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título: campos do jordão
data de publicação: 22/02/2021
quadro: picolé de limão – especial férias 2021
hashtag: #campos
personagens: joana e carla

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei para mais um Picolé de Limão do nosso especial de férias. E hoje eu vou contar para vocês a história da Joana e da Carla. Quem me escreve é a Joana, então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Joana conheceu a Carla online, mas assim, apresentada por outras amigas, todo mundo num grande círculo de amizade. Elas começaram a conversar, trocar informações ali pelas redes sociais e resolveram furar a quarentena pra se encontrar. —  Ê, Joana. —  E aí elas se encontraram, elas já estavam meio apaixonadinhas uma pela outra e rolou. [trilha romântica] E elas ficaram juntas, deu certo, começou um namorico ali em setembro e nã nã nã. Nada muito sério. —  Cabe salientar, Joana já é ouvinte aqui do podcast desde o comecinho, então já estava ligado em algumas coisas, mas é como eu falo aqui assim: a hora que a gente está apaixonada, e isso vale para todo mundo, inclusive, muito pra mim também… Quando a gente está apaixonada meio que a gente esquece o racional, né? Mesmo que a gente saiba das coisas. —

Então ali no começo desse relacionamento ela já percebeu algumas coisas na Carla assim que talvez não fossem tão legais, mas ela gostou muito da Carla e, bom, o relacionamento seguiu. Chegou final do ano, festas, a Carla insistiu muito para que elas fossem para Campos do Jordão. —  Então, além de furar a quarentena, né, Joana? Elas iam pra Campos do Jordão pra ficar lá num hotel, e o hotel parece que dizia que seguia todas as orientações e nã nã nã, que a gente já sabe que isso é muito balela. Quando você está num lugar com mais pessoas, as chances de você pegar coronavírus é maior, isso é um fato. —  Mas mesmo assim elas resolveram arriscar e foram pra Campos do Jordão. —  O que ficou combinado? —  Elas tinham medo dessa coisa de “ai meu Deus, já pensou se a gente paga e aí chega lá tá e tá tudo fechado?” Vem uma ordem aí e tá fechado. Então, elas resolveram marcar pra pagar na hora e o hotel estava aceitando, porque, né? Não está fácil pra ninguém.

Chegou lá na recepção do hotel, cada uma ia apagar a sua parte com o cartão, a Carla deu o cartão pra passar a parte dela e o cartão da Carla não passou. A Joana na hora falou: “Meu Deus do céu eu tô em um Picolé de Limão”, ao mesmo tempo ela pensou: “não, gente, pelo amor, a mina é uma fofa, uma querida, jamais faria isso comigo.” [efeito sonoro e violino] E aí ela falou: “bom, eu pago aqui, a gente sabe e você o que aconteceu com seu cartão ali pela internet e a gente resolve, aí você, sei lá, faz um PIX para mim”. [risos] — Sabe assim? —  E aí elas subiram, né? A Joana pagou, pagou tudo, e aí chegou no quarto a Carla falou: “ah, não, vamos trocar de roupa e fazer um passeio. Depois a gente vê isso”. [risos] — Ô, Joana…— E aí a Joana falou assim para: “Déia, eu ouvia a sua voz na minha cabeça, mas na hora, na situação, não podia ser verdade, sabe? E eu entendo completamente a Joana, porque é uma coisa é a gente ouvir as histórias das outras pessoas, mas quando está acontecendo com a gente, é muito difícil a gente acreditar que, poxa, a pessoa que está com a gente vai fazer isso? Eu entendo super, é bem isso mesmo. É muito mais fácil a gente comentar a história dos outros falando o que vai fazer e o que não vai fazer, do que estar vivendo aquilo na hora e tet que reagir na hora. —

Joana falou: “bom, não vou ser chata, vamos passear, mas na volta eu vou insistir nisso.” E aí na volta, realmente, a Joana falou pra Carla: “Olha, eu passei o meu cartão, eu preciso desse limite, a gente precisa resolver isso, porque você me convidou para vir pra cá, a gente tinha combinado de cada uma pagar a sua parte. Então vamos resolver isso.” Aí a Carla já ficou emburrada e falou que a Joana tava tipo, matando a vibe da viagem. [risos] Aquele papo da vibe, né? Que ela não queria essa energia, que a Joana só estava pensando em dinheiro, porque onde já se viu, que isso, que aquilo… E a Joana: “eu não estou acreditando que eu vou cair nessa”. E aí daí pra frente a Joana já ficou cabreira, mas falou: “bom, a gente já tá aqui, eu já paguei”. Elas iam ficar quatro dias, e ela falou: “bom, a gente fica esses quatro dias e a gente vê o que rola”.

