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título: atarefada
data de publicação: 04/09/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #atarefada
personagens: laura e willian

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje de novo é Chás Leão. — Sim, eu sou muito fã… — O Chás Leão te convida para fazer aí pequenas pausas no dia a dia para que você consiga voltar no pique para seguir com as suas tarefas de rotina. — Minha sugestão, tá? Como eu faço? Eu faço uma garrafa térmica de chá, o meu preferido é o Matte Leão, faço uma garrafa e vou tomando durante o dia. Descanso cinco minutinhos com aquele copinho de chá quentinho… E, no verão, geladinho. Amo… — Para cada momento e para diversos gostos, encontre o Chá Leão perfeito… O tradicional Matte Leão — meu chá — pronto para beber ou em sachê, ervas básicas como capim cidreira, maravilhoso… O cheiro, gente, sensacional… O preparo em água gelada e muitas outras formas aí, você escolhe o jeito de fazer o seu Chá Leão. 

Chás Leão, é bom para o meu momento. #ÉBomParaOMeuMomento, seja no passeio diário com o pet, lendo um bom livro, com os filhos depois da escola, para receber os amigos, após um banho gostoso… — Ai, gente, adoro tomar chá, depois que eu tomo banho… Já saio quentinha, tomo chá quentinho, amo… — Para cada momento de pausa, Chás Leão. chasleao.com.br. — Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a historia da Laura, então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Laura ela é casada há 15 anos com o Willian. Eles se casaram e foram morar aí fora do Brasil e, assim, construíram uma vida inteira fora, né? Eles tiveram filhos e lá eles vivem até hoje. Não vou falar aqui o país, mas vamos colocar aí que seja Espanha. [música animada] Quando eles se mudaram, a Laura estava esperando um bebezinho e, assim que o bebezinho nasceu e tinha lá seus três meses, o William foi transferido, então lá foram eles mudar de estado dentro do mesmo país. E lá chegando, Laura percebeu que, digamos assim, todo mundo falava espanhol, mas tinha tipo um outro dialeto… — Era quase como se ela tivesse que aprender o espanhol de novo. — A Laura ficava sozinha com o bebezinho… Quando o bebezinho completou um ano, a Laura teve a surpresa da segunda gravidez. Laura e Willian passaram aí essa segunda gravidez da Laura em total solidão.


Primeiro que eles tinham mudado de estado e não conheciam ninguém, segundo que William precisava trabalhar, ele trabalhava fora nessa época, a Laura tinha que ir nas consultas de pré—natal, tudo sozinha… Terceiro que ela tinha muito enjoo, então, nossa, ela tinha que tirar forças ali de onde não tinha pra cuidar do bebezinho que ela já tinha de um ano e ainda cuidar de todas as tarefas de casa e tal. Tinha dias que ela não conseguia… Por exemplo, ela estava de oito meses já de gravidez, ela não conseguia mais segurar o bebezinho no colo, então ela colocava ele de cavalinho… Aquele barrigão na frente mais o bebezinho de um ano e pouco ali nas costas da Laura. — E, assim, aqui a gente não está falando de um cara que não dividia as tarefas de casa, né? — O Willian dividia as tarefas com a Laura, mas a Laura era muito atarefada ainda, mesmo assim dividindo, era muito pesado a rotina ali que ela cumpria todo dia. O segundo menininho nasceu [efeito sonoro de bebê chorando] e agora eram dois menininhos… E era como se eles tivessem gêmeos… Eram dois berços, os dois bebês trocavam as fraldas ao mesmo tempo, se alimentavam ao mesmo tempo… — E esse era um jeito também que a Laura encontrava de trazer um pouco de ordem ali naquele caos, dar uma estabilizada na rotina. — E os dois bebezinhos choravam ao mesmo tempo e adoeciam também ao mesmo tempo. Então, para a Laura, que ficava mais em casa com eles, era mais tenso, né?


Até que um dia, a Laura falou: “Bom, o maiorzinho já tá aí com seus dois anos e pouco, o menor já tá com um ano e pouquinho, acho que já dá pra eu voltar pra academia. Pelo menos eu faço um pouco de exercício, vejo um pouco de gente”. — E qual era o diferencial dessa academia? — Essa academia tinha uma creche lá, então a Laura podia deixar as crianças na creche da academia e voltar depois pegar os bebês, né? Só que assim que ela começou ali os exercícios na academia, o pessoal da creche já foi lá chamar a Laura, porque os bebês choravam sem parar. Então, naquele primeiro dia, a Laura já não conseguiu fazer os exercícios e ela pegou os dois bebês ali, com o bebezinho menor no colo, o maiorzinho não queria ir andando… Ela teve que ficar ali com os dois bebês nos braços, porque o pequenininho ficava puxando a Laura e tal, pedindo colo. Até que ela viu um banco — ali mesmo no corredor da academia, as duas crianças chorando — e Laura sentou com as duas crianças, as duas de frente para ela ali e Laura chorou… Mas chorou muito. [efeito sonoro de pessoa chorando] Chorou sentido. E quanto mais ela chorava, mais as crianças choravam também. Até que um frequentador da academia chegou perto e perguntou se a Laura precisava de ajuda, alguma coisa, mas como ela também pedia ajuda para um estranho, um completo estranho? Então ela agradeceu ali, chorou mais porque enfim, alguém oferecendo ajuda, mas ela não podia aceitar e ela ficou uns dez minutos ali chorando com as crianças e pensando no quanto ela estava atarefada e sobrecarregada e tal.


