Skip to main content

título: atitude
data de publicação: 25/07/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #atitude
personagens: meire, lilian e joana

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje — novamente — é a Wondery e o seu podcast “Só no Brasil”. Dos pequenos aos grandes golpes, as mais absurdas fraudes — e claro, os golpistas que fazem as maracutaias —, tudo isso é investigado com muito bom humor no podcast narrativo Só no Brasil. Apresentado pelos comediantes Pedro Duarte e Victor Camejo, Só no Brasil é voltado para o público que é muito interessado em histórias aí do mundo dos vigaristas. [risos] Desde o assalto ao banco que só foi denunciado uma semana depois do acontecido, até o roubo em plena luz do dia das vigas de um viaduto no Rio de Janeiro. 

Os episódios do podcast Só no Brasil saem todas as quartas-feiras e já conta aí com três episódios no ar. — Você já ouviu? Se não ouviu ainda, corre agora. — Disponível gratuitamente em todos os serviços de streaming de áudio e também no canal do YouTube aí da Wondery. — E o link está aqui na descrição do episódio. Então corre lá, vai ouvir e depois volta aqui para me contar. — Hoje é história de zona cinza… Às vezes eu vou lá no nosso grupo do Telegram e vocês estão lá comentando: “Ai, Déia, cadê a zona cinza? Não vi a zona cinza”, por quê? Porque vocês acham ok o que foi feito. E aí eu digo para vocês, por mais que eu também possa achar ok, eu preciso sinalizar as coisas erradas, pelo menos erradas aí no ponto de vista legal. 

Então, quando eu falo que a zona cinza é um negócio que é errado. A gente gostou? A gente gostou, mas é errado. E hoje eu vou contar para vocês a história da Meire. Então vamos lá, vamos a história. 

[trilha] 

A primeira coisa aqui que eu tenho que fazer é um pequeno mapa dessa família, um pequeno gráfico para vocês entenderem melhor quantas pessoas tem nessa história. A Meire é casada agora, pela segunda vez, com o Pedro. A Meire tem uma filha do primeiro casamento chamada “Joana”. O Pedro, que é casado com a Meire — também é o segundo casamento dele — e tem um filho do primeiro casamento, chamado “Mateus”. A ex—mulher do Pedro se chama “Lilian”, ela é mãe do Mateus e ela casou novamente também com o Gustavo e, com o Gustavo, ela teve a Marina. — Que na época dessa história era uma bebezinha. — Do outro lado, temos o ex de Meire, que é casado aí com uma mulher. Então, essa é a configuração da nossa história de hoje. Meire se dando muito bem com Lilian — que é ex de Pedro —, porque Meire é madrasta de Mateus. O Mateus a cada 15 dias ia pra casa de Meire e Meire e Lilian faziam questão que essa data coincidisse com a data que a Joana, filha da Meire, estivesse em casa. — Para que eles pudessem conviver. —

Quando Mateus estava com Lilian, Meire mandava Joana para o pai — que também ela ia para o pai a cada 15 dia —, quando Joana estava em casa com Meire, era o dia que o Mateus vinha na visita. Quando Joana estava na casa do pai, o Mateus ficava com a mãe, que era a Lilian. E às vezes o pai da Joana deixava ela direto na escola na segunda de manhã, Joana e Mateus estudavam na mesma escola. O que Meire falava para Lilian? “Lilian, vê como é que meu ex mandou a Joana para escola, vê se está tudo certo”. Quando ela ia para a escola na segunda de manhã, quando a Joana estava na casa do pai, que Lilian ia levar o Mateus, ela dava uma olhada na Joana e mandava mensagem para Meire: “Ó, tá tudo certo, beleza”, enfim. A vida seguia assim, harmoniosamente. Só que a nova mulher do ex da Meire era insuportável. — Insuportável por quê? — Porque ela era uma mulher que ela não gostava da Joana. — “Não gostava ” é muito forte dizer, ela não queria convívio com a criança… —

