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título: boleto
data de publicação: 25/03/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #boleto
personagens: rui e lidiane

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E antes de começar a próxima história, eu quero contar uma historinha pra vocês. Eu estava um dia lá no meu Instagram, quando eu recebo uma mensagem: “Oi, meu nome é Marcela, — Marcela Ponce de Leon, falei: “Uau”, né? — e eu gostaria de falar com você sobre uma participação sua no meu podcast”, nã nã nã, só que tudo que essa Marcela, que até então eu não tinha ligado muito aí o nome à pessoa, tudo que ela escrevia pra mim ela colocava “rs” no final, tipo um risinho e, gente, sério, estava parecendo assim que ela estava me zoando. Aí eu fui ver, cliquei ali no Insta pra ver… — Porque sem óculos, né? — E era o podcast “Baseado em Fatos Reais”, falei: “Gente, como assim?” — Só que tudo ela colocava risos no final, falei: “Meu, será que essa mina tá me tirando?”. Aí fui lá na minha amiga Priscila Armani e falei: “Pri, tem uma Marcela, parece que é do insta mesmo oficial do podcast — Porque a gente até fica pensando, será que é um fake? — e ela tá me convidando pra participar, mas tudo ela põe um risinho no final, será que ela tá me zoando?”, aí a Pri falou: “Não, Déia, é o jeito da Marcela mesmo, ela é assim, provavelmente ela tá querendo ser amistosa e tal, [risos] e tá pondo esses risinhos no final aí, mas desencana, não é nada”, eu falei: “Bom, então tá, né? Então eu vou responder”. 

Aí respondi pra Marcela, e a gente começou a conversar e, de cara eu adorei, adorei ela assim, né? E desde então a gente não parou de conversar nunca mais, e eu já gravei com ela e adoro, e tô muito feliz que eu tô aqui hoje pra fazer um publi do podcast da Marcela, do “Baseado em Fatos Reais” e é um publi que eu acho muito importante, porque assim, a Marcela já tá aí com o podcast, agora ela tá sozinha no podcast, né? Só ela conta as histórias, e a gente sabe como é difícil ter apoio financeiro pra continuar o trabalho e tal, e agora a Marcela fez um APOIA.se para o mês do aniversário do podcast, que é em agosto, e ela quer fazer um agosto contando histórias todos os dias, o “Agosto Surreal”.

E pra isso ela precisa arrecadar, precisa viabilizar o projeto, e ela vai deixar aqui o link do APOIA.se dela e eu espero de todo o meu coração que quem escuta as histórias do “Baseado em Fatos Reais”, que muita gente, né? Ela tem uma audiência muito boa, que colabore, né? Que dê aí uma força pra Marcela nesse projeto pra que a gente tenha um agosto recheado de histórias do começo ao fim. Eu espero que ela me chame de novo [risos] pra comentar mais histórias com ela, que eu adoro quando ela conta e eu fico daqui comentando sozinha, então eu espero que ela me chame pra comentar, viu Marcela? Tô aguardando aí um novo convite, e vão lá, eu vou deixar o link aqui, tá? E eu vou também postar lá no grupo e vamos lá, gente, vamos dar uma força aí pros podcasts que vocês gostam, que vocês ouvem, porque é muito difícil mesmo dar continuidade no trabalho, muita gente faz por amor, mas também precisa do reconhecimento aí, duma forcinha financeira e, vamos lá, vamos bater essa metinha da Marcela. 

E a história de hoje é a história do Rui e da Lidiane, quem me escreve é o Rui, e assim, tensa a história, hein? Então vamos de história. 

[trilha]

O Rui conheceu a Lidiane na faculdade, então ele fazia um curso lá X, ela fazia outro e eles se encontravam ali pelo campus da faculdade, acabaram namorando e resolveram casar. E a família da Lidiane sempre acolheu muito bem o Rui, então assim, foi tudo muito tranquilo. — Até rolar o casamento — Aí eles casaram e o Rui resolveu dar entrada num imóvel, numa casa, porque eles pagavam aluguel, a Lidiane trabalhava, mas ganhava assim pouco e ele resolveu dar entrada numa casa. Ele usou o fundo de garantia dele, comprou a casa e aí pagava as prestações por boleto, e era sempre ele que pagava porque ele pagava sozinho… — Pela casa. — E aí um dia, do nada assim, depois de uns dois anos já que ele pagava o boleto, ainda tinha mais uns dez pela frente pra pagar, — Vamos supor aí que o boleto fosse de uns dois mil reais — ele pagava direto da conta dele, então não era débito automático, era o boleto mesmo, mas ele pagava da conta dele. 

