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título: abduzido
data de publicação: 30/05/2024
quadro: detesto
hashtag: #abduzido
personagens: sandro

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Detesto, história E.T.. Você acredita? [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais uma história do nosso quadro Detesto. — O quadro onde eu conto histórias de E.T, sim, extra-terrestres. Você acredita? Você sabe que existia um programa na rádio nos anos 60 e 70 chamado “Você acredita?” que é muito bom, são histórias narradas também. Se eu achar depois algum no YouTube, porque tem no YouTube, eu posto para vocês… Mas então, voltando aí ao tema, este é o quadro Detesto, que chama “Detesto” porque eu fiz uma brincadeira com a letra E e T que tem na palavra “Detesto” e porque também eu não gosto de história de E.T. Eu acredito em E.T? Acredito. Acho que sim, inclusive até a NASA aí já falou que “ah, temos coisas, né?”, então acredito sim que exista E.T, mas também não consigo entender o que eles gostariam de ter da gente… 

Vai estudar, vai pegar cobaia? Hoje a história é meio que nessa vibe, então acompanhe comigo e depois a gente vai lá pro grupo do Telegram debater a história. Se você gostou, se você não gostou, você pode dizer lá, mas pedir pra acabar com o quadro, já adianto aqui, não peçam porque não foi feito para quem não gosta, foi feito para quem gosta de histórias de E.T e é um quadro que agora é um quadro fixo do podcast. — E hoje eu vou contar para vocês a história do Sandro. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

O Sandro é um professor universitário que trabalha muito, dá aula em três faculdades e, enfim, ele tem uma vida muito corrida. Então chega de final de semana, ali seu sábado e seu domingo, o Sandro gosta de ficar em casa. — Eu também, eu sou aí do time do Sandro. Então o que ele faz? — Ele separa as séries, os filmes que ele quer ver, ele pega a cervejinha dele… Ele tem uma mania que quando ele senta para ver uma série, ele vai ver um episódio inteiro antes de parar para levantar e pegar alguma coisa, então geralmente ele pega ali uns belisquetes, uns acepipes, né? — Uma coisinha pra comer. — Pega a cervejinha dele e pega uma garrafa de água de dois litros. Vai pra frente da televisão, senta ali na poltrona dele e vai assistir a série aí que ele gosta. E é um ritual que ele faz sempre assim… E, Sandro, é importante dizer que ele não usa nenhum tipo de entorpecente, não toma nenhum tipo de medicamento… — Então não existe a possibilidade, de acordo com o Sandro, dele, sei lá, estar viajando na hora do que aconteceu, sabe? — 

Sandro fez o ritual dele, pegou ali a sua garrafa de cerveja, seu copo, pegou a sua garrafa de água e mais um copo… — Porque ele não toma direto na garrafa. — Pegou ali o patinho com uns amendoins e foi pra frente da televisão ver uma série. Sandro ele não para, só quando muda de episódio, ele para, vai fazer um xixi, enfim… E aí ele estava sentado na sala dele assistindo ali o seu seriado e aqui eu tenho que falar como é a casa de Sandro. — Pelo menos a sala. — É um apartamento, a sala tem uma janela grande, ele mora no oitavo andar e os prédios laterais são maiores que o prédio do Sandro. Só que o prédio da frente dele é um predinho daqueles de dois andares, então ele tem uma vista muito boa pra tipo uma área de mata preservada. — Mas sabe assim em local urbano? Quando você está andando aqui, por exemplo, na Anchieta, que você passa de Santo André para São Bernardo, ou você está indo de São Bernardo pra Santos que tem umas partes de mata preservada? Então é isso, é mata preservada em área urbana. — 

Ele não é um cara de ficar olhando pela janela, ficar olhando paisagem do mato, nada, mas a TV dele fica na frente da janela, justamente para aquela claridade não atrapalhar a TV. — O Sandro é todo, assim, metódico. — Ele estava lá vendo a série dele, tomando a cervejinha dele, tinha acabado de começar a série e o litro de água estava inteiro. — Uma garrafa de dois litros de água. — Garrafa dessas de plástico, da marca mesmo, tipo, sei lá, Pôneidóia, Lindopônei. [risos] — Estava lá tomando a água dele, ele botou a água no copo, então desceu um tanto assim da garrafa e ele tomou um pouco de água, botou a cervejinha ali, começou a comer amendoinzinho e a série começou. Não deu 20 minutos da série, o Sandro percebeu uma coisa estranha: uma luz na janela dele. — Eu acho que tem muito isso em concessionária de carro. — 

Sabe quando está fazendo algum evento que tem aqueles canhões, assim, de luz? Sandro pensou nisso: “Algum maldito tá apontando o canhão de luz aqui pra minha casa”, com muito ódio ele pausou a série que ele não gostava de pausar, foi se levantar para ir até a janela para ver o que estava acontecendo e, de repente, até xingar. Só que antes que ele conseguisse levantar, aquela luz entrou no apartamento de Sandro. — Então, assim, se a luz estava iluminando tudo, sabe quando entra pela janela, bate na parede e ilumina? — Era como se ela estivesse dentro da sala do Sandro. E ali o Sandro viu — ele viu — uma criatura muito magra, muito alta e lisa, com olhos muito grandes. O Sandro falou: “Andréia, não tinha como falar que não era um E.T aquilo… Aquilo era um E.T” e ele sentado no sofá, do jeito que ele estava, ele ficou olhando aquilo sem saber bem o que fazer, né? Ou como reagir… E esta criatura que apareceu, não é que ele pulou a janela e entrou pela janela… 