Só que o pai deu um chega pra lá na madastra, falou: “Olha, ela é minha filha, e se você vai ficar comigo, você tem que aceitar a minha filha”. Joana contava para Meire que a madrasta sempre ficava meio afastada, às vezes ela tinha que fazer uma coisa ou outra — provavelmente obrigada pelo marido — e aí ela tinha que conviver um pouco com Joana. — Se você vai casar com um homem, com uma mulher que tem filhos, é sua obrigação participar dessa família do seu marido. Que eu digo: os filhos deles. Os filhos dele pelo menos com cordialidade e gentileza você precisa tratar… Ou pelo menos tentar. Porque às vezes também pegou um adolescente difícil, “não sou obrigada”, enfim… Mas assim, quando você casa com alguém que já vem com filhos, você tem que aceitar isso, entendeu? Se não você é a problemática da história, se não é você que é o problemático. “Ah, eu amo essa pessoa, ela tem filhos”, você tem que se preparar para esse convívio. “Ah, mas ela é mãe solo, eu não queria conviver com a criança”, então você vá procurar uma mulher que não tem filho. Porque se você vai casar com ela, você vai casar com ela e com o filho dela. 

“Ah, mas eu quero casar com ela, mas eu não queria os filhos dela”, então você vai procurar outra pessoa e você, mulher ou homem que tem filho, e a pessoa que você quer fala que não aceita seus filhos, você cria vergonha na cara e não saia com essa pessoa, porque seus filhos são seus filhos. — Se falar: “Não aceito seu gato” eu já rompo, imagina um filho. — O tempo passou, Lilian sempre dando uma olhadinha na Joana, assim, só pra ver se, sei lá, se ele mandou ela com a roupa certa pra escola, se ela foi de uniforme, está com a mochilinha ali e está tudo certo, sabe? Inclusive elas revezavam assim, tipo: “Ah, o Mateus hoje tem futebol, vou ter uma reunião, Meire você pode buscar para mim?”, “Posso”. — Mãe de Mateus zero obrigada a qualquer coisa com a nova mulher do seu ex—marido, que é a Meire. — De 15 em 15 em vez de deixar o Mateus na porta da escola e passar direto com o carro, ela estacionava e ia com o Mateus entrar pra dar uma olhada em quem? Na Joana. Lilian com uma bebê pequena, Marina no colo, tirava da cadeirinha e ia lá olhar a Joana. A escola já sabia porque uma tinha autorização da outra para pegar criança se precisar, enfim… Uma convivência muito harmoniosa. — E eu acho isso muito legal. Se você puder ser… Você que tem filhos e tal e precisa ter essa convivência com a nova mulher ou novo esposo de seu marido, sua esposa, enfim, X, tenha uma boa convivência… Olha que mão na roda, uma ajudando a outra para criar esses filhos, entendeu? Mateus e Joana crescendo ali junto e Marina também, então isso é muito bacana, isso é muito bom. E podia ser bom também com essa nova mulher do ex dela, mas… —

Um dia a Lilian chega na escola, estacionou o carro, pegou Marina — bebezinha da cadeirinha — pegou ali a mochila do Mateus e foi. Então ela chegava ali na porta da escola, tinha o vigia, geralmente uma coordenadora, uma tia da escola ali, dava um beijo no Mateus, Mateus pegava a mochilinha, entrava e ela falava: “E Joana?”, Lilian fez isso… Tinha uma coordenadora que estava na porta e parecia que a coordenadora já estava esperando alguém. E aí a coordenadora falou: “Você pode entrar um pouco?”, o coração batendo forte. Quando ela entrou, Joana estava já sentadinha na sala de aula, a aula não tinha começado ainda, chorando. [efeito sonoro de criança chorando] Por que Joana estava chorando? — Isso para mim é uma das maiores violências com uma criança. — Joana tem o cabelo cacheado — na época ela tinha o cabelo um pouco abaixo do ombro e o ex da Meire teve que se virar e aprender a pentear, para fazer um coquezinho, um rabinho na própria filha, porque a madrasta se negava —, a hora que a Lilian viu aquilo… — Joana estava ali sentada ali na carteirinha dela, porque ela estava de cabelo curto, gente… — Lilian precisou sentar, precisou tomar água. Passou mal…

