título: bichinho
data de publicação: 06/06/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #bichinho
personagens: vanessa, sofia e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Na Nuvemshop você pode montar o seu negócio do seu jeito, escolhendo os meios de pagamento e os meios de envio. Ter uma loja virtual vai deixar o seu negócio muito mais organizado e mais profissional. Na Nuvemshop você pode ter um site bem organizadinho, com todos os produtos bonitinhos, amostra e os preços também a disposição. Chega daquilo de “preços inbox”. [risos]
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A Vanessa ela casou com um cara aqui no Brasil e eles foram morar na Holanda. [efeito sonoro de avião decolando] E aí tudo bem lá na Holanda, os dois trabalhando e nã nã nã, tiveram uma bebezinha… [efeito sonoro de choro de bebê] — Que a gente vai chamar aqui de Sofia. — Então eles dividiam bem as tarefas, né? — Ambos cuidando da Sofia. — Só que chegava de final de semana, o marido da Vanessa tinha arrumado lá umas coisas de esporte pra fazer e largava a Vanessa o final de semana todo com a Sofia, sozinha. Então ele saía, tipo, no sábado de manhã e voltava no sábado à noite, saía no domingo de manhã e voltava no domingo à noite. E ele dizia que era o horário dele de lazer e que tinha que ser respeitado. Então, assim, além de trabalhar a semana toda e deixar a Sofia numa escolinha e buscar e nã nã nã, — em outro país, enfim… — A Vanessa, de final de semana, ficava o tempo todo com a Sofia ali de seis anos, sozinha.
Então, desde muito bebezinha sempre foi essa dinâmica e a Vanessa ia aguentando… — Porque ela disse que o relacionamento tinha altos e baixos, né? — E aí chegamos aí aos seis anos da Sofia. Sofia com seis anos… A Vanessa resolveu ter uma conversa com o marido e falar: “Olha, desde que a gente mudou para cá, eu não tive um final de semana meu, nada… E agora a minha irmã está vindo para cá e eu queria sair, levar ela pra fazer compras e tal e, com a Sofia é mais difícil, você precisa ficar pelo um final de semana na vida com a sua filha”. E aí ele resmungou e falou: [efeito de voz grossa] “Ah, tudo bem então, a gente vai fazer um piquenique”. E aí a Vanessa ficou animada e falou: “Nossa, né? Pelo menos isso, né? Agora eu vou poder sair com a minha irmã e nã nã nã, passear um pouco e tal”.
E aí a ideia era: eles iam fazer um piquenique no sábado e, no domingo, eles iam sair todos juntos. Então a Vanessa ia voltar a cuidar da Sofia sozinha, porque quando eles saíam também o marido não ficava com a Sofia, era só a Vanessa. O trabalho dele, a função dele era ficar com a Sofia no sábado, dali das onze da manhã até ali umas quatro da tarde. — Que era quando a Vanessa voltava com a irmã. — No máximo, vai, cinco da tarde, sabe assim? — Pô, meio período, né? Não é aí um sacrifício para um pai, né? — E eles moravam perto de uma floresta… Então ali na Holanda e tal estava um clima até que ameno e calorzinho, eles morando perto de uma floresta, resolveram fazer o piquenique. Então eles faziam piquenique de vez em quando, quando esse homem não ia para os jogos dele lá, os torneios que ele ia. — Bem de vez em quando… —
Então, assim, era mais ou menos o mesmo esquema: a Vanessa arrumou a cesta de piqueniques, a toalha, as coisas da bebezinha Sofia de seis anos, uns brinquedos pra ela e tal… Então, assim, o que ele tinha que fazer? Ele tinha que alimentar a Sofia, brincar com a Sofia e voltar com a Sofia, né? Então uma criança de seis anos não é tão difícil, né? — Filha dele… — E aí eles foram pra essa floresta fazer ali o piquenique e a Vanessa foi fazer as compras com a irmã. E voltou, era ali umas quatro e meia, achou que eles já iam estar em casa, mas não estavam em casa ainda. E as horas foram passando… Ali quando dá umas cinco e pouco já fica escuro e já tinha escurecido e nada deles voltarem…
