título: bravo
data de publicação: 17/07/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #bravo
personagens: marcos, thiago e lucas
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Luz Acesa. — Essa história tem aí um conteúdo sensível, então estejam avisados. — E hoje eu vou contar para vocês a história do Marcos, do Thiago e do Lucas. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]O Marcos — que é quem me escreve — quando ele tinha os seus 22 anos, saía junto com o Thiago e o Lucas e eles iam pra balada, muitas baladas… Às vezes eles saíam de quinta—feira e só paravam no domingo, terminava uma balada, tinha outra, eles iam e dormiam na casa de alguém, já tinha um churrasco, enfim, eles bebiam bastante também. Época de bastante festa, eles conheciam muita gente, eles bem populares e o tempo foi passando… Eles sempre nessas festas, até que um dia, os meninos estavam numa rave — minha época rave começava, sei lá, meia noite e ia até o outro dia, tipo, mais de um dia assim, começava meia noite, passava uma meia noite e acabava no outro dia de manhã —, eles foram para rave sexta meia noite, ela durou o sábado inteiro e sábado inteiro de música eletrônica, sei lá, né? Tipo ao ar livre, aquela coisa, todo mundo bêbado, enfim, bastante gente… E ela foi acabar só no domingo, ali pelo meio da tarde.
Eles já nem estavam mais bêbados — sabe quando você está meio exausto mesmo da balada? Porque já passou, você já comeu alguma coisa, já bebeu um monte, está sujo de barro, enfim, aquele caos de final de rave, gente pedindo carona pra ir embora, enfim — e quem tinha o carro era o Lucas e o Lucas nunca dava carona pra outras pessoas que não fossem ali o Marcos e o Tiago. O Lucas falou pros dois: “Vamos dar um tempo pra galera meio que ir embora pra ver que o nosso carro não está vazio”, era tipo num sítio essa balada, o pessoal ia meio que embora pela estrada e ia pedindo carona, então eles ficaram ali enrolando e, quando deu mais ou menos cinco e meia da tarde, o Lucas falou: “Bom, agora já dá pra gente ir, né? Vamos embora”.
Já estava escuro, já era, sei lá, final ali de maio, já estava frio, assim, né? Escuro e eles entraram no carro… O Lucas ainda reclamou: “Puts, vai sujar o carro, amanhã vou ter que levar pra lavar e nã nã nã” e eles muito cansados, muito cansados… O Lucas entrou pra dirigir, o Marcos sentou do lado dele, botou o cinto de segurança e o Tiago atrás resolveu deitar no banco pra dormir, porque eles estavam realmente muito cansados… Eles tinham ali duas horas de estrada pela frente, então o ideal era o que? Que eles fossem conversando, né? Porque todo mundo estava muito cansado… Para o Lucas dirigir desse jeito, tinha que, sei lá, botar uma música ali meio alta e a galera, os três irem ali conversando. Só que o Tiago já capotou no banco de trás e o Marcos ele me falou: “Andréia, eu comecei a conversar com o Lucas, mas eu não sei, em dez minutos eu não sei, eu apaguei. Não lembro de muita coisa, de ter conversado muito com o Lucas”. Então a gente tem uma lacuna nessa história…
O Marcos ele dormiu e acontece o acidente… [efeito sonoro de carro colidindo] Quando ele acordou, ele estava fora do carro, num lugar, assim, com muito mato, um mato alto, algumas árvores assim quebradas e ele via o carro, via o Tiago embaixo do carro — uma parte do carro sobre o Tiago — e não via o Lucas. E aí ele tava muito tonto e ele tava com uma das pernas quebradas e algumas costelas, então ele não conseguia se mexer e foi um acidente muito grave. O Marcos, num determinado momento que ele fez um movimento, para tentar virar para tentar achar o Lucas, ele viu o Lucas em pé… Eles tinham caído numa ribanceira, ele viu o Lucas em pé, mas o Lucas não ia para a estrada para pedir ajuda e o Marcos começou a gritar: “Pede ajuda, pede ajuda” e o Lucas estava encostado numa árvore em choque. Em choque…
