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título: analu
data de publicação: 01/06/2022
quadro: amor nas redes
hashtag: #analu
personagens: ana luísa

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história é contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Amor nas Redes. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeitos sonoros de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Intel Brasil. [marca sonora da Intel] Esse ano a Intel comemora 35 anos de atuação aqui no Brasil e aqui foi o primeiro escritório da Intel na América Latina. Já são três décadas e meia desbravando aí o mundo das tecnologias e ajudando a construir um futuro com mais diversidade, inclusão e inovação pra gente. A Intel — que é uma gigante de tecnologia — acredita que, sem diversidade, não há inovação. E por isso, hoje, a gente começa uma série de histórias sobre tecnologia e inclusão.

Em três episódios eu vou contar histórias sobre iniciativas parceiras da Intel que impactaram a vida de pessoas que não tinha  aí, até então, nenhuma familiaridade com coisinhas tecnológicas. E hoje a gente vai conhecer a história da Ana Luísa Bandeira, de Campina Grande na Paraíba. O projeto Cloud Girls nasceu da iniciativa de dois caras, o Francisco Edilton e o Danilo Alves. — E por quê? — Esses caras ali na comunidade de tecnologia e nos eventos que eles faziam, eles perceberam que, assim, o público feminino era muito, muito, muito, muito pouco, assim, era muito pequeno. E aí os dois conversando, falaram: ”Poxa, cadê as mulheres aqui e tal?” 

E eles resolveram conversar com aquelas poucas mulheres que tinham ali nos eventos, né? E perguntar o que eles poderiam fazer pra melhorar isso, pra trazer mais mulheres pra essa área de tecnologia. E a conclusão que eles chegaram é que eles deviam criar algo exclusivo para mulheres. E assim nasceu a Cloud Girls em 2017. E o que é essa iniciativa? O projeto Cloud Girls é um projeto que proporciona para as mulheres a possibilidade de se aperfeiçoar, de se recolocar no mercado de trabalho, de fazer networking e dar cursos… Tudo isso na área de tecnologia. — Um beijo aí para as famosas mulheres de T.I. Amo. [efeito sonoro de estalo de beijo] — 

E aí a Intel se tornou parceira do projeto Cloud Girls em 2020. E quem me falou sobre tudo isso foi a Bárbara Toledo, que é gerente de consumo e varejo da Intel e é uma das voluntárias no projeto. O papel da Intel dentro do projeto Cloud Girls é, justamente, acelerar o ingresso de mulheres brasileiras na área de tecnologia. — E como que a Intel faz isso? — Ela dá suporte por meio de mentoria… E é isso que a Bárbara Toledo faz. E aí foi ela que trouxe pra mim a história da Ana Luísa, né? Que foi uma história que deixou ela, assim, super empolgada e tal. E é isso que eu vim contar hoje para vocês, a história da Ana Luísa, que é uma mãe solo de uma bebezinha linda e que mudou totalmente de carreira depois que ela conheceu e participou do projeto Cloud Girls. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A história da Ana Luísa é uma entre as histórias de cem mulheres em sete turmas aí que já passaram pela Cloud Girls em cinco anos de história. — Então, quem é Ana Luísa? — Ana Luísa é uma moça muito simpática, mãe solo. — de uma bebezinha maravilhosa, que é a Maria Flor. — Há um tempo atrás, ela estava desanimada, ela vinha aí estudando para se formar em Direito e, ali, na cidade dela, ela não havia nem perspectiva de ter um estágio na área. E algumas primas da Ana Luísa já tinham feito aí essa transição de carreira, saído de outras áreas e ido para a área da tecnologia. E sempre ali falando pra ela: [efeito de voz mais fina] “Por que você não tenta, Ana? Vamos lá, vamos fazer alguma coisa nessa área”. E ela falava “Poxa, eu acho que eu não sou capaz, assim… Eu nem era tão boa de matemática. Eu, sei lá… Acho que não é pra mim”. A Ana Luísa estava ali no meio de um processo meio complicado, estava desempregada, desmotivada ali com a faculdade de Direito… A Maria Flor, bebezinha fofíssima, estava com cinco meses… Então a Ana Luísa estava ali, puts, num processo que ela estava muito angustiada.