A Lidiane começou a reclamar que ela gostaria de cuidar mais das contas da casa — O que é estranho, né? Assim do nada? — E aí ela pediu pra ela fazer os pagamentos das coisas da família, e o Rui não viu problema nisso. — Eu já veria, [risos] porque se ela não tem o dinheiro pra fazer os pagamentos, por que que ela quer fazer os pagamentos se é uma coisa que pra ele em dez minutos ele faz, né? — Mas ele topou e começou a transferir o dinheiro das contas para a conta da Lidiane, e aí ela faria aí os pagamentos e o controle dos boletos, então além desse boleto alto da casa, ele passava ali o dinheiro da água, da luz… — Porque o Rui falou que o dinheiro que ela recebia do salário dela, ela fazia mercado, que mercado dava ali pros dois uns seiscentos reais por mês e o restante ficava pra ela, ela comprava as roupinhas dela, as coisinhas dela e se quisesse ela podia guardar um pouco de dinheiro, ele não interferia nisso, né? 

E aí ele começou a transferir esse dinheiro aí pra Lidiane, deu um mês, deu dois, deu três, porque assim, tudo que era referente a casa, ele recebia no e-mail dele, quando deu o terceiro mês ele recebeu um aviso de que as prestações estavam atrasadas e que iriam pra protesto que fala, né? Alguma coisa assim, e aí ele ficou em choque, ficou em choque porque ele estava dando o dinheiro do boleto pra Lidiane. Aí foi falar com a Lidiane, ela começou a chorar [risos] e aí ela começou a chorar, e Lidiane contou pra ele que ela estava com uma doença autoimune… — Eu vou dar aqui o nome de uma doença, mas não foi a doença que ela falou, é mais pra não identificar aí a Lidiane na história, né? Então vai, digamos que ela tenha dito pra ele que tinha lúpus. — Lidiane disse que tinha lúpus e que o tratamento era caro e que não tinha cura, que isso que aquilo, o Rui ficou apavorado, e aí em relação as contas, ela estava pagando assim a luz, a água, tudo atrasado, tipo um pouco antes de dar um aviso de corte, ela pagava. 

Aí ele pegou todas as contas de volta, foi lá no trabalho dele, fez um empréstimo, pagou tudo e tirou isso da mão dela, né? E aí ele queria saber como que ia ser esse tratamento agora, porque ele ia ter que pedir mais dinheiro pra tratar a Lidiane e tal, né? E a Lidiane falou que não queria que ele contasse pra ninguém, porque ela estava mal, nã nã nã… Só que o Rui, ele ficou tão assustado que ele foi falar com o pai e a mãe da Lidiane, porque ele falou: “É uma coisa séria pra eu guardar só pra mim, né? Se acontece alguma coisa com ela?”, quando ele foi falar, a irmã da Lidiane estava lá também, aí conforme ele foi falando a irmã da Lidiane foi falando para o pai e pra mãe: “Eu falei pra vocês que tinha que avisar o Rui que a Lidiane é mentirosa, que ela mente, que não sei que lá”, aí eles ficaram sabendo, eles não, né? O Rui ficou sabendo pelos pais e a irmã da Lidiane que a Lidiane era uma mentirosa compulsiva ali, que ela mentia muito, que ela já tinha colocado a família em dívida, que ninguém contou isso pra ele porque achou que provavelmente ela teria mudado. — E eu acho que realmente a família não tem obrigação de falar esse tipo de coisa, né? Sei lá, ia estragar de repente o casamento da menina, não sei. —

