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título: bianca
data de publicação: 01/08/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #bianca
personagens: bianca e dona rosa

TRANSCRIÇÃO

Este episódio possui conteúdo sensível e deve ser ouvido com cautela.


[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Hashtag Treinamentos. – Seja bem-vinda, Hashtag. — A Hashtag é uma das maiores empresas de treinamentos da América Latina. A Hashtag é focada em fazer você se destacar no mercado, seja virando aí uma referência na sua empresa ou avançando em processos seletivos. No dia 6 de agosto — próxima terça-feira — vai acontecer a assinatura vitalícia da Hashtag Treinamentos, com um único pagamento, você terá acesso para sempre a todos os treinamentos já disponíveis na Hashtag. 

Eu vou citar alguns aqui: Excel, Power BI, Inteligência Artificial, Linguagens de Programação, como Python, JavaScript, Ciência de Dados e o curso recém lançado de inglês. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio para você ser avisado aí assim que a oferta foi liberada e nunca mais você vai precisar gastar aí nem um centavo para se destacar no mercado de trabalho e ficar por dentro de aí de vários cursos. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Bianca. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]


Quando ela tinha ali seus 12 para 14 anos, até então, ela se identificava um menino e, quando ela tinha ali seus 12, entre 12 e 14 anos, ela foi entendendo como ela se sentia, o que ela gostaria de ser no mundo, de como ela gostaria de estar no mundo e isso foi criando um conflito com o pai dela. Bianca, filha única… — Aqui eu vou tratar a Bianca somente no feminino. — Ela filha única e o pai muito rígido, começou a ser violento com Bianca. E Dona Rosa, a mãe da Bianca, disse que entendia que a filha já não era o filho dela desde muito criança, entendeu que aquilo era um processo natural e que ia acontecer. Só que o pai não aceitava e a mãe é muito de “Ai, é o meu casamento, é para a vida toda e nã nã nã” ia defendendo a Bianca — defendendo a filha — e tentando contornar o marido.


Até que numa briga muito horrível, a Bianca foi expulsa de casa. Só que Dona Rosa não deixou que a Bianca fosse parar na rua. — Então, o que Dona Rosa fez? — Na época, Dona Rosa trabalhava, trabalhou a vida toda e eu falo sempre isso aqui, gente, é muito importante que as mulheres tenham o seu próprio dinheiro. Não importa se é vendendo Pôneitura, Pôneivon, sei lá, fazendo salgadinho para fora, qualquer coisa, porque num momento como esse, se Dona Rosa não tivesse um salário, um dinheiro, uma renda própria, ela não ia conseguir ajudar a Bianca e a Bianca ia sim parar na rua. — A Bianca nessa época ela tinha completado 18 anos e, quando ela completou 18 anos, ela resolveu que a partir dali ela iria usar peruca e ela iria se vestir do jeito que ela achava que combinava com ela, que eram com roupas femininas. E aqui a Bianca pede para que eu faça um recorte de que ela não é uma mulher trans, ela é uma travesti. — Então, a Bianca saiu de casa e o que Dona Rosa fez? — 


Dona Rosa, com muito esforço, muito sacrifício, alugou uma casinha para a Bianca. — Mas pensa, gente, até ali os 18 anos, Dona Rosa que fazia tudo por Bianca. Então, mesmo que você tenha o apoio da sua mãe escondido do seu pai, você está meio que sozinha também, né? — Elas se falavam, não falavam tanto, era uma época que Dona Rosa não tinha um celular, só quem tinha o celular era o pai e ela não sabia mexer. Então foi uma época muito difícil, muito difícil… A Bianca foi ficando ali naquela casa, sustentada pela mãe e depois de dois anos tentando se entender e entender o que ela ia fazer da vida dela, ela percebeu uma realidade muito cruel, muito dura… — Que a Bianca pediu para eu falar aqui… — Quando você é uma travesti, a sociedade, o mundo, já te joga para a prostituição… E é um caminho de sobrevivência. É um caminho de sobrevivência, você não tem opção. Você vai… [voz embargada] Eu estou muito emocionada… Você vai entregar um currículo, a Bianca me falando, “ninguém quer, Andréia. Você chega na porta das fábricas e ninguém nem te recebe”.