Nessa hora, o Marcos falou: “Andréia, eu sou uma pessoa que nem, assim, nem na igreja eu ia, nem na igreja eu… Minha mãe também não era muito de igreja, enfim, não sou uma pessoa religiosa, não entendo nada de religião, nunca acreditei em assombração, em fantasma, nada… E eu, de onde eu estava, eu vi o espírito do Tiago sair do corpo dele como se fosse uma pessoa, uma pessoa…”. Aí qual a diferença? O Marcos falou: “Andréia, ele estava muito machucado, ele estava preso embaixo… O peso do carro caiu em cima do Thiago, ele estava muito machucado, ele estava com o rosto machucado. Só que quando eu vi ele saindo do corpo dele, ele não estava machucado, ele estava com a mesma roupa, só que ele estava inteiro”. Parecia que o Thiago não via o Marcos ali e nem via o Lucas encostado na árvore…
A estrada tá pra esquerda, aqui à direita está o Marcos no chão, mais pra trás do Marcos a direita também o Lucas encostado numa árvore e ele atravessou o Marcos, como se ele não estivesse vendo o Marcos e foi embora… Sumiu. Ele falou: “Andréia, não tinha luz, não acendeu uma luz, não abriu um túnel, nada, ele simplesmente andou, me atravessou e quando eu fui seguindo ele com um olhar, ele de costas, ele sumiu”. Sem entender muito o que estava acontecendo, muito tonto e agora que ele tinha virado para ver o Lucas, ele perfurou o pulmão, então ele estava começando a se engasgar com o próprio sangue. Isso durou alguns minutos só porque outros carros viram o capotamento e vieram pra ajudar, chamaram o SAMU, enfim, veio aquele socorro de ambulância que tem nas estradas, enfim, que também são ligados ao SUS. — Então viva o SUS, você não paga por esse atendimento… Agora se for em outro país, dependendo do país, você paga. Então vamos enaltecer aí o SUS nessa história mais uma vez. —
E aí já estava vindo o socorro, como ele já estava se engasgando com o sangue, ele apagou e só foi acordar novamente no hospital. E no hospital veio a família dele, chorou, enfim e ele já sabia do Tiago, porque ele viu… E ele perguntava muito do Lucas, ele falava pra mãe dele, né? — A gente pode dar um nome aqui, sei lá, “Dona Noêmia”. — “Mãe, mãe, mãe, eu sei que o Tiago morreu, eu vi o Tiago morrendo, mas e o Lucas? O Lucas tava lá encostado numa árvore, ele não me ajudou. O que aconteceu com o Lucas? Ele estava em choque, como ele tá?”, fazendo mil perguntas e Dona Noêmia: “Calma, filho, calma, primeiro você tem que ficar bem… Descansa, né?”. Ele queria ver o Lucas, enfim, amigo dele.
O Marcos ficou oito dias internado, teve que fazer uma cirurgia, enfim, mas não foi nada assim tão grave, ele ficou oito dias na UTI e depois foi pro quarto e tal. O Marcos chorava muito porque ele perdeu o enterro, o sepultamento do Tiago, amigo dele e começou a se revoltar porque as pessoas não deixavam o Lucas vir até o quarto dele e falar com ele… E aí a Dona Noêmia falou: “Filho, só você sobreviveu. Só você sobreviveu… O Lucas também morreu, morreu na hora e ele estava dentro do carro”. Pela configuração do acidente, ninguém entendia muito bem como que o Marcos foi parar para fora do carro… Acho que na hora que o carro deu aquelas voltas, né? Que vai capotando e tal, foi jogado para fora. E o Thiago só ficou metade do corpo pra fora e o Lucas morreu preso entre as ferragens do carro, ele não saiu do carro. Então, o que ele estava vendo ali — o Marcos — encostado na árvore, era o espírito do Lucas.
Diferente do Thiago que foi pra algum lugar que o Marcos não sabe pra onde, mas parecia que ele não estava vendo, parecia que ele estava ali, mas ele via outras coisas e foi embora, assim, né? O Lucas ficou… Enquanto o Marcos estava no hospital, ele estava tomando muito remédio e tal, então ele dormia e apagava. Como ele ficou muito revoltado, o médico teve um dia que sedou ele, enfim, essas coisas… Quando ele saiu do hospital, como eu disse, ele quebrou a perna, então ele estava ainda engessado, então ele saiu de muletas, saiu com a Dona Noêmia e já quando ele saiu do quarto, no corredor do hospital, ele viu o Lucas. Só que o Lucas, diferente de quando ele estava lá na árvore, o Marcos falou pra mim: “Andréia, ele estava normal, ele não estava rasgado, ele não estava machucado nada”, quando ele saiu ali no corredor do hospital que ele viu o Lucas, o Lucas já tava todo machucado e com a roupa rasgada e olhando para o Marcos com muito ódio… Muito ódio.
