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título: atendente
data de publicação: 20/06/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #atendente
personagens: guilherme e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeitos sonoros de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Na Nuvemshop você pode montar o seu negócio do seu jeito, escolhendo os meios de pagamento e os meios de envio. Ter uma loja virtual vai deixar o seu negócio muito mais organizado e mais profissional. Na Nuvemshop você pode ter um site bem organizadinho com todos os produtos bonitinhos, a mostra e os preços também disposição… Chega daquilo de “preços inbox”. [risos] Vender pelas redes sociais é ótimo, mas poder mostrar tudo isso num site completo é melhor ainda. E você nem precisa escolher um ou outro, viu, gente? Na Nuvemshop você pode unificar tudo, você pode ter uma loja virtual organizada e ainda vender nas redes sociais, é só vantagem.

E hoje eu vou contar pra vocês a história do Guilherme. — Ê, Guilherme… — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

O Guilherme dá aulas de inglês online. — Mesmo antes da pandemia, ele já dava, então… — Na pandemia foi muito bom pra ele nesse sentido, né? — Em relação a aulas e tal. — E o negócio pegou firme. Em outubro do ano passado, o Guilherme resolveu dar aí uma furadinha na quarentena e ver ali um aplicativo e tal, ver se ele achava algum cara interessante e nã nã nã pra sair. [efeitos sonoro de notificação no celular] E não é que ele achou? Um cara mega interessante no bairro dele e eles começaram a conversar. A conversa foi ótima, eles marcaram um almoço, almoçaram e começaram a ficar. Só que, assim, tinha uma coisa… Esse cara marcava com o Guilherme e não aparecia. Então eles saíam ali, — sei lá, vez ou outra — mas digamos que na semana de quatro vezes que ele marcava com o Guilherme, ele aparecia uma.

E o Guilherme ficava sempre lá esperando, pronto pra sair com o cara e o cara pisando na bola desse jeito. Até que o Guilherme resolveu falar pra ele, falar: “Poxa, eu fico te esperando e tal, você marca comigo e eu não marco nenhum compromisso e tal porque tô esperando você e você não aparece, não dá uma satisfação… Nada”. Aí o que o cara falou pra ele? Falou: [efeito de voz grossa] “Olha, eu tenho uma lojinha de bairro que vende coisas pra celular, pilha, capinhas, esse tipo de coisa… Eu sou sozinho e, as vezes que eu marco com você, pra me encontrar com você ou a loja tá cheia ou é à noite e eu preciso receber alguma mercadoria. Então, assim, eu sou sozinho, cara, sabe? Pra fazer tudo…”. E aí começou a desfiar um rosário ali de lamentação de tudo o que acontecia com ele.

E ele falou: [efeito de voz grossa] “Poxa, se eu tivesse dinheiro pra contratar um atendente, a minha vida ia melhorar, eu queria pelo menos ter um atendente aqui durante a semana pra poder, sei lá, respirar meia hora, sabe? Ir até ali a pracinha ou ir até o mercado, enfim… Eu não tenho isso”. — E aí falou, falou, falou, falou, falou… — O Guilherme — que tem horários flexíveis e dá aula em casa resolveu fazer o que? [risos] Ô, Guilherme… — falou pra ele: “Olha, quando você quiser espairecer, se você me ensinar aí o que tem que fazer eu posso ficar meia hora, uma hora pra você na lojinha enquanto você, sei lá, vai esfriar a cabeça ou precisa fazer um mercado, vai fazer um mercado”. E aí o cara se animou, falou: “Poxa, Guilherme, sério? Pô, cara, nunca ninguém me ajudou e nã nã nã”. E aí nesse dia o cara apareceu, eles ficaram juntos e aí combinaram de no dia seguinte o Guilherme ir até a loja e ficar lá na loja aprendendo como é que seria o trabalho de atendente, pra quando o cara precisasse ter o Guilherme lá? Foi tudo bem…

Guilherme falou: “Ah, maciota, né? Tá tudo com preço, é só cobrar”, ensinou ele a mexer na maquininha… — Então quer dizer, o cara confiou também no Guilherme ali, mas não deixou nenhum dinheiro, nada. Então ele confiou no Guilherme. — Aí o Guilherme fez isso uma vez, duas vezes… E aí agora o cara ele sempre chamava o Guilherme pra ser atendente lá na lojinha, mas nunca que tinha tempo de sair com o Guilherme. [risos] — Ê, Guilherme… — E aí o Guilherme, assim, meio que, sei lá, duas, três vezes na semana, sempre ficava lá, uma hora ou duas na loja. — Pro cara dar uma espairecida, fazer um mercado, às vezes tinha uma consulta médica, enfim… Ficava lá. — E sempre dando desculpa… 

