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título: flagra
data de publicação: 22/05/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #flagra
personagens: janice e josenildo

TRANSCRIÇÃO

Atenção, estamos no YouTube. Sim, este mesmo episódio que você está ouvindo aqui agora você vai poder ouvir a partir das 10h00 no YouTube. Então avisa sua mamãe, sua vovó, sua titia ou coleguinha. Vai lá, segue a gente, curte alguns episódios, ativa o sininho e vem acompanhar a gente no YouTube. 

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… —  [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. E se você pudesse começar uma carreira nova, atualizar aí o seu currículo, ou mesmo tirar da gaveta aquele desejo antigo de começar um curso dos sonhos? Você encontra tudo isso na EBAC e por um preço que você pode pagar. E ainda tem professores que são profissionais renomados no mercado, você pode estudar onde e quando quiser e ainda tem a possibilidade de sair empregado. Tudo isso você consegue na EBAC. A EBAC entrega tudo.

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[trilha]

Janice é caixa em um supermercado — um grande supermercado, mas que não é uma rede — e ela é uma ótima caixa e já está nessa empresa há seis anos. Quando Janice começou a trabalhar nesse supermercado, ela conheceu um cara que também trabalha no mercado. E, na época, ele ainda era empacotador e com o apoio de Janice, ele foi promovido pra estoquista. Janice começou como caixa 1, na época dessa história ela já era supervisora dos caixas — mas ainda também fazia caixa ali quando você tem que cobrir uma funcionária, enfim — e, nesse supermercado não tinha problema você casar, namorar com outro funcionário, desde que você não faça isso lá dentro do mercado. Então tinha as regras lá, mas você podia namorar, você podia casar, se você quisesse, com alguém ali do mercado. 

Janice, com três anos, que ela estava com esse rapaz, eles se casaram… [efeito sonoro de sino soando] Foi um casamento muito animado, assim, né? O pessoal do mercado fez vaquinha pra eles, conseguiram ir pro Rio de Janeiro — na lua de mel, foi muito legal, enfim — e sempre a Janice ali aquela pessoa que, quando surgia uma vaga melhor no mercado, falava pro cara: “Vai lá, preenche a ficha, né? Vamos fazer, vamos subir, eu tô aqui subindo, de supervisora… Daqui a pouco eu tô aí, se surgir uma vaga de gerente”. — Mas como é um mercado só, é mais difícil você conseguir ser promovido, né? Porque as pessoas também são boas trabalhadoras e elas também vão ficando, né? — Surgia mais oportunidade pra ele do que pra Janice e a Janice sempre dava essa força. E o cara, mais ou menos, bem mais ou menos… — Quer lugar pra ter fofoca? É mercado. Todo mundo sabe a vida de todo mundo. Tem grupinhos, tem rixa… É uma novela completa, vários Picolés de Limão, segundo Janice. —

Um certo dia, ela notou um burburinho de um pessoal ali dos laticínios, que ela não se dava muito bem. Uns risinhos… Eram mais homens, assim, ela já tinha tido uma discussão porque um dos caras lá mexeu com uma caixa e ela fez o cara ser mandado embora… — Porque ele foi muito grosseiro, enfim. — Então o pessoal lá tinha uma rixa com Janice e Janice, que era a supervisora de caixa, tava, sei lá, um patamar acima hierarquicamente ali, né? Do que a galera do Laticínios. Então, assim, eles podiam hostilizar, mas escondido, assim, né? Pelas costas. — Mas Janice achou estranho, porque era um risinho estranho. — Bom, Janice falou assim pra mim: “Andréia, nessas horas, a gente tem que tratar a coisa como se a gente estivesse na selva. Aonde você vai? Você vai no bichinho mais fraco… E tinha um rapaz lá do Laticínios, que a gente vai chamar aqui de “Josenildo” e o Josenildo até entrava nas brincadeiras, mas eu sabia que ele era medroso. Então, um dia, consegui pegar o Josenildo sozinho ali e deu um enquadro nele”. 