Eles tinham quase certeza que a Lidiane não estava com lúpus, tanto que ela tinha pedido segredo, né? E aí chamaram a Lidiane lá na casa, foi aquela brigaiada de família, e Lidiane realmente não estava com lúpus, não tinha nada. E aí o Rui queria saber o que ela tinha feito com o dinheiro e ela não falou, e eles continuaram juntos, casados, mas assim estremecidíssimos, né? E o Rui não desconfiava de nada. Até que um belo dia Lidiane chegou pro Rui e falou que ela precisava de mais dinheiro, ele falou: “Eu não vou te dar mais nada, porque eu quero saber o que tá acontecendo, você já mentiu que você tinha uma doença, você não tem doença nenhuma, você gastou o dinheiro do boleto da casa, de três meses da casa, então são seis mil mais as continhas que você deixou de pagar, eu gastei quase oito mil reais de conta atrasada que você não pagou”. E aí, gente, Lidiane abriu o jogo pra ele, a Lidiane estava namorando — Reparem, ela é casada — com um rapaz do trabalho dela e ela tinha comprado uma moto pro rapaz… — Eu nem sei quanto custa uma moto, mas eu sei que ela tinha comprado, tinha dado esses oito mil aí da moto — e faltava ainda parece que dois mil pra quitar a moto e agora o rapaz estava chateado com ela. 

O Rui ficou incrédulo, né? “Como assim você tá namorando Lidiane? A gente é casado”, e aí ligou para os pais da Lidiane, contou na frente da Lidiane e o pai da Lidiane falou: “Olha, manda ela de volta pra casa, porque a gente já sabia que isso ia acontecer, divorcia, Rui, porque não vai ter jeito, a Lidiane é assim mesmo, a gente vai ficar do seu lado, a gente sabe que foi você que pagou a casa inteira, então Lidiane não tem direito a nada. Divorcia porque a Lidiane não tem jeito”. Só que o Rui gostava da Lidiane, a Lidiane voltou pra casa dos pais e o Rui ficou mal e, assim, passado. E passou um tempo desse namoro da Lidiane e ela começou a mandar mensagem pro Rui que ela queria voltar. — E aquelas, né, gente? Se a pessoa gosta e, se de repente ela terminou esse namoro, por que não dar uma chance, né? E aí foi que o Rui fez… —O Rui deu uma chance pra Lidiane depois de tudo isso, tipo, vamos passar uma borracha em tudo, né? Perdoou, perdoou. — É aquilo que eu falei, se perdoou então é pra esquecer, né? E começar tudo de novo.

E aí eles começaram tudo de novo, os pais da Lidiane super contra assim, achando que o Rui era um otário, mas ele resolveu encarar. Passado ali umas três semanas só, que Lidiane estava de volta com Rui, quem apareceu lá na casa? O rapaz da moto. — Sim, o rapaz da moto. — Por que que o rapaz da moto estava lá na casa de Rui, Lidiane? Porque a história da moto não foi o que a Lidiane contou, a Lidiane tirou essa moto por, parece que deu uma entrada lá de mil e poucos reais e quem continuou pagando a moto, inclusive devolveu os mil e poucos reais, foi o rapaz da moto, só que ele também estava dando o dinheiro do boleto pra Lidiane, [risos] e a Lidiane não pagou os boletos da moto, e aí apreenderam a moto. Quer dizer, o rapaz da moto também foi enganado por Lidiane, agora ele estava lá porque ele queria o dinheiro dele, nesse meio tempo a Lidiane tinha pedido demissão, porque ela trabalhava no mesmo lugar que o rapaz da moto, né? Quando começou a dar o problema da moto, ela pediu as contas e aí agora ela estava pedindo para o Rui pagar a moto pro cara, o Rui falou: “Não, também nesse nível de otário, eu não sou”, e aí Lidiane voltou pra casa dos pais e problema do rapaz da moto era problema do rapaz da moto com Lidiane. 

Só que quando Lidiane voltou pra casa dos pais, Lidiane estava grávida, gente. — Lidiane estava grávida. — E aí não se sabe como que resolveu o negócio da moto, porque o Rui não pagou, mas Lidiane grávida, ele falou: “Não posso deixar minha mulher grávida morando com os pais”, Lidiane voltou de novo. Aí passou a gravidez, Lidiane teve o bebezinho, ela não estava mais trabalhando, só o Rui trabalhando, e aí o Rui no trabalho dele, ele ganha bem e tal, mas ele não tem convênio médico e ele pensou: “Eu preciso fazer um convênio médico pelo menos para o meu bebezinho”, e aí botou isso na mão da Lidiane. — [riso] Outro erro, outro erro… — Pra Lidiane escolher o convênio e fazer o convênio pro bebezinho e foi feito o convênio pro bebezinho, foi ele que assinou a papelada, tudo… — Só que, gente, se a Lidiane já não pagou o boleto de nada, como que você vai deixar o pagamento do convênio do bebezinho na mão da Lidiane? Não tem como. —

