título: amor da vida
data de publicação: 26/01/2021
quadro: amor nas redes
hashtag: #amordavida
personagens: hélder e gislaine
TRANSCRIÇÃO
Déia Freitas: Oi, gente… Eu voltei. E voltei com historinhas. Gente, a história de hoje é a história do Hélder e da Gislaine. É o Hélder que me escreve.
[trilha]O Hélder ele trabalha um tempo embarcado, né? Ele trabalha numa plataforma de petróleo e um tempo em terra, então ele assim, ele meio que roda aí a América do Sul trabalhando, ele não fica fixo num lugar. — Então ele tá sempre viajando, isso é importante. — E a Gislaine, na época que ela conheceu o Hélder, ela trabalhava de atendente numa joalheria, assim, não uma grande joalheria famosa, mas numa loja de joias boas. E eles se conheceram porque o Hélder, de férias e aqui no Brasil, ele foi comprar uma joia, uma pulseira pra mãe dele, pra dar de presente. E aí a atendente era a Gislaine e eles se conheceram, e ali surgiu uma paquerinha e eles trocaram telefone. — A gente tá falando de uma época que ainda não tinha internet assim, lá pra, sei lá, por aí noventa e cinco? Mil novecentos e noventa e cinco? — Hélder e Gislaine se conheceram, começaram a namorar, ficaram super apaixonados e chegou a época do Hélder embarcar, então ele tinha que ir, deixar a Gislaine pelo menos temporariamente, né? E aí o namoro seguiria por carta, então a comunicação deles se dava basicamente por carta e por telefone.
No ano seguinte, o Hélder teve acesso à internet, estava começando e tal, então ele tinha um e-mail da empresa, só que a Gislaine não tinha acesso a nada, então não adiantava, porque ele não conseguia se comunicar com ela desta forma. Passaram uns oito meses assim, se falando por telefone, por carta e, no ano seguinte, ele voltou para o Brasil, né? Ele teve mais uma chance de vir para cá e eles namoraram mais um pouco, e aí chegou de novo a época dele embarcar, e a Gislaine cobrava dele assim, tipo, “Ah, a gente vai ficar só nisso, né? Que futuro a gente tem…”, e o Hélder na época tinha vinte e cinco anos e a Gislaine vinte, ele se achava muito novo pra assumir um compromisso tipo, ah, casar com ela e aí ele embarcava e ela ficava aqui, mas casada com ele, então ele meio que deu uma enrolada nela.
E aí mais uma vez o Hélder embarcou, né? Pra trabalhar, e a Gislaine ficou ainda trabalhando na loja. E eles trocavam cartas assim muito apaixonados, mas a Gislaine sempre na vibe de: “Qual será o nosso futuro?” e ele desconversando. Até que um dia ele mandou uma carta, — Ele mandava, ela respondia. Ela respondia, mas demorava um pouco. Mas chegava, enfim… — Até que um dia ele mandou uma carta e não teve resposta, e aí eles não se falavam todo dia por telefone, ele podia usar o telefone lá, tipo, no sábado. Aí chegou no sábado ele ligou e ele teve uma notícia que ele não esperava, o Hélder ligou na vizinha, porque a Gislaine não tinha telefone, a vizinha foi chamar lá na casa da Gislaine, só que quem veio atender o telefone foi a mãe da Gislaine, e a notícia que ela tinha pra dar para o Hélder não era boa. O contato que o Hélder tinha com a mãe da Gislaine era super pouco assim, ele conheceu a família uma vez que ele estava no Brasil e só, pessoalmente só, depois uma vez ele falou com ela no telefone no dia que a Gislaine tinha saído pra ir fazer um curso e a mãe dele veio atender o telefone. A mãe dela — Desculpa… — veio atender o telefone.
Então assim, ele tinha pouquíssimo contato com a sogra e ela foi curta e grossa, ela falou para o Hélder que a Gislaine tinha sofrido um acidente de carro e tinha morrido. — Assim, desse jeito — e que já tinha passado alguns dias e não sei o quê, e aí o Hélder em choque, né? Do outro lado com a notícia, desligou e ficou sem chão, sem saber o que fazer, tipo, a moça que ele amava, que ele trocava cartas estava morta. Não tinha como o Hélder fazer nada a não ser chorar, lamentar, porque ele estava embarcado e ele não tinha uma previsão ainda pra vir para o Brasil e não tinha licença, porque era só uma namorada, né? Então ele não ia conseguir uma licença do trabalho pra vir e ele ficou arrasado, arrasado, mal, a moça que ele amava estava morta.