Josenildo, muito trêmulo, disse que não sabia nada…  — Primeiro, não sabia nada. — Janice deu mais um aperto e a única coisa que o Josenildo falou é: “Não sei de nada, fala com seu marido”. “Fala com seu marido”? Janice falou: “Ué, o que meu marido pode saber, Josenildo, que você não pode me falar agora?”, Josenildo se calou, Janice deu mais um aperto nele e ele falou: “Fala com a dona fulana”. Dona fulana? A mulher do dono do mercado? Josenildo já saiu correndo, largou ali a Janice com essa informação… “O que eu vou falar com a dona do mercado? E o que eu vou falar com meu marido?”. Naquele minuto, Janice pescou porque todo mundo estava rindo ali dela. — Porque provavelmente o marido de Janice estava tendo um caso com a dona do mercado, mas não era possível… Dois mundos completamente diferentes, não era possível…  — Janice falou: “Vou observar” e Janice pensou: “A única oportunidade que ele deve ter de trair é aqui dentro. É dentro do mercado… Não tem outro lugar. O cara tá sempre comigo, que horas que ele trai? Porque a gente vai pro mercado junto, a gente volta do mercado junto. A gente faz as coisas junto no final de semana que a gente só tem ali uma partezinha do sábado e o domingo e ele tá sempre comigo. Que horas que ele me trai?”.

E o Janice falou assim pra mim: “Eu tive que fazer um esforço pra não perguntar nada pro meu marido e nem mudar com ele em casa, porque eu queria saber o que tava acontecendo. Eu queria, se fosse isso, eu queria flagrar. Queria pegar onde que esse vagabundo tá me traindo” e Janice ficou naquelas: “Tipo, o cara não tem um horário… Será que ele deu um jeito e ainda assim ele traiu?”. O cara trabalhando no estoque, conhecendo o mercado ali como a palma da mão… “Deve ser dentro do mercado”. Janice começou a observar sempre onde estava ali, né? A hora que ela podia, enfim, porque ela também estava lá trabalhando, né? Onde estava o marido. E a dona do mercado — que era a esposa do dono do mercado — ia lá de vez em quando, mas era raro até… Ou pelo menos a Janice não via tanto, porque ela não ficava reparando nisso, né? Até que um dia, a mulher do dono chegou e ela falou: “Agora eu vou acompanhar” e ficou de olho… Meio da tarde, assim, todo mundo muito atarefado, mercado meio cheio… Viu essa mulher indo lá para a área, uma área do mercado, assim, que é um estoque, mas é um estoque de equipamento, de outras coisas.

Estranho… Deu uns dez minutos, Janice foi… Entrou devagarinho nesse estoque. — Era um lugar cheio de tranqueira, assim, e tal. — E lá no fundo ela ouviu uma gemeção e ela chegou mais perto e ela viu o marido transando com a esposa do dono do mercado. Janice me disse: “Ali, Andréia, era hora de eu fazer um escândalo… Mas o que ia acontecer se eu fizesse um escândalo? Eu ia ser mandada embora, ele provavelmente também seria mandado embora e com ela provavelmente não aconteceria nada”. Janice saiu de lá com as pernas, assim, bambas, mas ela falou: “Não, não vou, não vou me abalar, não vou me abalar”, foi repetindo isso… Foi lá, tomou uma água, respirou, respirou e ficou ali num lugar onde dava pra ela ver… Quem saiu primeiro dali foi o marido da Janice, a Janice deu uma escondida assim pra ele não ver e ele passou, foi lá pra fora onde tem os caminhões, enfim, né? Passou já, assim, se arrumando mesmo, né? Então assim, Janice falou: “Agora eu vou me deixar ver” e se botou na frente do corredor onde a mulher tinha que passar. Quando a mulher saiu da porta lá, desse estoque, ela viu a Janice de braço cruzado. Meio que hesitou assim pra passar e Janice com a cabeça tipo, assim, “muito bem, hein? Muito bem” e tremendo… Mas ela falou: “André, eu cruzei meus braços para dar uma travada e fiquei balançando a cabeça assim, olhando para ela”. 

Ela veio vindo na direção da Janice, muito sem graça, Janice olhando para ela e Janice não tinha condição de falar nada, porque ela estava muito trêmula… Deixou a mulher passar, foi se acalmar e pensar. O que você faria no lugar de Janice? E agora aqui, talvez, a gente entre numa zona muito cinza. Janice ponderou, ela com muito esforço já tinha tido umas promoções, mas agora ela estava triste, agora ela estava traída, sozinha… O que ela podia querer? Um aumento, uma promoção. — Era o mínimo. — Janice: “É isso que eu vou fazer, vou lá falar com essa mulher”, o dono mal passava no mercado… Ele tinha um mercado, ele tinha um sacolão, ele tinha vários comércios, assim, né? E o mercado era grande. A mulher tinha uma sala, era uma sala ali com divisórias, que tinha mais gente trabalhando… A contabilidade ficava ali, o departamento pessoal ficava ali, tudo separado com divisória de vidro e ela chegou lá, não tinha uma secretária, assim, né? Então você chegava, você batia ali na repartição que você ia e entrava. 