E, no meio dessa loucura de cuidados com a casa, de dois bebês pequenos, sem conseguir fazer exercício, a Laura precisava de uma rotina que fosse diferente de só cuidar das crianças. Então a Laura resolveu voltar a trabalhar, porque ela precisava sair de casa. A Laura arrumou um emprego num aeroporto… Só que o horário dela de trabalho era das três da manhã às três da tarde. Ela tinha esse trabalho durante três dias na semana e, para que ela conseguisse fazer esse trampo e tal, o Willian — marido dela — começou a trabalhar de casa e aí era ele que cuidava dos meninos enquanto a Laura trabalhava e quando ela chegava em casa, exausta, ele ficava ainda com os meninos para que ela pudesse dormir um pouco, né? E o William também se virava entre o emprego e as crianças, várias vezes ele fez reunião ali com uma das crianças no colo, né? Ele nunca se opôs a absolutamente nada. Então, foi a Laura que escolheu primeiro não trabalhar e ficar em casa com as crianças e depois foi a Laura também que decidiu voltar a trabalhar… E ele sempre apoiando. 


Tava na cara que esse emprego no aeroporto não ia dar certo, e aí a Laura saiu, mas ela queria ainda trabalhar em algo… E a Laura resolveu abrir uma micro empresa de doces brasileiros, assim, uma coisa mais gourmet e tal… — Delícia, hein, Laura? — Só que aí ela tinha que fazer tudo sozinha. Então, desde a criação até a execução das receitas, as caixas das encomendas, ela confeccionava as caixas com papelão e cartolina, porque comprar pela internet era caro, então ela fazia as caixas e foi a Laura que criou a marca, o logotipo, as etiquetas… — Tudo muito no capricho, mas tudo sozinha, né? — E ela não tinha dinheiro pra contratar uma ajudante, nada. Então, o William se dividia entre o trabalho dele e o cuidado com os meninos, enquanto ela fazia tudo ali da marca dela de doces e também revezava no cuidado das crianças. Com os dois em casa, Laura e Willian, eles aprenderam ali a adaptar a rotina deles de trabalho, com a rotina da casa e com as crianças… E as crianças crescendo naquela dinâmica, elas passaram a ficar mais colaborativas. Então agora o Willian já tinha também um segundo trabalho, ele dava aulas remotas ali numa universidade local e, enquanto um dava aula, o outro dava a janta, enquanto um fazia caixa de doce, outro dava almoço e assim eles iam levando. E as crianças — ai, que belezinha — elas aprenderam a falar num tom que era de voz de restaurante, então elas podiam brincar baixinho e falar baixinho enquanto os pais estivessem ali numa reunião ou dando uma aula online, enfim…


Laura teve mais uma bebezinha, agora uma garotinha… — E agora eles eram em cinco. Então, se antes um podia cuidar de cada criança, agora a conta não fechava mais, mas tinha que fechar porque tinha uma bebezinha. [risos] — E a bebezinha nasceu bem no começo da pandemia… — Passou o primeiro ano da pandemia inteiro dentro de casa. — Nessa época, Laura precisou fechar a empresa de doces online, mas ela falando cinco idiomas, ela começou a dar aula online, montou um canal online pra dar aulas e, enquanto isso, tinha ali que cuidar dos bebês, agora os meninos já estavam com 5 e 3 anos. — Então assim, sempre uma rotina muito puxada e sempre a Laura ali muito atarefada. — Achando ainda que estava pouca tarefa, né, Laura? [risos] No fim da pandemia, a Laura resolveu voltar a estudar e começou um mestrado. Ela também reabriu a microempresa de doces brasileiros e ainda resolveu que ela ia fazer as unhas das brasileiras… — Então, ela ainda virou manicure… Ê, Laura… —


A Laura, apesar de muito atarefada agora, continuar muito atarefada, agora dinâmica é outra, eles estão agora com os meninos com nove e sete anos, a menininha com quatro, então eles estão maiores, eles fazem natação, música, futebol, ginástica… Os meninos têm um horário de escola, a menina tem outro e ainda assim nunca mais a Laura ficou daquele jeito que ela ficou, exausta mentalmente, fisicamente, como ela ficou aquele dia na academia, que ela sentou e chorou, né? — Que aquilo foi um acúmulo de tudo o que ela estava passando e tal. — Quem conhece a Laura fala que ela é uma potência, assim, que é impossível dar conta de tudo o que ela faz sem ajudante, sem a família por perto, porque é só ela e o Willian, né? — Eles estão em outro país… — E a Laura confessa que às vezes ela sonha com a possibilidade de mandar os filhos para casa dos avós, [risos] sabe assim? Mas ela acha que aí o tempo passa muito rápido e que agora que ela tem que ficar com as crianças, que daqui a pouco elas crescem e vão embora por conta própria, né?


