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título: carteira
data de publicação: 11/08/2021
quadro: amor nas redes
hashtag: #carteira
personagens: marina e everton

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei e hoje eu cheguei pra um Amor nas Redes. [risos] — Adoro. [risos] — Sabe aquele primeiro encontro que tem tudo pra dar errado e dá errado, mas depois as coisas começam a se acertar? Então, a história de hoje é uma história dessas, ele tem cara de Picolé de Limão, mas ele não é um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar pra vocês a história da Marina e do Everton. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Marina conheceu o Everton num ônibus fretado, eles não trabalhavam na mesma empresa, mas era um ônibus fretado que atendia algumas empresas da mesma região, então aquela coisa de todo dia pegar o ônibus junto ali, né? E aí você dá uma paqueradinha, nã nã nã, mas você não sabe nada da outra pessoa, se ela é casada, se ela é solteira, né? O que rola, o que não rola… Então a Marina não se empolgava muito, ela olhava para o Everton, ela via que o Everton também olhava pra ela, mas ficava só nisso e ela descia primeiro na empresa que ela trabalhava e ele ficava no ônibus, então ela não sabia direito qual empresa ele trabalhava, não sabia nada. E aí um dia ela desceu do ônibus na empresa dela e o Everton desceu atrás, e aí ela nem percebeu porque ela desceu e foi andando, né? Já estava na porta assim, quase pra entrar ali na portaria, quando ele chamou: “Moça, moça…” [riso] e aí ele foi direto, ele falou: “Meu nome é Everton, eu trabalho ali na empresa Pônei Ink, que fica um pouco mais pra frente e a gente se vê todo dia, e hoje eu tomei coragem de vir falar com você, e eu queria te dar isso”. 

E aí deu ali pra ela uma, tipo uma caixinha assim, que… — Sabe caixinha de… Quando você vai numa loja de salgado, vai, numa padaria, sei lá, que o salgado vem numa caixinha mais chique, parece uma caixinha de donut assim… — Deu uma caixinha dessa pra ela com um bilhetinho, e aí dentro da caixinha tinha um pão de queijo e no bilhetinho tinha o telefone dele. E aí ele saiu andando assim, sorrindo, fez um charminho e ela não conhecia ele, não teve coragem de comer o pão de queijo, [risos] jogou fora mesmo e ficou com o telefone. Era uma sexta-feira, então ela só ia encontrar de novo o Everton na segunda, aí a Marina ficou:  “Ai, adiciono ou não adiciono no zap, né? Chama ou não chama?”, aí no domingo ela resolveu adicionar e eles começaram a conversar — No domingo. — E aí conversaram no domingo, na segunda-feira no fretado ele já sentou com ela e eles conversaram, né? Foram conversando e tal, mas ali fretado… — A fofoca rola solta, né? Todo mundo de firma. —

E aí eles… Não aconteceu nada, não rolou beijo nada, fretado do trampo. E aí eles marcaram pra quarta-feira pegar um cinema. — Isso a gente tá falando de bem pré-pandemia, né? — Porque de quarta-feira o cinema também era mais barato. — Porque cinema tem lugares que é mais caro e tal, e aí dia de quarta-feira é mais barato. — E aí lá foram os dois, eles marcaram na porta do shopping e foram para o cinema. Chegou na bilheteria do cinema, [riso] o Everton tinha esquecido a carteira. — Como que você vai para um encontro sem carteira? [risos] — E aí ele tinha ido de carro de aplicativo, né? E não se ligou, enfim, não pegou a carteira, e aí a Marina já ficou puta, porque poxa, né? Ela ia ter que bancar aquele cinema ali porque ele estava sem carteira, e aí ela nervosa falou: “Tá bom, pode deixar, eu pago”. — Já achando que estava, né? Metida numa mega furada. — E aí ela pagou o cinema, não comprou pipoca, não comprou uma água, não comprou nada. [risos] — Só o cinema mesmo, né? — E a ideia era, pegar um cinema, porque eles foram pra isso, né? E depois comer alguma coisa, sei lá, né? Mas se não tinha dinheiro, não tinha nada, ela falou: “Bom, então é isso, né? Acabou o filme, nã nã nã… Você vai pedir o seu carro, eu vou pedir o meu”, ele falou: “Não, eu não sei como você tá de grana, mas se você quiser comer alguma coisa, amanhã no fretado eu levo pra você o dinheiro de tudo”. 