Ela chegou lá, bateu na porta da mulher e entrou, falou: “Oi, tudo bem?” e a mulher muito sem graça, assim… “Ah, oi, oi, o que você quer, Janice?”, “O que eu quero? Você não sabe o que eu acabei de ver?”,  “Você não viu nada”, Janice falou para ela: “Você estava assim, assado, eu sei até a cor da sua calcinha e eu filmei”. — Janice não filmou, Janice não estava nem com o celular quando ela foi flagrar, mas ela disse: “Eu filmei”. — E aí a mulher foi mudando de cor, foi mudando de cor e ela falou: “Não, não, não, pode se acalmar… Eu não vou contar para o seu marido, não. Mas, quanto tempo que eu já sou a supervisora de caixa e não vou para lugar nenhum? Você acha justo isso?”, “Não, porque não sou eu que cuido dessas coisas”, “Então, mas você não cuida dessas coisas? Você não é a mulher do dono? Eu não sei, eu tô já há muito tempo com o supervisora de caixa… Eu vim aqui te falar isso, assim, que sei lá, né?”. E aí a mulher meio que sacou, mas ficou meio na dúvida e falou: “Mas o que você quer de mim?”, “Não sei, eu quero uma força aí… Se você puder me dar uma força? Você me dá uma força?”, a mulher não respondeu, Janice saiu ali da sala… “Agora eu vou pegar o vagabundo do meu marido”. 

Ele estava lá na área dos caminhões com os caras — contando provavelmente — porque todo mundo devia estar sabendo ali que ele estava pegando a patroa. Foi lá e falou: “Fulano, podemos falar um minutinho?” e ele: “Claro, claro”. Ele chegou perto e a Janice falou para ele: “Então, estava bom lá? Lá no estoque lá de material?”, “Hã? O quê?”, “Tava bom?”, “Não, não fiz nada”, “Eu filmei… Eu filmei você com a Dona fulana”, “Não, Janice, pelo amor de Deus, que eu sei o quê” e aí Janice falou: “Bom, a gente vai se separar. Eu vou ficar com as coisas”. — Que era geladeira, fogão, essas coisas, a casa alugada, né? — “Você vai pegar sua roupa e vai sair da minha casa hoje”, “Não, que não sei o que”, “Você que sabe, eu filmei”. O cara fez as malas dele, saiu de casa, foi morar lá com o primo dele, um parente dele. No mês seguinte, criaram uma vaga pra Janice… — Porque não tinha vaga de gerente, nada. — Onde Janice tinha mais autonomia — uma faca de gerência, enfim — e Janice esperou três meses e mandou o ex—marido dela embora. — Demitiu ele, ela demitiu ele. — Eu falei: “Mas e aí, você assinou a demissão dele? Porque eu acho que isso, na Justiça do Trabalho, você pode ir lá falar, minha ex—mulher me perseguiu e tal, né?” e ela falou: “Não, quem assinou foi o outro gerente, mas foi uma ordem minha, né? Eu que botei ele no olho da rua”. [risos]

Janice não sabe se os dois continuaram com o caso ou se não, porque ele saiu de casa, né? Ela nunca mais foi lá falar com a mulher, nem pediu mais nada pra mulher e eu perguntei pra Janice: “Mas e se ela não tivesse te arrumado essa promoção? Você ia contar pro chefe?”, a Janice falou: “Eu não tinha prova nenhuma, eles achavam que eu tinha um vídeo e tal, mas eu não tinha prova nenhuma. Então não, não ia contar nada… Eu só joguei um verde para ver se colava e colou”. Janice ficou nesse mercado, mas há alguns anos esse mercado foi vendido para uma rede. Quando foi vendido para uma rede, ofereceram para ela uma outra promoção para ela ir para um outro mercado da rede e ela foi e está nesse mercado até hoje. O pessoal do mercado sempre desconfiou dessa promoção da Janice, [risos] porque muita gente sabia que ele tinha o caso, e de repente, ela é promovida e ele é demitido uns meses depois, então todo mundo achava que era realmente pelo motivo que era, tipo: A Janice deve ter botado aí a mulher na parede, enfim. 