E aqui eu preciso fazer… [chorando] Eu preciso fazer um recorte muito importante sobre a minha tia Margarida, mãe da Janaína, que vocês conhecem, minha prima… Minha tia Margarida ela foi uma chefe, uma grande encarregada de uma fábrica de brinquedos chamada “Trol” e ela comandava três setores da fábrica, do chão de fábrica da Trol, ela era chefe desses três setores, então ela admitia, demitia, enfim, eram setores dela… E minha tia, eu tenho muito orgulho, muito orgulho… Ela empregou todas as pessoas do meu bairro que não conseguiam emprego. Então, todos os gays que não conseguiam emprego e todas as travestis, todas, todas… Era uma época que até para andar de ônibus as travestis tinham dificuldade e, o meu tio Arnaldo, marido da minha tia Margarida, levava elas de carro para trabalhar. E elas trabalhavam na Trol, CLT, carteira assinada, com a roupa que elas quisessem… Tinha uniforme, né? Mas, assim, quer usar peruca? Usa. Quer usar maquiagem? Usa. Usavam o banheiro feminino… Então, assim, essa é minha tia Margarida, assim, eu fico muito emocionada porque é um exemplo de mulher, que a gente está falando dos anos 80… Dos anos 80. Onde estava chegando o HIV, onde as pessoas tinham ainda mais preconceito e a minha tia foi essa pessoa.


E aí aqui no bairro, as travestis e também os homens gays, quando viam minha tia na feira, na rua, faziam questão de vir com ela até aqui em casa, trazer as sacolas da minha tia, enfim… Mas isso era 1%, né? Porque minha tia bateu muito pé para que a Trol contratasse e, a partir do momento que contratou uma, “ah, vai contratar todas” e contratou todas, né? A Bianca me falou isso: “Andréia, eu não conseguia trabalho, eu não conseguia trabalho e eu via que eu estava sendo um estorvo para minha mãe e eu tinha que me virar… Eu quase fui para a prostituição. Mas a minha mãe, a Dona Rosa, uma mulher muito observadora, me comprou um kit, uns esmaltes, uns alicates e falou “vai fazer a unha… Você faz a sua unha tão bem, vai fazer a unha das mulheres… Coloca uma plaquinha e faz unha”. Ea Bianca começou, fazendo unha… — Teve a sorte de não não cair na prostituição, mas a maioria não tem essa sorte, porque realmente o mundo te empurra pra isso, o mundo é cruel, não te dá oportunidade nenhuma. — E ela fez muita unha, foi lá, se especializou, começou a fazer muito cabelo e montou um salãozinho.

Tendo contato com a mãe super escondido do pai. — O pai um maldito… — E Dona Rosa sempre ali incentivando a filha, dando toda força do mundo. E o tempo foi passando, a Bianca foi prosperando, o salão dela foi prosperando também, ela tirou da prostituição duas amigas — Pâmela e Patrícia — pra fazer unha e sobrancelha no salão ali da Bianca e elas foram trabalhando, trabalhando, batalhando… Compraram o seu carrinho… Entrou aí o governo — que não adianta o pessoal reclamar — Lula, veio incentivo, conseguiram entrar no Minha Casa, Minha Vida — as três —, cada uma com seu apartamentinho de Cohab ali, pagando certinho… E a vida foi caminhando… Nessa época, Bianca já tinha conseguido dar um celular pra mãe e já tinha ensinado a mãe a mexer. — A gente tá falando de uma época que começou ali o WhatsApp. — O tempo foi passando mais e chegamos antes da pandemia… E como Dona Rosa se comunicava com a Bianca? E aqui é importante que vocês fiquem atentos a isso, principalmente com seus amigos, seus parentes mais velhos, enfim, qualquer pessoa que tenha o hábito de conversar com você somente por mensagens de voz e, de repente, ela começa a te mandar mensagens de texto, talvez de um jeito que a pessoa nem fale, desconfia, gente, alguma coisa tem… Pode ser que não seja a pessoa que esteja do outro lado.