Então ele nunca se recuperou assim, depois disso ele não teve namoradas mais sérias, ele se arrependia muito de não ter casado com ela. Quando ele não estava embarcado, ele ficava mais no Chile, então se ele tivesse casado com ela, ela estaria no Chile e não teria sofrido o acidente de carro, enfim… Ele pensava várias coisas e assim os anos foram passando. Ele pensando na Gislaine ainda, agora com muita saudade e arrependimento, e ele nunca conseguiu se firmar com ninguém, Hélder não se casou, não teve filhos e tinha uma namorada aqui, outra ali, mas nada sério, porque ele ainda pensava na Gislaine e se culpava, enfim… Foi uma coisa que ele não superou e também não procurou terapia, foi levando a vida. O Hélder já tinha sido promovido algumas vezes e ele não trabalhava mais embarcado, mas agora ele estava morando na Argentina, então ele trabalhava e morava na Argentina, então ele tinha a maioria das namoradas dele que eram de lá da Argentina e tal, mas ele tinha amigos do Brasil também, que trabalhavam com ele lá.
E aí um belo dia um colega de trabalho dele, brasileiro, casado com brasileira, falou que a irmã da mulher do cara estava na Argentina e o cara queria apresentar essa moça para o Hélder. Encontro marcado, marcaram na casa desse cara, né? Todos moravam na Argentina, essa moça chegou do Brasil e estava hospedada na casa desse colega de trabalho do Hélder, e o Hélder foi pra lá pra jantar e conhecer a moça, mas assim, com pouquíssimas expectativas, né? Ele tinha focado realmente a vida dele ali no trabalho. — Já era ali dois mil e seis, quase dois mil e sete. — E aí ele chegou lá e a moça estava no quarto lá terminando de se arrumar, e veio conhecer o Hélder, assim que ele bateu o olho na moça, ele achou a moça interessante assim, bonitinha e tal, mas não empolgou, mas a moça bateu o olho nele e falou: “Meu, não pode ser, não pode ser”. A moça, gente, era filha da vizinha da Gislaine. — Então lembra aquela vizinha que tinha o telefone? Ela tinha uma filha, na época a Gislaine tinha vinte, essa menina tinha uns doze, treze, era uma garota, uma criança, que estava com uns vinte e poucos agora. —
E ela era vizinha da Gislaine e reconheceu o Hélder. — Ela reconheceu o Hélder. — A cabeça dessa moça deu um nó na hora, ela ficou muito chocada, — Lógico que não rolou nada. — ela não ficou interessada no Hélder e também ficou quieta, não falou que ela era filha da vizinha da Gislaine, nada. — Não falou nada… — E a noite passou. Como ela tinha conversado muito com o Hélder durante aquela noite, mesmo que ela não tenha mostrado interesse, ela foi educada e conversou, ela tinha plena certeza que era ele e, na época, quando ela era criança, que ela tinha doze, treze anos, a Gislaine tinha muitas fotos do Hélder e quando eles se separaram, né? Que o Hélder ficou sabendo que a Gislene morreu, ela tinha muita foto dele, então todo mundo via ele nas fotos, né? Então ela não tinha dúvidas, era o Hélder. E ela pegou o telefone e ligou pra mãe dela. — E a conversa que se deu a seguir foi essa… — “Mãe, eu tô aqui na Argentina, na casa da minha irmã e eu encontrei o Hélder. Mãe, como assim eu encontrei o Hélder? Se você e a mãe da Gislaine disseram, na época, que o Hélder tinha morrido embarcado? Mãe, ele tá vivo, ele tá aqui, que história é essa?” — O que essa moça queria saber? Ela queria saber se a mentira tinha vindo do Hélder ou tinha vindo da mãe dela, que era vizinha, e da mãe da Gislaine. Por isso que ela não comentou nada com o Hélder, que se a mentira tivesse vindo do Hélder, ela já cortava ali, não falava mais nada, não contava pra ele, nada. Mas se a mentira tivesse vindo da mãe com a mãe da Gislaine aí ela tinha que esclarecer as coisas com o Hélder, né? Então ela queria saber, e ela ligou muito brava pra mãe dela.
