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título: bolinho de chuva
data de publicação: 16/09/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #bolinho
personagens: meire, marido de meire e vizinha

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Meire. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Meire é casada há quase 20 anos… — Ela e o marido eles casaram muito novos, assim, logo que eles fizeram 20 anos eles casaram, então eles estão ali no comecinho dos 40, os dois. — E um relacionamento muito ok, assim… Já os filhos crescidos, dois filhos, ambos na faculdade… Então, assim, vida que seguiu, muito boa. E ali no bairro da Meire ela tem muitas amigas, ela sempre morou ali. Então, desde que ela casou ela mora ali, 20 anos morando no mesmo lugar e você conhece todos os vizinhos, né? E na frente da casa dela, do outro lado da rua, tem uma senhora — que é vizinha dela também há 20 anos — uma senhora mais ou menos de 68 anos, assim, e que sempre foi muito gente boa com a Meire. Elas sempre tiveram amizade, de uma levar, sei lá, se uma fez um bolo, leva um pedaço lá… — Esse tipo de coisa. —

E essa senhora é muito boa em fazer bolinho de chuva. — Eu não sei como chamar bolinho de chuva na sua região, se em todo lugar chama bolinho de chuva, mas aqui é um bolinhozinho de farinha e açúcar, muito gostoso… Ai, até salivei aqui. Bolinho de chuva tem a versão vegana, que é igualmente gostosa, igual. Eu amo bolinho de chuva, amo, amo. Se eu tivesse uma vizinha que fizesse bolinho de chuva pra mim, eu praticamente teria aí um episódio de perdão de qualquer coisa, [risos] só pra não perder o bolinho de chuva. Eu perdoaria essa vizinha por qualquer inconveniente. — E assim seguiu… Sempre que a Meire fazia alguma coisa essa vizinha ganhava e sempre que essa vizinha fazia os famosos bolinhos de chuva dela, ela levava lá pra Meire e o marido. Então, assim, era uma convivência muito harmoniosa.

Um dia a Meire e essa vizinha elas estavam conversando ali na mesa da cozinha — da Meire — e essa vizinha contou que ela fez uma cirurgia íntima e que ela estava ali com… Como ela disse, a região das partes baixas [risos] toda, assim, nos trinques e supostamente muito apertadinha. Então ela tava contando para Meire que tinha feito essa cirurgia íntima e que estava como se tivesse 20 anos de novo, super apertada e nã nã nã ali, né? — A gente tá falando da vagina da vizinha. — Então, que ela estava ali com tudo novinho e nã nã nã e que ela estava precisando encontrar um cara aí pra testar e perguntando pra Meire se a Meire conhecia alguém pra apresentar pra ela e tal e nã nã nã. E elas ali dando risada, passou…

Passou mais ou menos um mês — Um mês, um mês e meio — e esse contato com a vizinha estava menor, assim, ela estava fazendo menos bolinho de chuva… Ela fazia, tipo, duas vezes na semana bolinho de chuva. — Ela estava fazendo bem menos, estava indo menos na casa da Meire… — O que a Meire pensou? “Arrumou um bofe, né? Tá lá botando a cirurgia dela em prática, [risos] tirando o atraso”, enfim… Meire ficou muito feliz por ela e vida passou… Mais ou menos um mês, um mês e pouco ela recebeu dentro da caixa do correio dela uma carta anônima. — E é estranho a gente falar de carta anônima agora, né? Tipo assim, 2021, carta anônima… Mas era uma carta. — Estava escrito pouca coisa na carta, mas era uma carta anônima.

E ela leu e ela ficou meio em choque com o que ela estava lendo. Falou: “Não pode ser, não pode ser… Que trote mais idiota, que gente mais…”, sabe? “Cretina”. E aí ela pegou aquela carta anônima e deixou ali em cima da mesa. Quando o marido dela chegou, ela mostrou pro marido e falou: “Olha, olha isso aqui… Olha como as pessoas são maldosas e nã nã nã, né?” e falando ali pro marido e tal, comentando da carta. Este homem começa a chorar… [efeito sonoro de pessoa chorando] O que estava escrito naquela carta? Que o marido de Meire estava tendo um caso com a vizinha do bolinho de chuva. — E aí, gente, era verdade… — Ele não aguentou a pressão aí do bilhete anônimo, que o bilhete, a carta anônima dizia que mandaria mais provas — então ele deve ter ficado assustado com isso — e confessou… Que no dia que a vizinha estava falando da vagina dela ali na mesa da cozinha, ele estava lá na sala, ele ouviu e ele ficou curioso e ele procurou a vizinha como quem não quer nada e ela, enfim… Rolou e eles estavam realmente saindo.

