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título: azulzinha
data de publicação: 10/07/2021
quadro: mico meu
hashtag: #azulzinha
personagens: wellington e elaine

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente, cheguei. E hoje eu cheguei pra um Mico Meu que não é meu. [risos] Já é um progresso, né? Gente, se tiver criança aí tira a criança, porque essa história não é pra criança. E… Eu vou contar pra vocês hoje o mico que o Wellington pagou. [risos] Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Bom, o Wellington, ele é um professor de futebol, então ele dá aula pra crianças e pra adultos de futebol. Então o que acontece? Geralmente, as crianças vão jogar futebol e as mães que não querem ir e voltar ficam por ali aguardando, né? Aguardando ali as suas criancinhas jogarem futebol e, entre essas mães, tinha uma mãe ali que era muito mais afetuosa com ele, com o Wellington. — E a gente vai chamar essa mãe de Elaine. — E a Elaine sempre assim, estava lá, não ia embora, ficava olhando pra ele… — Mas poxa, né? Mãe de aluno? É complicado, né? — Só que a Elaine ela era ali certeira, ela não dormia no ponto, não, ela queria porque queria aí levar um lance com o Wellington, e o Wellington falou: “Poxa, é gata, não vou?”, mas ele ficava com aquela culpa de ser mãe de aluno. — E ele falou: “Andréia, eu até paguei um salgado pro menino, [riso] pro filho, porque eu fiquei com uma dor na consciência”. 

E eles começaram a conversar ali por mensagem, né? Pelo WhatsApp. E aí começaram a conversa, conversa muito amena, aí a conversa foi ficando mais picante. — Foi ficando mais picante. — Assim, só que a Elaine ela nunca tinha tempo, ela trabalhava fora também, ela nunca tinha tempo de encontrar o Wellington, então as conversas ficaram muito picantes e só ficava na conversa, e o Wellington: “Meu Deus do céu, essa mulher está me enlouquecendo e nada”. Até que um dia depois de uns dois meses, — Eles tinham assim, eles tinham trocado muita sacanagem, muita sacanagem… — Deu meio-dia, a Elaine vira para o Wellington e fala: “Olha…” — Era um sábado — “O meu serviço aqui acabou mais cedo, eu vou praí”, pô, o Wellington já estava já daquele jeito, ele falou: “Poxa, vem”. — Vem que é hoje. — [risos] “Vem que é hoje”. Então eles combinaram da Elaine passar de carro, pegar o Wellington e eles irem pra um motel, era isso, era pra resolver a coisa. 

E aí ela deu ali mais uma instigada nele ali e tal, e ele estava já subindo pelas paredes, isso meio-dia, quando deu ali uma e pouco, ela ligou pra ele de novo e falou: “Olha, eu fiquei enrolada aqui no trabalho, hoje não vai dar”, o Wellington falou: “Meu Deus, eu não acredito nisso”, mas tudo bem, ele gostando dela, ele falou: “Olha, tudo bem então, né? A gente se vê outro dia”, e como ele estava daquele jeito, ele falou: “Bom, eu vou ter que partir para o autoamor”. [risos] E aí Wellington me falou que, assim, “Andréia, uma vez só não foi suficiente, porque eu tinha muito tesão naquela mulher”, então ele passou a tarde, a tarde no autoamor ali se esvaziando, é o termo. Quando deu seis da tarde Elaine liga de novo e fala: “Acabei aqui, agora vai, tô passando aí agora”, [risos] só que acontece que o Wellington já tinha dado três sozinho ali, e ele ficou desesperado, e falou: “Meu Deus do céu, como que eu vou dar conta agora?”, porque no fogo que os dois estavam ele se resolveu e ela continuou trabalhando, então ela estava no fogo. 