E ela já estava num processo de depressão. E aí as primas dando aquela força e tal, falando: [efeito de voz mais fina] “Não, você tem que tentar… Dá uma olhada nesse link aqui, nesse curso aqui”. E, com isso, um belo dia ela estava ali no Instagram e o algoritmo sugeriu pra ela um post do projeto Cloud Girls. E aí ela começou a ler, ela falou: “Ai meu Deus, será? Será que eu participo aí desse processo seletivo?”. — Porque tinha um processo e nã nã nã, né? Até conseguir uma vaga. — E aí ela resolveu tentar… Foi lá, fez todas as etapas do processo e passou. E aí a Ana começou o curso ali, — a ter essa mentoria — só que ela tinha a bebezinha. Então ela tinha que fazer tudo que ela precisava fazer em relação ali o curso que ela estava tendo, com a bebê… E na casa dela só tinha um computador. Então, ela tinha que revezar ali com o irmão. — Que também estudava e também usava o computador. —

Então, pra conseguir assistir às aulas, ela colocava a imagem na televisão. — Espelhava ali na televisão — deixava a filha dela agarradinha nela ali, naquele sling — Aquele tecidinho ali que você passa em volta do corpo e põe o bebezinho — e ficava programando, gente… [efeito sonoro de digitação] Fazendo tudo que ela tinha que fazer de programação ali com a bebezinha junto, com a Maria Flor junto. Essa mentoria durou três meses e a Ana Luísa cresceu muito nesse curso, assim, e cresceu como mãe, como programadora, enfim… Como ela mesma diz, ela era a menina que jurava que não ia aprender a programar e hoje é professora de programação. E esse processo de mentoria, gente, ele exige muita dedicação, assim… Ele tem um conteúdo muito denso e tal… — E, gente, eu nem consigo imaginar, né? A gente está falando aqui de programar coisas e, assim, é realmente muito complicado. —

E mesmo sendo tudo muito difícil, muito denso… — Porque o curso tem que ser muito intenso mesmo. — O projeto e a Intel deram esse suporte pra Ana Luísa conseguir fazer tudo o que ela tinha que fazer dentro dessa mentoria com uma bebezinha de cinco meses… De cinco a oito meses ali, no colo. — Então, pensa, gente… — É um projeto realmente que é voltado para as mulheres e não é assim: “Ah, a gente tem esse conteúdo aqui e vocês são mulheres, vocês aprendem assim”, não… É levando em conta também todos os aspectos aí do que impacta a gente em todas as áreas, porque a gente sabe que é diferente, né? A gente tem outras mochilas… — Que eu chamo… Outras cargas mentais e até físicas, outras rotinas para acompanhar. — E com esse apoio — da Intel e do projeto Cloud Girls — a Ana Luísa conseguiu se formar e conseguiu tirar o máximo proveito dessa mentoria. E hoje ela é uma professora de programação, né?

A pessoa que não achava que a matemática não estava nem boa. [risos] — Amo… — E, assim, a Maria Flor virou o xodozinho, gente, da Intel, assim, e do curso. Ela é uma bebê linda… Tem uma foto dela aqui que ela está sentadinha com um monte de coisinha da Intel. Que aí, né? Ana Luísa ganhava os brindes e já dava ali de brinquedinho pra Maria Flor ir se distraindo enquanto ela programava. E assim é a maioria das rotinas das mulheres que são mães… E nem sempre mãe solo, viu? Às vezes mães com companheiros, mas que estão aí com todos os afazeres em cima delas. Então, a Ana Luísa vai falar um pouco agora pra gente como foi essa mentoria e como ela está agora na área de tecnologia. E, na sequência, a gente vai ouvir a Bárbara Toledo falando um pouco aí dessa parceria da Intel Brasil com o projeto Cloud Girls. E eu volto daqui a pouco. 

[trilha]

Ana Luísa: Olá, eu sou a Ana Luísa, tenho 23 anos, sou de Campina Grande, na Paraíba. Sou mãe solo de uma bebezinha de um ano e quatro meses, chamada Maria Flor. Minha história com Cloud Girls começou em julho do ano passado, né? Eu venho de outra área e, quando a minha filha nasceu, eu me vi sozinha com ela, finalizando um curso que não estava mais me agradando tanto, até porque a área de direito aqui na minha cidade não é muito… O mercado não é muito atrativo, né? Eu me vi cheia de dúvidas e um pouquinho sem norte sobre o que fazer pra mudar minha realidade… Poxa, eu estava com uma criança totalmente vulnerável, que dependia de mim, estava desempregada, né? Enfim, fiquei meio que. desesperada, sem saber o que fazer. 