Dona Rosa que conversava ali, mandava bom dia e boa noite pra filha todo dia praticamente, assim, um dia ou outro, sei lá, não acontecia, mas assim, elas conversavam sempre… Por áudios. De repente, ela respondia a Bianca com uns textos muito curtos e estranhos e a Bianca foi ficando angustiada. — Só que lembrando aqui, Bianca não era bem vinda na casa do pai e da Dona Rosa ali. — Dona Rosa nessa época já estava aposentada e na casa de Dona Rosa morava Dona Rosa, o marido e uma irmã do marido. — Informações que Bianca tinha por meio mesmo de Dona Rosa. — E o tempo foi passando… Quatro meses sem a Bianca conseguir falar com a mãe de voz. E aí ela falou: “Não, não é possível…”, conversou com a Pâmela e com a Patrícia e falou: “Gente, não é a minha mãe, o que está acontecendo? Cadê a minha mãe?” e a Bianca não conseguia nem trabalhar mais, gente… — Não conseguia nem comer. —


E aí, como que era a casa de Dona Rosa? Sabe casa de bairro, casa antiga? Na Mooca tem muita casa assim, que o murinho é bem baixo, é tipo, sei lá, um metro, se não for um pouco menos… 80 centímetros de murinho. Aquelas casas bonitas, antigas. E era assim a casa da Dona Rosa. Pâmela — a mais louca das três — falou: “Amiga, vamos lá, vamos esperar de noite e vamos invadir essa casa. Vamos tentar espiar, vamos tentar ver” e isso, gente, olha o perigo… Imagina três travestis pulando o muro e entrando numa casa. Se alguém chamar a polícia, o perigo pra essas três… E, assim, eu não gosto nem de pensar… Elas arriscaram, elas foram, elas pegaram o carro da Bianca [efeito sonoro de carro dando partida] e foram, estacionaram um pouco mais pra frente da casa ali dos pais da Bianca. Era um dia de muito calor, a Bianca falou: “Eu lembro que quando a gente tava esperando chegar de madrugada, umas dez da noite a gente já estava por ali, meio que na portaria da minha casa e tal, e eu lembro que tinha muito daqueles bichinhos na lâmpada e eu fiquei olhando aquilo, sabe? Assim, meio tentando me concentrar, tentando não ter medo… Primeiro, que eu ia voltar depois de muitos e muitos anos na casa do meu pai e de um jeito que eu ia pular o muro para tentar espiar “cadê a minha mãe?””.


Deu a hora ali, [efeito sonoro de relógio apitando] mais ou menos uma hora da manhã, elas com muito medo… — Pelo menos Bianca e Patrícia… — Pâmela… Pâmela falou: “Vamos fazer o seguinte? Eu pulo primeiro e vejo e vocês ficam aqui… Se eu, sei lá, se eu olhar e ver que ela tá bem, que ela está dormindo…”, porque tem uma coisa também, nessa época os pais da Bianca já dormiam em quartos separados, então Dona Rosa tinha falado que eles tinham três quartos e agora cada um dormia num quarto e que ela tinha ficado no quarto que era deles desde o começo. A Bianca explicou ali para a Pâmela mais ou menos onde era o quarto e a ideia era espiar e, se ela conseguisse chamar ali a Dona Rosa, porque a Dona Rosa conhecia a Pâmela, conhecia a Patrícia, ela não ia assustar, né? E ela chegou, a janela estava aberta porque era um dia de muito calor… E o que ela viu naquele quarto… A Pâmela ficou em choque. Primeiro que antes de você chegar na janela, você já sentia o cheiro… De urina, de fezes, um cheiro muito ruim


E numa cama deitada, seminua, no meio da sujeira, estava a Dona Rosa. [voz embargada] Largada no meio de um monte de lixo, de um monte de coisa… A Pâmela ficou paralisada e não voltava mais. E aí a Bianca e a Patrícia foram ficando sem saber o que está acontecendo, que a Pâmela não volta… — A ideia era ir lá, espiar e voltar pra contar, né? — E aí elas tomaram coragem e pularam e encontraram a Pâmela na frente da janela, parada e chorando… Quando a Bianca viu o estado da mãe naquela cama, olha… A Bianca falou: “Andréia, a dor que eu senti… Minha mãe sempre foi tão limpinha, tão cuidadosa e ela estava no meio de uma sujeira, numa cama, toda cagada”. Num impulso, a Bianca pulou a janela, a janela era baixa… E, sem pensar, as duas também pularam, Pâmela e Patrícia, e aí elas perceberam que a Dona Rosa olhou para elas, assim… Sabe quando o rosto ilumina? Mas ela não conseguia se mexer. [chorando] E aí elas fizeram o que eu faria também… Ela falou: “Andréia, não sei o que aconteceu… A gente parecia, sei lá, que a gente tinha virado super herói, assim… Minha mãe é uma mulher gorda e nós três, a gente conseguiu tirar pela janela, a minha mãe… A gente fez uma cadeirinha. Sabe quando você faz cadeirinha com os braços? A gente fez uma cadeirinha, nós, em três, e a gente conseguiu pular aquele muro e botar minha mãe no carro e levar minha mãe embora”.