Como a Joana estava chorando, a coordenadora tinha tentado já falar com os pais e nenhum dos dois tinha atendido. Meire entrava muito cedo no trabalho, tanto que quem levava todo dia — quando ela não estava com o pai — a Joana para a escola, era o Pedro. Porque Meire entrava mais cedo para trabalhar. Lilian: “Eu não posso dar essa notícia pra Meire no telefone”. O que ela fez? Joana estava chorando, quando ela viu o Mateus ela ficou melhor. Na hora o Mateus entendeu ali e já abraçou ali e tal e Joana deu uma acalmada. — Porque, assim, gente, criança… Na época eles tinham ali seis anos. — A tia ali da escola tinha colocado uma fivelinha e a tia falou: “Eu que botei uma fivelinha no cabelo dela pra ficar mais felizinha, enfim… E aí a Lilian ficou na dúvida se levava a Joana embora ou se deixava ali. Quando ela viu Mateus e ela parou de chorar, a Lilian falou ali, falou: “Se ela chorar de novo e você não conseguir falar com a Meire, você me liga que eu venho buscar ela” e saiu de lá com a Marina, tremendo. — O que Lilian fez? — Lilian deixou a Marina na casa da mãe dela e foi lá no trabalho da Meire contar o que tinha acontecido. 


Lilian também precisava ir para o trabalho, então ela estava preocupada com isso, mas ela falou: “Eu tenho que contar isso pessoalmente pra Meire”. Lilian foi lá no serviço da Meire e contou… Meire me falou: “Não é de Deus… Porque se eu tivesse uma arma, eu tinha matado aquela mulher”. Então, por isso que é bom a gente não agir de cabeça quente… A Lilian: “Você precisa conversar com seu ex, eu já avisei o Pedro também o que aconteceu, o Pedro falou que é para você ligar para ele, qualquer coisa ele vem pra cá, enfim”. Lilian foi pro trabalho preocupada. Meire ali recebeu essa notícia no meio das amigas dela de trabalho… — Inclusive da chefe dela. — E aí, óbvio que ela não conseguia mais trabalhar, todo mundo começou a falar ali na cabeça da Meire e uma das colegas dela de trabalho — que a gente vai chamar aqui de “Vanuza” — falou: “Se fosse eu, eu raspava a cabeça dessa mulher”. No meio daquela muvuca de mulherada, que todo mundo ficou revoltada… Alguém disse: “Eu tenho uma maquininha de cabelo, eu moro cinco minutos daqui… Chefe, posso buscar?”. 

Essa hora a chefe devia falar o quê? “Não, você tá em horário de trabalho”. A chefe falou: “Busca lá”. — Chefe devia falar o que pra Meire? “Se acalma, não precisa trabalhar, mas fica aqui, enfim, de boa.” — “Quer pedir saída? Depois você repõe”, Meire, trêmula, disse: “Quero”. Quando acabou o casamento da Meire com o ex, o cara ficou na casa porque a casa era da mãe dele — então Meire não tinha direito a nada — e o cara não trocou a fechadura. — Gente, você tem que trocar a fechadura… Acabou o seu relacionamento e você vai permanecer na casa? Troque a fechadura sempre. — Meire não sabia se ia encontrar a mulher em casa ou não, que ela mal sabia da vida dessa mulher, mas a Joana tinha contado que foi ela que cortou o cabelo da Joana na noite de domingo. E aí, antes de falar com com o ex — porque o certo seria ela falar com o ex, né? —, ela passou na casa dela, pegou a chave que ela tinha da casa — que ela nunca se desfez da chave —, com a maquininha de cabelo da colega de trabalho e foi lá… [efeito sonoro de maquininha de cabelo]

Entrou na casa, encontrou a mulher, ela se pegaram e ela não conseguiu raspar todo o cabelo da nova mulher do ex, mas ela fez uma faixa da testa até o meio da cabeça. —Complicado. — Nessa briga, a Meire ficou com o olho roxo porque a moça acertou uma cotovelada no olho da Meire e a Meire arrancou um dente dela com uma pezada na boca. [música de ação] Foi uma violência, foi horrível, mas a Meire raspou aí uma parte da cabeça da moça e arrancou um dente. E só aí ela saiu lá da casa com a maquininha da colega de trabalho — porque tinha que devolver a maquininha — e ela falou: “Andréia, eu raspei e a maquininha enroscou, porque o cabelo dela era comprido, né? E eu acho que eu fiz mais dano quando eu puxei a maquininha da cabeça dela”. Ela saiu dali direto de volta para o trabalho, com o olho roxo, com a maquininha cheia de cabelo ainda… A colega ali já deu um sumiço na maquininha, já levou de volta para casa… — Arma do crime, né? — E a chefe dela, Marta, falou: “Agora você tem que ir fazer B.O., que ela vai fazer B.O. e você faz também”. 