Resumo, depois de seis, sete meses que o bebê foi precisar realmente, porque ela estava fazendo todas as coisas no posto de saúde e ficando com o dinheiro do convênio, quando o bebezinho foi realmente precisar usar o médico particular, cadê? Aí Lidiane contou que… — Inventou uma história lá qualquer, que não colou obviamente, né? — E agora tá nessa. Porque assim, ele não confia nela, ele gosta dela, não confia nela pra nada, agora tem o bebezinho, né? E ele já pediu pra Lidiane mil vezes começar uma terapia, ver o quê que é isso, que ela mente tanto, que ela pega dinheiro dos outros e… — Poxa, né? Tentar resolver isso, né? Amenizar isso pelo menos. — Ele gosta dela, ele quer ficar com ela, agora tem o bebezinho, mas ele vive nessa tensão assim, de repente aparecer alguém que a Lidiane pegou o dinheiro da pessoa, já aconteceu um rolo desse com uma amiga dela também que acabou indo lá fazer barraco, e aí pra essa amiga o Rui pagou, porque era uma coisa assim, que foi super injusta com a menina e a menina precisava do dinheiro, enfim…

Mas o Rui não tá sabendo como lidar, ele chegou aí no meu podcast porque alguém indicou as histórias assim pra ele e ele falou: “Poxa, eu acho que eu me enquadro aí, sei lá, como resolver essa minha questão aí, né? O quê que eu posso fazer pra conseguir que a Lidiane vá pra terapia”. E, gente, é uma situação complicada, né? Porque não tem como forçar a Lidiane a fazer uma terapia, e assim, o Rui já disse que gosta dela, que não pensa em separar, não sei, gente, que conselho que vocês têm aí pro Rui? Eu acho que é uma situação familiar bem complicada assim, não consigo vislumbrar um futuro melhor, sabe? Pelo menos não agora. Eu não sei, né? Eu conto a história aqui do ponto de vista do Rui, não sei da Lidiane, né? Então fica difícil opinar numa questão dessas, né? Quando é tão complicado as coisas que acontecem com a outra pessoa que a gente não conhece e não tá aqui pra falar nada, né? Então, se vocês têm aí algum conselho, uma palavra aí de força para o Rui, deixa lá no nosso grupo do Telegram, só jogar na busca do Telegram “Não Inviabilize” que aparece o nosso grupo.

[trilha]

Assinante 1: Oie, meu nome é Gislene. Rui, pelo jeito você não pretende divorciar, nem deixar a Lidiane ainda mais agora que tem um filho, então, você tem que saber que vai ser sempre assim. Porque mesmo que ela procure uma ajuda, que você consiga conversar com ela e ela abra o coração pra uma ajuda, terapia não vai mudar ela de uma hora pra outra, entendeu? Vai ser um trabalho assim que pode ser que demore, pode ser que nunca aconteça dela mudar, que seja um traço que ela não queira mudar. Então o meu conselho é: se vão ficar juntos, nada mais de finanças na mão dessa mulher e de olho aberto sempre. Grande beijo.

Assinante 2: Ana Flávia, Pirassununga, São Paulo. Rui, você tá numa cilada, numa roubada, hein? Se eu fosse você eu não ficaria mais com a Lidiane, cuidaria do bebê, por mais que você ame ela, mas ela não vai ter solução, porque como que você vai obrigar ela a fazer terapia? Mesmo que você vá junto, nada garante que ela vai se abrir com o terapeuta, que ela vai procurar uma melhora, entendeu? Por que até quando você vai ter que ficar pagando as coisas dos enroscos que ela arranja? Eu acho que isso aí não vai dar certo. E se você for ficar com ela não deixa mais nada de responsabilidade com dinheiro na mão dela. 

Déia Freitas: E é isso, gente, daqui a pouco eu volto. Um beijo. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.