Dali elas foram para um Pronto Socorro, a Dona Rosa estava cheia de feridas, sabe? De ficar muito tempo deitada. Elas foram para um Pronto Socorro e fizeram um boletim de ocorrência. E aí, quando elas chamaram a Polícia Militar, a Bianca queria muito que eles fossem lá na casa com ela. Mas o policial falou: “A gente não pode entrar… Se seu pai não deixar a gente entrar, a gente não pode entrar. O ideal seria que vocês tivesse filmado, fotografado, tivessem alguma prova” e elas não tinham feito isso. A louca da Pâmela, com as duas lá no hospital esperando a Dona Rosa ser atendida, a Bianca falando com o policial, a Pâmela pegou o carro, voltou — olha o perigo, gente — na casa. E tava todo mundo dormindo, assim, eles largavam a Dona Rosa lá e filmou e fotografou tudo. Não tinha imagens da Dona Rosa na cama, mas tinha imagens do ambiente e tal. E a PM estava ali esperando ainda para levar a Bianca para fazer o boletim de ocorrência, vendo como é que ia fazer e tal, elas estavam no hospital próximo e a Pâmela voltou e mostrou o celular e falou: “Eu fiz imagens”, o policial até assustou assim, tipo, né? Pâmela praticamente Mulher Maravilha.

O pai dela acordou, não achou a mãe na cama, depois disso aconteceu um processo… A Bianca já tinha deixado um recado para ele… E ele tinha tirado o celular da mãe, quem estava respondendo era a irmã dele e eles estavam pegando a aposentadoria da Dona Rosa. Tanto que no primeiro mês que a Dona Rosa ficou com a Bianca, ela não tinha o cartão, né? Estava tudo com eles e eles sacaram. Nesse ponto, a Bianca já tinha uma advogada e a advogada falou: “Isso é bom, isso é muito bom, porque não foi a sua mãe que sacou, foram eles e a gente consegue provas disso facilmente no banco, até imagens… É só a gente peticionar”, fazer as coisinhas lá de advogado. E aí, depois de uma luta judicial, a guarda de Dona Rosa foi dada para a Bianca… Dona Rosa começou a fazer fisioterapia, voltou a falar, com um pouco de dificuldade, mas voltou… Ela teve um derrame e, a partir do momento que ela teve o derrame, o marido largou ela. O marido e a irmã do marido largaram, mal davam comida para ela, ela tava subnutrida, tava mal… — Ela era uma mulher gorda, mas estava subnutrida, né? mal limpavam ali… — 


E aí eu fico aqui pensando, né? A Dona Rosa falou que a diarista ia lá, que eles tinham uma diarista, né? Eles tinham uma diarista… Só que o marido não deixava a diarista entrar no quarto e a diarista sentindo aquele cheiro. Agora me diz, por que não denunciou? Talvez com medo de perder aquela casa para fazer faxina? Mas, gente… Podia ter denunciado lá atrás, sei lá, o sofrimento da Dona Rosa ia ser um mês, não iam ser quatro meses, cinco meses, sabe? Então, não era ela que estava respondendo, ela nem conseguia responder mais. E aí a Bianca foi levando a mãe na fisioterapia, foi tratando… Hoje Dona Rosa tá bem, ficou com um pouco de dificuldade na fala e perdeu um pouco dos movimentos do braço esquerdo, mas como ela faz tudo com direito, né? Então ela meio que só não consegue, sei lá, varrer, sabe? Mas a maioria das coisas ela faz… Ela ajuda a Bianca no salão, continuam as três no salão ainda, a Bianca, Pâmela e Patrícia. — Para mim, as verdadeiras meninas superpoderosas. [riso] —