Quando foi mais ou menos umas sete horas da noite, este homem apareceu sozinho. — Gente… Só de contar eu fico arrepiada. O que aconteceu? — [efeito sonoro de tensão] Essa criatura… — Que só tinha que ficar meio período com a filha. — Deitou lá na toalha do piquenique e dormiu e, quando ele acordou, a Sofia não estava mais lá. — Imagina o desespero dessa mãe… — A Vanessa começou a gritar e aí ligaram para a polícia, ela voltou pra floresta, — todo mundo voltou pra floresta — começaram as buscas pela Sofia imediatamente. A preocupação é que um quilômetro e meio dali tinha um rio. Então, o medo era que a Sofia [efeito sonoro de caída d’água] tivesse ido em sentido ao rio e caísse no rio e ela não sabia nadar, então, enfim…
Eles começaram a procurar… E o cara, por que ele tinha voltado só sete horas? Porquê da hora que ele acordou ali, tipo, umas quatro da tarde, ele falou que ele dormiu umas duas… — Mas vai saber o horário que ele dormiu… — Quando ele acordou umas quatro e pouco, assim, no susto, ele começou a procurar a Sofia sozinho, né? — Porque a ideia era achar a Sofia e voltar. — E, quando ele viu que caiu à noite e ele não conseguiu, ele voltou pra casa pra pedir ajuda, né? E aí começaram as buscas e nada de achar a Sofia… — Nada de achar Sofia… — Eles passaram a noite na floresta, a Vanessa já estava em colapso, assim, completamente em choque. — Correndo mesmo pela floresta, gritando o nome da filha e nada. —
E, quando foi de manhã, umas seis horas da manhã, assim, ainda estava meio escuro, um dos voluntários… — Porque aí a coisa meio que se espalhou e começaram a aparecer voluntários pra ajudar, enfim… — Um dos voluntários estava olhando, tipo, sei lá, meio longe, como se fosse uns cinco quarteirões assim de floresta… — Quarteirão de floresta é ótimo. [risos] Aquela bem urbana… [risos] Enfim, uns cinco blocos de árvore. — À esquerda de onde tinha sido o piquenique, ele encontrou a Sofia deitadinha, assim, do lado de uma… Como se fosse uma rochinha, assim, uma pedra maior e ela estava deitadinha ali, dormindo. Ele ficou com medo de chegar perto, chamou no rádio porque, sei lá… — De repente ela não está bem e tal… — E aí vieram correndo e tal e a Sofia estava bem. Então encontraram a Sofia na floresta e ai levaram pra fazer exame e tal. — E ainda bem que não era nada… —
Nesse país que eles estavam, — que não é a Holanda, eu falei Holanda, enfim… mas nesse país que eles estavam — depois veio uma conta do Corpo de Bombeiros… — Pra que eles pagassem pelos serviços ali prestados, então a gente tem que valorizar muito aqui o nosso país que tem esse serviço de busca e salvamento gratuito, né? — A Sofia disse que ela saiu para brincar, ela viu um bichinho, tipo um coelhinho… Não era um coelhinho, mas, enfim, um bichinho peludinho, ela saiu atrás do bichinho peludinho e, quando ela chegou num determinado ponto, esse bichinho peludinho não deixava mais ela ir pra a frente. Ela tentava ir e ele avançava e não deixava ela ir. E esse ponto que o bichinho peludinho não deixava ela passar, era onde era a direção do rio.
Então ela ficou onde ela tava, que era perto dessa pedra, ela estava com sede, mas não tinha água, não tinha nada e ela tinha comido com o pai ali no piquenique… E aí, toda vez que ela tentava sair de lá, o bichinho aparecia, mas só aparecia quando ela tentava sair. — Ele não chegava perto… — E ela falou que era parecia um coelhinho, mas não era bem um coelhinho, era peludinho, mas não era bem um coelhinho. E aí quando foi caindo a noite, ela adormeceu e não acordou mais… Não sentiu frio. Disse que a noite parecia que o bichinho estava junto com ela, encostado nela e quentinho, e ela não sentiu frio. — E, à noite, a Vanessa falou que lá fazia muito frio, ela não sentiu frio, ela estava com roupa de calor, assim… — Enfim, Sofia sã e salva. A gente nunca vai saber o que foi esse bichinho que estava ali pra ajudar a Sofia.