Eles tinham transado algumas vezes, não era uma vez só. E a Meire ficou em choque porque era um casamento de 20 anos, né? E ela ficou meio sem saber o que fazer, assim, porque a outra vizinha mora do outro lado da rua, né? Todo mundo, assim, muito íntimo. E aí tinha mais um detalhe… Que ele estava agora confuso se ele queria continuar com a Meire ou se ele ia atravessar a rua e ia ficar de vez com a vizinha do bolinho de chuva. E aí foi aquela briga e tal, ela não botou ele pra fora porque ela ficou com medo que ele fosse lá pra casa da vizinha. E a rua toda já estava sabendo, porque às vezes ele saía cedo do trabalho e ia lá pra casa vizinha… Tipo, parava o carro na casa deles, a Meire trabalhando e ele saía e ia lá na vizinha, então já estava aí um zum zum zum. Então, deve ter sido algum vizinho ali que botou o bilhete. 

A Meire depois olhando a letra do bilhete tem a impressão que é a mesma letra da vizinha do bolinho de chuva. — Ela me mostrou uma receita e a letra do bilhete, o bilhete, a foto do bilhete e, pra mim, é a mesma letra. — Então a gente desconfia que foi a própria vizinha que contou pra já dar esse… Essa coisa aí e ver se separava. E agora eles estão nesse pé… A Meire quer que o marido faça uma terapia com ela e tal pra ficar e ele quer sair, quer ir morar com a vizinha. — De frente. — E aí isso implicaria nela vender a casa e ir embora dali, né, gente? — Porque não tem condição… — Mas ela quer tentar e o marido não quer tentar. Eu, sei lá, eu acho que eu jamais tentaria, mas a Meire tá vendo aí se o cara vai topar fazer essa terapia com ela. Eu já teria vendido essa casa e me mandado, enfim… 

Essa é a história da Meire, ela queria saber de vocês… O que vocês acham? Será que a terapia salva esse traidor, comedor de bolinho de chuva? Eu, por mim, é não. Por mim é: separa. — Vocês sabem, né? Vocês sabem como eu penso. — Então eu vou deixar aí essa pra vocês. Eu fiquei chateada com essa história porque, assim, no começo era uma amizade muito boa da vizinha com a Meire, sabe? Como alguém consegue deixar uma amizade de lado por causa de um pau amigo? Poxa, é o marido da sua amiga, sabe? Eu fico muito chateada com isso… Porque, assim, tem muito homem por aí, né? Por que você vai aceitar fazer isso com uma amiga sua, que sempre foi sua amiga, há 20 anos, sabe? Pra mim é inaceitável da parte da vizinha que era amiga da minha e também esse marido, né? Pra mim, acabou… 

[trilha]

Assinante 1: Oi, pessoal, aqui é o Will de Salvador. Meire, pelo amor de Deus, por que isso ainda é uma questão, amiga? Não vai nessa, não embarca nessa. Porque você continuar com esse cara implica em você continuar na sua casa, continuar na sua rua, então, assim, vai ser uma história que vai estar literalmente na porta da sua casa, todo santo dia… Você nunca vai conseguir fugir dessas lembranças horríveis. Então, assim, mete um pé na bunda dele, manda ele comer bolinho de chuva lá na vizinha mesmo e segue sua vida, que com certeza coisas maravilhosas te esperam, tá bom? Beijo.

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui quem fala é Benevides, de Belo Horizonte. Meire, primeiramente, eu sinto muito pelo o que você passou, eu imagino que não seja fácil, né? Acabar descobrindo uma traição assim, ainda mais de um casamento de 20 anos. E o que eu tenho a te dizer é que não tem como uma pessoa só lutar pelo relacionamento, uma pessoa só querer esse relacionamento, insistir nele e tentar e resolver as coisas. Se o seu marido já falou que ele não quer, que ele quer morar com a vizinha, infelizmente não tem muito o que você pode fazer, sabe? Se você decidir, enfim, fazer qualquer coisa pra meio que prender ele, isso não vai funcionar, porque ele vai continuar te traindo e vai ser ruim pra você continuar nessa situação. Você merece muito mais, você merece estar com uma pessoa que não vai fazer isso com você e que queira estar com você. Então, pensa nisso. Um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Então é isso, sejam gentis com a Meire no nosso grupo do Telegram. Se você ainda não está no nosso grupo, é só jogar lá na busca “Não Inviabilize” que o grupo aparece. E eu volto em breve, um beijo.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.