Skip to main content


título: anfitriã
data de publicação: 22/09/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #anfitria
personagens: samuel, arial e mayara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]


Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. E hoje eu vou contar para vocês as histórias do Samuel e sua turma. — Essa história é muito, muito recente, tá? — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]


Samuel resolveu alugar uma casa de frente para o mar, assim, sabe? — Casa assim luxuosa… — Para comemorar aí os seus 30 aninhos. Eles dividiram assim: Samuel alugava a casa e os amigos levavam as comidas e as bebidas. Essa casa que o Samuel alugou, ele alugou pelo PôneiBNB, casa super confortável, super bonita, que comportava seis pessoas, assim, de maneira muito confortável mesmo. No total, eles estariam em sete pessoas, algumas Pessoas chegariam na sexta e iriam embora no sábado. Outras chegariam no sábado e iriam embora no domingo. Tudo pronto, Samuel saiu na sexta-feira com duas amigas: o casal Ariel e Mayara.

Samuel pegou ali Ariel e Mayara e, na hora do almoço, na sexta-feira, eles rumaram aí para o litoral. Acontece que a previsão era de chuva, de chuva pesada… Não importava, a casa era muito legal, Samuel estaria ali com seus amigos para comemorar seu aniversário, isso que era importante, não só a praia… Ariel, Mayara e Samuel chegaram ali na casa e, assim que eles chegaram na casa, eles já foram se acomodando nos espaços. Guardaram as compras ali na cozinha, escolheram os quartos e logo em seguida chegou um outro casal aí de amigos de Samuel, esse casal iria embora no sábado e aí no sábado chegariam duas amigas do Samuel. A casa era fabulosa, assim, ficava dentro de um condomínio com casas exatamente iguais, mas todas muito bonitas, porque aí cada morador dá o seu toque na casa, enfim, coisa de luxo, gente, coisa fina. 

Por ser baixa temporada e ter aí uma previsão de chuva, o condomínio estava vazio… As casas vizinhas, tanto de um lado quanto do outro, estavam vazias. Todo mundo se acomodou ali naquela casa linda e a galera falou: “Vamos aproveitar que não está chovendo, vamos para a praia”, só que Ariel, que tinha passado um pouco mal ali na viagem, falou: “Gente, eu vou ficar aqui, vou ficar aqui na sala, dar uma descansada. Vocês vão lá, vão curtir a praia, que eu vou ficar por aqui”. Enquanto Ariel estava descansando, ela teve a impressão de que ali na sala, atrás dela, por umas duas vezes, alguém passou… O que ela pensou? “Galera entrando e saindo da praia”, casa de frente para o mar, ali pertinho, então sei lá, você esquece uma coisa, você volta… Ela achou que fosse isso, né? O movimento ali do próprio pessoal, entrando e saindo da casa. Ariel descansou um pouco, levantou e falou: “Vou preparar aí uma comidinha para a galera… O pessoal vai voltar com fome da praia, já come alguma coisinha”.

O pessoal voltou, eles ficaram conversando animadamente ali na cozinha, comendo coisinhas, preparando coisinhas, uma alegria… Quando, de repente, eles escutaram um “psiu”… Esse “psiu” estava mais perto ali da Mayara e da Ariel… Esse “psiu” rolou de novo, só que mais longe, parecia que agora vinha de fora da casa, do lado do muro. Então, será que a conversa deles estava muito alta? Sei lá… Não tinha vizinho, as casas dos dois lados estavam desocupadas e, atrás, tinha um terreno baldio. Então, não era não podia ser barulho. Um dos amigos ali do Samuel — que a gente pode chamar ele de “Dan” —, ele falou: “Poxa, agora que vocês comentaram isso, eu senti um cheiro, não sei, de cigarro, de charuto, não sei, é estranho”, mas não tinha ninguém também nas casas do lado e eles ali não estavam fumando nada, enfim, foram dormir… No dia seguinte, o Dan disse que ouviu gritos durante a noite. 

O Samuel, por outro lado, que estava em outro quarto, disse que ouviu vários assobios, assim… E a Ariel continuava sentindo presenças na casa. Era mais forte na cozinha e nos banheiros. Uma vez, ela sentiu alguém tão assim perto dela na cozinha e não tinha ninguém, que ela falou: “Gente, eu tô ficando maluca?” e perguntou para a galera ali e todo mundo falou: “Não, a gente não entrou na cozinha”. No outro dia, chuvinha, eles ficaram ali jogando, jogo, conversando, lendo, Mayara estava sentada, lendo um livro, quando, de repente, ela ouviu no seu ouvido: “moça”… Como todo mundo continuou jogando, fazendo suas coisinhas, a Mayara só escutou aquele “moça” e ficou quieta… Tanto Ariel quanto Mayara quanto Samuel, eles são religiosos do candomblé. — Eu acredito, e foi isso também que me foi dito por eles, que eles não ficaram com tanto medo, né? Eles acreditam nessa questão de entidades, enfim, podia ser alguma manifestação. Eu, naquele primeiro “psiu” já estava lá na rodoviária esperando meu ônibus para voltar, mas eles ficaram ali de boa. —

Quando chegou o domingo que eles iam embora, Ariel, que foi quem sentiu as presenças assim mais fortes, fez questão de falar em voz alta: “Olha, estamos indo embora… A gente só ficou aqui no final de semana, estamos entregando a casa a seu dono”, sabe assim? Dizendo: “Olha, está tudo bem, pode ficar aqui que a gente está indo embora”, já pensou se alguém responde: [risos] “opa, valeu”? [risos] Deus me livre… E o engraçado é que as meninas não comentaram tanto dessas coisas que aconteceram porque as outras pessoas que estavam lá não eram religiosas, né? Então vai que você assusta alguém… Assim que elas entraram no carro, a Ariel, a Mayara, junto com o Samuel, aí eles resolveram comentar porque ali estavam os três religiosos e eles podiam falar das coisas que aconteceram na casa. E a conversa na volta no carro foi ali eles tentando saber o que seria que esse espírito estava procurando, o que era aquilo… Depois o Samuel conversou com todo o grupo, porque todo mundo, de alguma forma, tinha sido afetado por algo sobrenatural na casa, né?