E aí a mãe dessa moça acabou confessando que ela e a mãe da Gislaine tinham mentido, porque elas tinha um outro plano pra vida da Gislaine. E, detalhe: essa irmã casada com o amigo do Hélder também colaborou na mentira, então, quem sabia era a vizinha, — Que é a mãe dessas duas moças, sendo que essa mais nova não sabia de nada, essa que foi apresentada para o Hélder. — a moça — Que é casada com o amigo do Hélder também sabia — e a mãe da Gislaine. Então, assim, elas fizeram isso porque a mãe da Gislaine pediu ajuda, né? Porque elas queriam que a Gislaine se casasse com um outro cara. — Quem era esse outro cara? — Esse outro cara era o dono da joalheria que a Gislaine trabalhava, o cara era apaixonado por ela, mas assim, a Gislaine tinha vinte na época, o cara tinha quarenta.
Ele era apaixonado pela Gislaine, a Gislaine não dava muita bola pra ele, mas aí depois que ela ficou sabendo que o Hélder tinha morrido, ela estava mais fragilizada, né? A Gislaine. E ela acabou namorando esse dono da joalheria e se casando com o dono da joalheria. Então a Gislaine ficou muito bem de vida assim, o cara não tinha só uma joalheria, ele tinha outras e ela saiu da pobreza que nem telefone tinha na casa, pra uma pessoa rica e era isso que a mãe dela queria. E a vizinha colaborou, a filha da vizinha mais velha que era amiga da Gislaine, na época, que ela nem fez por mal e tal, mas achou que “Ai, esse cara aqui vive fora do país e não assume compromisso, é melhor ela namorar o cara que gosta dela, que tem uma estabilidade financeira” e assim foi feito, e o plano deu certo, né? — De alguma forma a Gislaine também se interessou por esse cara, por esse chefe aí e casou com ele. Então agora a filha mais nova da vizinha, — Mas vocês devem tá se perguntando até agora por que que eu não dei nome pra essa menina se ela é legal? — ela estava sabendo de tudo e era a função dela, né? De qualquer pessoa que preza aí a verdade e o amor, contar para o Hélder, né? — Eu contaria. — Mas ela contou?
Bom, agora essa moça mais nova já estava sabendo de toda a história e ela tinha que tomar uma decisão, a Gislaine estava casada com esse cara, dono da joalheria e tinha dois filhos, então ela ficou muito assim, mexida, de repente contar pra Gislaine e ela tinha ficado sabendo do outro lado da história, né? Que a mãe e a mãe da Gislaine tinham falado para o Hélder que a Gislaine tinha morrido, então ela podia esclarecer isso, né? Podia falar para o Hélder: “Olha, a Gislaine está viva” e contar tudo como foi, e podia contar pra Gislaine: “Olha, o Hélder tá vivo, você tá casada e tudo, mas você precisa saber”. Só que ela foi pedir conselho pra irmã mais velha, — Que também tinha participado da mentirada toda e era casada com o colega do Hélder — essa irmã mais velha ela nem tinha sacado que o Hélder era o Hélder… — Na época ela não se ligava muito nas fotos, não reconheceu, alguma coisa assim. —ela não ligou o nome à pessoa. E aí quando ela ficou sabendo, ela ficou chocada também, tipo, “Nossa, esse Hélder era aquele Hélder” e ela falou: “Olha, mana, eu acho melhor você não contar nada, deixa pra lá, a vida seguiu, parece que ele gostou de você… Por que você não tenta?” — Olha o que a irmã dela falou pra mais nova… Tentar alguma coisa com o Hélder e esquecer o assunto. —
E, gente, por incrível que pareça foi o que essa moça, filha mais nova da vizinha, fez. Ela não tinha se interessado na hora pelo Hélder porque ela ficou chocada de dar de cara com ele ali, aquele susto e tal, disfarçou bem, mas nem ficou pensando nele como uma paquera, mas depois que ela conversou com a irmã dela, ela falou: “Bom, as coisas já estão aí, já foram feitas assim, por que eu vou mexer?”, e ela viu que o Hélder era um cara bonito, apresentável, por que não, né? — Por que não tentar? —E aí foi isso que ela fez, ela tentou, o Hélder não tinha nada a perder também, tinha achado ela interessante e eles começaram um namoro. — Gente, a menina que podia ter esclarecido tudo, ela não falou nada e começou a namorar o Hélder. Simples assim, ela achou que ok continuar tudo do jeito que estava. — E mais dois anos nessa história. — Dois anos sem o Hélder saber que a Gislaine estava viva e mais dois anos sem a Gislaine saber que o Hélder estava vivo. Quase quinze anos disso já. — Mas aquela coisa, né? O Hélder ele, realmente, ele não tinha intenção de assumir um relacionamento sério com ninguém. —
Durou dois anos aí o namoro dele com essa moça, ela ia e vinha do Brasil, Argentina, tal, e eles terminaram. E terminaram porque o Hélder realmente não queria mais e essa moça ficou muito brava. E aí o que ela fez, gente? Ela brava, magoada, chamou o Hélder lá pra uma última conversa pra ver se ele voltava, ele estava irredutível, não queria voltar, não tinha acontecido nada demais, ele só tinha desencanado. E aí ela despejou toda a verdade no colo dele e ainda arrematou falando que, bem feito, porque ele nunca quis ficar com a Gislaine mesmo e que era um castigo pra ele… Pra vocês terem uma ideia do impacto disso no Hélder, a pressão dele subiu e ele foi parar no pronto-socorro, ele quase teve um piripaque, um derrame, um infarto, ele passou mal de verdade, fisicamente, passou mal, ele não acreditava no que ele estava ouvindo.