E Wellington nessa época morava com um amigo e esse amigo tinha aquela pílula azul, — Que eu não vou falar o nome aqui que todo mundo sabe, a pilulazinha azul. — E ele foi lá e pegou uma pílula azul — Uma só… — do cara, cortou ali o negócio do comprimido e levou. — Porque parece que assim, você toma, dá uma meia horinha, né? Já tá bom ali o negócio. — Ele falou: “A hora que a gente chegar lá, que começar um pouco, eu falo que eu vou no banheiro pra tomar uma água ali da pia mesmo e tomo o comprimido. Falo que vou tomar um banhão, sei lá, alguma coisa”, e foi isso que ele fez, chegaram lá assim, Elaine doida, doida, doida e o Wellington falou: “Bom, eu vou no banheiro aí, já venho”, e ela lá esperando. E aí ele foi, que ele abriu o negocinho do comprimido, o comprimido voou… — E, assim, ele estava num banheiro que tinha um box — e o comprimido voou ali no meio, entre o vidro e o frisinho, sabe assim? De inox ali? E ele não conseguia pegar de jeito nenhum porque o dedo dele não entrava naquele friso pra pegar o comprimido. — E ele tinha feito já o cálculo, tipo: “Eu vou arriscar tudo que tem de germe, de coisa no chão desse banheiro e tomar esse comprimido?”, ele falou: “Vou, vou arriscar e vou tomar”. 

Conforme ele tentava pegar o comprimido, o comprimido ficava mais lá no fundo, ele não conseguia pegar esse comprimido, e aí ele falou: “Bom, puts, vai sem comprimido mesmo”, aí chamou a Elaine para o banho, ali para os dois ficarem no banho e ele olhava e via aquela água azul do comprimido indo embora, o comprimido foi totalmente embora. Ele ficou ali com a Elaine e tal, gente, mas não rolou… — Não rolou. — Ele não conseguiu porque ele já tinha feito tudo que ele podia a tarde sozinho. [risos] E aí ela falou pra ele: “Não, acontece e tal”, só que assim, eles vinham de um histórico de muito fogo, então ela ficou realmente frustrada, né? — Tipo, esse cara aí é só garganta, né? — Cadê? Na hora do vamos ver, cadê Wellington, né? E aí ela foi super compreensiva e tal, né? Falou que acontecia, não sei quê, nã nã nã. E aí depois que ela deixou ele em casa, que ele foi mandar uma mensagem pra ela, ela tinha bloqueado ele em tudo, [risos] e o Wellington falou: “Meu Deus, Andréia, cena ridícula, eu ali abaixado tentando pegar aquele comprimido, rezando pra dar certo, pra eu conseguir funcionar, pra dar conta”, e não deu, o comprimido se desfez ali na água do banheiro e foi pelo ralo [risos] do mesmo jeito que o relacionamento dele com a Elaine. E ela nunca mais depois apareceu lá na escolinha de futebol. [risos] E esse é o mico do Wellington, gente. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, aqui é a Júlia, eu falo de Brasília. E eu amei essa história, mas Wellington, tudo tipo de coisa que dava pra conversar, né? Se tivesse contado pra ela o que tinha acontecido com você durante o dia, que você estava louco por ela também e que você já tinha se aliviado três vezes, eu tenho certeza que ela ia ter entendido muito mais do que simplesmente “Ah, acontece, blá blá blá”, enfim, eu acho que isso é uma lição pra gente aprender que as coisas conversadas muitas vezes podem ser resolvidas e a gente fica com medo, ou com vergonha de, sei lá, de parecer o que? Menos perfeito? Não sei, acho que não custa nada ser sincero e contar a verdade. Mas arrasou, fica pra próxima. 

Léo Mogli: Olá, Não Inviabilizers. Aqui quem fala é o carioca Mogli, quarentenado em BH. Essa história me deixa com mais dúvidas do que certezas, porque, Wellington, essa mulher ela só pode ser casada, certo? Porque pra te enrolar por dois meses? Outra coisa, por que que você não tomou o remedinho em casa? Porque era o tempo certinho de você chegar no motel, se não tivesse nos trinta minutos, uma hora, você dava uma enrolada um pouquinho mais e depois partia pro abraço. Agora, talvez seja o universo dizendo pra você: “Olha, seja mais prudente”, porque se essa mulher for casada, você se livrou de uma baita treta, ok? Um beijo e um abraço. 

Déia Freitas: Um beijo e até breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.