Até então elas não tinham convivido de morar na mesma casa ou passar a noite juntas e tal. E aí ela percebeu que a Carla, além de não ter usado o cartão dela, quando elas acordavam, ela já vestia uma roupa da Joana… Ela não vestia uma roupa dela, ela vestia uma roupa da Joana. E às vezes era uma opção que eu Joana queria, e ela nem pedia, nem perguntava… — Aí eu até perguntei pra Joana assim: “poxa, mas será que, de repente, você já não tava implicando com ela por causa do lance do cartão?” e ela falou: “Não, ela pegava todas as minhas coisas sem autorização, sem pedir”. E ela deu exemplos de um batom que ela levou, que é um batom caro assim, desses de marca e que na hora de ir embora ela não achou o batom em lugar nenhum e depois de uns dias ela viu a Carla com um batom. Então essas pequenas coisas, né? — Aí elas voltaram, a Joana resolveu relevar isso, porque realmente a Carla não ia pagar, né? Já estava fazendo várias cenas em relação a isso, e aí elas ficaram juntas mais uma semana ali.

A Joana levou mesmo, falou: “vou deixar pra lá”, e aí a Carla terminou com ela. Terminou com ela, começou a falar nas redes sociais que Joana era uma pessoa tóxica, que isso, que aquilo… — E, gente, vocês não vão acreditar… — Durante a viagem a Campos, a Joana às vezes preferia ficar no hotel, porque ela tinha, vai, de manhã ela estaria num suposto home office, aí ela fazia as coisinhas ali rapidinho da firma pra sair com a Carla, e a Carla saía antes. Quando chegou a fatura do cartão, ela viu várias coisas compradas em Campo, tipo, roupa… Aparecia “malharia não sei o que lá”, “chocolates não sei o que lá”, coisas caras assim, que ela não comprou. E a Carla pegou o cartão dela escondido, sabia a senha porque, na hora que ela passou ali no hotel ela viu e usou, gente, o cartão da Joana.

E, talvez já sabendo que a Joana ia descobrir quando chegasse a fatura, ela começou a atacar a Joana nas redes sociais, chamando a Joana de tóxica, isso e aquilo… E agora a Joana está nessa situação, assim, por mais que ela diga: “eu não dei o meu cartão pra Carla”, muita gente acha que ela deu o cartão pra Carla gastar e agora está arrependida. E aí, assim, todo mundo comprou meio que a história da Carla, né? Que, ai, a Joana ela pagou as coisas pra Carla e agora fica aí, só porque a Carla não quer mais, fica aí querendo difamar a menina… E aí a Joana tá nessa, não sabe como sair dessa. É muito pouco provável que ela consiga fazer um B.O., porque a narrativa da Carla realmente cabe nas coisas… Tipo, “ela me deu o cartão para comprar as coisas e agora está arrependida”. E ela não sabe o que fazer, essa viagem de férias aí mudou a vida da Joana para pior e ela queria uma luz de vocês do que fazer.

Eu acho que, em relação a Carla, as coisas que ela está falando pela internet, acho que só cabe a Joana fazer um texto ali pros amigos dela que interessam, porque muita gente vai julgar mesmo… Então conversa com seus amigos, conta como foi e é isso. Bloqueia essa mina de tudo… Não acho que de pra fazer mais que isso. Se ela começar também a postar coisas da Carla, daqui a pouco a Carla processa ela. A gente sabe que é assim. Também eu acho que é esclarecer com os amigos, porque elas têm muitos amigos em comum, né? E boa. Quem não acreditar em você, não ficar do seu lado, você já sabe que é uma pessoa que não pode contar. Então, gente, o que vocês acham?

Assinante 1: Meu nome é Fernanda, eu falo de Belo Horizonte. Joana, acho que você deveria registrar ao menos um B.O., porque pessoas como a Carla cometem golpes mais uma vez na vida. Provavelmente você não foi a primeira e nem será a última e, tendo um registro do que aconteceu com você, pode ser que esse segundo acontecimento ganhe força para um possível processo. Acho também que você deve falar pessoalmente com o círculo de amizades de vocês o que aconteceu, porque isso vai acabar chegando também no ouvido de seus amigos, e aí eles vão saber quem realmente a Carla é. Acho difícil você reaver o seu dinheiro, mas pode ser que você consiga reaver suas coisas, ou as coisas que ela comprou com o seu dinheiro. Desejo sorte no seu próximo relacionamento.

Janaína: Oi, pessoal, eu sou a Janaína, prima da Déia e, assim, já bloqueou esse cartão? Bloqueia, porque se ela tem os dados e ela não tem escrúpulos, ela vai gastar mais. Com relação às postagens, como a Andréia mesmo falou, não é bom rebater porque hoje em dia tudo gera processo, mas você pode dar a entender que foi lesada por ter dado a confiança para alguém que não merecia e, que realmente, quebrar a quarentena não é lucro, é só prejuízo. E outra coisa, avisa seus amigos, faça uma postagem só para os amigos, bloqueia a moça e é bom mesmo fazer um B.O., perguntar se pode registrar um B.O. com tudo o que aconteceu contando a sua parte na história e guarda o B.O. pra você. Muita sorte no seu próximo relacionamento… Como você já ouve as histórias, sempre há sinais, presta atenção nos sinais. “Ah, você não tem limite? Nossa, eu também não, vamos embora”, que a passagem pra voltar fica mais barata do que o prejuízo no cartão. Muita sorte, tudo de bom e não quebra mais a quarentena, não, hein?

Déia Freitas: Um beijo e até a próxima história.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.