Deu aquela luz e ele apareceu naquela luz, aquela luz forte continuou dentro da sala. Estava olhando diretamente para o Sandro e fez um gesto com a mão, ele tinha a mão… — Quanto dedos? Perguntei para Sandro e ele falou: “Andréia, aí você estava me querendo demais, né? Saber quantos dedos tinha na mão… Mas ele tinha uma espécie de mão” e de onde ele estava, o Sandro apagou. — Isso era um sábado à noite. — Digamos que o Sandro sentou ali para ver a série dele nove da noite… Isso aconteceu ali pelas nove e vinte… Sandro não sabe o que aconteceu, porque quando ele acordou — naquele sofá dele — já era meio-dia e meia do domingo. — Ele deitou, ele sentou ali nove e pouco da noite e foi acordar ali meio dia e meia. — A garrafa d’água e o copo com água do lado dele estavam vazios… — Vazios. — E o Sandro voltou com um corte bem pequenininho aqui no pulso que doía muito. Sandro passou dias pensando: “Eu adormeci, sei lá, me deu alguma coisa, eu adormeci e acordei no dia seguinte”. 

Primeiro que o Sandro nem dormi tanto, o Sandra como eu, assim… Ele dorme cinco, seis horas por dia e já tá bom. Como que ele dormiu das nove até meio dia e meia? E esse ser? Durante as semanas seguintes ele foi tendo flashes, como se ele estivesse numa cadeira de dentista — com aqueles ser —, não era bem uma cadeira de dentista, mas era uma coisa como se ele estivesse meio sentado com os braços presos e com essas criaturas em volta dele, tipo observando… E tinha um que tinha como se fosse um negocinho de solda na mão, e aí vinha e voltava esses flashes aí na memória do Sandro e ele ficou tão traumatizado que ele mudou de apartamento. Sandro diz que depois desse dia ele se sente às vezes vigiado. — Monitorado, sabe? Que pode ser também só uma impressão dele, né? — Ele falou: “Eu sou um homem da ciência, eu sou um professor universitário, um homem da ciência e eu não tenho explicação para o que aconteceu comigo. Eu não tenho explicação pra isso que aconteceu comigo. Não era uma assombração, não era nada sobrenatural, era um ser, uma criatura não parecia com a gente, não era humano, mas tinha pernas e braços, cabeça e olhos”. 

E ele depois estava num lugar onde ele foi preso pelos braços e esse corte do pulso cicatrizou. Eu falei: “Será que botaram um chip em você?”, porque aí você tem que entrar na doideira, né? “Vou entrar nessa doideira”, “não sei, acho que não, não sinto nada, assim, no meu pulso assim… Mas doía muito, era um corte pequenininho, mas que doía muito”. Então, o que rolou? Foi o extraterrestre? E aí, por que eu fiquei revoltada? Por que essa história me revoltou? Porque as histórias que eu recebi até agora sobre E.T as pessoas estavam na praia, acampando, andando na rua… Ou seja, você está ao ar livre, então o céu está lá, pode ver realmente aí um E.T. e, sei lá, te pegar… Cuidado com o E.T., ele vai te pegar. Agora, você estando dentro da sua casa, o E.T invadir a sua casa pela janela, sabe? E te abduzir? Que audácia é essa? Cadê aí o sentido de cooperação e de pelo menos o mínimo de gentileza, de educação? Você não faz isso, você não entra pela janela de uma pessoa, leva uma pessoa pra sei lá que lugar, corta o pulso dela, faz um cortinho no pulso… 

Que isso? Por que tão hostil? Eu que defendi os E.Ts aqui nesse programa, porque eu acho que todo E.T que vem pra cá, o governo do mundo todo aí, qualquer exército pega e mata, acho errado matar o E.T., mas olha aí… Por que fez isso com o Sandro? Fez ele mudar de apartamento? Olha o transtorno que o E.T trouxe para a vida de Sandro. Ele mudou de apartamento, ele se sente vigiado… É o E.T., não é horrível? Então fica aí, agora mais isso… Você está na sua casa assistindo série, não está fazendo nada para ninguém e o E.T invade, achei péssimo. E a água que estava seca, seca no copo e a garrafa de dois litros? Será que ele tomou sem querer? Mas ele falou: “Eu não estava nem com vontade de fazer xixi quando eu acordei meio-dia e meia”. Será que o Sandro não dormiu? Não sonhou tudo isso e cortou o pulso, sei lá, na quina do sofá? Sei lá, fico pensando nisso. O que vocês acham? 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou Amanda, estou falando de Palmas. E, professor, você já fez todos os exames possíveis e passíveis de detectar se existe algum corpo estranho dentro de você? Tipo um chip, um rastreador? Alguma coisa bizarra? Porque não é possível que nesse cortinho eles não tenham colocado nada por dentro do seu pulso. Eu até tenho vontade de encontrar com algum extraterrestre para ele fazer o milagre que fez com Dona Diva, mas poxa, agora eu não quero mais. Se cuida e vai para terapia também. Olha tudo dentro da sua casa, se não deixaram câmeras, apesar de que a tecnologia deles é muito mais avançada, né? Para usarem câmeras e escutas. Mas se cuida, professor. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Carolina, Sou de São Paulo. Eu estou chocada… Como assim se eu tiver no sofá, no meu apartamento, numa região urbana, assistindo Pôneiflix no sábado à noite eu ainda assim posso ser abduzida? Acho que os E.T.s deveriam abduzir só quem vai para, sei lá, São Thomé das Letras, Machu Picchu, um campo aberto, uma coisa assim… Como assim sair abduzindo quem tá de boa no apartamento? 

[trilha] 

Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis com o Sandro. Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Detesto é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.