Que fossem gritos ou sussurros, alguma coisa ali ou aquele “psiu”, né? As presenças que Ariel sentiu tão forte, sempre perto dela, sempre atrás dela e ele falou: “Gente, será que eu deixo uma avaliação no PôneiBNB dizendo disso, né? Que essa casa, por mais linda que seja, de frente para a praia, ela é mal—assombrada?” e chegaram ali um consenso que não, e Samuel deixou uma avaliação neutra, mas ele resolveu mandar uma mensagem para o proprietário da casa, alertando… Mandou uma mensagem muito leve falando: “Olha, então… Oi, Seu Mauro. Eu fui com os meus amigos para a sua casa, muito bonita, foi tudo bem, assim… Só que tem uma coisa: a gente sentiu uma presença na casa. Não sei se o senhor é um homem de fé, se o senhor acredita em alguma coisa, mas seria prudente se o senhor procurasse alguém, né? Da sua confiança, para poder dar um encaminhamento àquela alma que está lá, né? Porque tem alguém na casa. Um abraço”. [risos]

Se sou eu, já falo: “Queima a casa”. [risos] Gente, o que você, proprietário de uma casa, responderia se você recebesse uma mensagem dessa, né? Se você acredita nas coisas, você fala: “Putz, vou ter que mandar alguém lá”, se você não acredita, você fala: “Agora mais essa, né?”, eu acho que eu seria dessa de falar: “putz, mais essa”. Qual não foi a surpresa do Samuel quando a resposta veio num áudio do proprietário da casa… “Ô, Samuel, tudo bom? Olhei aqui, muito legal, viu? Que bom que vocês gostaram… Ah, eu tenho certeza que essa presença que vocês sentiram aí é a minha mãe. Ela morreu na casa. O que vocês acharam? Vocês gostaram dela? Ela gostou de receber vocês na casa?”. [risos] Gente, como assim? Vamos dar um nome para essa senhora? “Dona Elvira”. Galera, ali que foi para casa chegou à conclusão que sim, que Dona Elvira gostou deles, porque o tempo todo ela tentou interagir… 

Eu acho que aquele “psiu” então nem era para ficar quieto, era tipo um “Ei, posso conversar com vocês?” e agora e os gritos? Porque também rolou gritos… E o charuto? Será que tinha mais gente com ela lá? E o Samuel teve a impressão, e pelo áudio que eu também ouvi, eu também tive essa impressão, que aquilo não foi novidade para o Seu Mauro, que ele sabe que Dona Elvira, sua mãe, está naquela casa, e ele aluga essa casa toda semana no PôneiBNB, então Dona Elvira toda semana tem companhia. Agora, se você sabe que a sua mãe está assombrando um lugar, tudo bem, era a casa dela, né? Ela morreu ali, enfim, você não vai querer dar um direcionamento? Você só vai falar: “Ê, mãe… Ela gostou de vocês? Vocês gostaram dela?”. [risos] Gente… [risos] E essa história não é antiga, é história tipo, sei lá, se tiver um mês, sabe? É uma história recentíssima. Ou seja, Dona Elvira tá lá, se você alugar uma casa na praia de frente pro mar, de luxo, onde todas as casas são iguais, assim, aquelas mansões, né? De condomínio, assim, provavelmente eram casas antigas que foram reformadas, enfim, Dona Elvira morreu lá, tá lá de frente pro mar, esperando a sua visita. O que vocês acham? 

[trilha]


Assinante 1: Oi, nãoinviabilizados, aqui é a Fernanda de Florianópolis. E, assim, eu tô rindo até agora da história da Dona Elvira, ela só queria interagir. Eu achei muito engraçada a resposta do anfitrião no PôneiBNB, porém fiquei preocupada, né? Afinal, é uma alma que ainda não conseguiu descansar, provavelmente, e quer usufruir das amizades terrenas aí, né? Que vão alugar e tudo mais. Assim, fiquei de cara que ele não fez uma limpeza energética e trata isso como se fosse tranquilo, o que não é, né? Mas eu espero que a Dona Elvira descanse, que ela possa tomar um chazinho dela no céu, onde ela acredite que possa estar e é isso, espero nunca, lugar esse PôneiBNB, vou ficar de olho aqui pela região, viu? Abraço. 

Assinante 2: Oi, nãoinviabilizes, aqui é a Flávia de Belo Horizonte. Deus me livre, eu tenho hábito de alugar coisas no PôneiBNB e ainda bem que são apartamentos, porque se fosse uma casa na praia, eu já ia cancelar. Não sei quem que tá mais doido, se é o dono da casa que fez a mãe de hostes, e lógico que Dona Elvira tá chamando a galera do astral para também ficar hospedado, porque teve assovio, teve grito, teve ranger de dentes, né? [risos] Olha, não sei nem o que dizer, sabe? Eu morro de medo de fantasma e ouço Luz Acesa para ver se eu perco medo, mas quero deixar registrado tenho ficado mais acordada do que nunca. [risos] Ai, Deus me livre… Nossa, não consegui imaginar. Enfim, né? Pelo menos tem uma anfitriã gente boa, porém morta. Sei lá…

[trilha]

Déia Freitas: Comentem lá nosso grupo Telegram, sejam gentis aí com Samuel. — E com Dona Elvira. — Um beijo e eu volto em breve. 


[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]