Ela se antecipou, foi e fez um boletim de ocorrência, contou que cortou o cabelo da menina e tal… — E até então ela não tinha visto Joana, não tinha conversado com o Joana porque ela não estava em condição… E agora de olho roxo, pior ainda… — O Pedro foi lá na escola conversar direitinho com a Joana para saber o que tinha acontecido e a Meire foi lá bater na mulher e fazer tudo isso sem saber direito a história, mas a história era pior ainda do que se imaginava. Esse ex dela, teve um chamado — porque ele trabalha com T.I. — e ele saiu de casa umas dez horas da noite, Joana estava ainda acordada… — Não era para estar, mas estava… — Porque o pai ia pentear o cabelo dela para deixar já no jeito para o outro dia da escola e ele pediu para a madrasta fazer isso. Diz a madrasta que não conseguiu desembaraçar o cabelo da menina… — O que ela tinha que fazer, gente? Faz um coque ali embaraçado mesmo e boa, entendeu? — E aí ela resolveu cortar. Essa história deu polícia, Conselho Tutelar…

Deu o Conselho Tutelar pegando o depoimento da Joana, por que o que era mais importante saber? Se ela tinha cortado o cabelo da Joana à força, segurada a Joana, cortado o cabelo… E não, ela convenceu a Joana, e aí a Joana falou: “Tá bom”, só que era uma criança de seis anos, você não pode cortar o cabelo de uma criança que não é seu filho. — E até o seu filho, sua filha, se a criança falar que não quer cortar, gente, a gente tem que respeitar… As crianças são pequenos seres humanos, entendeu? Elas não são propriedade da gente, elas têm também as suas vontades. — “Ah, mas meu filho quer ficar de cabelo comprido, eu não aceito”, o cabelo é do seu filho, aceita seu filho se ele quer ficar de cabelo comprido. “Ah, minha filha é menina e quer ter cabelo curtinho”, deixa a sua filha ter cabelo curtinho. O que ela tinha que ter feito? Ligado para o próprio marido e falado: “Eu não estou conseguindo desembaraçar o cabelo da Joana, o que eu faço?”, entendeu? “Não vou mais, não quero me esforçar, não sou obrigada”. Sei lá, o cara podia falar: “Ó, você não quer levar ela então para mãe?”, sei lá, qualquer coisa, mas ela não podia pegar uma tesoura e cortar o cabelo da criança. 

E o cara tinha ido trabalhar e não tinha visto a Joana, quem deixou a Joana na escola foi a madrasta. — Então, o cara também não estava nem sabendo. — O cara não deixou a madrasta fazer um B.O., falou: “Olha, se você fizer, a gente vai se separar aqui”. E aí ela não fez o B.O., ela foi responder as perguntas lá na delegacia de boné. [risos] — Desculpa… [risos] — Já tinha botado o dente, né? Porque hoje em dia a gente bota, o dente é rápido… Mas o cabelo ela ficou com uma avenida até a metade da cabeça, assim. — E aí ela.. [risos] Ai, ai… [risos] É errado? É errado… Mas olha, gente, que história violenta… Para mim, assim, você não faz isso com uma criança, gente, você não faz. — E no depoimento dela, ela disse que não achou nada demais, achou que estava facilitando até a vida da Meire cortando o cabelo da criança de uma maneira que ficasse fácil de pentear o cabelo cacheado. — Acho importante também nessa história identificar que todas as pessoas da história são pessoas brancas, porque se Joana fosse uma criança negra, a gente ia ter mais aqui… E a madrasta fosse branca, a gente ia ter mais aqui um componente para falar, né? Mas nessa história todas as pessoas são brancas. —

A mãe do ex ficou do lado da Meire… — A ex sogra da Meire. Gente, quem ia ficar do lado da mulher que cortou o cabelo de uma criança que não é filha dela? — Acabou que pelo Conselho Tutelar a Meire podia pedir para o juiz tirar as visitas e tal e a Joana ia para casa da avó. E aí o ex ia lá ficar com a filha. Cortou o contato da madrasta com a Joana. Quando a Joana tinha dez, a Joana mesmo pediu para voltar a ficar na casa do pai, porque agora a avó já estava mais velhinha e também… — Assim, gerou uma coisa ali para a vó, mais uma obrigação para a vó. — E hoje o convívio da Joana — hoje que Joana já é uma adolescente e tal — é bom. Joana diz que não lembra muito dessa história, assim, talvez na época ela chorou e tal, mas não foi uma coisa que foi tão traumática para ela quanto foi para Meire e para a Lilian, né? Que Lilian é ex do Pedro, ex do atual da Meire, que hoje todo mundo continua casado do mesmo jeito, né? Esse círculo familiar continua o mesmo. A Meire nunca se deu com a nova mulher. Hoje eles têm dois filhos e talvez por isso a convivência com a Joana melhorou, porque a Joana quis voltar a ter convivência na casa do pai porque agora o pai tinha um casalzinho de gêmeos. — Então ela queria ter convivência com os irmãos… E aí eu acho que a partir do momento que a madrasta se tornou mãe, ela deve ter sacado, tipo: “Poxa, se alguém cortar o cabelo do meu filho também talvez eu faria um negócio desse, né?”. —