É uma história muito triste de abandono, quando o marido abandona mulher e, assim, eu fico mais triste ainda de saber que no meu e—mail tem histórias piores de mulheres que tiveram um derrame, principalmente derrame, gente, e os maridos abandonaram… Às vezes até morando na mesma casa, mas sem cuidados, sabe? Então essa história, depois de muita tristeza, teve um final feliz. Eu acho que tem tanta coisa para a gente pensar, né? Essa parte da Bianca não conseguir emprego me pegou muito, porque eu lembrei muito da minha tia falando isso e nos anos 80, enfim, esse episódio eu quero dedicar a Dona Rosa e a minha Tia Margarida também, que sempre foi um exemplo da minha vida, terminou de me criar quando minha mãe morreu, enfim… E Bianca, te amo, vou aí cortar minha franja, fazer meu cabelo o dia que eu for para o seu estado, que ela não é de São Paulo. Um dia a gente ainda vai se encontrar sim, porque para mim você é perfeita. É isso…


Eu nem consigo imaginar se a minha mãe fosse viva, ela passando por isso… Acho que eu matava meu pai, gente, desculpa, mas não tem como. E hoje o traste do pai dela mora com a irmã ainda, eles tiveram que vender a casa. Dona Rosa pegou a parte dela, Bianca deixou no banco, né? Porque também eles se divorciaram. O que é da Dona Rosa é da Bianca, o que é da Bianca é da Dona Rosa. Então, ela cuida da mãe, assim, faz o cabelinho da Dona Rosa… Olha, é isso, gente, é isso, assim. Se você tem um familiar que você conversa sempre por mensagem de voz, principalmente seus pais, seus avós e, de repente, eles param de te mandar mensagem, começam mensagem de texto estranhas, fiquem atentos, vão visitar, vão ver o que está acontecendo. Observe de perto. Então é isso… Eu fiquei destruída com essa história. Destruída. Teve um final feliz, mas é muito sofrimento, sabe? Desnecessário. Tanto para Bianca quanto para Dona Rosa, enfim… 


[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Raquel, que fala de Portugal. Tia Margarida foi luz na vida dessas mulheres trans e travestis, eu chorei muito com a história da tia Margarida e da sua, Bianca. Infelizmente o Brasil ainda mata mulheres trans e travestis, ainda joga na prostituição e eu ainda imagino um lugar lindo e sem violência pras pessoas LGBTQIA+, que por enquanto tá difícil, mas acredito que algum dia a gente consiga os nossos direitos e espero que, Bianca, você e a sua mãe, a Dona Rosa, estejam bem agora, porque você, Patrícia e Pâmela foram as meninas superpoderosas dessa história. Vocês três são heroínas, vocês três conseguiram tirar a Dona Rosa lá e salvar ela desse homem ruim. Um beijo para vocês e muita luz. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Samy de Curitiba. Eu acabei de ouvir a história da Bianca e fiquei muito emocionada, eu chorei junto com a Déia só de imaginar a situação desumana em que a Dona Rosa se encontrava. Eu espero que a irmã e o pai da Bianca paguem de alguma maneira, que o karma venha forte para esses dois. E a Bianca tem sorte de ter essas amigas, essa rede de apoio maravilhosa que ela tem. Eu espero que elas fiquem bem, que o futuro seja maravilhoso para essas duas e eu não pude deixar de pensar também no quanto é possível fazer, mesmo sendo CLT, a exemplo da Margarida, a tia da Déia que moveu as estruturas de dentro. Então, se você ouve o Não Inviabilize e trabalha com RH, gestão de Pessoas ou tem algum cargo que possa influenciar na contratação de pessoas, dê oportunidade para pessoas trans, travestis, isso pode fazer a diferença na vida de muita gente. 

[trilha]

Déia Freitas: Lembrando, hein? No dia 6 de agosto a Hashtag Treinamentos vai lançar a sua assinatura vitalícia. Pagando uma única vez, você terá acesso para sempre a todos os treinamentos disponíveis, com uma didática descomplicada, suporte a dúvidas e treinamentos que vão aí do básico ao avançado você vai achar tudo na Hashtag Treinamentos, então não perde. Acessa o link que eu deixei aqui na descrição do episódio e vai lá conferir as opções de pagamento e parcelamento. Valeu, Hashtag, um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.