a criança já não tem a mãe, quando a mãe da criança já morreu. Quando tem mãe viúva, as pessoas tendem sim a ficar do lado da mãe e a querer saber a versão da mãe. Isso é um fato. Então, o que mais pega para a Patrícia é a falta de reconhecimento. E aí eu acho que, pelo menos em relação a isso, você está ali sentindo um pouco o que as mães sentem também, que as mães também não são reconhecidas pelo trabalho que fazem, pelo amor que dedicam, o tempo, enfim, eu acho que aí é uma questão mais complexa, que não rola só com as madrastas. 

Acho que se a gente for um pouco mais fundo, em relação a mulher, ao trabalho invisível que toda mulher faz, né? Patrícia tem que continuar e seguindo a vida dela como uma pessoa boa que ela é com as crianças, fazendo a parte dela, ficando na dela… Porque tem a questão da medida protetiva, né? E deixa rolar, deixa que as coisas vão acontecendo. E eu acho que, assim, eu acho que ela tem que ficar no seu papel de madrasta boa, que já já as coisas se resolvem, o tempo vai passando, as crianças vão crescer… Adolescentes elas já conseguem tomar mais decisões, daqui a pouco estão adultas, sabe? O que eu acho é que o que talvez te faça sofrer mais é se você quiser assumir um papel de mãe dessas crianças, porque essas crianças tem uma mãe, elas tem mãe. Eu acho que é bom que o contato seu seja zero como com a mãe e que você continue fazendo tudo pelas crianças e amando as crianças, mas também acho que a mãe tem o direito de não te aceitar, por exemplo, na festa, nos lugares que ela esteja, enfim, né? A gente não sabe aí como a mãe pensa, a gente só pode citar aqui o exemplo da festa. 

Ela foi totalmente errada, péssima, bateu em você, enfim, podia ter te matado… Porque a gente brinca aqui, mas numa dessas, você cai, você bate uma cabeça, já era, morreu, né? Ela tá errada nessa violência, mas eu acho sim que ela também tem que ser respeitada na questão dos limites que ela acha que você deve ter em relação a ela e até em relação aos filhos, né? Porque você está com o pai, óbvio, você tem que participar de tudo e tal, mas acho que certas coisas como as crianças tem mãe, eu acho que a mãe tem que tem que ter esse direito também, né? Então não tenta ser a mãe dessas crianças, né? Eu acho até que a questão de chamar eles de “filhos” não acho que isso talvez ajude, mas dá o amor, faz tudo o que você faz, mas sabendo que o seu papel é esposa do Júnior, companheira de vida do Júnior e madrasta dessas crianças que, sim, que tem que acolher, que tem que dar amor, que é o que a gente tem que fazer com toda criança… A gente tem que tratar bem, tem que acolher, tem que amar, né? E quando você achar que vai ter algum conflito, que é uma coisa que talvez a mãe não te queira por perto, deixa que o pai faz, né? Elas têm pai também, deixa com o Júnior isso, fala: “Ó, Júnior aqui eu acho melhor para evitar conflito, resolve você, faz você, você é o pai das crianças, né?”. 

Então, também não se coloque tão a frente das coisas, se você achar que vai ser perigoso para você ou que isso vai arranjar uma briga, deixa que o pai resolve. Pelo menos é assim que eu penso, né? E em relação a esse reconhecimento, a gente sabe que vão ter mães que vão dizer que também não são reconhecidas, porque isso a gente já trouxe histórias aqui e madrastas que vão concordar com você também. O que vocês acham? 

[trilha] 

Assinante 1: Evelyn aqui do Rio de Janeiro. Patrícia, nossa, queria te dar um abraço… Eu entendo a sua situação, também já passei por muitas das coisas que você colocou para a gente aqui no grupo, eu também sou madrasta e é sobre isso, cada um no seu quadrado e vai dar tudo certo. Pra quem passou, vamos dizer assim, boa parte do que você contou pra gente, o que eu te conto é que não vale a pena… Por mais que a gente vá com jeitinho, dar tempo ao tempo, essa coisa toda que todo mundo vai falar, não adianta, essa mulher não vai mudar… Eu acho que você tem que focar é nas crianças, é o que eu faço hoje. Dou o meu amor para elas, faço a minha, o que eu acho que tem que fazer, dentro dos limites ali da paz. Mas eu também não deixo de fazer nada para as crianças não, porque acho que se a mãe está se doendo, ela que tem que se tratar, não sou eu. Mas é isso, paz e faz a sua parte, deixa essa mãe pra lá. 

Assinante 2: Olá, nãoinviabilizers, aqui é a Gabriela, advogada de Família e Sucessões de Campinas, São Paulo. Um ponto muito interessante que a Déia trouxe foi que a Patrícia é madrasta, ela não é a mãe… Se houver essa vontade de ampliar a convivência das crianças e possivelmente até uma alteração de guarda, cabe a quem é legítimo, o pai. De fato, pelas questões trazidas aí pela Patrícia, as crianças não se encontram em um ambiente saudável porque alguém afirmar que a madrasta foi a vilã e fez com que os pais se divorciaram, pode até fundamentar uma ação de alienação parental. Mas é interessante pensar no contexto e quem de fato mais sofre com isso tudo, que são os filhos. Não impor limites nos meninos não é legal, assim como a genitora trazer fatos que não tem nada a ver com eles. É importante verificar com o pai para ver o que ele entende disso e indico até uma mediação para tentar sanar o caso aí sem a intervenção de uma juíza, mas também para ter esse olhar atento para as crianças, que muitas vezes elas acabam sendo invisibilizadas e que esse ambiente de conflito pode prejudicar muito a qualidade de vida delas, tá bom? Um grande beijo. 

[trilha] 

Déia Freitas: Nesse Dia das Mães, a Avatim celebra a pluralidade da maternidade com a campanha “Essências de Mãe”, um videocast de quatro episódios apresentados por Elisama Santos se Thaila Ayala e também aí o lançamento da sua nova fragrância, Alira. Todos os episódios já estão disponíveis nas redes sociais e no YouTube da Avatim. E usando o nosso cupom “PONEICHEIROSO” [risos], eu amo, — “poneicheiroso” o nosso cupom, tudo junto, maiusculo, sem acento no “pônei” —, você ganha 15% de desconto em todos os produtos do site. O cupom é válido até 31 de maio de 2025. — E somente no site da Avatim, tá? — Então vai lá no site agora, vai conhecer aí a fragrância Alira, vai conhecer o site todo e é isso, mês das mães. — Valeu, Avatim, vocês são incríveis. — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]