E a Dona Noêmia ali, falando pra ele que ele ia ter que tomar cuidado com a muleta para não escorregar e nã nã nã, conversando assim e ele passou pelo Lucas e ele falou para mim assim: “Andréia, eu escutei a respiração do Lucas… Sabe quando a pessoa está bufando de raiva, respirando fundo? Era assim que estava o Lucas”. E aí o Marcos já sabia que ele não estava vivo também, não olhou para trás, entrou no carro com a Dona Noêmia e foi para casa. Na casa dele, o Lucas já estava lá, já estava com ele… E a partir daí começou um inferno na vida do Marcos. Primeiro que ele estava machucado, então ele não podia trabalhar e a mãe dele trabalhava, era só ele e a mãe dele, então ele ficava em casa sozinho — porque ele tava de muleta e tal, mas ele podia fazer as coisas, podia comer, enfim —, só na hora de se tomar banho que a mãe dele arrumou uma cadeira de plástico lá, mas mesmo assim ela ficava com ele ali. Fora isso, ele ficava muito tempo sozinho em casa e, sozinho em casa, o Lucas entrava. — E era engraçado… “Engraçado”, era, assim, curioso que o Marcos falou: “Andréia, quando a minha mãe chegava, ele saía, ele ficava no quintal, ele não entrava dentro da minha casa. Mas quando a minha mãe saía para trabalhar, ele entrava. E aí tudo o que você puder imaginar de filme de terror, acontecia, só que eu enxergando o Lucas… Então o Lucas ele abria as portas dos meus armários da cozinha e batia as portas… Ele uma vez arrancou a gaveta de talheres da pia ali e jogou tudo pelo chão e eu não conseguia abaixar pra pegar, mas fui pegando, enfim… E eu falava para ele: “Lucas, o que você quer, cara? Eu não posso te ajudar… O que você quer?” —
E sempre que que o Marcos tentava falar com o Lucas, ele ficava mais bravo, então ele começou a ignorar. E chegou a um ponto, que o Lucas ele conseguia atingir o Marcos durante a noite, então às vezes ele estava dormindo e ele sentiu um soco assim nas costas. — Era forte como o Lucas conseguiria dar se ele estivesse vivo? Não, mas era um soco. Uma coisa que eu não entendo também, como alguns espíritos conseguem botar a mão em coisa e derrubar coisas e outros não? Porque a única coisa que me vem é o filme Ghost lá, aquele cara… Ele falava que a raiva te motiva a fazer as coisas, aquele cara que ficava lá na estação de trem… Eu tenho só essa explicação de filme, porque realmente não consigo entender. — A cabeça do Marcos estava ruim porque ele tinha perdido os amigos, o fantasma do Lucas, o espírito do Lucas não assustava ele tanto quanto pensar no que tinha acontecido… Porque o Marcos me falou: “Andréia, uma parte dos nossos amigos também me culpou. Tipo: “Ah, vocês três, vocês viviam bebendo e dirigindo, enfim”, só que dois morreram e só ficou ele, então meio que a turma ficou meio mal com ele… .
Então ele tinha todas essas coisas, esses problemas reais e tentava minimizar a aparição do Lucas… E o Marcos falou: “Andréia, eu não sei, eu acho que ele acabou sentindo que ele não estava mais me afetando porque eu já estava… Eu já estava mal… E aí ele começou a afetar a minha mãe”. Quando a minha mãe chegava, se antes ele não ficava em casa, agora ele ficava grudado nela… E quando eu digo grudado, é grudado da minha mãe botar a mão no ombro assim e reclamar que as costas estavam doendo”. E aí a Dona Noêmia foi mudando em casa, foi ficando brava — ela sempre foi uma mulher muito doce — e um dia ela chegou em casa com uma garrafa de bebida alcoólica e Dona Noêmia nunca bebeu e quando o Marcos viu que era o Lucas com a mão dele em cima da mão da Dona Noêmia, fazendo a Dona Noêmia abrir a garrafa. — Gente, que espírito é esse? Que tem esse poder todo? Tipo um garoto de 22 anos? —