Minhas primas, que já haviam migrado pra TI falaram: “Poxa, Lu, tenta… Tenta se qualificar, porque o mercado está muito aquecido”. Foi quando eu comecei a procurar alguns programas, cursos e eu fiquei sabendo de programas de incentivos para o ingresso de mulheres na área de tecnologia. E aí eu comecei a buscar, comecei a buscar por essas iniciativas… E eu digo muito que foi sorte minha, porque o algoritmo do Instagram me encontrou, né? Eu conheci o Cloud Girls através de uma publicação que apareceu aleatoriamente no meu feed. Eu fui atrás, né? Entrei na página da comunidade, comecei a pesquisar sobre, me interessei e fiquei de olho, né? Quando abriu a turma sete, eu me inscrevi logo, mas eu não estava com muita fé que iria passar, eu não me sentia capaz. 

Eu achava que a área de tecnologia era uma área voltada para pessoas muito tops, assim, muito boas em matemática… E eu nunca fui desse tipo de pessoa. Eu era aquela aluna que tinha um pouquinho de dificuldade pra compreender, pra fazer os cálculos, enfim… [risos] E aí eu não me sentia capaz, né? Achava que tinha que ser muito nerd em matemática, mas eu pensei: “Por que não? Por que não tentar?”. Eu fui aprovada nos testes, né? Eu passei por três testes, passei pelo teste de lógica, passei pelo teste comportamental e passei também no teste de vídeo. É um processo muito concorrido, né? Na minha seleção eu concorri com mais de três mil mulheres incríveis, então eu fui muito, muito abençoada por conseguir entrar na turma. 

Tive a oportunidade de ter mentoria com a Carol Campos… Eu tinha muita dificuldade em relação à minha gestão de tempo e a Carol me deu dicas valiosíssimas em relação a isso. Eu não poderia deixar de mencionar um evento que o Cloud Girls faz com a Intel, que é o “I am Remarkable”, né? Ano passado eu tive o prazer de conhecer a Carol Prado e foi um momento extraordinário de autoconhecimento… Encarar e olhar pra dentro, enxergar que sim, somos extraordinários, somos mulheres incríveis, competentes, que podemos estar onde nós queremos estar. E, nesse evento, a gente tem vários momentos de indagações que nos ajudam a enxergar em nós mesmas essas qualidades, né? Esses pontos que, muitas vezes, a gente deixa de lado… A gente nem sabe que tem. Quem vê de fora consegue enxergar nossos pontos fortes, nossas qualidades… 

Muitas vezes nós somos muito duras consigo mesmas e a gente meio que tem a tendência de não acreditar no nosso potencial, né? É como se a gente não merecesse estar nesse lugar de prestígio. E esse evento, esse momento que as meninas da Intel fizeram com as meninas da Cloud Girls foi incrível. Foi um momento incrível de auto aceitação, de empoderamento, de sororidade… Um momento de escuta que me trouxe muitos benefícios, né? Eu era muito insegura antes da mentoria e, ao longo desses três meses, houveram muitos momentos como esse, em que eu escutei muito das meninas que eu era capaz, que eu poderia estar onde eu quisesse estar, que eu ia conseguir ter o meu lugar aí de prestígio, eu ia conseguir me encontrar profissionalmente e isso foi muito bom pra mim… 

Porque eu passei a acreditar no meu potencial, né? Eu passei a acreditar que sim, o meu lugar era onde eu quisesse. Existe uma frase da Carol Pinheiro que eu amo, que ela fala “ninguém segura uma mulher segura”. Tomei posse dessa frase e junto de todos os momentos que eu vivi na mentoria, eu comecei a me sentir capaz, eu comecei a me sentir empoderada. Eu me senti pronta pra aprender, a aprender um novo conhecimento que antes eu achava que seria impossível, né? Eu comecei a estudar programação e eu comecei a entender os códigos. Isso foi libertador pra mim, porque depois que eu me vi entendendo um código, eu me vi escrevendo um código, desenvolvendo um programa, eu disse: “Poxa, se eu tô aqui, se eu estou conseguindo, ninguém me segura mais, eu posso aprender o que eu quiser”, e tem sido assim desde então. 