Aí um dia o Guilherme tava lá sentado… — Porque pensa assim… É uma loja que era, tipo, um pouco mais larga que uma porta, assim, sei lá, uns dois metros de entrada, uma lojinha bem pequena mesmo de bairro… — E aí ele estava lá, sentado no balcão, atrás do balcão, um balcão de vidro e tal, as pecinhas tudo ali, tinha umas estantezinhas laterais com as coisinhas penduradas, as capinhas, sabe? De celular. Quando entrou um rapaz que ele falou: “Opa, né? Cliente…”, ele falou: “Pois não? Posso te ajudar? Você tá procurando alguma capinha?”. — E o Guilherme super educado, assim, já tava um atendente, tipo, cinco estrelas, classe A. — E aí ele começou a falar com o rapaz e o rapaz falou: “Olha, eu também já trabalhei aqui como atendente”, ele falou: “Poxa, cara, que legal, né? Agora ele não está conseguindo mais contratar um, mas que bom que ele já teve essa ajuda e tal”.

Aí o cara virou para ele e falou: “Não, você não tá entendendo… Eu já estive nesse papel que você está tendo agora de atendente da loja do fulano”. Aí o Guilherme ficou olhando pra cara dele e ele explicou, falou: “Olha, geralmente ele faz isso… Ele bota um cara que gosta dele pra atender e, enquanto isso, ele tá aí nos banheiros de shopping, mercado, marcando outros encontros e saindo com outros caras enquanto você fica aqui”. E aí o Guilherme desacreditou, né? E falou: “Meu, deve ser um ex-namorado dele que tá aqui fazendo intriga, né?”. E aí o Guilherme foi meio hostil, assim, com o cara… E aí o cara falou: “Olha, tudo bem, você pode não acreditar em mim, você pode achar que eu tô mentindo, não tem problema, mas fique esperto, porque ele tá te usando do mesmo jeito que ele me usou pra trabalhar de graça para ele. Você ganha alguma coisa aqui?”, Guilherme falou: “Não, não ganho nada, tô dando uma força pra ele”, ele falou: “Então, eu também dessa força aí e fui feito de otário aí por quase quatro meses, até eu descobrir… E eu vim aqui pra te poupar, porque eu moro no bairro também, enfim”.

E aí o Guilherme ficou bravo, ficou bravo, não aceitou… E falou: “Nossa, né? Que ex namorado e tal”. E aí ele falou: Bom, a hora que o fulano chegar, vou contar pra ele, né?”. [risos] — Ô, Guilherme… — Aí quando o cara chegou, o Guilherme contou e o cara falou: “Não, esse aí tem ciúmes de mim, ele tá inventando coisa e nã nã nã. Enfim, eu só tenho você, a gente tá junto e nã nã nã”. — E aí nesse dia ele ficou com o Guilherme… Acho que pra dar uma disfarçada, né? — Mais umas três semanas de atendimento na lojinha… [risos] Chegou uma época que o cara falava pro Guilherme tipo: “Ah, você ficar aqui uma hora pra eu almoçar?” e o Guilherme ia pra lá, tipo, meio dia e era quatro horas e o cara não tinha voltado ainda. — Aí, quando voltava, inventava uma desculpa, enfim… — Aí a coisa foi ficando nesse naipe assim, do cara sumir por muitas horas, muitas horas.

E só aí que o Guilherme foi desconfiar de alguma coisa… — E aí aqui a história entra naquela zona cinza, [risos] que não sei… Eu não concordo com as atitudes do Guilherme daqui pra frente, mas a história é essa, né? — O Guilherme, desconfiado, resolveu num dos dias que ele ficou de atendente… O outro cara tinha dado as dicas de que supermercados e um shopping que tinha perto e que esse cara gostava de ir lá encontrar outras casas, enfim… E aí o Guilherme resolveu testar se ele, por exemplo, estaria nesse mercado ou no shopping, né? Só que ele estava na loja, né? E ele não tinha a chave pra fechar a loja, pra trancar. Então, o que ele fez? [efeito sonoro de suspense] O Guilherme pegou a mãe dele — dona Hercília — e falou pra mãe dele: “Mãe, fica aqui nesse balcão… Se alguém chegar, você fala que você não sabe cobrar, que você não sabe nada, que o rapaz não tá… E que eu preciso sair rapidinho e já volto”.