E quando ele viu a mãe tomando o primeiro copo de bebida alcoólica: “Bom, agora não dá mais… Agora eu vou ter que procurar ajuda de alguém”. Ele estava meio estremecido com essa turma da zoeira dele, e aí ele procurou uma pessoa no trabalho dele… Ele falou: “Andréia, eu fui a única pessoa que eu sabia que era religiosa e ela era da igreja evangélica. Então eu telefonei, eu estava afastado, eu telefonei para ela, eu contei tudo que estava acontecendo e dois dias depois ela estava na minha casa com um monte de gente lá, um monte de senhoras orando, orando, orando”. A Dona Noêmia tinha que estar presente nessa oração aí, só que ela não queria… E aí trancaram a porta para ela não sair e começaram a rezar, rezar, rezar e uma só — só uma das mulheres que estavam lá — fazendo oração, via o Lucas. E quando todo mundo ficava rezando, ela ficava falando com o Lucas e olhando para exatamente onde o Lucas tava, porque o Marcos via o Lucas também, né? E ela falava: “Filho, você não pode ficar aqui e isso, que tá repreendido e nã nã nã”, enfim, mil coisas…
E começou a falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar… Até que o Lucas daquela postura que ele tava de muito bravo, ele se encolheu num canto e sumiu… E aí o Marcos falou: “Ufa, resolveu”, e as tias ali que estavam rezando, aquelas senhoras falaram: “Não resolveu, não, não resolveu”. E aí elas passaram mais umas duas semanas indo todo dia rezar lá… E o Marcos falou: “Andréia, tinha dia que eu via bastante o Lucas, tinha dia que eu não via mais o Lucas, mas as coisas se mexiam na minha casa”. E aí foi indo, foi indo, o Lucas foi aparecendo cada vez menos, até que as semanas falaram: “Agora ele não vem mais, agora ele não volta mais” e eu perguntei para o Marcos se elas tavam tratando o Lucas como um demônio e o Marcos disse que parecia que não, que elas entendiam, apesar de ser da igreja evangélica, que elas entendiam que era um espírito. Então não sei também que igreja evangélica que era, enfim…
E só assim que o Lucas saiu de lá, Dona Noêmia voltou ao normal, o tempo passou, o Marcos conheceu uma moça ótima — que a gente pode chamar de “Yolanda” — e casou com a Yolanda. Teve dois filhos, e aí quando ele teve filho, ele se colocou no lugar dos pais do Tiago e do Lucas, porque eram assim, eram os pais dos amigos que ele tinha muito contato e, a partir do ponto que os dois morreram, ele parou de ter contato, que era uma coisa que também doía muito nele, né? E depois de anos ele resolveu procurar as famílias… Ele ligou primeiro para a mãe do Tiago, foi lá, eles choraram juntos, se abraçaram e nã nã nã. E aí ligou para o pai do Lucas — que era o telefone que ele tinha —, o pai do Lucas foi na dele, mas falou: “Ah, tudo bem”, ele falou: “Poxa, queria dar um abraço em vocês, queria levar meus filhos para vocês conhecerem e tal” e o pai do Lucas falou: “Não, tal, a gente marca”, mas meio assim naquela “qualquer dia a gente se fala, a gente se vê”.
Passado mais um tempo, a mãe do Lucas ligou e falou: “Ah, filho, eu fiquei sabendo que você ligou pro meu marido tal, pode vir aqui e tal… O quarto do Lucas continua do mesmo jeito, a gente não conseguiu mexer em nada”. — Anos depois, gente, anos depois… Cada um tem um jeito de processar o seu luto e tal, mas chega um ponto que começa a interferir na sua vida, começa a você ter que dar um outro passo, mas até aí a gente fala disso outra hora. — E o Marcos foi na casa do Lucas e foi bem recebido, a mãe dele tinha feito lá uns biscoitos, deu café para ele, eles conversaram… Ele não foi nem com a Yolanda, nem com as crianças, ele foi sozinho porque não sabia como ia ser, né? E aí a mãe do Lucas, que a gente pode chamar aqui de “Dona Célia”, Dona Célia falou: “Vem cá, vamos lá no quarto dele, vem conhecer o quarto dele” e, assim, que ela abriu a porta do quarto, o Lucas estava lá… — Ou seja, o Lucas não foi… Sei lá pra onde que vai, mas assim, ele não foi pro lugar que ele tinha que ir para fazer as coisinhas de espírito… Ele saiu da casa do Marcos e foi pra casa da mãe. —
O Marcos tomou um susto porque agora o Lucas tava no quarto dele, mas parecia que o Lucas não enxergava ele, o Lucas olhava só pra mãe, parecia que ele só via a mãe, parecia que ele estava num mundo paralelo e ele via a mãe. Ele : “Andréia, eu sinto muito, eu sei que as pessoas vão até me criticar, mas eu não falei nada para ela e eu achei ótimo que ele nem me viu e eu saí de lá e nunca mais falei com os pais do Lucas… Porque eu passei um inferno e a mãe dele não falou nada no sentido de estar atormentada, nada… Então eu não sei, de repente ele só fica lá no quarto dele de boa, não faz as coisas que ele fazia na minha casa… E eu, sinceramente, eu decidi não me meter porque eu já tinha passado poucas e boas. Então eu sei que as pessoas podem até me criticar, mas só eu sei o que eu passei e eu fiquei muito assustado quando eu entrei no quarto”. Dona Célia tirou o Marcos do quarto, porque acho que ele ficou emocionado e ele já quis ir embora…