Nada disso seria possível, em primeiro lugar, sem as mentoras que têm esse trabalho belíssimo, voluntário, de entrega, de dedicação, de cuidado… E também as nossas parceiras, as empresas parceiras que abraçam e dão todo o suporte a todas as meninas que passam pelas nossas turmas, né? O Cloud Girls ele é o maior [meetup] de cloud do mundo, e ele é formado só por mulheres… A gente discute sobre vários pontos, várias temáticas interessantes na área da tecnologia, tirar dúvida das meninas, eventos pra falar um pouco sobre como são as carreiras, como é trabalhar nas empresas de tecnologia… E a gente traz muita mulher legal pra dar seu depoimento e, uma dessas empresas, é a Intel, né? Intel e Cloud Girls é uma parceria incrível. Temos muito orgulho de fazer parte dessa família e de poder nos inspirar nas mulheres incríveis que trabalham com vocês. 

Então, muito obrigada pelo convite, muito obrigada por abrir esse espaço pra eu falar um pouquinho sobre a minha trajetória. Hoje eu estou totalmente inserida na área de tecnologia e eu consegui finalmente mudar minha realidade e a realidade da minha filha. Vamos lá, galera, mulheres, acreditem no potencial de vocês. Vocês podem sim chegar onde quiserem, porque ninguém segura uma mulher segura. 

[trilha]

Bárbara Toledo: Meu nome é Bárbara Toledo, sou gerente de consumo e varejo da Intel Brasil. O Cloud Girls é uma iniciativa brasileira que se tornou o maior [meetup] de cloud do mundo e é exclusivo para mulheres. Uma iniciativa incrível pra ajudar no processo de equidade de gênero na área de tecnologia. Eu ouvi falar sobre a Cloud Girls pela primeira vez, provavelmente por volta de 2017. Uma colega que trabalhava na área de tecnologia me disse: “Você precisa conhecer o Cloud Girls”, mas na época minha filha era pequenininha, eu estava cheia de projetos e não consegui comparecer a nenhum evento presencial. Mas ela me contou coisas incríveis sobre o projeto e ficou na minha listinha de vontade de coisas pra fazer. 

No final de 2019, por intermédio da Carol Prado, que é a nossa líder de diversidade e inclusão aqui no Brasil, aconteceu um encontro com o Danilo e a Ju Fernandes, que são coordenadores do Cloud Girls. Foi um bate papo super gostoso, a sinergia foi imediata… A gente percebeu que nós tínhamos o mesmo objetivo e que tinha muita oportunidade de trabalharmos juntos. A partir desse encontro, começaram a surgir ideias de como nós poderíamos trabalhar juntos e também de forma remota. Foi daí que surgiu a oportunidade de trabalharmos como mentoras de soft e hard skills dentro das diferentes turmas de mentoria do Cloud Girls e também de organizar eventos online, aproveitando que estávamos todos em casa e que poderíamos nos juntar, independente da localização. 

Nós sugerimos que o Danilo conversasse com a Gisele, que era a nossa diretora geral aqui no Brasil na época. E ela retornou pra gente dizendo que o bate papo tinha sido incrível, que ela tinha se emocionado com as histórias do projeto e que estávamos prontos pra começar a trabalhar juntos. Foi uma oportunidade incrível de juntar mulheres de diferentes áreas da Intel pra contarem um pouquinho sobre a sua história e angariar mais mulheres a fazer parte da mentoria do Cloud Girls. O objetivo do Cloud Girls é acelerar o ingresso de mulheres na tecnologia e esse também é o objetivo do “WIN”, do [Woman at Intel Network], o grupo de afinidade da Intel pra equidade de gênero, que eu tenho o prazer e a honra de coordenar aqui no Brasil. 

[trilha]

Déia Freitas: Pra Intel, toda voz é importante e é preciso ouvir e agir pra fazer aí a mudança acontecer. A Intel investiu 300 milhões de dólares pra acelerar a diversidade e a inclusão…E isso não foi tudo investido apenas na Intel, mas em todo o setor de tecnologia. Gente, eu vou deixar todos os links aqui na descrição do episódio, vai ser muito legal… Estou empolgada. É isso, gente, um beijo. Tamo junto, Intel. E até breve. 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.