Condeno Meire? Não condeno, mas a minha preocupação sempre quando eu conto uma história aqui, além da gente sinalizar o que é errado, é falar das coisas que podem dar errado. E quando eu falo isso, eu não falo na minha cabeça, eu sempre conto aqui o caso que eu vi lá no Cidade Alerta, que o cara empurrou o outro, o outro caiu, bateu a cabeça no chão, morreu… Então de um empurrão, agora você é um assassino, entendeu? Isso podia ter acontecido ali naquela briga das duas. Uma joga a outra no chão, bate a nuca numa quina, gente, acabou… A pessoa morre ou fica, sei lá, com sequelas, não sei. E se a pessoa morre, você vai responder por isso. A gente tem que pensar nessas coisas, a gente não pode sair por aí batendo nas pessoas porque pode dar ruim. Pode dar ruim… Se você está batendo numa pessoa e ela tem um piripaque, um ataque cardíaco e morre, você vai responder por isso. Por mais que a gente queira sair dando cadeirada nos outros, tem que pensar em tudo. Então sim, é zona cinza você raspar a cabeça de uma pessoa, arrancar um dente numa pessoaEu talvez fizesse também, porque é isso, a nossa moral acaba sendo elástica em algumas situações. 


Se fizerem isso com um filho, uma filha de uma amiga minha e ela falar: “Pô, vamos lá comigo?”, eu vou acabar indo, entendeu? E aí, o que vocês acham?

[trilha]


Assinante 1: Oi, gente… Sou a Clara de Recife, Pernambuco. O que mais me chamou atenção nesse episódio não foi nem toda essa briga da mãe ir lá defender a filha, para mim foi belíssimo e a gente passa pano sim, mas o alerta que a Déia fez aos pais, que eles precisam começar a respeitar a decisão dos filhos e ver eles como pequenas pessoas e não propriedade, né? Eu tenho um cabelo 2C, 3A e meu irmão tem um cabelo 3C, 4A e a vida inteira minha mãe raspou a cabeça dele, nunca deixando o cabelo dele crescer. Acredito eu que, em consequência disso, foi ele deixar o cabelo dele crescer, crescer, crescer e passar, assim, do ombro… E olha que é cacheado, né? Então, assim gente, se você é pai, se você é mãe, vamos começar a respeitar os filhos, porque eles também tem querer… E é isso, beijo… 

Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Priscila de São Paulo. Meire, um abraço pra sua filha e para você, que acredito que já está grande, mas o que você fez acho que toda mãe faria isso… Eu, Priscila, faria pior, porque isso não se faz. Eu também me relaciono com uma pessoa que tem uma filha, eu tenho duas meninas e houve uma história quase igual, nós fomos para um salão de beleza, ela me viu pintando o cabelo e ela: “Tia Pri, posso pintar meu cabelo de rosa também?” e a moça do salão: “Vamos pintar, vamos pintar” e eu falei: “Não, vamos falar com a sua mãe primeiro, o que ela decidir e se for aprovado pelas duas, você faz. Se não, não”. sabe? Porque a gente tem que perguntar, é filho de outra pessoa, não é nosso filho… E o que esta mulher fez foi inadmissível. Olha, você está coberta de razão, meu pano com glitter está passado. 

[trilha] 

Déia Freitas: Conheça o Só no Brasil, que conta histórias dos mais absurdos golpes, das fraudes, falcatruas e a história dos golpistas. O podcast da Wondery é apresentado pelos comediantes Pedro Duarte e Victor Camejo e os três episódios, os três primeiros episódios já estão no ar em todas as plataformas de streaming de áudio, gratuitamente e também de graça no YouTube no canal da Wondery. — Eu vou deixar todos os links aqui na descrição do episódio. — Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.