Depois de se recuperar fisicamente, porque o Hélder ficou mal mesmo, mal de saúde com essa história. — Porque pensa você ali, quase quinze anos achando que o amor da sua vida estava morto e estava vivo. — A Gislene estava viva. Quer dizer, ele ficou todo aquele tempo pensando nela, arrependido de um monte de coisa e ela viva. E agora ele sabia que ela estava casada e que ela tinha dois filhos, então piorou, né? Pra ele, mas ele estava irredutível, ele falou: “Ó, agora é época que eu posso pegar férias, já tô passando mal mesmo e eu vou atrás dela”. — Só que até aí ele tinha que descobrir mais coisas, né? E nessa, ainda bem, o amigo dele que era casado lá com a filha da vizinha mais velha acabou conseguindo arrancar lá da mulher dele informações de onde a Gislaine morava e o que ela estava fazendo. Ele pegou as informações que ele tinha e veio para o Brasil atrás da Gislaine, ele não queria saber se tinha filho, se estava casada, nada, ele queria aparecer na frente dela e queria olhar nos olhos da Gislaine e falar tudo que ele tinha pra falar. —
E assim o Hélder fez, ele veio para o Brasil, primeira vez que ele viu a Gislaine de longe ele passou mal de novo, fisicamente. — Tá meio fraco o Hélder. [risos] — Ele passou mal, mais dois dias ali, se recuperou e ele meio que seguiu ela, então ela ia, deixava as crianças na escola e depois ela voltava, mas era de carro, como que ele ia fazer? Ele ia aparecer na frente dela? E alugou um carro aqui no Brasil e, quando ela deixou as crianças na escola, ele foi atrás dela de carro, emparelhou, buzinou e a hora que ela viu, — Ela também passou mal — quase bateu o carro, quase acidente de trânsito, podia ter morrido dessa vez num acidente de trânsito real, Gislaine e ela estacionou muito trêmula, não acreditava. — Porque assim, quinze anos tinham se passado, mas ele estava mais ou menos com a mesma aparência, né? E aí ela estacionou o carro, ele estacionou o carro, ela desceu e ela só tremia, ela pálida, pálida e eles não conseguiram conversar direito, porque a Gislaine ficou muito nervosa na hora também e, assim chocada, e eles trocaram o telefone. Ela não conseguiu falar muito, ela não deu abertura pra ele dar um abraço nela, nada, ela ficou em choque, mas ele conseguiu o telefone dela. E aí no outro dia eles se falaram e marcaram um café.
Nesse encontro do café eles choraram muito, foi logo depois que ela deixou as crianças na escola, então ela tinha essa tarde aí pra conversar com ele e esclarecer as coisas, né? Eles choraram muito assim, e esta tarde acabou num motel, eles foram para um motel, a Gislaine aí sucumbiu [risos] ao prazer, não aguentou e foi com ele pro motel e traiu o marido com o Hélder. E, assim, pelo Hélder era ali, largou tudo, casou comigo, já era, agora a gente vai começar do ponto que a gente parou. Só que pra Gislaine não era bem assim. No outro dia que ele mandou mensagem, porque assim, ele não podia ficar mandando mensagem, SMS pra Gislaine toda hora, porque ela tinha o marido, tudo, né? Então eles combinaram um horário pra se falar e ele escreveu que ele amava ela e que ele estava pronto pra ficar com ela e, naquele dia ele não recebeu resposta. E aí não podia ligar pra ela nada, né? Eles ficaram juntos numa sexta, então aí passou o final de semana ele não podia ligar porque ela estava com o marido o tempo todo. Na segunda-feira ela mandou uma mensagem dizendo que tinha sido muito bom ter ficado com ele e que as coisas poderiam ser diferentes, mas agora ela estava casada e ela tinha dois filhos, ela gostava da família dela do jeito que estava e que não tinha um espaço pra ela mudar a vida dela naquele momento, e aí ela cortou relações com o Hélder, não quis mais saber dele.