Hoje a Laura e o Willian já conseguiram fazer amizades nesse país que eles estão e a Laura, além de tudo que ela faz, ô mulher atarefada, ela ainda organiza as festas do grupo de amigos e tal e organiza todos os chás de bebê, revelação, chá de panela… [risos] — O que é isso, Laura? [risos] Pelo amor de Deus… A Laura ama juntar as pessoas e fazer evento, enfim… Meu Deus, que rotina frenética, né? — E o Willian a Laura diz que ele é super parceiro e realmente ele divide ali as tarefas com a Laura. — O que dá pra ele fazer? Porque já vimos aqui que Laura pega muita coisa também que só ela consegue fazer… O mestrado é só ela, fazer a unha do pessoal é só ela… É ela que pega os chás de bebê, as coisinhas para resolver. [risos] Ê, Laura… — E o casal também aprendeu a ter uma rotina de descanso pra eles. Então as crianças, religiosamente, 21 horas eles já estão dormindo e é a hora que o William vai jogar um pouco de videogame, a Laura vai fazer as próprias unhas, vai assistir uma série ou eles assistem um filme juntos e tal… Então, esse é o momento do casal após as 21 horas. [risos]


Depois de um tempo a Laura insistiu mais algumas vezes, deixando as crianças lá aos pouquinhos e agora ela consegue ir pra academia e deixar as crianças lá na creche sem problema, as crianças ficam de boa. — Agora são três para deixar na creche. — A Laura e o William eles também fazem muitos exercícios de respiração e meditação e a Laura diz que isso ajuda muito a não pirar, assim, e conseguir dar conta de tantos compromissos. —Eu sempre achei que isso fosse uma bobagem, estou falando aqui sinceramente, só que agora que eu tenho que lidar com a minha voz e, enfim, cuidar desse lado e eu tenho que estar com a cabeça boa pra me concentrar e gravar, eu aprendi um exercício de respiração e vou dizer, gente: Funciona… Funciona muito. Então a Laura é atarefadíssima, mas agora ela respira. [risos] Então é isso que eu quero deixar aqui para vocês. Respirem. —

[trilha]

Assinante 1: Olá, Não Inviabilizers, oi, Déia, aqui é a Carol do Rio de Janeiro. Eu poderia tranquilamente ser a Laura… Eu tenho dois filhos também, sendo um meu filho de 7 anos e a minha avó de 93, eu cuido dos dois sozinha, dou conta da casa sozinha… Também tenho uma loja, tenho uma confeitaria também, além de todas as outras tarefas, né? Então, me identifiquei muito e, assim como a Laura, eu também busco o meu espaço, o meu momento, sabe? O Jorge tem o horário dele de ir pra cama dormir também e a minha vó já tem a autonomia dela um pouquinho, né? Então é a hora que eu vou assistir uma série, comer uma coisa gostosa que eu não preciso me preocupar em fazer para todo mundo… Cuidar um pouco de mim, assim, né? Passar um creme nos meus pés… E a gente precisa muito desses momentos. Então, eu me identifiquei muito, Laura, estou encantada… Você deu a volta por cima, ainda teve mais uma menininha e é isso aí. Um beijo pra todo mundo. 

Assinante 2: Olá, Déia, Olá, Não Inviabilize, aqui quem fala é a Tau e eu vivo na Espanha, [riso] em Barcelona. E eu quero dar esse conselho do fundo do meu coração para todas as pessoas que, assim como eu e a Laura, que são atarefadas, que são atropeladas por esse mundo tão acelerado que nós vivemos, que sim: Meditação funciona, respiração funciona… Elas são uma grande, grande, grande aliada. Eu sou uma pessoa que sofria muito com essas aceleros mentais e também com muitas tarefas da vida e o que mais me ajuda até hoje, além da terapia, é a respiração. Eu sou professora de yoga, então as meditações e a respiração me ajudou muito a sair de um estado muito efusivo e trazer uma qualidade mental muito grande, unidos à terapia. Se cuidem, gente… Saúde mental é tão sério quanto a nossa saúde física e fiquem bem para vocês mesmos. 

[trilha] 

Déia Freitas: Chás Leão há mais de 100 anos levando sabor, aroma, praticidade e bem-estar aí para a casa dos brasileiros. Para cada momento de pausa, Chás Leão. Chasleao.com.br. — Chás Leão, te amo e sou muito fã, estou aqui aguardando a minha cesta enorme de mimos Chás Leão. — Valeu pela parceria, um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.