E a Marina não acreditou, mas ela queria ver até onde ia a cara de pau dele, porque pra vocês terem uma ideia, ela ficou tão brava que ela não beijou ele no cinema. — Porque eles foram meio que no cinema, assim, era o filme românticozinho. [risos] — E era pra, né? Dar uns beijos e tal, mas ela estava puta com essa história da carteira, ela achou realmente que era um golpe e ela falou: “Ah, tá bom, você quer comer? Tá bom, o que você quer comer?” — Já nesse tomzinho. — Só que ele super ameno e tal, falou: “Ah, vamos tomar um chopp, comer uma batatinha, né?”, e aí tomaram um chopp, comeram a batatinha e depois disso ela falou: “Então, agora você pede seu carro, eu peço o meu, e foi legal, beijo, tchau”, não rolou nada porque Marina estava puta com Everton. E aí no outro dia ela considerou a ideia de pegar um outro fretado, não pegar aquele. — Esperar passar aquele e pegar outro. — Só que ela falou: “Não, tudo bem, eu vou e vou sentar ali no lugar e vou fingir que não conheço mais ele”, e aí quando ela chegou no fretado, que ela estava lá sentada, ele veio sentar com ela, e a primeira coisa que ele fez foi dar um envelopinho pra ela e, no envelopinho tinha o dinheiro das duas entradas do cinema, e tinha o dinheiro também dos dois chopes e da batatinha, tipo, ele pagou tudo, e aí ainda ele escreveu assim no envelope “Me desculpe”, e ela não estava esperando por isso, né? — Que ele fosse pagar. — 

E eles pegavam o fretado muito cedo, tipo, seis horas da manhã. — Então, a gente… Depois ela ficou sabendo que ele não tinha dinheiro em casa, guardado. — Mas ele saiu muito mais cedo pra achar um caixa eletrônico que funcionasse um pouco antes das seis. — Tem lugar que não funciona, né? — Mas aí ele achou um posto de gasolina lá que deu um jeito pra ter o dinheiro pra dar pra ela cedinho, né? Ele não queria entrar naquele fretado sem ter o dinheiro pra dar para ela e ele realmente esqueceu a carteira. E aí dessa furada que eles não tinham nem se beijado, — E nada — ela pegou o envelopinho ali ainda meio cabreira, não abriu na frente dele, então ela só viu que tinha todo o dinheiro no envelope depois que ela desceu e ele continuou no ônibus pra ir pra Pônei Ink e tal. Aí que ele mandou uma mensagem pra ela pedindo mais uma vez desculpas, né? E aí ele falou: “Ah, se você me der uma chance eu queria sair com você de novo, né?”, e aí ela falou: “Ah, vou pensar”, isso era na quinta, quando foi no sábado ela concordou e eles saíram de novo, e a primeira coisa que ele fez, quando ele encontrou com a Marina foi mostrar que ele estava com a carteira. [risos] E aí ela já deu risada, e aí quebrou o gelo e eles começaram a ficar, começaram a namorar e desse namoro surgiu um casamento, [risos] e desse namoro surgiu um bebezinho, né? Desse casamento surgiu um bebezinho. [risos] 

Então a história da Marina, que é uma história mais curtinha de amor, foi pra mostrar pra gente que às vezes um primeiro encontro que dá tudo errado, que a gente sai no ódio, [risos] pode ser que tenha conserto. O Everton todo avoado, estava muito nervoso pra sair com a Marina e acabou esquecendo a carteira, assim, emocionado, sabe? [risos] E aí eu achei legal que ele correu atrás, né? Ele foi atrás pra mostrar pra ela que não era um golpe, [riso] e acabou dando tudo certo. E aí? Você já teve um primeiro encontro assim que parecia muito um date ruim e aí depois virou uma coisa legal? Uma coisa gostosa? [riso] Escreve pra mim que eu quero contar essa história.

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente. Oi, Déia. Meu nome é Carolina, sou de São João Del Rei, Minas Gerais. Eu amei muito essa história, muito fofa, eu achei ele um fofo. Já começou tentando conquistar com comida é dos meus. [risos] Achei uma delícia, e assim, que bom, né? Que bom que ela não desistiu e seguiu em frente na história. Espero que eles sejam muito felizes. Um beijão.

Assinante 2: Oi, aqui é Luiza de São Paulo, e estava ouvindo a história pensando o tempo inteiro: “Nossa, se fosse hoje em dia ia ser só o: “Segue o PIX”. 

Déia Freitas: Que bom que deu tudo certo, [risos] e que agora o Everton não esquece mais a carteira. [risos] Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.