E aí a mãe dele pegou lá o crochê dela e [risos] e foi pra loja… Ficou lá no balcão da loja. — Errado ele fazer isso, né? Botar uma senhora lá que não sabe nada no balcão da loja, enfim, né? — E ela ficou lá fazendo o crochêzinho dela no balcão da loja enquanto o Guilherme foi atrás desse cara. Achou esse cara no banheiro do shopping… No banheiro do shopping mesmo ele foi pra cima do cara, unhou o cara, bateu… Deu uns tapas no cara lá. Acabaram expulsos do shopping pela segurança ali, né? — Mas não deu B.O., nada… — E aí olha que o cara falou pra ele… O cara falou pra ele que: “Ah, você achou que eu fosse ficar só com você? Eu sou ativo, eu consigo quem eu quiser. Você acha que eu ia ficar só com você? Não era você que estava fazendo um favor para mim na loja, era eu que estava fazendo um favor de ficar com você”. — Olha que maldito… Maldito, né? —

E aí o Guilherme ali, chocado, puto, foi embora, bloqueou o cara em tudo e foi embora. Só que o Guilherme [risos] tava com tanto ódio, que ele esqueceu a dona Hercília na loja. [risos] — Ai meu Deus do céu… [risos] — Aí quando o cara voltou pra loja… Porque ele pensou… O cara apavorado pensou: “O Guilherme largou a loja lá sozinha de porta aberta e veio atrás de mim”, então o cara voltou correndo pra loja. Quando ele chegou lá, encontrou a idosa fazendo crochê, [risos] cuidando da loja dele. E aí ela foi embora, né? E quando ela chegou em casa, o Guilherme tava lá, puto e ela falou: “Ai, seu amigo, tão bonzinho, me deu duas capinhas de celular”. [risos] Gente, a dona Hercília pelo menos foi paga… Ficou ali uma horinha na loja e ganhou duas capinhas de celular. E aí o Guilherme falou: “Andréia, agora a minha mãe só usa essas capinhas no celular dela, vive trocando e tal… Toda vez que eu olho pra capinha eu lembro o quanto eu fui trouxa desse cara, né? Otário desse cara”.

E o detalhe é que, assim, o outro cara foi lá avisar pra ele. Então, tipo, o cara bota os caras que ele sai pra ser atendentes ali na loja dele só porque ele se acha o ativo maravilhoso que todo mundo quer. —É mole? — E o Guilherme [risos] me contou essa história e eu achei tão maravilhosa a parte da mãe dele, assim. [risos] Ainda bem que o cara também foi educado com ela, né? Agradeceu que ela ficou na loja e deu as capinhas pra ela. [risos] E ainda pagou pra ela voltar pra casa. Então o cara foi bacana com a mãe do Guilherme, mas com o Guilherme e com outros caras, né? Ele é um maldito. Então essa é a história do Guilherme. — Ê, Guilherme… —

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Amanda, de Macaé. Ê, Guilherme… Você tá inaugurando uma nova categoria dentro da ONG de macho, né? A de “atendente de macho”. Mas pra mim o melhor foi imaginar a dona Hercília [risos] chegando toda felizinha: “Olha as capinhas que eu ganhei do seu amigo” e o Guilherme lá o puro suco de ódio. Mas o bom é que quando ele olhar pra essas capinhas acho que ele vai conseguir até ouvir a voz da Déia falando: “Não seja funcionário de macho”. Fica aí o [risos] aprendizado. 

Assinante 2: Oi, meu nome é Brenda Landrine, sou natural do Amapá e, Guilherme… Guilherme… Pelo amor de Deus, Guilherme… Como que você deixa sua mãe… [risos] Eu não quis acreditar, mas você deixou, ela ganhou duas capinhas, saiu melhor do que você, né? Foi expulso do shopping, esqueceu da mãe, cara… Como assim? Mas o outro lá pelo menos foi, né? Minimamente educado com sua mãe. Uma pena, né? Que você foi, digamos, corno, mas ninguém tem dó de corno, né? Então é isso, bola pra frente, adorei sua história. Nunca mais seja ONG de macho, tá?

[trilha]

Déia Freitas: Ofereça para o seu cliente a melhor experiência de compra… Com uma loja virtual na Nuvemshop, você consegue organizar todos os seus produtos, segmentar em categorias e adicionar fotos que valorizem aí o seu trabalho. Você pode ainda criar promoção, desconto personalizado… Quem não ama aí um cuponzinho de desconto ou um frete grátis, né? Acesse o link aqui na descrição pra criar sua loja com 30 dias grátis e segue a Nuvemshop no Instagram pra saber sempre das novidades. Crie a sua loja online na Nuvemshop e mostre ao mundo do que você é capaz. Um beijo, gente, e eu volto em breve.   

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.