Então, acho que a Dona Célia botou na conta da emoção, né? Só que não, só que ele tinha visto Lucas lá no quarto e ele não sabe até hoje se o Lucas foi encaminhado ou se vive lá na casa dele com os pais, os pais já estão de idade, enfim… Essa é a história do Marcos, ele viu o Tiago indo para algum lugar que o Marcos, sem entender dessas coisas, julga que foi para um lugar melhor mesmo assim, tipo se desvencilhou do corpo, ficou de boa. Agora o Lucas não… O Lucas ficou atormentando ele com muita raiva dele e depois ficou na casa da mãe. — E aí eu perguntei para o Marcos: “Você não tem medo de de repente dar algum gatilho, alguma coisa e o Lucas voltar a te atormentar?”, ele falou: “Andréia, tenho medo todo dia. Eu, que nunca tive religião, hoje, antes de dormir, eu rezo Pai Nosso e Ave Maria, porque sei lá, né? Mas até agora não fui mais assombrado pelo meu amigo, que era muito meu amigo e até hoje não entendo a raiva dele, porque não era eu que estava dirigindo e talvez porque eu dormi e ele ficou sozinho dirigindo? Mas o Tiago também dormiu”. O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, povo, aqui é Alessandra do Rio de Janeiro. O que eu acho que aconteceu nesse caso foi que Lucas não aceitou sua passagem, né? Ficou se sentindo ainda preso à vida dele aqui e não conseguiu seguir adiante como o Tiago foi. E ele se agarrou ao Marcos porque o Marcos chamou muito por ele enquanto estava no hospital, se preocupou, pensou, perguntou muito por ele, então ele se agarrou ali. Isso atraiu ele. Lucas acompanhou ele pra casa e conseguiu fazer todas aquelas coisas por estar perto de um médium. Marcos tem uma mediunidade, os espíritos só são capazes de fazer o que o Lucas fez quando estão perto de um médium que dá esse poder para eles, mesmo que não intencionalmente. Eu espero que ele encontre o caminho dele e que todos fiquem bem.
Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, aqui é a Paula de São Paulo. Meu Deus, que história… Quando eu achava que a história não podia ficar mais assustadora, ela vai lá e nos prova o contrário. Como o próprio Marcos disse, só ele sabe o que ele passou, mas eu achei que ele foi negligente ao não procurar a família do amigo por tanto tempo, movido apenas pelo remorso por agora ser pai e ver que o amigo ainda tá em sofrimento, ainda tá preso aqui, ao Aiê… Pô, nem dá um salve na mãe dele… Pô, Marcos, o problema não é mais seu e é isso… Acabou, poxa…
[trilha]Déia Freitas: Então é isso, um beijo, gente, comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis com o Marcos. — Ele realmente não conseguiu avisar a mãe que o Lucas tava lá, nem entrar em contato depois, a gente tem que respeitar também as coisas que ele passou. — E é isso, né? Cada um com seus fantasmas? Deus me livre. Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]Vamos combinar da gente morrer e seguir? Ir embora? Vamos? “Ah, morri, tenho coisa pra fazer, tô com ódio”, vamos trabalhar isso em outro lugar? Ou pelo menos, sei lá, vai assombrar uma pessoa, sei lá… [risos] Eu não posso falar quem eu assombraria se eu fosse morresse hoje, [risos] mas é um político bem, bem indesejável, assim. Então vai assombrar alguém que merece ser assombrado, sabe? Não fica com a sua galera. Procura alguém, fala: “Olha ,essa pessoa que, sei lá, genocida, vou lá, vou assombrar ele”, sabe? Vamos fazer isso? Vamos fazer esse pacto nosso? A gente aqui… Vamos morrer e não vamos atormentar familiares, amigos, ficantes, maridos, namorados, namoradas, noivas, nada… Vamo? Vamo combinar isso? “Ah, mas eu preciso atormentar alguém que eu estou com ódio”, vamos pegar então uma pessoa que ninguém gosta muito, assim, de destaque na sociedade, e aí a gente vai lá e “rawr”, assombra. Então vou deixar aí essa se combinado entre a gente, tá bom? Então é isso, gente, Deus me livre… Deus me livre de novo. E eu volto em breve. Vamos fazer que nem o Tiago: Passou, foi… Beijo.