E a questão é este marido… Porque depois que isso aconteceu, a Vanessa não conseguiu ficar mais de três meses com ele, assim, ela não conseguia perdoar o que ele tinha feito… Porque, gente, ele falava: [efeito de voz grossa] “Ai, eu não tive culpa, eu dormi”, mas ele tem culpa. Se você tem uma criança pequena e você tá na praia, você fica em pé, mas você não dorme… Porque se você dormir, alguém pode levar sua criança pequena, ela pode entrar no mar e se afogar… Então é sua culpa, sim. Você tá com sono? Você pega sua criança pequena e você volta pra casa. Você fica em pé, você lava o rosto, mas é sua responsabilidade. Você que tá ali com aquela criança pequena e você não pode dormir. Então “ah, dormir não é culpa minha, foi meu organismo”… Não, a culpa é sua, sim.
Então, a Vanessa não conseguiu perdoar e acabou se divorciando desse cara por conta dessa coisa que aconteceu na floresta e tal, no piquenique. E eu achei que ela fez é pouco… Devia ter separado antes já, porque um cara que passa todos os finais de semana em esportes — seja lá o que for — e deixa a esposa e a filha sozinhas e não faz nada em grupo, não é parceiro pra ajudar ela nas coisas, nem devia ser marido dela, né? Então ainda bem que não aconteceu nada com a Sofia… Podia ter acontecido, podia ser uma tragédia, podia ser pior. Não aconteceu… E é culpa dele, 100% dele. — Eu acho, pelo menos, né? — A Vanessa escreveu pra gente porque ele sempre tem o discurso de que a culpa não é dele, que a Vanessa foi injusta com ele. — Injusta? Me poupe, né? — Então, essa é minha opinião. A culpa toda, de tudo, é dele… De absolutamente tudo. É dele. Eu acho.
Eu fiquei muito aliviada que a Sofia foi encontrada. — Obrigada aí a este bichinho. — E ufa, né? Podia ser muito pior.
Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Isadora, sou de Fortaleza, mas moro na França. Essa história me deixou passada… Em Picolé de Limão eu vou preparada pra história de corno, de firma, de trilha, mas criança perdida na floresta de noite, gente… Que perigo Eu amei que o nome da história é “bichinho”, não sei se pode ser um negócio meio Luz Acesa, o bichinho cuidando dela… Mas, assim, não precisa ser, né? Porque tem mesmo uns animais que amam criança e protegem mesmo. Salvou o dia totalmente. E, sério, a mãe não tem uma paz, né? O único dia na vida da criança que o pai resolve se responsabilizar é pra aprontar uma dessas… Tem que dar parabéns que a Vanessa pediu só o divórcio e não partiu pra violência com esse cão. Eu tô com você, Déia, a culpa é 200% desse inútil. Um marido que você não pode confiar pra deixar o filho sozinho, pra servir pra que? Aff… É isso, gente, um beijo.
Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Lilian, falo de Recife, Pernambuco. E eu tô toda arrepiada… Nossa, eu não sei a crença de cada um, mas pra mim, perto do que eu acredito, esse bichinho que protegeu a Sofia era o anjinho da guarda dela. Pra mim não tem outra explicação, assim… Porque, gente, nossa… Eu não consigo nem falar que eu fico toda arrepiada. Eu tô aqui agradecendo como se a Sofia fosse minha filha, porque, nossa, que alivio… Que alegria. Eu passei a história toda com medo, achando que ia ter alguma coisa trágica no final, mas que bom, que alegria que não teve. E, sim, esse pai aí… Nossa, de pai não tem nada. Eu fico avaliando como é fácil pros homens serem pais desse jeito e colocar a culpa no sono, no organismo, né? Enfim, de pai não tem nada. Que feliz que a menina Sofia está bem.
[trilha]Déia Freitas: Ofereça para o seu cliente a melhor experiência de compra. Com uma loja virtual na Nuvemshop, você consegue organizar todos os seus produtos, segmentar em categorias e adicionar fotos que valorizem aí o seu trabalho. Você pode ainda criar promoção, desconto personalizado… Quem não ama aí um cuponzinho de desconto ou um frete grátis, né? Acesso o link aqui na descrição pra criar sua loja com 30 dias grátis e segue a Nuvemshop no Instagram pra saber sempre das novidades. Crie sua loja online na Nuvemshop e mostre ao mundo do que você é capaz. Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]