Daí o Hélder de novo, passou mal, [risos] ficou mal, ficou arrasado, voltou para a Argentina, porque não tinha o que fazer, ela foi bem clara que ela não ia largar o marido dela, que ela não ia mudar a vida dela por causa dele. O Hélder me falou que foi pior pra ele saber que ela estava viva, ter dormido com ela, ter ficado com ela, visto tudo o que ele podia ter tido e depois não ter nada. Então que, pra ele, era melhor que ele não soubesse de nada, não tivesse vindo atrás dela porque ele ficou pior do que ele estava. Se antes ele tinha um relacionamento ou outro e não levava nada a sério, agora ele não tinha relacionamento nenhum, ele estava completamente amargurado e, assim, desencantado mesmo com o amor e com a vida. Ele trabalhava, fazia os cursos lá que a empresa exigia e só, não fazia mais nada da vida assim, ele estava bem mal.
Mais alguns anos se passaram aí e a vida, nTé, gente? em essa coisa de realmente chegar uma hora que alguém morre, né? E quem morreu? Quem morreu? Quem morreu? — Eu ia completar com o “antes ele do que eu”, mas é maldade, né? Mas é um ditado que tem aí. — O marido da Gislaine, o cara vinte anos mais velho que ela e tal, teve um piripaque lá do coração e morreu. Não tô aqui achando legal que ele morreu, mas foi para a história, foi uma coisa boa [risos] e… Aí ele morreu, e agora os filhos da Gislaine já estavam um pouquinho maiores, né? Poxa, o pai morreu, ela deu um tempo ali pro luto, o Hélder não ficou sabendo que o cara tinha morrido, ficou sabendo nada, ele não tinha contato nenhum mais com ela, de nada… E um tempo se passou, ela tinha contato ainda com a vizinha lá da mãe dela e tal, e ela acabou indo pra Argentina atrás [tom animado] do Hélder.
Aí o Hélder ficou sabendo que, na época que a Gislaine dormiu com ele, depois de casada e tal, ela também despirocou, também pirou numas de “Vou largar o meu marido joalheiro e ir embora pra Argentina com o Hélder”, ela chegou a conversar com o cara, só que o cara ameaçou ela, de tirar os filhos, deixar ela sem nada, deu uns tapas nela, bateu nela, sabe? Então ela ficou assustada com tudo isso, e aí o cara disse que perdoava ela pelo deslize, que ela acabou não contando também que tinha dormido com o Hélder, né? Só falou que tinha reencontrado. Então ela ficou com medo e aí ela resolveu falar para o Hélder se afastar, resolveu romper com medo de que acontecesse alguma coisa com o Hélder, porque o marido dela meio que não era assim flor que se cheire, né? Por isso também que ela deu esse corte.
E aí ela contou tudo para o Hélder, eles choraram de novo, passaram mal. — Ô casal que passa mal. [risos] — E aí ela foi morar com os filhos, levou os filhos para a Argentina e foi morar lá, inicialmente não foi morar junto com o Hélder por causa das crianças, né? Ela queria que as crianças acostumassem primeiro com o Hélder, aceitassem, porque o pai deles tinha morrido, né? Tinha ali um ano, um ano e pouco, mas aí deu tudo certo e eles namoraram e casaram. E hoje eles estão juntos, depois de tanto perrengue, gente, eu falei: “Hélder, pelo amor de Deus, se eu terminar de ler esse e-mail”… — Eu pensando comigo, né? Lendo a história dele. — “E não deu certo isso, eu não vou contar essa história”, porque é muita frustração pra gente, né? Mas no final deu tudo certo e finalmente… Finalmente eles estão juntos e vocês não acreditam, a mãe da Gislaine não gosta do Hélder até hoje. — A véia não gosta. — Não aceita, enfim… Mas aí também problema dela, né? Os dois estão bem, estão felizes e moram na Argentina, não é fofinha a história? Depois de tanto perrengue…
E aí finalmente é uma história com final feliz, que é raro, né? O pessoal precisa mandar mais história de amor com final feliz, gente. Manda pra mim, por favor. Um beijo, gente.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]