No mercado tinha uma moça que era muito puxa—saco da chefe e um dia tava todo mundo conversando ali, a peãozada e tal, e falaram, né? “É, a Janice separou, não sei o quê…”, “É, separei porque eu fui traída… Aquele vagabundo me traiu com uma mulher baixa, suja, sabe? Rampeira, de guia de calçada, era essa aí” e a outra com o olho desse tamanho, assim, provavelmente a outra sabia, né? E a Janice falou pra mim: “Eu torço para que ela tenha contado para a chefe o que eu falei dela, de como ela era”. — É errado chantagear… É errado filmar, apesar dela não ter filmado, ela falou que filmou. É errado você divulgar vídeo das pessoas, é errado você usar esse vídeo para tirar vantagem, enfim, várias coisas erradas…  [risos] — Janice falou: “Andréia, não fiz nada… Apenas fui lá falar para a minha chefe o quanto eu estava triste por não ter uma promoção há tanto tempo, só isso que eu fiz. Não falei nada que ia soltar vídeo nenhum de nada. São assuntos totalmente diferentes. Peguei uma traição, só comuniquei a ela que eu vi, que eu gravei e depois mudei de assunto. Depois eu mudei de assunto… Eu só falei pra ela ali da minha insatisfação com a minha vida profissional. O que que tem? Não tem nada”.

Bom, essa é a história da Janice, já falei aqui que eu acho tudo errado… Mas é a vida, né? Janice tá ótima, segue trabalhando… O ex dela tem muito tempo que ela não tem notícia, mas estava vivendo assim com bicos, né? Fazia um bico aqui, um bico ali e não sabe também se ele estava ou não lá com a mulher, se ela sustentava ele ou não, enfim, não é mais dar conta de Janice. O que vocês acham? 

[trilha]

Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, meu nome é Silvana, eu sou de Recife. Janice, você é minha ídola… Por favor, dê aulas, porque, sinceramente, eu acho que a gente perde muito por ser muito emocionada e você conseguiu manter o nível certo de sangue frio. Eu achei super justo. É uma restituição pelo estresse que você passou, entendeu? É apenas isso, nada mais… Da mesma forma que você falou, um assunto não tem nada a ver com o outro, não é verdade? Você simplesmente constatou, afirmou que você descobriu a traição e, coincidentemente, você precisava de um boost aí no seu salário. Super justo. Um beijo bem grande para você, muitas felicidades. 

Assinante 2: Olá, nãoinviabilizers, aqui é a Isabela, do Rio de Janeiro. Janice, você definitivamente é uma mulher admirável… Eu não teria essa frieza, eu não teria essa mente de calcular de que forma eu poderia tirar alguma vantagem em cima disso, mesmo sofrendo. Eu, no seu lugar, teria feito um escândalo, teria posto tudo a perder, mas você realmente foi maravilhosa, estrategista. Olha, uma mulher que merece aplausos… Porque, sinceramente, eu não teria tamanha inteligência. Parabéns. Por mais que eu entenda o que a Déia quer dizer com a questão da zona cinza, eu acho que você foi incrível. Eu reconheço a zona cinza, mas não aceito. [risos] Mas você foi maravilhosa. Parabéns. Que você seja muito feliz e tenha muito sucesso na sua profissão. Um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Na EBAC você tem acesso a uma plataforma de ensino super confortável e interativa, podendo estudar onde e quando quiser, com mais de 150 opções de cursos online. — Para você estudar aí no seu tempo. — Junte—se aos mais de 145 mil alunos e, ao final de um curso na EBAC, você recebe um certificado reconhecido no mercado de trabalho, você tem um portfólio com projetos e está pronto para se destacar no mercado. Alguns cursos têm auxílio para conquistar aí o seu emprego. Com o nosso cupom: “naoinviabilizebonus” — tudo junto, minúsculo, sem acento —, você ganha 200 reais de desconto em qualquer um dos cursos ofertados. — E o nosso cupom é por tempo limitado, então corre. — Para começar a estudar agora, acesse: ebaconline.com.br, escolha o seu curso e consulte aí as condições de pagamento. — Valeu, EBAC, pela parceria. — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]